“Aprendi a ser o máximo possível de mim mesmo.”
Nelson Rodrigues
Jornalismo com Opinião
“Aprendi a ser o máximo possível de mim mesmo.”
Nelson Rodrigues
O governo do Estado continua fechando os olhos para a educação. Essa é a conclusão da audiência realizada na sexta-feira (7) com a secretária de Estado da Educação, Socorro Batista, juntamente com representantes da Procuradoria-Geral do Estado e da Secretaria de Estado da Administração.
“O governo não irá aplicar o reajuste do piso de 6,7% na carreira dos professores da rede estadual de ensino. Nesse sentido, iremos organizar nossa luta”, afirmou o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pública do Estado do RN (SINTE/RN), Bruno Vital, que participou da reunião ao lado de outros representantes da entidade.
Essa terça-feira (11) será um dia de luta. Movimento cobra percentual que já deveria ter sido incorporado aos salários dos profissionais da educação.
Em Natal, os protestos começarão às 8h, quando os educadores se concentrarão em frente à Assembleia Legislativa para o “Café com Luta”, seguido de um Ato Público. A data coincide com a leitura da mensagem anual da governadora Fátima Bezerra (PT), que será realizada na sede do Poder Legislativo (veja AQUI). Em 2023, os professores já tinham experimentado decepção com a governadora e fizeram greve (veja AQUI).
A mobilização seguirá durante a tarde, a partir das 14h, quando será realizada uma nova Assembleia no auditório do Sinte-RN, em Natal.
Em Mossoró
Em Mossoró, a Regional do Sinte realizará uma Assembleia Geral na sede do sindicato, a partir das 8h, para discutir os rumos da luta pela educação. Dessa forma, estão convocados todos os profissionais da rede estadual para alinhamento de forças.
O objetivo da reunião é organizar as próximas etapas da luta, discutir as condições de trabalho e garantir a união da categoria em torno do reajuste do piso, além das pautas que permanecem em aberto, como o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR).
Nota do Blog – Não acredito, sinceramente, que a professora Fátima Bezerra se recuse à aplicação do reajuste cobrado, apenas por sadismo. Porém, é legítima a luta do professorado.
No primeiro governo, a corrida era para atualizar a folha que recebeu atrasada. No segundo, o esforço da governadora é para não atrasar novamente. Essa pisada caminha para ser mesma até o fim do mandato.
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O número de raios que atingiu o Rio Grande do Norte nos primeiros dias de 2025 duplicou em relação ao mesmo período do ano anterior. Conforme dados da Neoenergia Cosern obtidos através da Climatempo, 16.914 raios tocaram o solo potiguar entre os dias 1º de janeiro e 7 de fevereiro.
Esse número representa 110% de aumento em relação ao mesmo intervalo de 2024. Os municípios compreendidos entre as regiões Oeste e Seridó lideram o ranking (veja abaixo).
“Tivemos um início de ano com um volume de chuvas considerável em muitas cidades do interior do estado e, geralmente, essas precipitações são acompanhadas de trovões, relâmpagos e raios. Como forma de prevenção e segurança, para garantir regularidade no fornecimento de energia mesmo em dias chuvosos e com quedas de raios, instalamos 126 para-raios na nossa rede elétrica ao longo do ano passado, por exemplo”, destaca Igor Mateus de Araújo, gerente de Desempenho da Operação da Neoenergia Cosern.
Os três municípios mais atingidos por descargas de 1 de janeiro a 7 de fevereiro deste ano foram Caicó (1.287), Upanema (1.192) e Angicos (833).
Município | Raios |
Acari | 236 |
Açu | 228 |
Afonso Bezerra | 142 |
Água Nova | 16 |
Alexandria | 139 |
Almino Afonso | 200 |
Alto do Rodrigues | 19 |
Angicos | 833 |
Antônio Martins | 297 |
Apodi | 265 |
Areia Branca | 7 |
Augusto Severo | 299 |
Baía Formosa | 12 |
Baraúna | 127 |
Bodó | 24 |
Bom Jesus | 3 |
Caiçara do Norte | 3 |
Caiçara do Rio do Vento | 36 |
Caicó | 1.287 |
Campo Grande | 298 |
Campo Redondo | 7 |
Canguaretama | 25 |
Caraúbas | 504 |
Carnaúba dos Dantas | 72 |
Carnaubais | 30 |
Ceará-Mirim | 7 |
Cerro Corá | 77 |
Coronel João Pessoa | 70 |
Cruzeta | 435 |
Currais Novos | 152 |
Doutor Severiano | 18 |
Encanto | 8 |
Equador | 73 |
Felipe Guerra | 71 |
Fernando Pedroza | 92 |
Florânia | 677 |
Francisco Dantas | 77 |
Frutuoso Gomes | 132 |
Galinhos | 20 |
Gov Dix-Sept Rosado | 333 |
Grossos | 3 |
Guamaré | 11 |
Ielmo Marinho | 1 |
Ipanguaçu | 81 |
Ipueira | 77 |
Itajá | 157 |
Itaú | 13 |
Jaçanã | 1 |
Jandaíra | 12 |
Janduís | 229 |
Japi | 1 |
Jardim de Angicos | 2 |
Jardim de Piranhas | 274 |
Jardim do Seridó | 326 |
João Câmara | 12 |
João Dias | 64 |
José da Penha | 101 |
Jucurutu | 627 |
Lagoa de Velhos | 1 |
Lagoa Nova | 44 |
Lajes | 51 |
Lajes Pintadas | 1 |
Lucrécia | 27 |
Luís Gomes | 63 |
Macaíba | 5 |
Macau | 95 |
Major Sales | 6 |
Marcelino Vieira | 170 |
Martins | 97 |
Messias Targino | 186 |
Montanhas | 1 |
Monte Alegre | 2 |
Monte das Gameleiras | 2 |
Mossoró | 322 |
Natal | 1 |
Nova Cruz | 2 |
Olho d´Água do Borges | 22 |
Ouro Branco | 346 |
Paraná | 9 |
Paraú | 152 |
Parazinho | 7 |
Parelhas | 209 |
Patu | 484 |
Pau dos Ferros | 73 |
Pedra Grande | 6 |
Pedra Preta | 1 |
Pedro Avelino | 306 |
Pedro Velho | 3 |
Pendências | 56 |
Pilões | 19 |
Poço Branco | 13 |
Portalegre | 56 |
Porto do Mangue | 10 |
Pureza | 19 |
Rafael Fernandes | 44 |
Rafael Godeiro | 51 |
Riacho da Cruz | 12 |
Riacho de Santana | 66 |
Rodolfo Fernandes | 60 |
Ruy Barbosa | 1 |
Santa Cruz | 14 |
Santana do Matos | 741 |
Santana do Seridó | 174 |
São Bento do Norte | 7 |
São Fernando | 345 |
São Francisco do Oeste | 23 |
São João do Sabugi | 213 |
São José de Mipibu | 1 |
São José do Campestre | 3 |
São José do Seridó | 213 |
São Miguel | 49 |
São Miguel do Gostoso | 43 |
São Rafael | 161 |
São Tomé | 96 |
São Vicente | 154 |
Serra do Mel | 23 |
Serra Negra do Norte | 251 |
Serrinha dos Pintos | 56 |
Severiano Melo | 24 |
Taboleiro Grande | 34 |
Taipu | 4 |
Ten Ananias | 89 |
Ten Laurentino Cruz | 45 |
Timbaúba dos Batistas | 206 |
Touros | 101 |
Triunfo Potiguar | 101 |
Umarizal | 71 |
Upanema | 1.192 |
Venha-Ver | 27 |
Vera Cruz | 3 |
Viçosa | 6 |
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Governadora estará fazendo leitura na 3ª Sessão Legislativa da 63ª legislatura da ALRN (Foto: Carmem Félix/Arquivo/2024)
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), irá à Assembleia Legislativa do Estado (ALRN) nesta terça-feira (11) às 9h.
