“O ódio tem sido a causa de vários problemas neste mundo, mas ele não resolveu nenhum.”
Aeroporto de Natal inaugura voo para Buenos Aires com a JetSmart
O Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, dará início na próxima terça-feira (30), às 9h30, ao voo inaugural para Buenos Aires por meio da companhia JetSmart, que passa a ofertar voos diários a partir do terminal potiguar. A operação do “Aeroporto de Natal” será por meio do Aeroporto de Ezeiza, na capital argentina.
A JetSmart é reconhecida por oferecer opções de viagem com foco na eficiência e com passagens mais acessíveis, permitindo que mais turistas argentinos visitem a capital potiguar e outros destinos do Estado. A rota regular contará com aeronaves Airbus A320, com capacidade para 186 passageiros, conectando o Aeroporto de Ezeiza, na capital argentina, ao terminal potiguar.
O evento de lançamento contará com a presença de representantes da Zurich Airport Brasil, concessionária do Aeroporto de Natal, trade turístico potiguar, além de Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte, e da Empresa Potiguar de Promoção Turística (EMPROTUR).
Serviço
O quê: Voo inaugural da JetSMART no Aeroporto de Natal
Quando: Terça-feira, 30 de dezembro, às 09h30
Onde: Setor de embarque internacional
Nota do BCS – Obrigado pelo convite. Infelizmente, não poderei comparecer. Que a expansão dos voos siga célere, paralelamente à melhoria dos serviços.
Sucesso, Zurich Airport Brasil.
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Prestadora de serviço não atende a requisitos e existem outras falhas (Imagem gerada com recursos de IA para o BCS)
A Justiça do Rio Grande do Norte acatou uma Ação Popular e declarou a nulidade de um Pregão Eletrônico e de um contrato firmado entre o Município de Monte Alegre e uma cooperativa de educação, após terem sido comprovados atos de irregularidades durante o processo licitatório.
O caso foi julgado pela Vara Única da Comarca de Monte Alegre. Segundo narrado nos autos, em abril de 2022, o Município de Monte Alegre deflagrou um Pregão Eletrônico com o objetivo de realizar a contratação de prestadora de serviço de apoio educacional.
Afirma que, ao cadastrar sua proposta no sistema, uma cooperativa preencheu o campo da proposta com o próprio nome, ferindo o sigilo do procedimento. Assim, alega a existência de ato que fere gravemente os princípios administrativos e compromete a integridade do procedimento licitatório. Relatou, ainda, que a empresa apresentou no certame atestado de capacidade técnica emitido pelo Município de Passagem, apontando ter prestado serviço de fornecimento de apoio educacional, porém ao consultar o extrato da licitação realizada, constatou-se que foi executado serviço diverso.
Dessa forma, denunciou que a comprovação de capacidade técnica não ficou demonstrada. Por fim, alegou que o presidente da empresa contratada já exerceu o cargo de Secretário de Educação do Município de Monte Alegre, fator que fere a imparcialidade e legalidade do certame.
O Município de Monte Alegre, por sua vez, apresentou contestação, ocasião em que assegurou a legalidade da contratação e suscitou o risco à continuidade do serviço de educação na cidade em caso de manutenção da decisão liminar. Já a referida cooperativa afastou as alegações autorais, ratificando a legalidade do procedimento licitatório e a capacidade técnica da contratada, ocasião em que pediu pelo julgamento improcedente do processo.
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A Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (SEADRU) divulgou nesta terça-feira (23) a estimativa do acumulado de chuvas para o primeiro trimestre de 2026 em Mossoró. O volume pluviométrico é baseado em cálculo de chuvas registradas dos últimos 20 anos.
Segundo levantamento, para janeiro o volume esperado de chuvas é de 52,1 milímetros. Já para fevereiro, o estudo aponta 103,7 milímetros de acumulado, enquanto para março o volume esperado é de 183,4 milímetros.
“La Niña” é um fenômeno climático natural caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial na faixa 3.4, que proporciona chuvas intensas no Norte e Nordeste do Brasil.
A Zona de Convergência Inter Tropical (ZCIT) está se posicionando favorável a formação de nuvens. Os modelos meteorológicos mostram a presença do fenômeno “La Niña” com duração até o final do verão, que será no dia 20 de março, possibilitando o aumento da velocidade do vento e a instabilidade atmosférica.
“Os ventos ascendentes permitem que o vapor de água esfrie, condense e forme nuvens de chuvas”, explica o professor de Ciências Naturais, Alciomar Lopes.
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Médicos em Israel realizaram o primeiro transplante de córnea totalmente impressa em 3D, devolvendo a visão a uma paciente com cegueira.
O procedimento utilizou o implante PB-001, desenvolvido pela Precise Bio, a partir de células humanas vivas cultivadas em laboratório.
