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domingo - 16/06/2024 - 15:48h
Bispo de Mossoró

Conversa com Dom Francisco de Sales

Por Carlos Santos

Conversa foi na Cúria Diocesana em Mossoró nessa quarta-feira (Foto: Valéria Bulcão)

Conversa foi na Cúria Diocesana em Mossoró nessa quarta-feira (Foto: Valéria Bulcão)

Foram quase duas horas de conversa. Rebobinamos o tempo em várias décadas e lugares. Peregrinamos por Araripina-PE, Olinda-PE, Goiana-PE, Recife-PE, Dublin-Irlanda, Roma-Itália, Cajazeiras-PB, Luis Gomes-RN e Mossoró. Ufa!

Nessa recente quarta-feira (12), fui recebido por Dom Francisco de Sales, bispo da @diocesedemossoro, na sala em que despacha na Cúria Diocesana, Centro da cidade. Não o procurei em busca de entrevista e de lá não saí com material para qualquer reportagem.

Tive oportunidade para conhecê-lo e o bate-papo versou sobre os mais diversos temas. Do seu despertar à vida sacerdotal na infância, na zona rural de Araripina, à densidade de estudos em Filosofia e Teologia no Instituto Milltown, em Dublin.

Tempo para um cafezinho, sem açúcar, pros dois, que ele fez questão de servir ao visitante. Bem antes, eu já o tinha ‘vitimado’ com meu segundo livro: “Só Rindo – A política do bom humor do palanque aos bastidores.”

Tímido, ou de natureza parcimoniosa, Dom Francisco de Sales Alencar Batista descontraiu-se mais adiante. Ao resgatar um caso da tradição oral pernambucana, sorrimos uníssonos.

Hora de partir.

Grato, Dom Francisco de Sales – o Carmelita.

Sucesso em seu pastoreio.

Bispo tem origem pernambucana, mas com trabalho e estudos na Irlanda e Roma Foto: Valéria Bulcão)

Bispo tem origem pernambucana, mas com trabalho e estudos na Irlanda e Roma (Foto: Valéria Bulcão)

Carlos Santos é criador e editor do Blog Carlos Santos que está no ar há mais de 17 anos

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Categoria(s): Crônica
domingo - 16/06/2024 - 13:38h
Em Mossoró

Festa de São João renasce com o MCJ e Irmã Kelly encanta multidão

Não, não era a Estação das Artes Elizeu Ventania, local dos grandes shows do Mossoró Cidade Junina (MCJ) 2024. Mas, a noite desse sábado (15), no Largo da Igreja de São João, bairro 12 Anos, em Mossoró, teve também um mar de gente.

Na sequência das festividades religiosas e sociais em torno do padroeiro São João, o grande momento da programação foi o show da Irmã Kelly Patrícia do Instituto Hesed (Misericórdia, em hebraico) de Fortaleza-CE, que atraiu público local e de vários municípios da região.

Em seus endereços nas redes sociais, como o Instagram, onde a cantora e religiosa é seguida por mais de 2,7 milhões de pessoas, ela postou fotos e vídeos da apresentação-pregação.

“Ontem estivemos em Mossoró/RN. Que noite linda de oração 😍🥰Um povo abençoado e cheio de fé! Foi muito especial estar com vocês!”, declarou.

Conheça mais um pouco sobre a Irmã Kelly Patrícia e o Instituto Hesed AQUI.

Nota do BCS – O “Polo São João” passou a fazer parte da programação do próprio MCJ e ganhou outra dimensão. A festa que estava morta, renasceu bem maior. Mesmo que estanque pelo perfil de shows e liturgia religiosa, é uma extensão do que acontece dos demais cenários do MCJ neste ano de 2024.

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Categoria(s): Gerais
  • Art&C - PMM - Cidade Junina - Junho de 2024
domingo - 16/06/2024 - 12:04h

Louco e pecador

Por Marcos Araújo

Ilustração da Web

Ilustração da Web

Semana que passou, Paulo Doido (veja AQUI) se foi para a eternidade. Fazia parte de um tipo social em extinção: o “doido” de rua; aquele que passa o dia em movimento, interagindo com os transeuntes. Sempre tive pendor especial em gostar desses tipos. Na minha infância, tinha “Ciço Doido”, vítima de perturbação dos moleques, objeto perene de minha defesa quando estava por perto. Mossoró, no passado, teve Zé Alinhado, que de tão célebre virou nome de rua…

Por assimilação com as esquisitices para um comportamento social padrão, assim como Ariano Suassuna, sempre gostei dos doidos. Meus amigos de infância, adolescência e idade adulta não passariam, decerto, por uma avaliação diagnóstica negativa de um psiquiatra residente. Nem eu, muito menos…

Na Antiguidade grega, a loucura tinha um caráter mitológico que se misturava à normalidade. O louco era uma espécie de ponte com o oculto. Para Platão, a loucura tinha como causa o desequilíbrio entre as três mentes (a racional, a emotiva e a instintiva). Na Idade Média, a partir da visão dos textos de grandes pensadores religiosos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, o comportamento anormal era tido como um pecado.

Para eles, o que separava o homem do animal era o dom da razão. Se o homem a perdesse, logo se reduzia a um animal. Graças ao médico francês Philippe Pinel, desde 1783 a loucura deixou de ser uma questão social para ser uma questão médica.

Sempre vi muita graça nos personagens loucos e/ou nos autores literários desequilibrados. Não são simples frases pronunciadas, são imorredouros epitáfios filosóficos. Quem já não replicou “ser ou não ser, eis a questão” (Hamlet, o personagem louco de Shakespeare)?

Lembrando o ingenioso hidalgo Don Quijote de La Mancha, a “loucura é ter muita razão e pouca verdade”. Vivo em busca dos sonhos, longe, muito longe da sabedoria atual e do realismo mágico e do sucesso pregado pelos autores neurolinguistas (uma “praga” literária que se conta aos milhares no mundo todo!). Auguro valores e sentimentos que me afastam do bem-sucedimento capitalista de quem quer acumular.

Paulo era um tipo popular muito querido em Mossoró (Foto: Reprodução)

Paulo era um tipo popular muito querido em Mossoró (Foto: Reprodução)

Sou estroina e pródigo por excelência. Invoco em minha defesa Machado de Assis, e o personagem Dr. Simão Bacamarte de “O Alienista”: “Em si mesma, a loucura é já uma rebelião. O juízo é a ordem, é a constituição, a justiça e as leis.”

Michel de Foucault, na História da Loucura, diz que a sociedade possui “instituições de controle” (família, igreja, justiça etc.), que impõe a todos como agir, falar, vestir, enfim, como ser “normal”. Estar ajustado a esse padrão é ser normal, ajuizado, fora dele, é loucura. Fujo desta normose social. Sou confessadamente um ser fora do contexto social do equilíbrio, uma paráfrase viva do verso de Ferreira Gullar: “Uma parte de mim pesa e pondera. Outra delira.”

Em “Crime e Castigo”, Dostoievsky coloca na autoexaminação da consciência a detecção de sua própria valia: “A consciência é uma voz interior que nos adverte que alguém pode estar olhando.” Sinceramente, o que o pensar social não me importa muito. Sylvia Plath, autora inglesa depressiva e louca para os padrões comportamentais britânicos, em sua autobiografia “A Redoma de Vidro”, proclama: “Eu sou eu e a minha circunstância, e se não a salvo, não a salvo a ninguém.”

Não ligo muito para as considerações alheias sobre mim. Eu sei quem eu sou. Carlos Drummond de Andrade sustentava que as nossas alucinações são alegorias de nossa realidade. A loucura é diagnosticada pelos sãos, que não se submetem a diagnóstico. Somos lúcidos na medida em que perdemos a riqueza da imaginação. Por isso, quero ser um sonhador eterno.

Voltemos a Santo Agostinho. A coisa com ele só piora. Para ele, a loucura é uma forma de pecado. Na obra A Cidade de Deus, Santo Agostinho diz que o pecado é uma forma de loucura espiritual que afasta o ser humano de Deus: “Pois que é a culpa, senão loucura? Ora, todo pecado é uma loucura: ou porque, cometido, se não teme o castigo, ou porque, temendo-o, não se resiste a cometer.” (Livro XIV, Capítulo 13).

Ora, se ser um “louco” já é um epíteto difícil, que dirá se reconhecer louco e pecador. Ninguém em sã consciência assim se diz. Shakespeare, numa fala de Hamlet, retrata bem a nossa covardia na autoexaminação: “a consciência faz covardes de todos nós.” O escritor irlandês Oscar Wilde, em “O Retrato de Dorian Gray”, confessa: “Há pecados de que se pode falar. Mas há outros, tão vergonhosos, que a boca os repele, os olhos os recusam a ver e o ventre, até os nega, afirmando que não são.”