Ela fará a leitura da Mensagem Anual do Governo.
Durante a solenidade, ela apresentará um balanço das ações do Executivo Estadual em 2024 e o planejamento para 2025.
A leitura ocorre durante o exercício da 3ª Sessão Legislativa da 63ª Legislatura.
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Veja aspectos da mensagem do ano passado clicando AQUI.
O médico Geraldo Pinho é o novo secretário municipal de Saúde de Natal.O prefeito Paulinho Freire (União Brasil) anunciou seu nome nesta segunda-feira (10).
Geraldo Pinho é o terceiro nome a gerir a pasta em 41 dias de governo.
Antes dele, foi a médica Leidimar Murr, que teve exoneração com menos de 30 dias à frente da pasta. Precisamente, dia 29 de janeiro.
Ela foi substituída interinamente por Rayane Araújo Costa, que pediu exoneração para assumir cargo no Serviço Social da Indústria (SESI/RN), dia 5 passado (veja AQUI).
Rayane era secretária adjunta de Atenção Integral à Saúde (SAD/AIS) no governo municipal.
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Leia também: Mudanças repentinas em governo coloca em xeque o gestor.
O Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte (DPE/RN) entraram com uma Ação Civil Pública contra a União e o estado do Rio Grande do Norte. Foca na omissão à apuração do desaparecimento de 19 detentos da Penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga, a “Penitenciária de Alcaçuz”, durante a rebelião ocorrida em janeiro de 2017.
Não se sabe, até hoje, o paradeiro desses 19 presos que estariam na unidade prisional quando a rebelião eclodiu, marcada por brigas de facções criminosas que resultaram em massacres e levaram, pelo menos, 26 detentos à morte.
O objetivo da ação é responsabilizar os gestores pela falta de medidas efetivas para esclarecer a situação desses presos desaparecidos e obter a reparação integral dos danos materiais e morais causados aos familiares das vítimas, além da adoção de medidas que impeçam a repetição das cenas de caos observadas há oito anos na penitenciária.
Responsabilidade
A ação – assinada pelo procurador da República Fernando Rocha, pelo defensor público estadual Rodrigo Gomes e pelas defensoras públicas federais Carolina Soares e Flávia Fernandes – aponta que o estado do Rio Grande do Norte falhou na gestão do sistema prisional, permitindo a rebelião e não adotando providências efetivas para evitar mortes e desaparecimentos.
A União, por sua vez, conforme indicado na ação, foi negligente na fiscalização e no cumprimento de compromissos internacionais de direitos humanos, incluindo a Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra o Desaparecimento Forçado, à qual o Brasil aderiu em 2007.
Medidas
Além da responsabilização dos gestores, a ação também requer que sejam adotadas medidas concretas para localizar os desaparecidos e garantir transparência na investigação. Entre as providências previstas na ação estão:
criação de um plano de contingência para crises no sistema prisional;
fortalecimento dos mecanismos de controle externo sobre as unidades prisionais;
implementação de tecnologias de monitoramento, como câmeras e drones;
fornecimento de informações contínuas às famílias das vítimas;
implementação de um banco de dados genéticos para identificação de possíveis vítimas; e
adoção de um sistema de registro eficiente de movimentação dos detentos.
Brutalidade – A Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada no município de Nísia Floresta, na Região Metropolitana de Natal, é o maior complexo prisional do estado. A rebelião de 2017 envolveu presos pertencentes a grupos criminosos rivais e foi parte de uma onda de violência nacional ligada à guerra entre facções.
Itep recolheu vários corpos incompletos e precisou de esforço concentrado à identificação (Foto: Arquivo do BCS)
Em meio à violência, à superlotação e à falta de controle dentro da penitenciária, os criminosos impuseram sua própria forma de justiça, resultando em mortes, mutilações e ocultação de cadáveres.
Violação
A investigação do MPF teve início a partir de relatórios do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), que identificou indícios de desaparecimento de internos, além de relatos sobre a incineração e descarte de corpos em fossas sépticas.
O inquérito conduzido pelo MPF apontou a ausência de perícia adequada, falhas na preservação da cena do crime e contradições nos dados oficiais sobre foragidos, mortos e desaparecidos.
Para os autores da ação, a omissão do estado e da União configura uma grave violação aos direitos fundamentais dos detentos e seus familiares. “Não se trata apenas de um problema administrativo, mas de um cenário de desaparecimento forçado, crime reconhecido internacionalmente como uma das mais severas violações de direitos humanos”, ressalta Fernando Rocha.
A ação tramita na Justiça Federal do Rio Grande do Norte e pode resultar em condenações à União e ao Estado por danos morais e coletivos, além da imposição de medidas estruturais para evitar que situações similares voltem a ocorrer.
Ação Civil Pública nº 0801187-77.2025.4.05.8400
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É nesta segunda-feira (10), às 19h, na Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, bairro Mirassol, em Natal, a Missa de 7º Dia de falecimento do doutor Edgardo Alberto Benavides Carrasco.
“A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento.”
Platão
A primeira fase do Campeonato Estadual de Futebol 2025, do RN, foi concluída nesse sábado (08). ABC e América sobraram com goleadas, o Potiguar passou pelo Globo e o Baraúnas foi rebaixado ao sofrer mais uma derrota.
Vamos aos jogos que completaram a sétima rodada:
ABC
O alvinegro fez 4 x 0 no Força e Luz, em jogo no Estádio Barrettão, em Ceará-Mirim (RN). Os gols foram de Wallyson, Madison, Emanuel e Marcos Vinicius.
América
O América venceu o Santa Cruz de Natal por 3 x 0, em jogo realizado na Arena América, em Parnamirim. Souza, Henrique e Thiaguinho marcaram para o alvirrubro da capital.
Potiguar
Enquanto isso, o Potiguar atuou no Estádio Frasqueirão em Natal, vencendo o Globo de Ceará-Mirim por 1 x 0. O fol foi assinalado por Paulinho.
Baraúnas
No Estádio Edgarzão, em Assú, o tricolor de Mossoró acabou derrotado de virada pelo Laguna, por 2 x 1. Os gols foram de Gabriel Mamedi, pelo Baraúnas; Bil e Noninha, em favor do adversário. Com o resultado, o Baraúnas mais uma vez é rebaixado para a Série B da competição, ao lado do Força e Luz.