O avanço promete transformar um dos maiores desafios da oftalmologia: a falta de córneas doadoras. Com o novo método, uma única córnea de um doador pode gerar até 300 córneas bioimpressas, criando uma solução escalável para os mais de 13 milhões de pacientes que aguardam transplante no mundo.
O transplante, realizado no Centro Médico Rambam, em Haifa, integra a fase 1 de testes clínicos, que envolverá de 10 a 15 pacientes com edema corneano. Os primeiros resultados devem ser divulgados em 2026.
Com informações da página Futuro dos Negócios.
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“O medo não previne a morte. Previne a vida.”
Naguib Mahfouz
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Com a chegada das festas de fim de ano, o funcionamento dos bancos muda e exige atenção dos clientes, principalmente em relação a prazos de pagamento e horários de atendimento. A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) divulgou como será o expediente bancário no período.

Nos dias 25 de dezembro (Natal) e 1º de janeiro (Confraternização Universal), não haverá atendimento presencial nas agências nem serão realizadas compensações bancárias, como Transferências Eletrônicas Disponíveis (TED).
O Pix, que funciona 24 horas por dia, inclusive em feriados, seguirá disponível normalmente.
No dia 31 de dezembro, também não haverá expediente bancário nem compensações.
Véspera de Natal
Na véspera de Natal (24/12), o atendimento ao público será reduzido. As agências funcionarão das 9h às 11h, no horário de Brasília. Em estados com diferença de uma ou duas horas em relação à capital federal, o expediente será das 8h às 10h.
Já em 26 de dezembro e em 2 de janeiro, os bancos voltam a funcionar normalmente, desde que não haja feriado municipal.
O último dia do ano com expediente normal e atendimento completo ao público será 30 de dezembro.
Contas e tributos
As contas de consumo, como água, energia e telefone, que vencerem em 25/12, 31/12 e 1º/1 poderão ser pagas sem acréscimo no próximo dia útil.
No caso de impostos e tributos, a Febraban alerta que o pagamento deve ser antecipado quando o vencimento cair em feriados ou dias sem compensação, para evitar juros e multas.
Segundo a entidade, normalmente os tributos já têm datas ajustadas ao calendário de feriados. Ainda assim, a recomendação é ficar atento e, se necessário, antecipar o pagamento ou agendar a quitação pelos canais eletrônicos.
Canais digitais
A Febraban reforça que os meios eletrônicos são uma alternativa prática e segura durante o período. Internet banking, aplicativos de celular, caixas eletrônicos, atendimento telefônico e correspondentes bancários permitem realizar a maioria das operações, como pagamentos, transferências e consultas de saldo.
Além disso, boletos de clientes cadastrados como sacados eletrônicos podem ser pagos pelo Débito Direto Autorizado (DDA), facilitando a organização financeira mesmo nos dias sem atendimento presencial.
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CPMI do INSS quer convocar “Lulinha”, filho de Lula

Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução)
Do Poder 360
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deve começar o ano de 2026 pressionando por uma convocação de Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lulinha, como é conhecido, foi citado 3 vezes em decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que autorizou nova fase da operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal na 5ª feira (18.dez.2025).
O documento diz que houve 5 pagamentos de R$ 300 mil feitos por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS e tido como o principal articulador das fraudes na Previdência, para a lobista Roberta Luchsinger, amiga próxima de Lulinha. Ele aparece na investigação como “filho do rapaz”.
A oposição reagiu imediatamente a essa informação. Já na 6ª feira (19.dez), o relator da CPI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), protocolou um requerimento para convocar Lulinha a prestar depoimento perante a comissão parlamentar de inquérito, na posição de testemunha.
“Elementos para a convocação existem e ninguém está acima da lei”, disse Gaspar ao Poder360 no domingo (21.dez). “Os pedidos de convocação estão protocolados, aguardando o retorno dos trabalhos e a definição de pauta pelo presidente do colegiado.”
“Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado”, afirmou o presidente Lula na quinta-feira (18), em evento com jornalistas.
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Veja programação de missas para o Natal e Ano Novo
As Paróquias da Diocese de Mossoró já se preparam para celebrar, em clima de fé e esperança, as solenidades de Fim de Ano.
As missas de Natal e de Ano Novo são momentos especiais de oração, encontro e renovação espiritual.
Os horários divulgados correspondem às celebrações realizadas na Igreja Matriz de cada paróquia de Mossoró e do município de Tibau (RN).
Nas outras paróquias, você confere nas redes sociais de cada uma. Os fiéis são convidados a participar das missas, vivendo intensamente este tempo de fé, alegria e esperança, marcado pela encarnação do Filho de Deus no Natal.