Pois bem. Numa constatação consciente, descumpro todas as convenções sociais, fujo do estereótipo do controle da “máquina” realista, e dentro da minha liberdade de alma, proclamo com sinceridade a minha loucura e o meu pecado. Tomando de empréstimo novamente Dostoevsky, em “Crime e Castigo”: “Todas as pessoas são pecadoras e eu, mais do que ninguém.”  

Lima Barreto, um dos mais geniais escritores brasileiros, perseguido e ignorado por ser negro e louco, no autobiográfico “O Cemitério dos Vivos” (1881-1922) escreveu que: “Perto do louco, quem os observa bem, cuidadosamente, e une cada observação a outra, as associa num quadro geral.”

Alguém lendo este texto poderia pensar como a personagem Alice, do livro de Lewis Carrol (na verdade, o autor é Charles Lutwidge Dodgson, que em 1865, sob o pseudônimo de Lewis Carroll, publica a obra mais célebre do gênero literário nonsense, “Alice no País das Maravilhas”), que seria melhor não ter nenhum contato comigo. Relembrando o diálogo de Alice com o gato:

– “Mas eu não quero me encontrar com gente louca”, observou Alice.

–  “Você não pode evitar isso”, replicou o gato.

– “Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco, você é louca”.

– “Como você sabe que eu sou louca?” indagou Alice.

– “Deve ser”, disse o gato, “Ou não estaria aqui”.

Viver neste mundo atual não comporta sanidade.

Simão Bacamarte tem razão: temos todos um pouco de loucura! Feliz é quem, em sã consciência, se assume…

Marcos Araújo é advogado e professor da Uern

Leia tambémLinhas póstumas – por Marcos Ferreira

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Categoria(s): Crônica
domingo - 16/06/2024 - 11:22h

Quindão

Por Bruno Ernesto

Foto do autor da crônica

Foto do autor da crônica

Nunca fui um apreciador de doces e bolos, sendo minha lista de preferência bem restrita.

Para quem me conhece, sabe que prefiro comida salgada e, graças à genética, por não ter tendência à hipertensão, posso manter o paladar satisfeito, apesar dos carões e protestos de quem me vê. Para amenizar as críticas, tenho adotado flor de sal.

Quando eu era criança, minha mãe fazia um bolo de cenoura com cobertura de chocolate que era uma iguaria sem precedentes, e que, apesar de ser um bolo simples e muito conhecido, nunca comi um melhor do que o dela.

Por sinal, faz um bom tempo que não vejo um exemplar dele lá na casa dela, além do que, talvez ela fique até surpresa com o valor que cobram por uma fatia de um bolo de cenoura.

Dia desses, parei para tomar um café e avistei um exemplar de um bolo de cenoura na vitrine ao preço de R$14,00, a fatia.

A plaquinha do preço sequer indicava se a cenoura era orgânica, se a manteiga era da Normandia, de qual região da França era a farinha, se o leite era de uma vaca holandesa premiada, se o açúcar era demerara de um lote exclusivíssimo da extinta Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, ou mesmo se a não generosa cobertura de chocolate era da famosa marca suíça Lindt. Quanto aos ovos, imagino que seja da fábula de Esopo.

Comi uma fatia, mas não chegou nem aos pés do bolo de cenoura que minha mãe faz com ingredientes locais.

Já provei inúmeros doces e bolos mundo afora, mas os que mais gosto são as receitas simples, sem muita firula.

Claro. Evidente. Concordo. As novas receitas e sabores são mais que bem-vindos.

Desde que se possa comer sem culpa, nem se precise utilizar a célebre frase de Tim Maia, que ao ser indagado acerca da sua dieta, soltou a pérola, de que em duas semanas de dieta, tinha perdido 14 dias.

E torno a registrar: não quero morrer sadio.

Se serve de alento –  para mim – tive uma grata surpresa ao retornar a uma padaria próximo à minha casa em Natal e ver que a tradicional padaria inovou o tradicional doce português, já naturalizado brasileiro, quindim.

Quando fui pegar uma baguete na prateleira, de relance, e de soslaio, vi aquele amarelão reluzente, do tamanho de um prato, com uma plaquinha dizendo: açúcar refinado, gema, leite integral, côco ralado e manteiga. Quindão.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

 

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domingo - 16/06/2024 - 10:38h

A pós-leitura

Por Marcelo Alves

Georges Simenon (Foto: reprodução da Crime Reads)

Georges Simenon (Foto: reprodução da Crime Reads)

É costume meu, antes de viajar para o exterior, ler um livro cuja história/estória esteja ambientada na cidade/país para onde eu vou. E, em casos mais extremos, os próprios livros foram os móveis que me levaram a viajar ou mesmo passar uma temporada no ambiente lido. “Amor a Roma” (1982), do nosso Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990), foi um deles; “Paris é uma festa” (“A Moveable Feast”, 1964), de Ernest Hemingway (1899-1961), outro.

Os respectivos títulos já informam sobre quais urbes estamos tratando. É delicioso, asseguro.

Em caso de estadas mais longas, a exemplo de quando fiz meu doutorado em Londres, os livros, seus autores e suas personagens foram os meus companheiros. Já recordei, em outras ocasiões, a epifania que tive nos jardins de Russell Square, onde fica a Biblioteca do Instituto de Estudos Jurídicos Avançados da Universidade de Londres, numa tarde de verão: a cena do livro que lia, da minha amiga Agatha Christie (1890-1976), se passava ali, onde eu estava. E, daí em diante, eu passei a misturar tudo: Londres, literatura e direito.

Sempre que podia, ia ler a Rainha do Crime ou as aventuras do detetive Sherlock Holmes nos locais onde as cenas se passavam. Recordo-me de haver lido “Testemunha de Acusação”, a peça de Christie, nos dias em que visitamos, como programação da minha universidade, a Old Bailey, sede das cortes criminais de Londres, onde a trama se passa. Foi tudo de bom. E quando esse tipo de leitura “presencial” era impossível, como em “Morte na Mesopotâmia” ou “Morte no Nilo”, eu me enfurnava no Museu Britânico, para ler os livros ali, junto aos despojos daquelas civilizações. Divertidíssimo. Sempre digo que, à época, a literatura me salvou. Tornou a vida menos difícil, certamente.

Mas, desta feita, na última Páscoa, quando estivemos em Londres e Paris, não houve tempo para essas “leituras”. Nem antes e muito menos, com o pequeno João demandando nossa atenção, nos dias corridos por lá. Turista besta sofre…

Decidi, então, inverter a ordem dos fatores e fazer uma “pós-leitura”. Isto é: ler, já de volta ao querido Brasil, um romance ambientado nas metrópoles onde estivemos. E a minha primeira escolha, começando por Paris, foi um Maigret, do meu amigo Georges Simenon (1903-1989), especificamente “Maigret e o homem do banco”, numa edição da Nova Fronteira/L&PM de 2004.

GOSTOSAMENTE, descobri que vários sítios onde havíamos estado ou passado eram referidos no livro como parte do seu “cenário” parisiense. Começando, claro, pelo complexo do Palais de Justice, notadamente o número 36 do Quai des Orfèvres, onde está o quartel-general da Polícia Judiciária do inspetor Maigret, “la mansion”, como chama a personagem-título. No miolo de Paris, na Île de la Cité, sempre que posso passo pelo Palais de Justice para sacar umas fotos “legais”. Boa parte da trama do livro se dá na zona dos grandes bulevares na Rive Droite. O crime acontece em um beco do Boulevard Saint-Martin. O morto frequentava um cinema no Boulevard de Bonne-Nouvelle.

Personagens almoçam em um restaurante do Boulevard de Sébastopol. Coincidentemente, nesta viagem, perambulei bastante pelo burburinho dos grandes bulevares, sobretudo pelos Boulevards Haussmann e Montmartre, quando a mãe de João decidia dar suas xeretadas nos grands magasins do pedaço – leia-se Printemps e Galeries Lafayette –, me deixando tomando conta do pequeno. Não tenho do que reclamar. No mais, já para as bandas da Rive Gauche, uma das personagens trabalha “numa grande livraria do Boulevard Saint-Michel”. Será que era numa das livrarias que ainda “sobrevivem” por lá? Será que é a mesma onde tinha eu acabado de comprar, de vera, uma penca de livres d’occasion? E fui lendo o romance sonhando acordado…

Gostei tanto da minha experiência de pós-leitura que já passei para um segundo Simenon: “Maigret e o negociante de vinhos”, numa publicação L&PM de 2009. Aqui se investiga o assassinato de “uma figura importante, um atacadista de vinhos”, quando ele saía de sua visita à amante em uma luxuosa casa de recursos nas imediações do Parc Monceau, área aristocrática de Paris. O rico homem dos vinhos morava em plena Place des Voges. Oficialmente, tinha uma belíssima e misteriosa esposa. Tudo très chic, bien sûr.