Classificação
1º – ABC – 17 pontos
2º – América-RN – 16 pontos
3º – Laguna – 13 pontos
4º – Potiguar de Mossoró – 12 pontos
5º – Globo FC – 7 pontos
6º – Santa Cruz de Natal – 7 pontos
7º – Baraúnas – 4 pontos
8º – Força e Luz – 2 pontos
Próxima fase
Na próxima fase, disputada no formato de mata-mata, o Potiguar enfrentará o Santa Cruz de Natal e quem levar a melhor enfrentará o América na semifinal do Estadual 2025. Já o Laguna confronta-se com o Globo e quem passar bate de frente com o ABC.
A Federação Norte-rio-grandense de futebol ainda marcará as datas, horários e os locais das partidas.
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Por Ayala Gurgel
B.O: N° 02-7871/2019
NATUREZA: COMUNICADO DE AÇÃO CRIMINOSA OU SUSPEITA
DATA DA COMUNICAÇÃO: 22 DE NOVEMBRO DE 2019
COMUNICANTE: MARIA DO ROSÁRIO ANDRADE FREITAS
A senhorita Maria do Rosário Andrade Freitas, conhecida pela alcunha de Rose Mary, quarenta e dois anos, solteira, empregada doméstica e residente nesta freguesia, compareceu a esta delegacia de polícia acompanhada de advogado, devidamente identificado, e solicitou ser ouvida pelo delegado responsável. A depoente narrou, diante de mim, escrivã de polícia, que trabalhou nos Estados Unidos por dez anos, onze meses e seis dias, sendo os últimos dez anos e cinco dias na mesma residência, que disse pertencer a um capelão do presídio do condado de Riverside, Califórnia, de onde partiu, após a morte dele. Que começou a trabalhar naquela residência um mês depois que seu patrão assumiu o posto de capelão e que ele lidava diretamente com os condenados que estavam no corredor da morte. Que era um homem respeitado, amado pela comunidade, levando uma vida cristã exemplar e participava de eventos de caridade. Deu como testemunho da boa fama dele o fato de que não apenas a igreja de Riverside o convidava para pregações e orientação de retiros, como também as igrejas de condados vizinhos. Não poucas vezes, disse a depoente, o capelão passava a semana fora, administrando retiros espirituais, e que, quando isso acontecia, ela ficava sozinha, na casa que pertenceu a ele, visto que confiava nela. Do ponto de vista físico, era bonito, alto, branco, asseado, com dentes ajeitados e voz calma e grossa, boa de ouvir. Acrescentou que não sabe por qual razão um homem daquele porte não tinha se casado, e jurava, pela hóstia consagrada, que não era gay. Ao dizer isso, a depoente fez questão que constasse que ele vivia de forma celibatária e não havia nada que maculasse a honra dele como pastor e guia daquelas almas condenadas por crimes tão horrendos, a ponto de merecerem pena de morte. Que chegou à casa dele por meio de uma agência na qual ela trabalhou nos Estados Unidos e deveria ser um trabalho rotativo, como nas outras residências, mas ele exigiu mudança no contrato e ela ficou fixa, como doméstica. Que o trabalho do capelão junto aos condenados era o de levar conforto espiritual. Que mais de uma vez ele contou a ela sobre detalhes da missão, como fazia com cada um, sobre o que conversavam e como pedia que os condenados escrevessem cartas para Deus, nas quais deveriam confessar os crimes, e outras para as famílias das vítimas, declarando o arrependimento, ou, pelo menos, contando o que elas desejavam saber. Que o capelão lhe contava que as famílias, às vezes, queriam apenas saber onde estava o corpo, se a vítima tinha sofrido, quais foram as últimas palavras ou se o criminoso havia se arrependido do que fez. Que ele ouvia das famílias quais eram seus desejos e repassava aos condenados, com a esperança de que lhes escrevessem ou dissessem algo que pudesse levar conforto aos enlutados. Que alguns condenados aceitavam escrever tais cartas, tanto aquelas endereçadas a Deus, confessando os crimes, tudo nos mínimos detalhes, tal como o capelão solicitava, quanto as endereçadas às famílias, de acordo com o que elas pediam. Que isso durou todo o tempo em que ele serviu no presídio. Em seguida, a depoente disse que a razão de estar na delegacia hoje, na presença de seu advogado, é que tem a intenção de devolver a quem de direito as cartas, que estão sob sua custódia desde que deixou a casa do falecido, dias depois da sua morte. Que foi ele mesmo que pediu em segredo para que ela não deixasse que as cartas viessem a público caso algo de ruim lhe acontecesse, e ela apenas cumpriu sua vontade, mas agora, passado o tempo que passou, se arrepende. Que não sabe exatamente como ele morreu, mas ouviu que foi infarto. De acordo com a depoente, ela ficou com as cartas e muitas memórias ruins do que viu naquela casa e não acha mais certo manter o segredo, de modo que decidiu confessar tudo à polícia e não pretende voltar aos Estados Unidos. Que hoje só consegue dormir à base de remédios e já pensou em se matar. Que as cartas endereçadas às famílias nunca foram entregues, embora o capelão tenha repassado uma ou outra informação aos interessados, dizendo tê-la obtido de ouvido. As cartas endereçadas a Deus, que ela chegou a ler algumas, são de perturbar qualquer alma cristã com tanto mal que há nos detalhes descritos. A depoente contou que o capelão ficava com as cartas para deleite próprio. Que lia e relia diversas vezes, enquanto tomava vinho. Que mais de uma vez presenciou ele cheirando o papel e se masturbando enquanto lia as cartas. Que, nessas horas, não era o mesmo homem que estava acostumada a ver como um amado pastor de almas, era outra pessoa, da qual tinha medo e não se atrevia sequer a lhe dirigir a palavra, menos ainda fazer qualquer comentário sobre o que viu. Que foi ele mesmo que chegou junto a ela e explicou o que fazia: aquelas cartas eram a única forma de obter prazer na vida. Era por meio delas que ele se sentia vivo, como se os crimes tivessem sido cometidos por ele, com a diferença de que não era ele que estava no corredor da morte. Que ele acompanhava a vida de cada um daqueles infelizes como se fosse a sua, se imaginando no lugar deles em cada cena do crime, cada gesto, cada sentimento. Tão logo o condenado era executado, procurava outro, para reviver tudo de novo. A depoente também disse que nunca falou com ninguém sobre o assunto com medo de colocar a própria vida em risco. Que ele não dizia nada, mas ela se sentia ameaçada pelo jeito que contava seus segredos. Que até hoje tem medo que ele possa perturbá-la, nos sonhos ou como alma penada. Que vai à missa todos os domingos e ao psiquiatra a cada três meses com a intenção de sair dessa situação e ter uma vida normal. Que ouviu o conselho do advogado e por isso veio entregar tudo o que tem e dizer tudo o que sabe. Era o que tinha a relatar.
Ayala Gurgel é escritor, professor da Ufersa, doutor em Políticas Públicas e Filosofia, além de especialista em saúde mental
*O texto faz parte do livro homônimo e tem como desafio transformar a escrita ordinária, informal, em literatura, tal como os clássicos fizeram com as cartas (criando a literatura epistolar).
Leia também: Depoimento (02/02/2025)
Amigos, familiares e admiradores prestam sua última homenagem ao publicitário Rainel Fontes, natural de Caicó. O velório começou neste domingo (9), às 6h, no Centro Funerário São José, em Natal.