Programação
Catedral de Santa Luzia – Centro
Missas do Natal do Senhor • 24/12 – 19h – Preside Dom Francisco de Sales, Bispo Diocesano
• 25/12 – 9h – Preside Dom Francisco de Sales, Bispo Diocesano Missas de Ano Novo
• 31/12 – 19h – Preside Dom Francisco de Sales, Bispo Diocesano
Paróquia São José – Paredões Missas do Natal do Senhor • 24/12 – 18h
• 25/12 – 17h
Missas de Ano Novo • 31/12 – 18h • 01/01/2026 – 17h ⸻
Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição – Alto da Conceição Missas do Natal • 24/12 – 19h Missas de Ano Novo • 31/12 – 19h ⸻
Paróquia São Paulo – Nova Betânia Missas do Natal • 24/12 – 19h • 25/12 – 17h Missas de Ano Novo • 31/12 – 19h • 01/01/2026 – 17h
Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Abolição II Missas do Natal • 24/12 – 19h • 25/12 – 19h Missas de Ano Novo • 31/12 – 19h
Paróquia São Manoel – Alto de São Manoel Missas do Natal • 24/12 – 19h30 • 25/12 – 19h Missas de Ano Novo • 31/12 – 19h ⸻
Paróquia Menino Jesus – Conjunto Santa Delmira Missas do Natal • 24/12 – 20h • 25/12 – 18h Missas de Ano Novo • 31/12 – 18h
Paróquia São João Batista – Mossoró (RN) Missas do Natal • 24/12 – 19h • 25/12 – 17h Missas de Ano Novo • 31/12 – 19h • 01/01/2026 – 19h
Paróquia Sagrada Família – Conjunto Vingt Rosado Missas do Natal • 24/12 – 19h • 25/12 – 19h Missas de Ano Novo • 31/12 – 19h30 • 01/01/2026 – 17h
Santuário de Santa Clara – Bairro Dom Jaime Câmara Missas do Natal • 24/12 – 19h • 25/12 – 17h Missas de Ano Novo • 31/12 – 18h • 01/01/2026 – 17h
Município de Tibau (RN) – Paróquia de Grossos Missas do Natal • 24/12 – 18h – Igreja Rainha da Paz • 25/12 – 16h – Igreja Rainha da Paz Missa de Ano Novo • 31/12 – 19h – Igreja Cristo Rei, Praia das Emanuelas.
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O Ministério Público Eleitoral (MPE) obteve sentença da 15ª Zona Eleitoral – com sede em São José do Campestre – que julgou procedente a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) em desfavor do prefeito e do vice-prefeito de Monte das Gameleiras, respectivamente, Jeferson Rodrigues Félix (PP) e José Jerônimo Pinheiro de Assis (PSDB). A sentença desconstituiu os mandatos eletivos ao reconhecer a prática de abuso do poder econômico com reflexos políticos e corrupção eleitoral.
A decisão ainda cabe recurso e ambos podem recorrer da condenação no cargo.
A investigação do Ministério Público Eleitoral revelou um esquema de compra de votos, transporte ilegal de eleitoras e distribuição de combustível à margem da legislação eleitoral, o que anteriormente já havia resultado na desaprovação das contas do candidato eleito.
De acordo com provas obtidas em decorrência do cumprimento de mandados de busca e apreensão, valores eram inicialmente guardados em veículos para distribuição a eleitores no período eleitoral, o que foi confirmado em diálogos travados através de aplicativo de mensagens.
A Justiça Eleitoral também confirmou haver provas de distribuição gratuita de combustíveis e materiais de construção. De acordo com a sentença, “os atos de captação ilícita não foram pontuais, mas integraram um modo de agir dos apoiadores dos impugnados”. “Estes eram procurados, na qualidade de integrantes da coligação e parentes diretos dos impugnados, para fornecer benesses após obterem dos favorecidos a declaração de preferência eleitoral, o que afetou a lisura e a legitimidade das eleições municipais”, registra o texto.
A defesa alegou a ilicitude das provas obtidas em busca e apreensão. No entanto, o juiz rejeitou todas as preliminares apresentadas pelos investigados. A busca se deu dentro dos limites de decisão judicial de natureza acautelatória.
A sentença anulou os votos recebidos pela chapa majoritária, determinando a realização de novas eleições para o cargo de prefeito e vice-prefeito do município de Monte das Gameleiras.
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João Maia afirma que MDB pode apontar vice de Allyson
Do Blog Marcos Dantas
O deputado federal João Maia (PP) agitou o cenário político do Rio Grande do Norte ao declarar publicamente que o vice-governador Walter Alves (MDB) não deverá assumir o Governo do Estado. Segundo ele, Walter estaria focado em disputar uma vaga de deputado estadual, articulando a formação de uma nominata competitiva pelo MDB e, ao mesmo tempo, garantindo apoio ao projeto político do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB), pré-candidato ao Governo do RN.
De acordo com João Maia, a estratégia passa pelo fortalecimento do MDB nas eleições proporcionais, com Walter Alves buscando a eleição para estadual e, em seguida, integrando uma ampla aliança em torno de Alysson.