Bom, eu já tomei muito vinho na vida, sobretudo quando jovem. Mas eles eram de qualidade mediana ou mesmo duvidosa. Quanto aos ambientes que já frequentei, melhor não entrar em detalhes. Certamente não frequento, nem nunca frequentei, com ou sem taças na mão, as altas rodas de Paris. Mas não custa nada sonhar acordado. Mesmo que em literatura.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

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Categoria(s): Crônica
domingo - 16/06/2024 - 08:40h
Economia

A primeira onda do desenvolvimento de Mossoró

Acompanhe uma síntese histórica sobre o maior grupo empresarial do Rio Grande do Norte
No cruzamento da Rui Barbosa com Frei Miguelinho, Centro, unidade do Samerf (Foto: Reprodução)

No cruzamento da Rui Barbosa com Frei Miguelinho, Centro, unidade do Samtef (Foto: Reprodução)

Por Tomislav R. Femenick

Na última quadra do século XIX, o cenário empresarial de Mossoró registrou uma grande expansão. A cidade já contava com quase uma centena de firmas e teve um crescimento que superou todos os mercados concorrentes. Essa onda de desenvolvimento atraiu, inclusive, pessoas e empresas de outros países que para lá foram, tais como: Johan Ulrich Graf, Feles Finizola, Leges & Cia., William Dreifles, Henri Adams & Cia., Gustav Brayner, Guines & Cia., Conrad Mayer e o português José Damião de Souza Melo. Afora os estrangeiros, mossoroenses e pessoas de outros lugares do Nordeste também abriam casas de negócios.

Foi o caso da Casa Mossoró & Cia., do cearense Joaquim da Cunha Freire, o Barão de Ibiapaba, Oliveira & Irmão, Souza Nogueira & Cia., Mota & Cavalcanti, Vicente da Mota & Cia., as firmas de Joaquim Zeferino de Holanda Cavalcanti, Teodoro José Pereira Tavares, Miguel Faustino do Monte, Antonio Soares do Couto, Manuel Lucas da Mota, Benício Mota e muitos outros. Dentre eles destacou-se Francisco Tertuliano de Albuquerque.

A presença de todos esses homens de negócios se refletia na intensa movimentação do porto de Areia Branca. De 1893 a 1895, cento e cinquenta e seis embarcações atracaram naquele porto e em 1911, cento e treze navios nacionais e outros 153 estrangeiros levaram produtos negociados por empresários de Mossoró, sendo 33 noruegueses, 30 ingleses, 50 alemães, 17 dinamarqueses, 10 suecos, seis holandeses, quatro portugueses, um americano, um francês e um russo.

O porto de Areia Branca movimentava anualmente de 200 a 250 mil toneladas de cargas, enquanto o porto de Natal movimentava cerca de 40 mil e os de Fortaleza e Cabedelo, 90 mil cada um deles. Era o sétimo maior porto do Brasil, em movimentação de tonelagem. O porto dos mossoroense contribuía com 58% das receitas portuárias do Estado, enquanto que Natal contribuía com 40%, e Macau apenas com 2%.

Até o final do século XIX, todas as mercadorias exportadas pelas firmas de Mossoró seguiam-se até o Porto de Santo Antônio, localizado a jusante do Rio Mossoró, em carros de bois ou comboios de burros, que conduziam fardos de algodão, peles e cera. Dali, os volumes eram transferidos em embarcações à vela até Areia Branca, de onde por sua vez, eram levados aos navios de maior calado, que ficavam ancorados em alto mar.

De volta, os carros de bois e comboios traziam mercadorias importadas do exterior ou outras regiões do país, que eram levadas para Mossoró, de onde eram remetidas ao alto sertão potiguar, ao Ceará, à Paraíba ou mesmo para Pernambuco.

Foi nesse cenário que, no ano 1869 o jovem Francisco Tertuliano de Albuquerque iniciou o seu comércio de fazendas, ferragens e miudezas, tudo em pequena escala, tanto assim que o seu capital inicial foi de apenas dezenove contos de réis. No ano seguinte a empresa foi devidamente regularizada, com o nome de F. T. de Albuquerque, e com a marca de fantasia de “Casa Tertuliano”. Depois sua razão social foi alterada, sucessivamente, para F. T. de Albuquerque & Cia., Tertuliano Fernandes & Cia. e, finalmente, S/A Mercantil Tertuliano Fernandes (SAMTEF), em 1949.

O primeiro gerente da firma foi o Dr. Euclides Saboia. A história da empresa está intimamente ligada à figura de Raimundo Nonato Fernandes, que nela ingressou como simples contínuo, foi nomeado gerente e, mais tarde, tornou-se sócio de seus antigos patrões.

A expansão das atividades do grupo (incluindo a negociação de cera de carnaúba, peles e outros produtos da região) e a adoção de técnicas modernas no setor algodoeiro e salineiro levaram a Samtef a ser o maior grupo empresarial do Rio Grande do Norte.

Embarque de sal ensacado no Porto Franco, em 1940 (Reprodução do Baú de Macau)

Embarque de sal ensacado em 1940 (Reprodução do Baú de Macau)

O império do sal

No início do século passado, o sal potiguar era bem conhecido e aceito no Nordeste e em poucas outras regiões do país, enquanto que no Sudeste, no Centro-Oeste e no Sul, era consumido quase que exclusivamente sal importado de Cádiz, na Espanha. Raimundo Nonato Fernandes conseguiu vender a uma firma sulina trezentas toneladas de sal, por preço irrisório. Não queria lucro com essa transação, sim abrir o mercado para o nosso produto. Com esse ato o sal de do Rio Grande do Norte se impôs aos compradores nacionais.

Esse foi o primeiro passo para a criação do verdadeiro império empresarial representado pelas empresas produtoras e refinadoras de sal, controladas pela S/A Mercantil Tertuliano Fernandes: a Sosal, Salinas Guanabara e Salmac.

Até o final da primeira metade do século passado, nas margens dos rios Mossoró e Assú e de seus afluentes, o sal era produzido por processos arcaicos e antieconômicos. Somente a privilegiada localização das salinas é que pode sustentar essa “indústria artesanal”, com uma enganadora não necessidade de novas técnicas para se produzi-lo, muito embora o produto fosse caro, industrialmente falando.

O sol abrasador, os ventos constantes, o solo impermeável e água com grau de salinidade superior à da água do mar escondiam essa carência. Porém, novos tempos chegaram e a Samtef correu em busca de novas tecnologias, que representassem menos custos.

A Salinas Guanabara S/A foi a primeira salina brasileira integralmente planificada e totalmente mecanizada. Uma verdadeira fábrica de fazer sal. A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) a considerou como um dos empreendimentos prioritários para o “desenvolvimento zonal salineiro”, com produção de 150 mil toneladas/ano, nos primeiros anos de sua atividade.

Ocupava uma érea de 10.000.560 metros quadrados e operava com apenas 114 empregados, em perfeitas condições de trabalho. Dispunha de uma vila operária modelo, ambulatório, cooperativa de consumo, posto de saúde, escritórios, oficinas e garagem, tudo com água encanada, energia elétrica e rede de esgotos.

A unidade produtora da Salineira do Nordeste (SOSAL-S/A) ocupava uma área de 26 milhões de metros quadrados, com uma zona de cristalização de 200 mil metros quadrados, onde no final dos anos 1960 eram produzidas 400 mil toneladas de sal. Tinha 80 empregados fixos e mais de 1.200, de setembro a março.

Seu projeto incluía uma vila operária, oito alojamentos, um laboratório, um posto de observações meteorológicas, um restaurante, cooperativa de consumo, escola, clube para funcionários, ambulatório médico, escritórios, almoxarifado, posto de serviço e garagem.

Por sua vez, a Salicultores de Mossoró Macau Ltda. (SALMAC) era proprietária da Salina São Vicente, também em Mossoró, cuja capacidade de produção era de 30 mil toneladas anuais. Entretanto suas atividades principais eram o refino e a distribuição da produção de do sal do grupo nos mercados consumidores, principalmente nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo.