Às 11h30, será celebrada uma missa e, em seguida, uma cerimônia de cremação.
Rainel Fontes teve uma trajetória marcante na publicidade potiguar, atuando em diversas campanhas políticas e projetos audiovisuais, incluindo sua última participação na equipe de gravação da campanha do atual prefeito Paulinho Freire. Mesmo em tratamento contra o câncer, manteve sua dedicação pela profissão.
Recentemente, viajou a Brasília, mas precisou retornar após quatro dias e foi internado no Hospital São Lucas, onde, neste sábado (8), veio a falecer em decorrência da recidiva agressiva da doença.
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Nota do Blog – Que descanse em paz.
Por Marcelo Alves
Estes dias, xeretando a Internet, dei de cara com um verbete da enciclopédia “Britannica”, intitulado “Fontes de Shakespeare”, que interessantemente afirma:
“Com algumas exceções, Shakespeare não inventou os enredos de suas peças. Às vezes, ele usava histórias antigas (Hamlet, Péricles). Às vezes, ele trabalhava a partir de histórias de escritores italianos relativamente recentes, como Giovanni Boccaccio — usando histórias bem conhecidas (Romeu e Julieta, Muito Barulho por Nada) e outras pouco conhecidas (Otelo). Ele usou as ficções em prosa populares de seus contemporâneos em Como Gostais e Conto de Inverno. Ao escrever suas peças históricas, ele se baseou amplamente em tradução de Sir Thomas North de Plutarco, Lives of the Noble Grecians and Romans, para as peças romanas, e nas crônicas de Edward Hall e Holinshed para as peças baseadas na história inglesa. Algumas peças lidam com história bastante remota e lendária (Rei Lear, Cimbelino, Macbeth). Dramaturgos anteriores ocasionalmente usaram o mesmo material (houve, por exemplo, as peças anteriores chamadas The Famous Victories of Henry the Fifth e King Leir). Mas, como muitas peças da época de Shakespeare foram perdidas, é impossível ter certeza da relação entre uma peça anterior perdida e a sobrevivente de Shakespeare: no caso de Hamlet, foi plausivelmente argumentado que uma ‘peça antiga’, conhecida por ter existido, era meramente uma versão inicial da própria peça de Shakespeare”.
Aliás, o fato de William Shakespeare (1564-1616) ter, digamos, as suas “fontes” já era algo sabido e falado à sua época, como atestam documentos contemporâneos referidos no curioso verbete.
Bom, teria então sido o grande Shakespeare um “plagiador”?
O que se sabe, com segurança, acerca da vida de Shakespeare, é muito pouco. Até a sua própria existência, embora isso seja um evidente exagero, é às vezes contestada, com várias teorias conspiratórias sendo sugeridas. Quem sabe algum dia não falaremos sobre elas? Certamente, em Shakespeare, há mais mistérios do que ousa imaginar nossa vã filosofia.
Mas, de logo, afirmo: o Bardo não era um plagiador.
Ao contrário. Ben Jonson (1572-1637), contemporâneo de Shakespeare e durante certo tempo até mais aclamado que ele, considerava Shakespeare um escritor premiado pela natureza com o dom da genialidade. Dizer, sim, que Shakespeare foi um gênio e que ele representa o que de mais sublime há na língua inglesa ou mesmo na natureza humana é afirmar uma verdade hoje quase “científica”.
E, se Shakespeare é considerado um gênio natural, autodidata, isso se deve, em grande medida, à sua capacidade de rapidamente extrair maravilhas das suas fontes, reformulando-as, em tragédias e comédias, quase ao ponto da perfeição. É dito que “Shakespeare provavelmente estava muito ocupado para estudos prolongados. Ele tinha que ler os livros que podia, quando precisava”. Mas há também evidências de que ele, quando necessário, lia acuradamente os clássicos gregos, para fins de elaboração de cada uma de suas peças, assim como as reescrevia e revisava frequentemente.
Na verdade, o escritor de gênio deve ter suas boas fontes. Deve saber das muitas ideias e compreendê-las. Deve interpretar esse seu mundo junto a outros universos e épocas. Deve sobretudo descobrir e dizer o ainda não dito a partir daquilo que já foi dito.
O genial Mark Twain (1835-1910) certa vez disse: “Não existe uma nova ideia. É impossível. Nós simplesmente pegamos um monte de ideias antigas e, então, as colocamos em um tipo de caleidoscópio mental”. E assegurava Picasso (1881-1973): “Bons artistas copiam, grandes artistas roubam”.
Pois então Shakespeare era o gênio que tinha o dom de roubar/transformar o que já era muito em muito mais do que muito.
Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL
Por Bruno Ernesto
É muito difícil encontrar alguém que não goste de um bom humor.
Particularmente, sendo bom, não dispenso uma boa piada, especialmente as sarcásticas e de humor ácido.
A despeito da inteligência artificial estar no ápice das discussões em todos os seguimentos, em especial na produção intelectual e científica, que são as áreas formadoras da sociedade moderna, o que mais preocupa o cidadão comum é se, num futuro muito próximo, o que Karl Marx denominou de classe trabalhadora, ou seja, aqueles que vendem a sua força de trabalho em troca de uma contraprestação para sobreviver, terão seu emprego ou atividade econômica garantidos quando a inteligência artificial se estabelecer como ferramenta autônoma.
Estamos vivendo uma nova corrida espacial, tal qual se deu na década de 1960, quando os Estados Unidos e a União Soviética, travavam uma guerra tecnológica para enviar o homem ao espaço e estabelecer novas fronteiras.
Muitas tecnologias desenvolvidas durante a corrida espacial hoje são utilizadas pelo cidadão comum sem nem mesmo supor a sua origem, e que trouxeram avanços práticos como, por exemplo, o revestimento teflon, que impede que o ovo grude na panela ao ser preparado no café da manhã, ou o GPS que você usa no carro.
Claro que ao falarmos de uma tecnologia tão mais complexa e tão mais impactante para economia de um modo geral, pois é possível que impacte sobremaneira o mercado de trabalho, penso que a inteligência artificial, inevitavelmente, terá o mesmo desfecho.
Entretanto, segundo dizem os especialistas, há dois aspectos cuja inteligência artificial encontra óbice: os sentimentos e a criatividade.
Embora possa ser treinada para ter emoções, o que a inteligência artificial faz é, basicamente, pensamento analítico, o que fará com que o conhecimento seja transformando numa commodity como é o café, arroz, soja ou ferro.
Não por onde, o recente lançamento da inteligência artificial chinesa DeepSeek – que tem o código aberto e foi desenvolvida por uma fração do preço da norte-america ChatGPT – causou, num só dia, um prejuízo de um trilhão de dólares nas empresas de tecnologia norte-americanas, dando um recado claro que o futuro da economia global está indiscutivelmente atrelado à inteligência artificial.
Bem, pelo menos nesse primeiro momento quem suportou o prejuízo foram as empresas e não o trabalhador, para a alegria dos marxistas.
A despeito da piada e do humor ácido, lembro muito bem de um episódio em que o brilhante Chico Anysio interpretava o personagem Justo Veríssimo, um deputado sem meias palavras ou subterfúgios quando o assunto era ter vantagem, e que tinha horror aos pobres e trabalhadores.