O parlamentar destacou que o apoio de Walter é considerado fundamental e não é escondido nos bastidores.
Para ele, a entrada do MDB no projeto é decisiva e pode incluir a indicação do vice na chapa majoritária de Alyson, consolidando uma das principais discussões políticas do Estado no momento.
Ele falou do assunto nesse domingo (21) em Caicó, em encontro político com o prefeito Dr. Judas Tadeu (PSDB), cotado para ser candidato a deputado estadual.
Nota do BCS – Noticiamos no dia 29 de novembro (veja AQUI), que Walter Alves caminhava para um “Plano A”, como candidato a deputado estadual. Isso está se desenhando, além, lógico, do seu afastamento do sistema comandado pelo PT do RN, numa composição com Progressistas (PP) e União Brasil.
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“Cestinhas” encerra atividades de 2025 e anuncia ampliação em 2026
O Projeto Cestinhas encerra o ano de 2025 consolidando-se como uma das principais iniciativas de esporte e inclusão social em Mossoró. Ao longo do período, 250 crianças e adolescentes foram atendidos por meio de dois polos ativos nos bairros Santa Delmira e Abolição V.
Para 2026, o projeto anuncia a expansão de suas atividades com a implantação de dois novos polos, que passarão a funcionar nos bairros Belo Horizonte e Barrocas, ampliando o alcance das ações e o acesso ao basquete educativo.
De acordo com o presidente da Associação Atlética Santa Delmira (SADE), Lucas Negreiros, o próximo ano representa um novo marco para a iniciativa.
“Encerramos 2025 com a certeza de que o esporte transforma realidades. Em 2026, teremos o maior Cestinhas da nossa história, chegando a novos bairros, ampliando atendimentos e fortalecendo ainda mais nosso compromisso social, sempre com planejamento, parcerias e responsabilidade.”
O Cestinhas é promovido pela Associação Atlética Santa Delmira e conta com o patrocínio da Trevo Embalagens, por meio do programa RN + Esporte e Lazer, do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, além do apoio institucional da Universidade do Estado do RN (UERN).
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“As árvores […] desabrocham para continuar a viver, pois reter é perecer.”
Khalil Gibran
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Por Marcelo Alves
Os romances de formação são um tipo de ficção (alguns até chamam de “gênero literário”), muito comum na literatura alemã, cujo enredo está centrado na evolução moral e psicológica de um protagonista, geralmente desde a sua juventude até a idade adulta. Uma jornada cheia de descobertas (para além do seu ambiente familiar ou zona de conforto), experiências (com muitos erros) e desafios que, de maneira evolutiva, às vezes sob a orientação de mentores ou guias, faz o protagonista confrontar a mundo e, ao final, encontrar/conhecer/aceitar, entre obrigações e desejos, o seu lugar nele.
O gênero tomou a forma convencionada no século XVIII, sendo “Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister” (1795-1796), obra seminal de Goethe (1749-1832), o seu marco referencial, ao mesmo um tempo ponto de chegada e de partida, que exerceu enorme influência sobre a subsequente literatura ficcional no estilo. É universalmente designado pela expressão alemã “bildungsroman”, que, “desconstruída” para o português, nos dá “romance de formação” ou “romance de educação”.
Vou citar três exemplos de “bildungsromane” que foram marcantes na “minha formação”.
Começo pelo já mencionado “Anos de aprendizado”, originalmente estruturado por Goethe em oito livros, que é considerado o protótipo do “bildungsroman”. O seu protagonista, o jovem Wilhelm Meister, para escapar do que ele considera a vida vazia de um futuro comerciante burguês, embarca em uma jornada em busca de significados e de autodescoberta. Amor carnal. Amor fracassado pela arte/teatro. Ironias. E Wilhelm, que Goethe chegou a afirmar, em carta a Schiller, ser um “pobre diabo”, se vê lutando, com seu caráter inacabado, o “jogo inconstante da vida”, com suas exigências e suas desilusões, para até se dedicar a uma misteriosa “Sociedade da Torre”. E se “todas as verdades são meias verdades”, pode até ser esse o caso se apontarmos a obra seminal de Goethe como um completo “bildungsroman”.
Como lembrado por João Barrento na edição portuguesa que possuo (Relógio D’Água Editores, 1998), “nem Goethe usou o termo (que só surge em 1810) nem este romance chega realmente a encenar de forma cabal a ‘formação’ do seu problemático protagonista – deixa-o no limiar desse processo”. Ainda mais porque Goethe, mais tarde, nos apresenta “Os anos de Peregrinação [do mesmo] Wilhelm Meister” (1821 e 1829).
Aponto aqui também “A montanha mágica” (1924), que considero a opus magnum de Thomas Mann (1875-1955). Mann nos presenteia com um “bildungsroman” ao discutir as tendências do pensamento e, sobretudo, os conflitos morais, psicológicos, políticos e sociais pelos quais, se suficientemente aculturados, todos nós um dia passaremos. Formatado logo após a 1ª Guerra Mundial, o romance é a representação de uma Europa enferma e dividida, espiritual e socialmente.