No porto de Santos-SP, possuía instalações de desembarque, com equipamentos que possibilitavam um fluxo normal de 300 toneladas por hora e, ainda, um depósito com capacidade de armazenamento para 25 mil toneladas de sal. Na capital paulista possuía outro depósito, com capacidade de cinco mil toneladas, e, ainda, um centro de moagem e refino. No Rio de Janeiro, tinha um depósito para sete mil toneladas de sal e instalações de moagem e refino.

Visando obter recursos para incrementar o seu crescimento empresarial, a S/A Mercantil Tertuliano Fernandes se associou ao grupo do banqueiro Walter Moreira Sales (Unibanco), cedendo 50% das ações da Sosal e Guanabara. Posteriormente, o grupo Moreira Sales transferiu sua participação para a norte-americana Morton International Inc. (hoje, Morton Nortwich Products Inc.), através de sua subsidiária Morton’s Salt Company, de Salt Lake City.

O império do algodão

Cultura do algodão foi um importante ciclo econômico (Foto ilustrativa)

Cultura do algodão foi um importante ciclo econômico (Foto ilustrativa)

O complexo algodoeiro da S/A Mercantil Tertuliano Fernandes se espalhava por toda região oeste potiguar. Possuía unidades de compra e/ou beneficiamento de algodão nas cidades de Pau dos Ferros, Apodi, Caraúbas, São Miguel, José da Penha, Marcelino Vieira, Patu e outras, além de grandes instalações de descaroçamento, enfardamento de algodão e linter e prensagem e extração de óleo em Mossoró. Nessa última foi utilizado pela primeira vez no Estado, no início dos anos 1960, o sistema de extração de óleo com a utilização de solvente químico.

Nessa mesma década, foram criadas duas empresas subsidiárias: a Usina São Vicente S/A passou a cuidar das operações de compra e descaroçamento de algodão, bem como a venda do produto para o mercado nacional. Por sua vez, a Fábrica Raimundo Fernandes S/A realizava a extração de óleos vegetais. Sua linha de produção era composta de óleo bruto, semirrefinado e refinado; linter, borra de linter, torta magra (farelo), casca e borra de óleo. Dentre esses produtos, destacava-se o óleo comestível da marca Pleno.

O próximo passo seria a implantação de uma unidade produtora de margarina, cuja maquinaria já estava sendo adquirida. Com o lançamento desse novo produto, a Fábrica Raimundo Fernandes completaria o ciclo de utilização integral dos recursos industrializáveis do caroço de algodão. A nova unidade estaria capacitada para produzir anualmente 2.290 toneladas de óleo bruto de algodão, 2.106 toneladas de óleo refinado, 1.310 toneladas de gordura hidrogenada, 1.700 toneladas de margarina, 61 toneladas de linter, 61 toneladas de borra de linter, 7.350 toneladas de torta magra (farelo), 1.225 toneladas de casca e 366 toneladas de borra de óleo.

Outras atividades

Além dos complexos salineiro e algodoeiro, a S/A Mercantil Tertuliano Fernandes se dedicou também ao comércio e exportação de cera de carnaúba e couros, importação, navegação, agenciamentos, comissões, representações, consignações, agricultura, pecuária, administração de bens próprios ou de terceiros e particulares em outras empresas. Na Fazenda Itaoca, localizada nos municípios de Caraúbas e Apodi (com uma área de 6.000 hectares que continha dois açudes) possuía cerca de 2.000 cabeças de gado e aproximadamente 10 mil carnaubeiras.

Também faziam parte do grupo as empresas Apodi de Administração e Participações S/A, a holding do grupo, e a Sociedade Brasileira de Transporte Rio Mossoró Ltda (SOTRAN). Essa última fazia o transporte do sal das salinas ao costado dos navios em alto mar, com embarcações próprias.

Os empreendedores

Antônio Florêncio, de Pau dos Ferros, quatro mandatos (Foto: Arquivo)

Antônio Florêncio era a cabeça pensante (Foto: Arquivo)

A S/A Mercantil Tertuliano Fernandes somente conseguiu crescer graça ao espírito empreendedor de seus dirigentes. Homens com a visão de Francisco Tertuliano de Albuquerque e Raimundo Nonato Fernandes, na implantação da empresa, e Euclides Saboya, Vicente José Tertuliano Fernandes, Francisco Xavier Filho, Rodolfo Fernandes, Paulo Fernandes, Rafael Fernandes Gurjão, Julio Fernandes Maia, José de Oliveira Costa, e José Martins Fernandes, na etapa seguinte da sua consolidação.

No seu grande momento, durante a expansão de seus negócios pelo país, o grupo Samtef foi conduzida por Valdemar Fernandes Maia (presidente) e Antônio Florêncio de Queiroz, bem como Aldemar Fernandes Porto e Francisco de Queiroz Porto, além de Heriberto Escolástico Bezerra, Renato Costa, Gabriel Fernandes de Negreiros, Jorge Paes de Carvalho, Humberto Vieira Martins, Fernando Paes de Carvalho, Francisco de Assis Queiroz, Fausto Pontes, Francisco Canindé de Queiroz, João Marcelino, Genésio Rebousas e muitos outros. Todavia, o artífice do seu crescimento foi Antônio Florêncio de Queiroz. Dele foram todas as grandes ideias e todos os grandes projetos; era o porta-voz das inovações e da modernização da empresa. Foi eleito deputado federal por quatro legislaturas consecutivas.

A crise do algodão

É comum, inclusive entre estudiosos do assunto, atribuir-se ao bicudo (Anthononus grandis) a causa da crise da cotonicultura do Nordeste e, por extensão do nosso Estado. O certo é que foi uma série de fatores – que se sucederam e se repetiram ao longo do tempo – que impactaram o setor, provocando uma verdadeira hecatombe na agricultura, no comércio e na indústria ligada ao cultivo e beneficiamento do algodão. O bicudo apenas foi mais um desses fatores; muito danoso, porém não o mais letal.

A ação de combate à praga exigia a pulverização das plantações utilizando agrotóxicos altamente danosos a outras espécies; vegetais e animais. Dependendo da região e das condições locais, o custo anual do produtor no combate ao bicudo variava entre R$ 200,00 e R$ 300,00 (em moeda corrente), por hectare, o que inviabiliza a continuidade de muitos produtores no setor. Entretanto, “causa mortis” da nossa cultura algodoeira foram fatores econômicos, acoplados à baixa produtividade.

A escassez de recursos, as altas taxas de juros para financiamento da produção e beneficiamento da pluma e do caroço foram problemas levantados há quase sessenta anos nos “Encontros de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, organizados pela Sudene em Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros. Pelo que ali foi dito, o montante das linhas de créditos, oferecidas pelo Banco do Brasil e Banco do Nordeste aos agricultores e maquinistas, sempre foram insuficientes, fato que ensejou o aparecimento dos atravessadores. Esses agentes foram importantes para o sistema, porém agregavam os custos, que já eram exorbitantes.

Ainda no campo econômico, outro aspecto encarecia (e ainda encarece) a produção do algodão potiguar: a quase ausência de economia de escala. A nossa cotonicultura é oriunda de unidades produtoras familiares de pequenas dimensões, verdadeiros minifúndios, além do mais em espaços não contínuos. Cada uma dessas unidades cuida do seu preparo da terra, do seu plantio, da sua aplicação de defensivos, da sua colheita etc., numa cadeia de custos que se multiplicam. Por outro lado, a pequena dimensão das propriedades dificulta a mecanização dos processos, geralmente realizada com máquinas caras, até quando alugadas.

Matéria-prima prima escassa (e cara) sustou os projetos de crescimento e mesmo de continuidade das unidades algodoeiras do grupo Samtef.

A crise do Sal

A primeira grande crise nas unidades salineiras ocorreu em 1961, quando o Rio Mossoró invadiu as salinas de Mossoró, Grossos e Areia Branca, provocando um serio prejuízo aos industriais salineiros, pela destruição de aproximadamente 600 toneladas de sal e das benfeitorias existentes nas salinas. Entretanto o maior prejuízo foi causado às iniciativas de mecanização das salinas, principalmente aquelas desenvolvidas pelos grupos S/A Mercantil Tertuliano Fernandes, F. Souto, Paulo Fernandes e Miguel Faustino Souto do Monte.

A esse cenário se juntavam os altos custos de carregamento dos navios, transporte e desembarque nos portos do centro e sul do país, o mercado consumidor do produto. Essa fase era tão ou mais arcaica que a primeira, fazendo com que o sal produzido no Rio Grande do Norte custasse mais de seis vezes quando chegava a São Paulo e no Rio de janeiro.