Na ocasião, durante uma reunião em que se debatiam as novas perspectivas de emprego, o deputado Justo Veríssimo disse que o futuro era dos robôs.
O interlocutor, apreensivo, retrucou dizendo que as pessoas iriam perder os empregos para os robôs e o deputado, de imediato, retrucou dizendo que era melhor ter robô mesmo trabalhando, pois robô não faz greve, não recebe salário, não precisa de descanso, nem namora a filha do patrão.
Nada mais justo.
Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor
Por Guilherme Werneck (Do Canal Meio)
Gusttavo Lima emergiu nesta semana como presidenciável. Sem partido, sem atuação política para além da de soldado na linha de frente da guerra cultural bolsonarista, o cantor, que tem 12,5 milhões de ouvintes mensais no Spotify, surge como a mais nova força da direita na pesquisa Quaest divulgada na última segunda-feira. Se o presidente Lula aparece com folga na preferência dos eleitores nos quatro cenários que combinam como opositores Tarcísio de Freitas (Republicanos), Gusttavo Lima (Sem Partido), Pablo Marçal (PRTB), Eduardo Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União), as intenções de voto no cantor mineiro radicado em Goiânia foram a maior surpresa do levantamento.
No pior cenário para o sertanejo, ele fica em terceiro lugar, com 12% das intenções de voto, apenas um ponto percentual atrás de Tarcísio de Freitas, ou seja, empatado ao se considerar a margem de erro. Já no melhor deles, sem Marçal nem Tarcísio na disputa, consegue um segundo lugar folgado, chegando a 18%.
O desempenho fez com que alguns partidos se mobilizassem em torno de seu nome nesta semana. PRTB e Avante já fizeram propostas de filiação. Nos próximos dias, ele deve conversar com o PRD — partido criado em 2023, a partir da fusão de PTB e Patriota. Legendas maiores, com mais dinheiro do fundo eleitoral, também se aproximaram de Lima. Mas União Brasil, PL e PP não conseguem vê-lo na disputa presidencial, preferem que o cantor tente concorrer ao Senado por Goiás.
Essa projeção de Gusttavo Lima pode ser pensada para além de sua própria figura e do papel que desempenhou nos últimos anos na corte de Bolsonaro. Reflete também o poder da música sertaneja hoje no Brasil. Na mesma segunda-feira, uma pesquisa sobre hábitos culturais, realizada pela consultoria JLeiva Cultura & Esporte e apresentada em um seminário no Itaú Cultural, mostrou que o sertanejo é o gênero musical favorito em 15 das 27 capitais brasileiras. Também é citado por 34% do público como um de seus três ritmos prediletos, superando o pagode (18%) e o samba (11%) somados.
Dá para dizer que, além de conquistar corações partidos e cotovelos doloridos, a música sertaneja também ocupa um papel importante dentro do Brasil polarizado, com uma associação direta com o agro, pop ou tradicional, e também com a direita. Mas nem sempre foi assim. Ao analisar historicamente os principais expoentes do gênero ao longo dos anos, havia uma fluidez política grande.
Contudo, desde o seu nascimento como gênero, o sertanejo é marcado por disputas nos campos simbólico e da cultura. Além disso, a maneira como o negócio da música sertaneja se estrutura ao longo dos anos e a oposição que sofre de setores progressistas têm muito a ver com a recente guinada à direita.
Jeca Tatu versus Jeca total
A música sertaneja como conhecemos hoje começa a se formar nos anos 1970, durante a ditadura militar, embora só vá dominar os ouvidos da classe média a partir dos anos 1990. E nasce de uma ruptura dupla. De um lado, quer se diferenciar da música tradicional caipira; de outro, da idealização do homem do campo combativo e revolucionário, feita por compositores que viriam a formar a MPB nos anos 1960, como Geraldo Vandré, Milton Nascimento e Edu Lobo.
A distinção entre os dois estilos está bem descrita no livro Cowboys do Asfalto – Música Sertaneja e a Modernização do Brasil, lançado pelo historiador Gustavo Alonso em 2015, a partir de sua tese de doutorado — curiosamente a primeira a se debruçar sobre o gênero no país, mais de quatro décadas depois de seu surgimento.
Alonso trata dessa lacuna no livro, e aponta alguns fenômenos para que a música sertaneja não seja objeto de estudo. O primeiro deles é uma espécie de conservadorismo saudosista. Escreve-se sobre a música caipira a partir de uma idealização do homem do campo e de sua relação com a cultura.
Nesse sentido, entender a criação da figura do caipira — e sobretudo os preconceitos e idealizações — é fundamental para dar contorno à gênese desse gênero. No imaginário do Brasil educado, o símbolo do caipira é Jeca Tatu, personagem de Urupês, publicado em 1918 por Monteiro Lobato. Uma figura preguiçosa, que não queria melhorar de vida, à mercê do voto de cabresto, símbolo do atraso.
Um estudo mais bem acabado sobre o caipira só surgiria em 1964, Os Parceiros do Rio Bonito, escrito pelo professor de literatura da USP Antonio Candido, sob uma chave marxista. Deixar esse homem do campo parado no tempo, a despeito das transformações sociais e do êxodo rural que ocorre com a industrialização, preenche o imaginário de toda uma linha de pensamento sobre a música caipira.
Tradição caipira
O cantor Sérgio Reis faz parte de um segmento tradicional, segundo alguns estudiosos (Reprodução BCS)
“Os escritores da linha saudosista aceitam como legítimos apenas artistas que se identificam com a tradição caipira e a respaldam, como Inesita Barroso, Sérgio Reis, Rolando Boldrin, Pena Branca & Xavantinho e Renato Teixeira. Esses artistas não teriam esquecido as suas origens rurais e seus legítimos representantes, músicos como João Pacífico, Angelino de Oliveira, Raul Torres, Cornélio Pires e Tonico & Tinoco”, escreve.
A oposição se dá com artistas que teriam deturpado os valores autênticos do caipira. Alonso lista justamente os modernizadores do gênero, que não apenas trocam as violas pelas guitarras, baixos, baterias e teclados, como ousam sacrificar a pureza caipira ao incorporar em seus sons o rock americano por via do iê-iê-iê da Jovem Guarda, as rancheras mexicanas e as guarânias paraguaias. São artistas dos anos 1970 como Leo Canhoto & Robertinho, Milionário & José Rico ou Trio Parada Dura.
É uma crítica semelhante à feita aos tropicalistas, lembrando que o tropicalista de primeira hora Tom Zé já cantava sua moda de viola 2001 com os Mutantes. Mas diferentemente dos tropicalistas, que após o exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil passaram a ser aceitos no seleto clube da Música Popular Brasileira, os sertanejos não conseguiram fazer a travessia para o gosto da elite intelectual.
O sucesso desses primeiros artistas que ousaram romper com a tradição é concentrado em algumas gravadoras populares, como a Continental, a Chantecler, a Copacabana. E a partir de 1977, quando a rádio FM é introduzida no país, eles ficam relegados à banda AM. Mesmo duplas que têm sucessos enormes de vendas nos anos 1980, como Chitãozinho & Xororó, não conseguem romper a barreira do FM nessa década.