Como consta da edição que possuo (Nova Fronteira, 1980), a ação se dá “na aldeia suíça de Davos-Platz, no sanatório Berghof. Aí se veem reunidos pela doença elementos de todas as raças e credos humanos. Aí se entrelaçam problemas, inquietações, sofrimentos, ilusões dos mais diversos matizes psicológicos. Aí, ainda que isolados do mundo da ‘planície’, os personagens, conscientemente ou não, padecem a influência dos acontecimentos de um continente dilacerado. Hans Castorp, o herói, chega a Berghof em visita a seu primo. Ao seguir o conselho médico de que nada perderia se passasse alguns dias cumprindo o mesmo regime de vida dali, descobre, quase por acaso, que também está doente. Inicia-se assim seu período de adaptação. (…). Entra em contato com diferentes personalidades, dedica-se ao exame das ideias de cada uma delas, ao mesmo tempo que se põe a aprofundar os grandes temas da Fé, da Morte, da Ciência, da Filosofia, do Amor e do Tempo”.
Ao fim, o livro é a história de uma vida, de Hans Castorp ou de qualquer um de nós, à procura de um sentido.
Por derradeiro, cito o livro de maior repercussão de Hermann Hesse (1877-1962): “Demian” (1919). Como registra Otto Maria Carpeaux (1900-1978), em “A história concisa da literatura alemã” (Faro Editorial, 2013), ele “foi durante anos o breviário da juventude alemã. Teve repercussão profunda”. Mas para entender “Demian” é necessário conhecer a vida do seu autor, marcada por rebeliões e fugas. E a primeira delas, ainda em casa, foi contra a educação protestante imposta pelos pais, que haviam sido até missionários na Índia. Em “Demian”, Hesse poetiza essa rebelião. Emil Sinclair, o narrador da estória, é um menino criado em uma família de classe média, num ambiente de luz e ilusão. Sua existência é uma luta entre dois mundos, um ilusório (representado pela mãe) e o mundo real. A amizade com Demian, seu aliciante colega de classe, estimula-o a revoltar-se contra o mundo das aparências e a buscar, em si mesmo, perigosamente, a própria identidade.
As personagens Emil Sinclair, Demian e Pistórius (também mentor de Sinclair) são todas projeções ou sínteses das vivências do próprio Hesse, que foi um dos precursores do uso, na literatura, da psicanálise, das teorias de Freud e de Jung, já emergentes à época, mas ainda não badaladas nos EUA e mundo afora. Acredito haver Hesse com isso deseducado e reeducado, tirando o entulho do puritanismo educacional e replantando as armas contra a hostilidade do mundo real, muitos dos seus leitores.
Bom, comigo, todos esses livros citados deseducaram educando.
Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL
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O clássico livro do escritor inglês, Charles Dickens, que tem o título desta crônica, inspirou-me a escrever o presente texto. O romance tem como personagem principal o senhor Scrooge, um velho rabugento que odeia o Natal e tudo que o envolve. Ele trabalha em um escritório em Londres com o seu empregado, Bob Cratchit.
No entanto, o fantasma de um falecido sócio de Scrooge aparece para ele, dizendo-lhe que três fantasmas irão acompanhá-lo em uma viagem ao passado, presente e futuro, a fim de que o velho repense a sua vida e seus valores.
Eis, em breves palavras, o resumo do mencionado livro.
De fato, a época do Natal é momento de inúmeras confraternizações, trazendo lembranças e saudades. Muitas famílias e amigos se reúnem nesse período para trocarem presentes e degustarem uma deliciosa ceia, além de sorrisos, abraços e discursos com palavras bonitas e reflexivas.
Por outro lado, entretanto, celebrar o Natal não é a realidade de milhões de pessoas. Para quem não tem o que comer, um teto para se abrigar e um lençol para se cobrir, a Noite do Natal é somente mais uma. Há, também, quem ache essas confraternizações uma verdadeira hipocrisia, pois no ambiente de trabalho, e até mesmo no seio das famílias, existem aqueles que adoram “puxar o nosso tapete”.
De toda forma, a época do Natal, para quem acredita no “clima natalino”, é a oportunidade de repensar atitudes e valores. O que fizemos? Em que posso melhorar enquanto pessoa? Talvez, fazer mea-culpa seja fundamental para se tentar uma mudança na forma de pensar e, sobretudo, de agir.
Certa vez, o escritor José Lins do Rego disse que “não há mais ninguém, neste mundo de Deus, que acredite em sentimentos humanos, em grandeza de alma, em boas intenções”. Eu, todavia, creio que não devemos deixar de acreditar na criatura, porque se assim for, deixaremos de acreditar no Criador.