A situação, que era delicada, caminhava para ficar alarmante. Durante a visita que realizou a Mossoró, em fevereiro de 1967, Mario Thibau, o então Ministro das Minas e Energia, declarou que a indústria salineira do Rio Grande do Norte poderia sofrer um grande abalo dentro de prazo médio. No mesmo ano, o Instituto Brasileiro do Sal foi extinto e em 1970 os norte-americanos adquiriram o restante das ações da Sosal e da Guanabara, ficando com a totalidade do capital social de ambas, para o que teriam contado com recursos do grupo Rockefeller.

Foi o início do fim do maior grupo empresarial do Rio Grande do Norte.

Tomislav R. Femenick é economista, jornalista e escritor

*Texto originalmente publicado no Tribuna do Norte em 7 de setembro de 2014.

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Categoria(s): Artigo / Economia / Reportagem Especial
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domingo - 16/06/2024 - 07:44h

Linhas póstumas

Por Marcos Ferreira

Paulino Duarte Morais, o "Paulo Doido", faleceu no último dia 22 (Foto: redes sociais)

Paulino Duarte Morais, o “Paulo Doido”, faleceu no último dia 08 (Foto: redes sociais)

Tenho para mim que o nosso poeta Aluísio Barros já disse tudo de prosaico e honroso. Refiro-me a uma merecida e bonita homenagem ao senhor Paulino Duarte Morais, que Mossoró conhecia (continuará a conhecer) pela notória alcunha de Paulo Doido. É isso mesmo. Acredito que Aluísio escreveu uma bela página em memória de Paulo. O texto foi publicado, se não me engano, no Facebook.

Paulo, cuja natureza de loucura sempre me pareceu um misto de urbanidade, inocência e pacatez, deixa um vazio irremediável. Pois, em relação a um louco deveras autêntico e benquisto, estamos gravemente desfalcados.

Duvido que exista ou tenha existido outro como ele. Claro que não conheço a história de Mossoró como, por exemplo, Marcos Pinto, Rocha Neto, Bruno Ernesto ou Odemirton Filho. No meu ponto de vista, portanto, nunca tivemos um doido oficial do calibre e estima do já saudoso Paulino Duarte Morais.

Ao contrário de mim, ressalto, Paulo era um doido legítimo. De tão liberto, de tão expansivo em suas doidices inofensivas, nem sei dizer se tomava remédios, se frequentava algum alienista deste mundo louco em que vivemos. Talvez o Dr. Roncalli Guimaraes, profissional do ramo, saiba alguma coisa a esse respeito. Mas acho que não. Paulo não tinha jeito de quem fazia uso de psicotrópicos.

Era livre, estável e feliz com sua loucura andarilha. O Centro de Mossoró, sobretudo, apesar dos esforços do prefeito Alysson Bezerra, que tem caprichado na ornamentação junina, agora está um negócio meio morto.

Por acaso, mexendo ontem em textos mais antigos, descobri que em 2021, precisamente no dia 4 de julho, foi publicada aqui no Blog Carlos Santos uma crônica minha intitulada “O portão”. Nesse ensejo, de relance, faço uma breve referência a Paulo Doido. Foi a primeira e única vez, salvo engano, que escrevi algo sobre o personagem em destaque. Agora, com atraso, vêm estas linhas póstumas.

E agora? O que será de Mossoró e de sua fria sanidade sem a loucura mansa e risonha de Paulo Doido? Não quero nem imaginar.

Marcos Ferreira é escritor

Leia também: Após vários dias intubado “Paulo Doido” morre no Tarcísio Maia.

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Categoria(s): Crônica
domingo - 16/06/2024 - 05:20h

No tempo de Deus

Por Odemirton Filhocorreria, trânsito, pessoas, faixa de pedestre,

“Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de colher o que se plantou”. (Eclesiastes 3:1-8).

Assim é a vida. Tenho esse versículo bíblico como um dos meus princípios. No tempo certo tudo ocorrerá. Ou não. Para quem espera no Senhor, no tempo de Deus, o que tiver de ser, será. A vida açodada na qual vivemos nos leva para o imediatismo. Queremos para ontem aquilo que somente virá amanhã.

No mundo no qual estamos inseridos, a correria é uma constante. São múltiplas as obrigações para dar conta; o trabalho, o estudo, a família, “o social”, levam-nos a uma vida agitada, repleta de compromissos. Queremos atender a tudo e a todos.

Quando chegarmos ao entardecer da vida as consequências virão. Tomaremos remédios para recuperar uma saúde debilitada pelo estresse e pela correria do dia a dia. Vale a pena? Faça o leitor a sua reflexão.

É claro que devemos lutar pelos nossos objetivos, pela concretização dos nossos sonhos, não devemos ficar acomodados, “com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”, porquanto a vida exige atitudes e batalhas diárias.

Aliás, há uma história interessante, escrita por Liev Tolstói, que passo a narrar para o leitor:  Havia um homem que, no desejo de amealhar uma grande quantidade de terras, caminhou por um longo período, sem parar, pois, a terra que ele percorresse antes do pôr do sol, seria de sua propriedade.

“Ele corria, a camisa e a calça ensopadas de suor grudavam em sua pele, a boca estava seca. Os músculos trabalhavam como o fole de um ferreiro, o coração martelava dentro do peito, e as pernas pareciam se mover como se não lhe pertencessem. O homem foi dominado pelo terror de morrer de tanta tensão”.

O homem, sentindo que não chegaria antes do sol chegar na borda do horizonte, gritou: “há muita terra, mas Deus permitirá que eu viva nela? Eu perdi minha vida, perdi minha vida!  Nunca chegarei…”

E morreu.

Algumas pessoas que ali estavam, pegaram uma pá e cavaram uma sepultura de tamanho suficiente para que o homem coubesse deitado lá dentro, e o enterraram. Um metro e oitenta, da cabeça aos pés, era o que bastava.

Pois é, não adianta correr. Tudo acontecerá no tempo de Deus.

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

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Categoria(s): Crônica
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sábado - 15/06/2024 - 23:52h

Pensando bem…

“Uns tomam éter, outros cocaína. Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.”

Manuel Bandeira

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sábado - 15/06/2024 - 19:52h
Rádio Difusora/AgoraSei

Pesquisa eleitoral mostra liderança folgada de prefeito

Artur Vale tem dianteira significativa (Foto: Reprodução)

Artur Vale tem dianteira significativa (Foto: Reprodução)

A Rádio Difusora de Mossoró e o Instituto AgoraSei divulgaram neste sábado, 15 de junho de 2024, durante o programa Política em Debate, os resultados da pesquisa de intenção de votos para a eleição de prefeito (a) no município de Governador Dix-Sept Rosado.

Os resultados indicam uma liderança consolidada de Artur Vale tanto na pesquisa Estimulada quanto na Espontânea, além de uma baixa taxa de Rejeição em comparação com sua principal adversária, Zineuda Macedo.

Prefeito e Lula aprovados; Fátima reprovada

O atual prefeito Artur Vale tem a administração Aprovada por 80,8% dos entrevistados, enquanto 11,3% Desaprovam e 7,9% não responderam.

A pesquisa também incluiu a avaliação dos governos estadual e federal. A governadora Fátima Bezerra (PT) é Aprovada por 40,3% dos dix-septienses, enquanto 45,5% Desaprovam a administração estadual e 14,2% preferiram não responder.

Já o governo Lula (PT) tem 72,8% de Aprovação, 21,5% de Desaprovação e 5,7% dos eleitores não responderam.

Na pesquisa Estimulada, em que os entrevistadores apresentam aos participantes uma lista de candidatos para que escolham em quem votariam, o atual prefeito Artur Vale tem a preferência de mais de 50% dos eleitores:

Estimulada

  • Artur Vale: 65,8% das intenções de voto.
  • Zineuda Macedo: 18,3%.
  • Nenhum/Branco/Nulo: 7,0%.
  • Não Responderam: 8,9%.

Na pesquisa Espontânea, onde os eleitores indicam suas preferências sem uma lista de candidatos. Veja abaixo:

Espontânea

  • Artur Vale: 58,5% das intenções de voto.
  • Zineuda Macedo: 11,5%.
  • Anax: 0,5%.
  • Antônio Bolota: 0,3%.
  • Nenhum/Branco/Nulo: 6,0%.
  • Não Responderam: 23,2%.

Rejeição

  • Zineuda Macedo: 44,3% de rejeição.
  • Artur Vale: 14,0%.
  • Sem Rejeição/Votaria em Todos: 31,5%.
  • Não Responderam: 11,0%.