A grande mudança vem nos anos 1990, quando o sertanejo explode em todo o país e, ao lado do pagode e do axé, se torna não só a música mais vendida como garante também uma ampla difusão em rádio e TV. Ninguém conseguiria mais ignorar o estilo, independentemente de classe social. Não por acaso, é o som que embala as festas do presidente Fernando Collor de Mello na famosa Casa da Dinda.
Para parte da esquerda, a leitura é de que essa música, que agora se aproxima mais do som country pop de Nashville, de artistas como Garth Brooks, além de cafona e pobre liricamente, é também a trilha sonora de um neoliberalismo collorido. Nada de muito novo para uma turma que já vinha apanhando há anos por conta de seu som impuro e entreguista, mero produto da indústria cultural.
Não que isso importasse. Essa geração colecionou discos de platina e lotou por anos as casas de show mais cobiçadas das capitais, como o Canecão, no Rio de Janeiro, ou o Olympia em São Paulo. E, enquanto as grandes gravadoras davam as cartas do mercado e dominavam rádio e televisão, continuaram a vender como água e a fazer shows grandiosos, não só nos rodeios do interior e nas festas de peão — a mais famosa delas acontece em Barretos, no interior de São Paulo—, como nos grandes centros urbanos.
Criando raízes nas capitais, a cultura sertaneja passa a se instalar de uma maneira que não pode ser mais desprezada. Mesmo quando a indústria do disco começa a morrer com a chegada do MP3 no começo dos anos 2000, ela se adapta com facilidade. Mas agora com uma nova geração, ainda mais pop, batizada de sertanejo universitário.
Essa leva começa com duplas como João Bosco & Vinícius, César Menotti & Fabiano e depois desemboca nos sucessos de Luan Santana e Michel Teló. É dessa época, por exemplo, a abertura do Villa Country em São Paulo, até hoje o maior templo da música sertaneja da cidade.
Conversando com Gustavo Alonso, ele vê uma virada na distribuição da música nesse momento. As rádios seguiam importantes, mas, com as gravadoras em declínio, a nova geração abraça a pirataria. “Eles gravavam disco pirata e davam os CDs. E claro, já tinha a internet, o MP3.
Estratégias
Curioso que alguns deles fizeram sucesso antes em alguns lugares que não esperavam. Por exemplo, Vitor & Leo foram morar em São Paulo achando que iam bombar na cidade, onde gravava a geração anterior, e começam a ver a música deles tocar em Uberlândia, por conta da internet”, diz.
Começa aí uma mudança importante que impacta a geração de hoje. Como manter o interesse — e os negócios lucrativos — quando a música produzida tem de competir com canções de todas as épocas disponíveis nas plataformas de steaming? Como migrar do tempo da TV para os canais de YouTube?
Duas estratégias se mostraram vencedoras. A primeira foi a aposta no ao vivo, em grandes espetáculos, festivais, rodeios. Produtoras como a Talismã Music, a Workshow, a AudioMix ou a FS Produções Artísticas passam a dominar esse mercado, não apenas vendendo shows em grandes centros, mas trabalhando as cidades médias, muitas vezes vendendo shows para prefeituras. E, para fazer a música circular, se valeram de uma estratégia emprestada das igrejas evangélicas: não pagar jabá (dinheiro para tocar música na rádio), mas comprar estações de rádio para ajudar a difundir os artistas. Isso sem deixar de fazer um trabalho sério de divulgação junto aos principais streamings e em redes sociais.
Ao mesmo tempo, a música não para de se modernizar e se multiplicar. O que hoje chamamos de sertanejo engloba uma série de subgêneros, do sertanejo raiz ao universitário, do pop ao romântico, da sofrência ao feminejo, além de interseções com outros gêneros populares como o arrocha e o piseiro. É uma cultura muito mais fluida, que já não faz distinção entre arranjos com instrumentos acústicos, elétricos ou eletrônicos.
Política, sucesso e identidade
Se hoje culturalmente o som sertanejo é tão amplo, como explicar a sua guinada para a direita? Na nossa conversa, Alonso identifica alguns movimentos sociológicos. Primeiro é a transformação do campo em agronogócio. A cultura sertaneja hoje é uma cultura urbana. “Apesar do nome sertaneja, eu diria que hoje ela é mais a música das cidades médias brasileiras. Não é exatamente a música de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, embora esteja nessas cidades. Mas são as músicas de Maringá, de Araraquara, de Uberlândia, de Sinop. É o som de um Brasil interiorano, mas que também é urbano.”, diz
E existe o fator de crescer junto com a ideia do agro. “O agro nasce nos anos 1970, com a Embrapa fazendo os estudos de química dos solos que permitem com que comece a se plantar no cerrado, que antes vivia de agricultura de subsistência.” Enquanto o braço do Estado transforma o interior do Brasil em um celeiro mundial, o som sertanejo passa a ser a trilha sonora das cidades que concentram as populações que vivem nessas cidades em franca expansão populacional.
Correndo por fora, existe essa pecha de neoliberal que vem desde os anos Collor. Alonso pensa que, de certa maneira, o campo progressista entregou a música sertaneja para o agro, e desconsiderou seus matizes. “A música sertaneja poderia ser a grande trilha sonora da era Lula, se houvesse uma mínima simpatia por ela. Veja, Lula integrou uma multidão às universidades na mesma época em que surge o sertanejo universitário”, diz.
Salienta, que em seus dois primeiros mandatos como presidente, Lula nunca rompeu com o agro, que Blairo Maggi foi ministro de Dilma Rousseff e que o agro sempre esteve próximo a todos os governos. E que, mesmo entre os sertanejos, havia apoio ao governo Lula. Zezé di Camargo & Luciano, por exemplo, chegaram a fazer jingle para a campanha do petista em 2002.
Nessa questão do preconceito da esquerda, há um paralelo muito próximo com o Brasil evangélico, na visão de Alonso. “Eu arrisco uma hipótese de por que foi tão difícil para os progressistas negociar com essa estética: acho que, no final das contas, é uma dificuldade em ler o Brasil, o Brasil real, o Brasil profundo.”
A guinada à direita viria, então, desse sentido de exclusão, de falta de diálogo e que se torna mais radical com o ambiente de polarização após o impeachment de Dilma. “Nessa hora, a maior parte escolhe um lado. Mas não dá para tratar isso como um fenômeno absoluto. A gente tem exemplos, principalmente dentro do sertanejo mais feminista, de negar esse lugar. Em cultura, nada está dentro de uma caixinha absoluta”, argumenta.
Processo de branqueamento
Uma outra hipótese levantada com frequência é de que a música sertaneja chega a esse lugar através de um processo de branqueamento, que vem junto com a modernidade. Marcos Queiroz, professor no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, desenvolve essa tese em um dos episódios mais interessantes da série Música Negra do Brasil, produzida pela Rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles.
Para ele, o gênero sertanejo é antropofágico, bebe de todo o tipo de influências da música de diversas partes do mundo, mas só os brancos conseguem digerir as referências e se manter no mercado. E que esse branqueamento acaba trazendo o apagamento das raízes negras, acarretando em uma falta de representatividade na cena atual.