Enfim, caro leitor, eu não sei se você credita no espírito do Natal. Porém, desejo-lhe muita saúde, sossego e uma ruma de coisas boas.
Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos
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Por Honório de Medeiros
Imagine que você precise de uma segunda via do documento do seu carro, e dirige-se ao Órgão apropriado para tirá-lo.
Em lá chegando recebe uma ficha que indica sua vez de ser atendido: pelo número da ficha você percebe que não adiantou chegar cedo e seu atendimento, se acontecer, ocorrerá no final da manhã, começo da tarde, e olhe lá.
No dia seguinte, comentando o episódio com um amigo, escuta: “mas por que você não pagou um Despachante para fazer isso?”. “Ele resolveria tudo na mesma hora e lhe entregaria a segunda via em casa”. “Você não teria incômodo algum”.
O Despachante é aquela figura nebulosa que abre todas as portas, em qualquer momento, das repartições públicas, providenciando soluções para quem não quer se submeter a filas e tem dinheiro suficiente para contratá-lo.
A questão é a seguinte: e quanto aos que não têm dinheiro para contratar um Despachante, acordaram cedo, pegaram a fila, esperaram, mas foram ultrapassados, às vezes sem saber, pelas artes e ofícios de quem abre, na hora que deseja, todas as portas?
Como se percebe facilmente, trata-se de uma questão cujo cerne é constituído por moral e dinheiro.
Moral, aqui, para além de como deve agir o Estado que, conforme a Constituição Federal, deve, por intermédio de seus servidores, agir com absoluto respeito à igualdade entre os cidadãos.
É esse o tema do livro de Michel J. Sandel, O Que O Dinheiro Não Compra, professor em Harvard, professor-visitante na Sorbonne.
Sandel ficou midiático desde que seu curso Justice, no qual interagia com seus alunos lhes propondo questões de natureza moral, apareceu na internet e ganhou o mundo.
Em 2010, a edição chinesa do “Newsweek” o considerou a personalidade estrangeira mais influente no País.
Sandel elenca muitos exemplos de “coisas” que hoje estão à venda, graças à onipresença e influência do mercado. Trocando em miúdos: graças ao afã do lucro.
Alguns até mesmo cômicos, se não fossem trágicos: “upgrade” em cela do sistema carcerário; barriga de aluguel; direito de abater um rinoceronte negro ameaçado de extinção; direito de consultar imediatamente um médico a qualquer hora do dia ou da noite…
Nos EUA, segundo Sandel, é florescente o negócio de comprar apólices de seguro de pessoas idosas ou doentes, pagar as mensalidades enquanto ela está viva, e receber a indenização enquanto morrer.
Ou seja: quanto mais cedo o segurado morrer, mais o comprador ganha.
O professor considera que “hoje, a lógica da compra e venda não se aplica mais apenas a bens materiais: governa crescentemente a vida como um todo”.
Ele não aceita a teoria dos que atribuem à ganância essa falha moral, pois, no seu entender, o que está por trás é algo maior, qual seja a “extensão do mercado, dos valores do mercado, às esferas da vida com as quais nada têm a ver”.
Eu compreendo esse salto que o professor dá desde a ganância até o mercado, mas não concordo.
Para o professor, o mercado deixa o Homem ganancioso; eu, pelo meu lado, penso que foi a ganância que criou o mercado.
Se lá na aurora da história do Homem o primeiro ganancioso tivesse sido silenciado pelo “meio ambiente”, seu “gen” não teria sobrevivido. Ou será que era para ser assim mesmo, caso contrário não existiria a nossa espécie?
Antes que imputem a mim uma percepção simplista da questão, saliento logo que ela é mais profunda: diz respeito a uma discussão de natureza ontológica acerca da realidade social: em última instância, no que concerne a seu surgimento, está o Homem ou a Sociedade?
Por outra: a Sociedade é gananciosa porque o Homem o é, ou o Homem o é porque a Sociedade é gananciosa?
Aceita a premissa de que a Sociedade é gananciosa porque o Homem o é, cabe então perguntar: por que o Homem é ganancioso?
Essa questão, a verdadeira questão, não é enfrentada como deveria ser, hoje em dia, por que virou moda escamotear o óbvio atribuindo, ao “sistema”, ao “meio”, a uma “realidade exterior a nós”, aquilo que somos individualmente.
Fica mais fácil, em assim sendo, fugir da nossa responsabilidade individual, da moral, do caráter, e nos excluir da culpa por nossas decisões e atitudes.
Exemplo patente dessa perspectiva vil e equivocada, mas compreensível e eficaz, foi o escândalo do Mensalão, uma nódoa permanente e intransferível na história da nossa elite política.