Com uma margem de erro de 4,8 pontos percentuais para mais ou para menos, e um intervalo de confiança de 95%, a pesquisa busca refletir de forma precisa o panorama eleitoral de Governador Dix-Sept Rosado. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número RN-01680/2024.

O levantamento, realizado entre os dias 11 e 12 de junho de 2024, entrevistou 400 eleitores com 16 anos ou mais.

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Categoria(s): Política
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sábado - 15/06/2024 - 18:48h
Sucessão em Mossoró

Secretária de Juventude do PT se revolta contra apoio a “bolsonarista”

Secretária de Juventude do PT/RN, Ana Flávia Lira divulga vídeo neste sábado (15) em que protesta contra a posição da maioria do PT mossoroense (veja AQUI) de não apresentar candidatura própria à prefeitura. Partido vai apoiar o vereador Lawrence Amorim (PSDB) à disputa. Para ela, “é um grande absurdo.”

Estudante de direito e pré-candidata à vereança em Mossoró, Ana Flávia esteve à frente de movimento que se insurgiu contra a nomeação e posse da professora Ludimilla de Oliveira, em 2020, como reitora da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA).

No âmbito partidário, desde ano passado ela defende que o PT lance candidato à prefeitura. Em sua avaliação, Lawrence Amorim – presidente da Câmara Municipal – tem identidade com o bolsonarismo e não com o petismo e o o campo de centro-esquerda.

Em plenária na quinta-feira (13), a tendência Militância Socialista (MS) decidiu ser contrária à posição que acabou sendo consagrada hoje. Ratificou a decisão de candidatura própria do PT (veja AQUI).

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Categoria(s): Política
sábado - 15/06/2024 - 17:30h
Plenária em Mossoró

PT escolhe Lawrence a prefeito, poupa bolsonarismo e ataca Allyson

Isolda, militantes e filiados treinam apoio fazendo o "L" de Lawrence (Foto: divulgação)

Isolda, militantes e filiados treinam apoio fazendo o “L” de Lawrence (Foto: divulgação)

Como estava decidido há vários meses, mas sendo protelado até aqui, a presidente local do PT e deputada estadual Isolda Dantas (PT) informou: não será novamente candidata à Prefeitura de Mossoró. Em plenária bastante tensa do PT ocorrida à manhã deste sábado (15), no Hotel VillaOeste, foi anunciado apoio partidário ao pré-candidato Lawrence Amorim (PSDB).

Sobre a plenária e suas deliberações, o PT de Mossoró informou em comunicado oficial que vai pleitear espaço como vice na chapa de Lawrence Amorim (atual presidente da Câmara Municipal), o que não está garantido. Porém, defende de antemão a montagem de uma Frente Ampla de oposição.

Na mesma nota, poupou a pré-candidatura bolsonarista do ex-vereador Genivan Vale (PL) e atacou o prefeito Allyson Bezerra (UB), descrito como a cara da “nova extrema-direita e contrário aos interesses da classe trabalhadora e à transformação liderada pelo presidente Lula (PT), governadora Fátima Bezerra (PT) e o PT.”

Para o partido, a campanha é contra o prefeito “responsável pela precarização dos direitos dos servidores, desmonte das políticas culturais, descaso com a saúde da população, abandono dos bairros periféricos, enfraquecimento das instâncias democráticas e participação social do município”.

Logo após a reunião partidária, militantes e filiados favoráveis à escolha posaram para fotos. Todos formaram com os dedos indicador e polegar a letra “L”, alusão a Lawrence Amorim.

Depois traremos mais detalhes dos bastidores, com informações exclusivas.

Leia tambémNas mãos de Isolda, PT some da sucessão mossoroense;

Leia também: Lawrence “pinga” no grupo de Fátima Bezerra e Isolda;

Leia tambémPT deve ser descartado até mesmo como vice;

Leia tambémPT admite ‘terceirização’ de candidatura temendo vexame (07 de novembro de 2023).

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Categoria(s): Política
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sábado - 15/06/2024 - 16:34h
Política

Governismo recua e terá vice à prefeitura em vez de atual prefeita

Gleubinho é o atual vice de Marineide Diniz (Foto: Reprodução)

Gleubinho é o atual vice de Marineide Diniz (Foto: Reprodução)

Do Blog Toni Martins

Reviravolta na política de Carnaubais, no Vale do Açu!

O grupo liderado pela prefeita Marineide Diniz (PSDB) abre mão do projeto de reeleição dela e lança como pré-candidato o vice-prefeito Gleidson Benevides (PL), o “Dr. Gleudinho.”

A decisão tomada em reunião das lideranças deverá ser oficializada e com isso, a pré-campanha ganha novos ares e promete grandes surpresas até às eleições.

Além do atual vice-prefeito Dr. Gleudinho (PL), outros nomes como o do seu primo Júnior Liberalino (PP) e o de Dr. Thiago Meira (Republicanos), ex-prefeito, já estão colocados como pré-candidatos a prefeito de Carnaubais nas próximas eleições.

O temor do governismo, que o leva à mudança, é a possibilidade da prefeita Marineide concorrer em situação sub judice, ou seja, com candidatura indefinida legalmente.

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Categoria(s): Política
sábado - 15/06/2024 - 15:38h
Forró Dobrado

Dupla tem repertório especial para esse sábado

Nesse sábado (15), às 21h30, o “Forró Dobrado” de Natal vai se apresentar no Mossoró Cidade Junina (MCJ). A dupla Dani Cruz e Daniela Fernandes estará na Cidadela – Palco 2 (em frente à sede do Sebrae, Centro).

Forró raiz, o xote e o baião vão ser a trilha sonora de um show preparado com esmero por Dani Cruz e Daniela Fernandes.

O público vai se divertir com repertório que resgata clássicos da riqueza rítmica nordestina.

Elas terão no palco o reforço qualificado de Mônica Michelly no contrabaixo; Jubileu Filho na guitarra e direção musical; José Hilton Filho na sanfona; Ramon Gabriel na bateria e percussões, e Jadson Ricardo nas percussões. Simbora!

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Categoria(s): Cultura / Política
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sábado - 15/06/2024 - 08:38h
Decadência

Após 11 eleições e 42 anos, PT pode ficar fora de chapa a prefeito

PT, PT divididoDepois de 42 anos e 11 eleições municipais participando de disputas à Prefeitura de Mossoró, como cabeça de chapa ou vice, o Partido dos Trabalhadores (PT) está prestes a conviver com um paradoxo de difícil justificativa: ficar fora da corrida eleitoral ao Executivo em 2024, mesmo tendo na retaguarda a hegemonia do Governo do RN e do Governo Federal, situação única nesse tempo.

Num processo conduzido pela presidente da legenda no município, deputada estadual Isolda Dantas, o PT provavelmente decidirá neste sábado (15), às 9h, em plenária num dos auditórios do Hotel VillaOeste, que o partido não lançará candidatura a prefeito (veja AQUI). O agravante: não é certo também que venha a indicar o vice do provável pré-candidato a ser apoiado, o vereador-presidente da Câmara Municipal, Lawrence Amorim (PSDB).

A aliança com o PSDB está praticamente selada e o pré-candidato não vê com bons olhos ter um petista no posto de vice. Costura outro nome, temendo ser soterrado pelo profundo desgaste da gestão estadual Fátima Bezerra (PT) e a rejeição popular da própria Isolda, teoricamente candidata natural à Prefeitura de Mossoró.

A plenária de hoje será marcada por conflito entre o que desejam Isolda Dantas e a Governadoria contra setores divergentes, como a tendência Militância Socalista (MS), defensora de candidatura própria – veja AQUI. Nas urnas, em outubro, sairá o resultado das escolhas e contradições profundas do partido.

Em Mossoró, o PT teve até um vice-prefeito eleito, o vereador Luiz Carlos Martins, no pleito suplementar de 4 de maio de 2014, chapa encabeçada pelo prefeito interino e vereador Francisco José Júnior (PSD).

Veja abaixo como o PT marcou esses 42 anos de eleições majoritárias municipais:

1982

Candidato a prefeito foi Mário Fernandes (PT) – 428 (0,83%) votos, quarto colocado. Prefeito eleito foi Dix-huit Rosado (PDS).

1988

Candidato a prefeito foi Chagas Silva (PT) – 2.507 (3,3%) votos, terceiro colocado. Rosalba Ciarlini (PD) foi eleita à prefeitura.