Alonso tende a relativizar esse branqueamento, dizendo que a polarização o incomoda. “Há uma retórica atual, muito ligada às pautas identitárias, que só quer ver o indígena ou o negro quando ele atua como se espera que o indígena ou o negro atuem. Quando ele não atua desse jeito, não é nem reconhecido como negro nem como indígena” diz.
Ele lembra de uma série de exemplos de negros e indígenas na música, como João Paulo, da dupla com Daniel, de Rick, par de Renner ou, mais recentemente, de Gabriel Vittor, dos Agroboys, uma das duplas mais entusiastas do agronejo. “Chitãozinho & Xororó têm claros traços indígenas. Claro que isso foi sumindo ao longo da carreira porque o enriquecimento e as plásticas diminuem isso”, diz. “Não é que não haja esse embranquecimento, mas eu fico mais preocupado com o embranquecimento do olhar.”
Fato é que de Ouro Fino à descida pra BC, passando pelo Rancho Fundo, o sertanejo hoje fala com e sobre o Brasil. É só ouvir.
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Por Odemirton Filho
Na semana passada, assisti a uma reportagem bastante emocionante, que tocam o nosso coração e a nossa alma. Em um hospital para tratamento de câncer em Cuiabá, salvo engano, ao final do tratamento os pacientes batem um sino, comemorando a remissão.
O ato é de um simbolismo sem igual. Comemora-se a vitória, após um longo e doloroso tratamento. Quem já padeceu desse mal ou acompanhou o sofrimento de uma pessoa querida, sabe o quão é importante agradecer e festejar a recuperação.
Muitas são as batalhas da vida, as quais travamos diuturnamente. Enfrentamos lutas de todos os tipos, num embate sem trégua pela nossa sobrevivência. Cada um de nós tem a sua labuta individual, uns mais, outros menos.
E vencer uma batalha, por vezes desigual, é motivo de regozijo. Quantas pessoas não estão a padecer nos leitos de hospitais ou de suas casas? Muitos venceram, muitos perderam. A ciência, infelizmente, ainda não conseguiu descobrir a cura para o câncer. Há, sem dúvida, investimentos de bilhões em pesquisas, mas, até o momento, não se conseguiu a cura para todos os tipos, embora existam tratamentos.
Entendo as famílias que passam por esse momento delicado da vida, pois há mais de vinte anos perdi um sobrinho quando ele ainda era criança. A nossa família sofreu demasiadamente, foi um dor sem igual, até hoje sentimos o gosto amargo da saudade. Ao ver a vitória de pessoas que lutam contra esse mal, fiquei imensamente feliz.
Certa vez, John Donne (1572 – 1631), um dos maiores poetas da língua inglesa, escreveu:
“Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado, todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntai: Por quem os sinos dobram; eles dobram por vós”.
Aliás, foi inspirado nesse texto, que Ernest Hemingway, escritor norte-americano, escreveu um dos seus mais famosos romances. Que muitas pessoas possam continuar batendo o sino da vitória. Afinal, a vitória de um é a vitória de todos.
Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos
Por Marcos Ferreira
Nasceu no dia 24 de novembro. Há dois meses e quinze dias, portanto. Sabemos precisamente a data porque foi justo no aniversário de Andrea, esposa de meu amigo Marquinhos Rebouças. A mãe de Juju deu à luz nove rebentos, entre os quais adotei essa feroz devoradora de ração. É cheia de inocência, de amor, de pureza, no entanto adora mordiscar os meus calcanhares e os de Natália.
Fui orientado a presenteá-la com alguns brinquedinhos de borracha. Fiz isso, adquiri três brinquedos de cores e formatos diversos e ela gostou bastante, de maneira que os meus tornozelos quase não são lembrados. Juju é uma autêntica vira-lata, característica que me agrada. Já adotei, além de Juju, três gatinhas de rua, pequeninas e sem amparo nenhum, obviamente. Cuidei das felinas, levei-as a veterinários, que ministraram medicamentos e realizaram as castrações quando as bichanas atingiram a idade apropriada. Asseguro que essas companhias só me fazem bem.
Com tantas criaturinhas por aí necessitando de acolhimento, de um lar, de água e comida, não vou a lojas do ramo comprar um gatinho ou um cachorrinho. Não critico de forma alguma quem paga por um pet de raça, com pedigree, como se diz. Pois também receberão amor, cuidados, zelo. Acredito que São Francisco de Assis, o santo protetor dos animais, deve ficar feliz do mesmo jeito.
Juju é tipo uma criança. Tem as suas traquinices, os seus comportamentos que geram um certo caos doméstico. É preciso retirar das suas vistas uma variedade de objetos, a exemplo de tênis e chinelos. Como durmo de rede na sala, onde gosto de assistir a filmes e séries, tinha por hábito pôr uma cadeira perto da rede para colocar o telefone, o controle da tevê e meus óculos. Quando o sono batia, simplesmente desligava a televisão e capotava. Até que uma noite eu me dei mal.
Acordei por volta das oito da manhã. Ao procurar as sandálias, tinham sumido. O mesmo aconteceu com os óculos e o celular. Fiquei logo aflito, sobretudo, pelo desaparecimento dos óculos novinhos, substituídos no mês passado. Juju despertara mais cedo, claro. Encontrei o celular junto da porta da frente, separado da capinha de proteção. Senti uma dor na alma quando vi os óculos diante da geladeira. Os vidros ficaram em contato direto com o piso grosso, ainda sem cerâmica. Não teve escapatória. As duas lentes estão repletas de arranhões profundos. Um prejuízo! Os chinelos, estes completamente intactos, ela carregara para debaixo da escrivaninha.
O celular também ficou um pouquinho arranhado. Apesar disso tudo, Juju continua dormindo dentro de casa, em uma caminha fofa, quadrada, com bordas altas e acolchoadas. Algumas vezes, entretanto, ela adormece sob minha rede. Além disso, inocente que é, uma hora ou outra a danada faz as suas “necessidades” em qualquer lugar da casa. Ao menos o cocô é durinho e fácil de limpar.
Quanto à urina, restrita à sala e a cozinha, já que agora mantenho o quarto e o banheiro com as portas fechadas, eu resolvo com água sanitária e um limpador perfumado. Escrevo esta crônica com os arranhões das lentes atrapalhando o serviço. No mais aprendi a lição. Não marco mais bobeira. Juju não perdoa. Quando meu orçamento permitir, trocarei novamente os vidros dos óculos.
Sendo ainda uma filhota, nutro a expectativa de que adquira bons modos no tocante às referidas peraltices e aos inconvenientes fisiológicos. Descobrirá o quintal como lugar adequado para suas dejeções e micções. Porque nosso bem querer se mostra mais firme e forte à medida que Juju vai crescendo.
Marcos Ferreira é escritor
“O ser humano tem muito mais desejos que necessidades.”
Johann Goethe
Recebo notícia triste da partida de um amigo de longas datas e muitas parcerias de trabalho. Marcos Alexandro Bezerra, 51, foi embora mais cedo, à tarde dessa sexta-feira (07).
Tratava-se contra um câncer.
“Marquinhos” era do bem, sempre leve e sorridente. Competente no que fazia.