Ao invés do mea culpa, mea maxima culpa, ao qual têm direito nós outros, os cidadãos inocentes deste País de bandalheiras que sustentamos passivamente ao longo dos anos, assim como à escumalha dirigente e sua soturna vocação para a ladroagem, lemos e escutamos cretinices tais quais as que pretendem imputar a responsabilidade pelos malfeitos acontecidos ao sistema eleitoral e de financiamento de campanhas eleitorais, enfim, ao sistema político e legal.
Querem nos fazer crer que quando um deputado foi flagrado escondendo dinheiro enlameado na cueca, em um dos mais grotescos episódios da crônica política tupiniquim, assim agia porque o sistema político/legal não prestava.
Faz parte da própria lógica do aparato intelectual que sustenta uma teoria como essa – a de que o meio cria o Homem (o determinismo social) -, a falta de capacidade técnica para compreender aquilo que está em jogo em termos científicos. Os defensores de teorias como essas pululam nas redes sociais, por razões óbvias.
Mas Charles Darwin está aí, basta lê-lo.
Aliás, como a grande, a imensa maioria dos nossos cientistas sociais é herdeira de uma tradição marxista que eles não compreendem em seus fundamentos por lhes faltar preparo, ou então são devedores de um funcionalismo anêmico de tradição norte-americana para o qual a realidade social é um carro que funciona sem a estrada e quem as produz (positivismo), estão atrasados gerações em relação ao que se discute, em termos científicos, nos centros de pesquisa das grandes universidades do mundo.
Não compreendem, mas usam, porque se aproveitam da situação.
É mais fácil botar a culpa no Sistema. Como se fosse responsabilidade apenas do meio o fato de sermos como somos, nivelando todos por baixo, inclusive aqueles que, ao longo da história, tornaram-se as nossas referências quando, em alguns momentos, fizeram avançar o processo civilizatório.
Mas que se há de fazer?
Talvez responder como a Baronesa Thatcher: “não, você se enganou, a ganância não é um bem; o altruísmo, sim, é um bem”.
Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura de Natal e do Governo do RN
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Por Jânio Rêgo
“Igrejinha do fundo redondo” de onde partiram os principais disparos da peleja do povo da cidade do Mossoró com o bando de Lampião.
Essa história é contada em prosa e verso e em espetáculo teatral exibido no patamar defronte à porta principal, todo mês de junho, exatamente dia 13, dia do Santo Antônio que por conta disso praticamente se tornou a entidade mais reverenciada no templo do que o próprio padroeiro, São Vicente de Paula, com direito a novenário e nicho especial no altar.
Foi ele o protetor, o que guiou a mira do fuzil do atirador que acertou Colchete e logo em seguida Jararaca que foi conferir o corpo do colega.
Colchete morreu na hora. Jararaca, preso, foi executado à beira da cova.
Seu túmulo, no Cemitério São Sebastião, é hoje motivo de curiosidade e adoração mística nos dias de finados.
Tínhamos orgulho dos nossos antepassados mossoroenses que se organizaram para defender a cidade. O atirador da torre ainda era vivo quando minha geração jogava “pelada” no patamar. Era um velho silencioso e sistemático que todas as noites sentava-se na calçada de sua casa para tomar a fresca do vento Nordeste, como faziam todos naquele tempo.
Mas, também admirávamos, confesso, o cangaço, os cangaceiros, como todo nordestino influenciado pela “cultura da valentia” que nada mais é que um brutal instinto telúrico de violência que infelizmente ainda paira sobre o Brasil.
Jânio Rêgo é jornalista
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Por Bruno Ernesto
O ano de 2025 vai expirando e vamos fechando as janelas, desligando as luzes, selando as portas, empilhando papeis, separando livros, escapando de confraternizações de amigos de uma data só, e o que ficou por fazer vamos cobrindo com um lençol para a poeira não assentar, e fica classificado contabilmente como “Para o ano”. Lembre-se da rinite.
A boca da noite do reveilão se aproxima como um felino pronto para dar o bote, e muitos – talvez até você – já dedilham suas mensagens de congratulações, tal qual uma salva de Katiucha.
Sim, claro! Esses últimos dias é a janela crucial para avaliarmos o que o ano findouro nos proporcionou, tanto de bom, quanto de ruim. Lembre-se que o costume de deixar tudo para última hora também é válido para essa reflexão.
Outra coisa muito importante: promessas são feitas para serem descumpridas. Descumpri muitas.
Algumas tinham esse objetivo mesmo; outras foi o jeito. Não me arrependo de nada. Aliás, poderia ter dito coisa muito pior. Fica “Para o ano”.
Se o que você prometeu no ano passado para si foi custoso demais, é sinal de que é preciso mudar de ritmo, adequar os limites, os alcances imediato e mediato; jamais os objetivos.
Esse rio caudaloso que é nossa a vida continua a correr para, um dia, enfim, alcançar a foz. Mas atravessar um rio seco nem sempre é uma vantagem.
Convenhamos. O velho ditado popular de que a água que desce o rio não retorna, nunca fez tanto sentido.