1992

Luiz Carlos: isolado (Foto: Portal Luiz Carlos)

Luiz Carlos tem maior percentual de votos do PT em Mossoró em 42 anos e foi vice (Foto: Arquivo)

Candidato a prefeito foi Luiz Carlos Martins (PT) – 6.557 (8,43%) votos, terceiro colocado. Dix-huit Rosado (PDT) acabou sendo eleito. Até hoje, maior votação do partido à prefeitura, em termos proporcionais.

1996

Candidato a prefeito foi Jorge de Castro (PT) – 4.878 (5,32%) votos, obtendo a terceira colocação. Rosalba Ciarlini (PFL) foi eleita pela segunda vez à municipalidade.

2000

Candidata a prefeito foi Socorro Batista (PT) – 4.447 (4,25%) votos, também ocupando a terceira colocação. Rosalba Ciarlini (PFL) foi reeleita, chegando ao terceiro mandato.

2004

Candidato a prefeito foi Crispiniano Neto (PT) – 4.083 (3,47%) votos, que ficou na quarta colocação. Fafá Rosado (PFL) ganhou as eleições.

2008 

Candidato a prefeito foi Larissa Rosado (PSB) – 46.149 (37,44%) votos, numa campanha em que o PT ocupou chapa como vice, com Tércio Pereira. Fafá Rosado (PFL) foi reeleita.

2012

Novamente o PT foi vice de Larissa Rosado (PSB) – 63.309 (46,97%) votos, com Josivan Barbosa. O pleito foi vencido por Cláudia Regina (DEM).

2014

Francisco José Júnior (PSD) – 68.915 (53,31%) votos, prefeito interino, devido cassação de Cláudia Regina, foi eleito com facilidade, tendo como vice o vereador petista Luiz Carlos Martins.

2016

O partido pela quarta campanha consecutiva não teve candidato a prefeito, mas ocupou posição de vice com Rayane Andrade na chapa liderada por Gutemberg Dias (PCdoB) – 11.152 (8,45%) votos. Quem venceu a disputa foi Rosalba Ciarlini (PP), obtendo seu quarto mandato municipal.

Isolda Dantas, Fátima Bezerra e Gutemberg Dias posaram juntos em coletiva (Foto: BCS)

Isolda, Fátima Bezerra e Gutemberg Dias em 2020: chapa PT/PCdoB (Foto: BCS/Arquivo)

2020

A candidata a prefeito foi a deputada estadual Isolda Dantas (PT) – 8.051% (5,86%) votos, ocupando a terceira posição. Eleição do deputado estadual Allyson Bezerra (SDD), inclusive derrotando a prefeita Rosalba Ciarlini (PP), que tentava o quinto mandato. Detalhe é que o seu vice foi justamente Gutemberg Dias, candidato a prefeito em 2016.

*Todos os dados são públicos, mas postagem é resultado de pesquisa, horas e horas de trabalho, além de textualização e edição. Se for utilizar as informações, não se acanhe de dar o crédito. Não é feio. Obrigado.

Leia tambémPT deve retirar pré-candidatura de Isolda para apoiar Lawrence

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Categoria(s): Política
sexta-feira - 14/06/2024 - 23:54h

Pensando bem…

“Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo. ”

Friedrich Nietzsche

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sexta-feira - 14/06/2024 - 21:52h
Mossoró

Ala do PT abre dissidência e defende candidatura própria a prefeito

Tendência Militância Socialista (MS) de Mossoró emite manifesto em defesa de candidatura própria a prefeito - 13-06-2024A inclinação do PT em não apresentar candidatura própria à Prefeitura de Mossoró este ano, convertendo-se em mero avalista de outro nome, encontra resistência interna na legenda. A tendência “Militância Socialista (MS)” decidiu em plenária, nessa quinta-feira (13), se posicionar contra “apoio a nomes que não se identificam com as pautas da esquerda e que não dialogam com os movimentos sociais.”

A MS divulga nesta sexta-feira (14) o manifesto “Abdicar da candidatura própria do PT é abandonar a sua base política e o povo mossoroense.” Veja a íntegra abaixo:

Em plenária realizada na noite desta quinta-feira, 13, a tendência petista Militância Socialista MS Mossoró ratificou a decisão de candidatura própria do PT ao Palácio Rodolfo Fernandes.

A MS vê como profundo equívoco a retirada da candidatura própria do PT à prefeitura de Mossoró.

Tal posição deixa uma lacuna imensa na disputa política local para o campo à esquerda e prejudica enormemente a defesa do governo Lula, da governadora Fátima Bezerra e das pautas de interesses das classes trabalhadoras.

Neste momento singular para o partido, onde estamos na Presidência da República, no Governo do Estado e com duas parlamentares na cidade, uma municipal, a vereadora Marleide Cunha, e a outra Estadual, a Deputada Estadual Isolda, não disputar os rumos de Mossoró é um erro político que poderá custar caro para o PT local.

A Tendência Militância Socialista espera e defende que o PT não abdique do protagonismo e compromisso históricos com os petistas e o povo mossoroense em detrimento do apoio a nomes que não se identificam com as pautas da esquerda e que não dialogam com os movimentos sociais.

Mossoró, 13 de junho de 2024

Nota do BCS – Plenário Municipal do PT, às 9 horas desse sábado (15), num dos auditórios do Hotel VillaOeste, vai tomar decisão sobre posição do partido quanto à majoritária (veja AQUI). O encaminhamento é de defesa da pré-candidatura à municipalidade do presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Lawrence Amorim (PSDB).

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Categoria(s): Política
sexta-feira - 14/06/2024 - 14:30h
Fique atento

Ônibus urbanos adotam itinerários especiais no MCJ 2024

Coletivos urbanos têm benefício extra para manter frota rodante (Foto?: Allan Phablo)

Coletivos urbanos vão cumprir rotas especiais até o fim do MCJ (Foto: Allan Phablo/Arquivo)

Em razão do Mossoró Cidade Junina (MCJ) 2024, o transporte público coletivo de Mossoró opera com adequações provisórias nos itinerários do Centro, às quintas e sextas-feiras, a partir das 17h. Na próxima quarta-feira (20), a medida também será adotada. A operação segue inalterada nos demais dias e horários.

Os itinerários especiais decorrem das interdições da Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito (SESDEM) em ruas próximas ao Corredor Cultural, por causa do MCJ.

Até o dia 28 deste mês, última sexta-feira de MCJ, as mudanças nos trajetos compreendem as linhas que atendem o “Grande São Manoel”, bairros Abolições e Universidades, segundo a Cidade do Sol, concessionária do serviço de transporte coletivo em Mossoró.

Rotas temporárias

Assim, somente às quintas e sextas-feiras deste mês, a partir das 17h, os ônibus não circularão em trechos das avenidas Rio Branco, Alberto Maranhão, Augusto Severo, nas proximidades do Teatro Municipal Dix-huit Rosado e da Estação das Artes Elizeu Ventania.

Com isso, os trajetos das linhas Nova Vida, Vingt Rosado, Sumaré, Odete Rosado e Planalto terão o retorno ao Centro desviado à altura da Cobal. Seguirão pelas avenidas Dix-neuf Rosado (Leste-Oeste); Dix-sept Rosado; ruas Idalino de Oliveira; Santos Dumont e, em seguida, pela Rua Coronel Gurgel, de onde cumprirá o itinerário normal.

Abolições

Já as linhas Abolições, sentido bairros/Centro, sofrerão alterações à altura da Praça dos Hospitais, de onde seguirão para a Rua Auta de Souza, à esquerda das avenidas Rio Branco; Leste-Oeste; Dix-sept Rosado; Rua Idalino Oliveira; Avenida Santos Dumont, e, em seguida, Rua Coronel Gurgel, de onde fará a rota habitual.

No retorno aos bairros, os ônibus das linhas Abolições partirão do Terminal Felipe Guerra e rumarão às ruas José de Alencar (por trás da Riachuelo); Alfredo Fernandes; Coronel Vicente Sabóia; Santos Dumont; avenida Augusto Severo, Alberto Maranhão, com destino ao Hotel Caraúbas, onde retomará o itinerário normal.

Outra linha afetada, a Universidades, terá trajeto pela Rua Santos Dumont e seguirá direto para a Rua Coronel Gurgel; em seguida pela Rua Cunha da Mota, passando pela A&C; Terminal do Carcará, com sentido à Avenida Presidente Dutra.