Descanse em paz, meu caro.
P.S. Ele foi sepultado à tarde deste sábado (08), no Cemitério Novo Tempo.
Nossa solidariedade ao deputado estadual Francisco do PT. Neste sábado (08), ele perdeu seu pai – conhecido como João de Pedro Lúcio, de Carnaúba dos Dantas.
O parlamentar, que é líder do Governo Fátima Bezerra (PT) na Assembleia Legislativa, ex-vereador e ex-prefeito de Parelhas, noticiou o óbito em suas redes sociais.
Porém, não deu maiores detalhes, como a causa da morte e detalhes sobre velório e sepultamento.
O Grupo Mateus está novamente sondando o mercado mossoroense para instalar uma unidade de negócios. Parece que dessa vez, vai.
Ah, vai! Vai dar certo, sim!
O Mateus foi fundado por Ilson Mateus Rodrigues em 1986, em Balsas, distante 833 Km de São Luís-MA. A pequena mercearia familiar se agigantou e enxerga Mossoró como estratégica para dar mais um salto, agora no RN.
Sua atuação ocorre nos segmentos de supermercados, atacarejo, móveis e eletrodomésticos, e-commerce, alem de panificação. É a maior rede varejista das regiões Norte e Nordeste do pais e a quarta maior empresa de varejo alimentar do Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).
Emprega mais de 40 mil pessoas em mais de 200 unidades de negócio.
Venham logo.
Sejam bem-vindos.
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A melhor ‘lacração’ é divulgarmos notícia boa. Então, tome. Vamos a mais uma que a gente se esbalda em partilhar. Seguuura!
As agências natalenses ART&C e Maxmeio são tricampeãs do Great Place To Work (GPTW), selo que destaca as melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Com a maior nota desde que começaram a participar do prêmio, em 2023, as duas agências irmãs seguem se destacando no mercado local e nacional. Fazem jus ao propósito de “ser o lugar onde os melhores queiram estar.”
O GPTW premia as melhores empresas para se trabalhar do Brasil. Os colaboradores respondem a uma pesquisa confidencial, onde opinam de maneira anônima sobre as condições de trabalho no dia a dia, além de apontarem benefícios e políticas de inclusão e diversidade. Pelo terceiro ano consecutivo, a ART&C e a Maxmeio conquistaram o reconhecimento. É mais um selo de qualidade para quem faz da nossa propaganda um sucesso nacional.
É um reconhecimento às empresas que promovem o bem-estar dos seus colaboradores, através da inclusão, da diversidade e das melhores práticas de trabalho. Um feito para o nosso mercado publicitário.
“O GPTW é a prova que estamos no caminho certo. Crescendo com foco na satisfação dos clientes e também dos nossos colaboradores”, afirma Arturo Arruda, que juntamente com Flávio Sales e João Daniel Vale comanda as duas agências.
Motivação
Para João Daniel, o crescimento das empresas – hoje com sedes físicas nos estados do RN, PB, SE e MT e ainda com clientes em São Paulo e no Distrito Federal – veio naturalmente, assim como a aprovação dos colaboradores, que esse ano foi recorde. “A gente vem numa crescente. À medida em que vamos expandindo nossa atuação para novos mercados, mantemos a filosofia de oferecer um ambiente de trabalho inclusivo e motivador. Esse é o resultado.”
Para Flávio Sales, o prêmio é mais uma conquista a se comemorar: “Somos a maior agência, a mais premiada e temos os colaboradores mais satisfeitos, pelo terceiro ano consecutivo. Já podemos pedir música no Fantástico.”
Nota do Blog – A alegria e o êxito de vocês, dessas marcas, me fazem bem. Sou ‘de casa’ e acompanho há muitos anos essa escalada prodigiosa, estímulo para todos nós. Bravo, turma.
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O Sindicato dos Auditores Fiscais Tributos Municipais de Mossoró (SINDAF). Assinada por seu presidente, o auditor fiscal Hugnelson Vieira da Silva, o documento propõe-se a “explicar e esclarecer que o trabalho de orientação, fiscalização e aplicação da legislação tributária.”
Ao mesmo tempo, reforça, que o trabalho de atualização cadastral e de valor venal dos imóveis na cidade de Mossoró, realizado nos anos de 2023 e 2024, decorreu de rotina fiscalizatória administrativa, conduzida dentro dos parâmetros legais e normativos, em atenção à Recomendação Ministerial expedida pela 19ª Promotoria do Patrimônio Público à Prefeitura de Mossoró, em junho de 2023. Rechaça hostilidades à atividade pública, à base de desinformação e interesses alheias ao próprio interesse público e dos contribuintes.
Carta Aberta à Sociedade Mossoroense
O SINDAF – Sindicato dos Auditores Fiscais Tributos Municipais de Mossoró vem, perante a sociedade mossoroense, informar, explicar e esclarecer que o trabalho de orientação, fiscalização e aplicação da legislação tributária municipal é uma atividade inerente ao exercício profissional dos Auditores Fiscais de Tributos Municipais, carreira típica de Estado exercida por servidores públicos concursados, conforme previsão constitucional.
Nesse sentido, é importante destacar que o trabalho de atualização cadastral e de valor venal dos imóveis na cidade de Mossoró, realizado nos anos de 2023 e 2024, decorreu de rotina fiscalizatória administrativa, conduzida dentro dos parâmetros legais e normativos, em atenção à Recomendação Ministerial expedida pela 19ª Promotoria do Patrimônio Público à Prefeitura de Mossoró, em junho de 2023.
Ressalta-se que esse tipo de fiscalização e atualização cadastral de imóveis já foi realizado em anos anteriores, especialmente em 2017, quando foi feita uma atualização cadastral por meio de georreferenciamento.
No desempenho de suas atividades administrativas, o Auditor Fiscal de Tributos Municipais, no exercício do poder de polícia, possui a prerrogativa e o dever de fiscalizar imóveis na cidade com eventuais irregularidades do ponto de vista fiscal, aferindo seus valores venais atuais e podendo reclassificá-los de acordo com suas características atualizadas (como, por exemplo, quando um TERRENO é transformado em EDIFICAÇÃO PRONTA), sempre em observância aos parâmetros legalmente estabelecidos.
É importante registrar que é garantido ao contribuinte mossoroense o direito à ampla defesa e ao contraditório administrativo. Caso haja discordância em relação ao lançamento do imposto, o contribuinte pode abrir um processo administrativo tributário, atualmente disponível de forma totalmente digital, por meio da Sefaz Digital, no site: contribuinte.mossoro.rn.gov.br, para apresentar suas considerações de fato e de direito.
Por fim, informamos que o lançamento tributário dos impostos municipais é uma atividade plenamente vinculada ao Código Tributário Municipal. Além da fiscalização do IPTU, os Auditores Fiscais de Tributos Municipais também são os agentes públicos responsáveis pela fiscalização do Imposto Sobre Serviços (ISS), do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e das taxas municipais.
Cabe ao Auditor Fiscal do Município a fiscalização e o fiel cumprimento dessa legislação, por ser o agente executor responsável pela realização da Justiça Fiscal. Sindicato dos Auditores Fiscais de Tributos Municipais de Mossoró.
Hugnelson Vieira da Silva
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