A diferença é que, ora atravessamos o rio pelo talvegue, ora pelo vau.
Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor
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Por Marcos Ferreira
Tudo se reveste de fascinação e magia quando ele nos aparece (homem ou mulher) e uma voz diz assim bem no fundo do nosso coração: “Essa aí é a pessoa certa para você, é o grande amor que você sempre buscou. Agarre, cuide e ame com todas as suas forças! O resto foi apenas experiências, etapas do seu amadurecimento. Essa, no entanto, é aquela companhia para o fim dos seus dias, vai estar ao seu lado nos momentos alegres e também nos mais difíceis que vierem. Pode crer, sua cara-metade chegou. É sua alma gêmea, seu porto seguro”, diz a voz dentro da gente.
Ficamos de quatro, bobos, arriados. Enfim a felicidade bateu à nossa porta. As coisas mais triviais, mais simplórias, comuns, esses momentos se enchem de significado e satisfação. Qualquer lugar ou instante se torna memorável, precioso, pois o fato de estarmos juntinhos de quem amamos, geralmente de mãos dadas, é aquilo que de fato importa, conta. Compromissos outros nos separam momentaneamente, todavia contamos as horas para estamos com nossa bem-amada. Ou bem-amado. Enfim chega a noite e nos vemos na cama com esse ser maravilhoso, absoluta e insubstituível razão de nosso contentamento. Dormimos e acordamos colados com tal criatura cheia de virtudes e amor recíproco; os dias ficam cheios de encanto.
Fazemos planos em comunhão, gozamos de um relacionamento sem estresse, desgaste. A concórdia é completa. Uma vez ou outra nos ocorre beliscarmos a nós mesmos para descobrirmos se não estamos apenas sonhando. Mas não, nenhum delírio, nenhuma fantasia. A verdade e inegável e cristalina.
Então aquela mulher, ou aquele homem, torna-se nosso prumo, o centro de equilíbrio. Sentimo-nos firmes diante dos desafios que surgem. O cotidiano, por mais adversidades que nos traga, está sob controle. A saúde se fortalece. Não existe um problema para o qual não encontremos uma solução. Só porque sabemos que não mais nos encontramos sozinhos no mundo. A gente irradia felicidade, transborda bem-estar e otimismo. Cuidamos, além do espírito, do corpo; frequentamos uma academia de musculação; queremos estar bonitos para o outro ou outra.
Um dia, entretanto, somos pegos de surpresa. Uma profunda angústia tem início, o caos nos abocanha, o desespero nos domina. A cara-metade se põe diante de nós e, sem dó nem piedade, diz com frieza que não dá, que aquele amor abundante e inabalável simplesmente acabou, morreu, chegou ao fim. Pois é. E realmente nos abandona. Aí desabamos a chorar, ficamos sem chão. Nossa alma, há pouco radiante, cheia de certezas e confiança, planos e sonhos, agora está de joelhos; daí começa a rastejar, humilhar-se, implorar. Em vão, assim como um náufrago que se afoga nas próprias lágrimas, tentamos nos agarrar a frágeis argumentos, insistimos que ela (ou ele) pense melhor, que nos dê uma chance, que não se precipite, que não vá embora, que não nos vire as costas pelo amor de Deus! É inútil. A outra pessoa está decidida.
Não tem conserto. Nosso lindo castelo de amor e ternura tornou-se escombros. Aquele ser encantador, que superestimamos e divinizamos além da conta, talvez já tenha encontrado um outro alguém e não podemos fazer coisa alguma quanto a isso. De repente, então, tudo perde completamente a graça. O prazer e a importância de um monte de coisas súbito se anulam. Não existe uma só mensagem de ânimo, conselho de amigos, o carinho de familiares, nenhum tipo de reza que nos alegre ou conforte o espírito devastado. Afundamos num abismo existencial de onde não temos forças para sair. Fomos arrastados pelo caos violento de nossa mente e coração.
Nenhuma comida nos dá apetite. Perdemos inteiramente o gosto de saborear certos pratos. Sentimos vergonha de reencontrar determinados indivíduos e nos perguntarem por quem se foi. Há aqueles que se entregam à bebida, enchem a cara todo dia. Outros vão a psicólogos ou psiquiatras. As noites são um tormento. A insônia prevalece. Então vêm os remédios para dormir um sono ruim.
Após um longo tempo, contudo, nosso instinto de sobrevivência começa a reagir. Saímos da penumbra do quarto e fazemos as pazes com a luz do sol. Até que em uma inesperada saída (para um supermercado ou shopping center, por exemplo) nosso olhar esbarra em outro olhar. Então, embora com natural receio, começa tudo de novo. Agora é torcer que dessa vez seja para sempre.
Marcos Ferreira é escritor
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“Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir.”
Paul Valéry









