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sexta-feira - 14/06/2024 - 11:40h
Medalha Rodolfo Fernandes

Irmã Ellen recebe maior honraria do município de Mossoró

A partir do Lar da Criança Pobre , missionária tem feito trabalho social de grande importância
Irmã Ellen chegou ao Brasil em 1971, começando trajetória missionária de grande importância (Foto: PMM)

Irmã Ellen chegou ao Brasil em 1971, começando trajetória missionária de grande importância (Foto: PMM)

A Prefeitura de Mossoró realizou na tarde desta quinta-feira (13), a cerimônia de entrega da “Medalha Prefeito Rodolfo Fernandes 2024” à irmã Lisonete Scherzinger, mais conhecida como Irmã Ellen. A solenidade aconteceu no Lar da Criança Pobre de Mossoró. Com saúde sob cuidados, irmã Ellen não poderia participar de evento em local de maior movimentação, como o adro da Igreja de São Vicente, onde dia 13 de junho do ano passado o homenageado foi o padre Sátiro Cavalcanti Dantas (in memoriam).

A “Medalha Prefeito Rodolfo Fernandes” é a maior honraria concedida pelo município ao reconhecimento a personalidades que realizam serviços relevantes à sociedade mossoroense. Foi entregue pessoalmente à homenageada pelo prefeito Allyson Bezerra (UB), que chegara de viagem oficial a Brasília.

“Eu me alegro especialmente porque a Prefeitura vê a importância de fazer o bem aos mais necessitados. Meu lema, meu ideal é ajudar os que mais precisam. Isso desde dezenas de anos. Então, se eu recebi essa homenagem é um sinal a Prefeitura têm o mesmo lema, o mesmo ideal. Ajudar aos que mais precisam, isso é muito importante”, declarou irmã Ellen.

Por meio da Portaria de Nº 296 de 15 maio de 2024, foi instituída uma comissão especial para a apresentar biografias de personalidades aptas a concorrerem ao recebimento da “Medalha Prefeito Rodolfo Fernandes”. Titular da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), Frank Felisardo fez parte da comissão e explica como chegaram a escolha do nome da irmã Ellen.

– “Uma das coisas mais importantes que a gente deve fazer sempre na vida é reconhecer aqueles que realmente fazem um papel bonito, um papel relevante para a nossa vida e para a nossa sociedade. A irmã Ellen foi nessa linha de pensamento, vários nomes apareceram, vários nomes foram apontados das mais diversas áreas e o nome da irmã Ellen foi o que mais se destacou pelo trabalho que ela faz há décadas em Mossoró. Os mossoroenses conhecem um pouco do trabalho da irmã Ellen, nada mais interessante do que reconhecer com essa medalha, que é considerada hoje a maior honraria que o município pode oferecer”, enfatizou.

Felisardo mostra a dimensão do trabalho da missionária alemã em Mossoró (Foto: PMM)

Felisardo mostra a dimensão do trabalho da missionária alemã em Mossoró (Foto: PMM)

Perfil

Irmã Lisonete Scherzinger, mais conhecida como Irmã Ellen, da Congregação das Irmãs Franciscana de Maristella, nasceu nas proximidades de Munique, na Alemanha, no dia 8 de outubro de 1942. Desde os 13 anos de idade, ela queria ir para as missões e ajudar aos mais pobres. Ainda nova com 18 anos, ela ingressou no Convento das irmãs Franciscanas de Maristella, com o desejo de ir para as missões. Estudou Teologia e Inglês em Munique e Londres e ainda matemática.

No ano de 1971, irmã Ellen veio para o Brasil, primeiro para Pernambuco, onde ensinou no colégio de sua congregação, em Limoeiro (PE). Chegou a Mossoró a convite do então bispo da Diocese, dom Gentil Diniz Barreto, atuando na Paróquia de São José, do padre Guido Tonelloto, juntamente com sua co-irmã brasileira, irmã Ermelina.

O Lar da Criança Pobre de Mossoró está instalado no conjunto Abolição II, acolhendo crianças carentes no sistema de educação integral. Mas a casa foi além, a irmã Ellen criou o Lar Substituto, nos moldes das casas de família, dirigido por uma mãe social. O projeto cresceu com a chegada de mais crianças.

A religiosa fomentou escolas em outros bairros carentes, chegando em 2000 a marca de 17 escolas, além de 16 lares substitutos e três casas de educação integral.

O trabalho realizado pela irmã Ellen, irmã Cristina e irmã Ermelina em Mossoró, também tem sido realizado nos municípios vizinhos, Apodi e Baraúna. O serviço social da irmã Ellen é voltado à formação de crianças carentes, para serem cristãos autênticos e cidadãos de bem, como ela mesmo define.

Ela também deu início no Lar da Criança Pobre de Mossoró, um trabalho de assistência à população carcerária, através do Projeto ‘São Pedro e São Paulo’; Projeto ‘Emaús’, atendendo aos doentes e visita aos hospitais; Projeto ‘Santa Bakhita’ direcionado às pessoas sem teto e sem comida; Projeto ‘São Lucas’, que atende moradores de comunidades carentes. Diariamente há distribuição de comida, abrigo para os sem teto, roupa, cesta básica, material de higiene e frequentemente visita aos presos.

Por essa e outras importantes ações sociais, a irmã Ellen se destaca como uma das personalidades mais influentes de Mossoró, em razão do seu trabalho na área educacional e social.

Nota do BCS – Irmã de Ellen é um ser de luz, especial, com uma vida dedicada a servir o próximo. Conheci vários adultos, vitoriosos, que passaram pelo Lar da Criança Pobre.

Homenageá-la em vida é uma forma de reconhecimento que merece aplausos.

Ave, Irmã Ellen.

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sexta-feira - 14/06/2024 - 10:32h
Conselheiro do TCE/RN

Vice do PT é um trunfo para George Soares superar Gustavo Carvalho

George luta voto a voto; Isabela é o nome do PT a vice em Assú (Fotomontagem do BCS)

George luta voto a voto; Isabela é o nome do PT a vice em Assú (Fotomontagem do BCS)

Na disputa à escolha do próximo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN) – veja AQUI e AQUI, o deputado estadual George Soares (PV) tem um trunfo a mais para ganhar impulso. Poder ser o que lhe falte para vencer o concorrente Gustavo Carvalho (PSDB), parlamentar como ele, mas oposicionista.

Em Assú, sua cidadela, administrada pelo prefeito e seu irmão Gustavo Soares (PSDB), o PT tem o nome da médica Isabela Morais como pré-candidata a vice na chapa governista municipal. Ela, filha de Inês Almeida, militante histórica do petismo e bastante ligada à governadora Fátima Bezerra (PT).

Com um empurrãozinho final da governadora, o deputado pode fechar votos na Assembleia Legislativa e, em contrapartida, assegurar ao PT a chapa fechada em Assú: Isabela Morais como vice de Lula Soares (Republicanos), primo e pré-candidato à prefeitura com apoio dos irmãos George e Gustavo Soares.

A disputa pelo voto na AL promete ser bastante acirrada. Em Assú, também.

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Categoria(s): Política
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sexta-feira - 14/06/2024 - 09:41h
Economia

Cadeia do petróleo está superaquecida no Rio Grande do Norte

Setor privado ocupa espaço após desinvestimento da Petrobras (Foto: Arquivo)

Setor privado ocupa espaço após desinvestimento da Petrobras (Foto: Arquivo)

Está superaquecida a cadeia de petróleo no RN.

Já existe disputa pela contratação de mão de obra – algo que não existia há muitos anos – com a chegada de novas empresas à exploração, mais investimentos e serviços agregados.

Retorno da Azevedo & Travassos (veja AQUI), venda de sete concessões de campos da Petroreconcavo para a Mandacaru Energia e outros negócios estão inflando o meio circulante de Mossoró e demais municípios na Bacia Potiguar.

Setor privado ocupa espaço após desinvestimento da Petrobras, abrindo caminho à exploração dos denominados campos maduros.

Depois traremos mais informações.

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Categoria(s): Economia / Gerais
sexta-feira - 14/06/2024 - 08:48h
Natal

“Cidade do Sol” vive quase submersa por enxurradas

Chuvas em Natal quinta-feira 13 de Junho de 2024, carros em buracos e alcançados por enxurradaNatal segue sendo seriamente castigadas por enxurradas.

Um tormento para moradores, transeuntes e setor produtivo, além de aventura de alto risco para quem precisa utilizar carro.

Da periferia a bairros da classe média alta/rica de Natal o cenário é de apreensão e prejuízos.

Cena dessa foto percorre as redes sociais, retratando um pouco do que foi a quinta-feira (13) na capital do RN.

É a realidade recorrente na antiga “Cidade do Sol” – submersa, alagada, arrastada por enxurradas.

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Categoria(s): Gerais
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