sexta-feira - 11/07/2025 - 08:57h
Cenário Político

Nomes, grupos e bastidores para as eleições 2026 são abordados na TCM

Editor do BCS mostra chances de cada nome ao Senado, corrida ao governo e embate federal

Em entrevista ao programa Cenário Político da TV Cabo Mossoró (TCM Telecom), Canal 10, nessa quinta-feira (10), o editor do Blog Carlos Santos (Canal BCS), Carlos Santos, analisou quadro de disputa eleitoral no RN. O foco, claro, 2026.

Sobre corrida ao Senado, sublinhou que o senador Styvenson Valentim (PSDB) “nada de braçadas” à reeleição e “só ele mesmo pode jogar a reeleição fora.”

A segunda vaga tem a governadora Fátima Bezerra (PT) com boas possibilidades de vitória, mas descartando a senadora Zenaide Maia (PSD) do seu palanque – “operação que já começou.”

Em relação à corrida à Governadoria, a constatação da grande dificuldade de viabilização à vitória de Cadu Xavier, nome da governadora. Ninguém tire de cogitação de ele ser substituído pelo vice, que será governador, Walter Alves (MDB).

Na oposição, a avaliação é de que o quadro está muito embaciado. Pode ocorrer união das forças que se conflitam em torno de uma candidatura consensual. Por enquanto, mesmo não admitindo que será candidato, o prefeito mossoroense Allyson Bezerra (UB) desponta com crescente apoio popular.

O jornalista Vonúvio Praxedes, âncora do programa, selecionou fotos e prints de nomes e de legendas partidárias para avaliação do entrevistado. Assim foi feito. Quem é quem e o peso de cada um/cada uma.

Em relação ao pleito proporcional, Carlos Santos comentou sobre a distorção bilionária causada por emendas orçamentárias, que “transformaram deputados em executivos”, mas “sem ônus algum. Fazem caridade com o chapéu alheio.”

Veja a entrevista no vídeo, onde outros pontos são tratados no bate-papo entre Carlos Santos e Vonúvio Praxedes.

Veja também: Editor do BCS disseca quadro político do RN para 2026.

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Categoria(s): Política
domingo - 18/05/2025 - 15:38h

As fronteiras simbólicas do saber

Por Marcos Araújo

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Construiu-se no imaginário brasileiro a ideia de que a maior capacidade profissional e a melhor produção intelectual se situam nos grandes centros do Sul e Sudeste. O Nordeste, mesmo com sua riqueza intelectual, cultural e tradição acadêmica, foi — e em muitos casos ainda é — relegado ao papel de coadjuvante. Essa lógica centralizadora alimenta um complexo de inferioridade entre profissionais, escritores, pensadores e leitores nordestinos. Tal sentimento, infelizmente, não é raro entre os próprios potiguares.

Se no início do Século XX a regra social vigente para a elite nordestina era a formação dos filhos na Europa, nas cinco últimas décadas o epicentro tem sido São Paulo.  O garbo paternal nas rodas de conversa é uníssono:

– Meus filhos estudam em São Paulo!

Entre comuns, escuto com desalento o aparente descrédito aos profissionais com formação em universidades nordestinas. Com extensão do sentimento aos nossos autores e literatos. “O nordestino tem complexo de vira-lata”, já se ouviu em salas de aula e rodas literárias locais. Talvez o problema não esteja na autoestima, e sim na invisibilização sistemática de quem está fora do eixo Rio-São Paulo.

Sou um entusiasta do nordeste. E do Rio Grande do Norte com muito mais afinco e intensidade. Ao mesmo tempo, incorporo um crítico ácido aos que supõem que o saber tenha uma justificação geográfica. O Sudeste precisa conhecer nossos autores e intelectuais.

Posso citar alguns dos nossos e seus textos, para contrapor a dominância “sudelista”. Nísia Floresta, amiga de Augusto Comte, autora de “Direitos das mulheres e injustiça dos homens” (1857), foi pioneira na educação feminista no Brasil.  Zila Mamede, a grande poetisa que fundou a Biblioteca Central da UFRN, em antanho já dizia: “Canto, porque há pressa em desentranhar o grito.” Luís Carlos Guimarães, uma das vozes mais potentes da lírica potiguar, era insurgente aos novos “donos” da escrita: “Sou do tempo em que as palavras eram respeitadas, e um verso tinha o peso de um tijolo na mão.” Câmara Cascudo, um dos maiores intelectuais do Brasil, universalizou o folclore nacional com obras como História da Alimentação no Brasil (1967) e Dicionário do Folclore Brasileiro (1954). Ele foi o maior etnólogo de todos os tempos.

A escrita como instrumento, o argumento e a estética linguística como elementos informativos pautam os trabalhos de escritores genais como Carlos Santos, Vicente Serejo, Rejane Cardoso, Marcos Ferreira, Honório Medeiros e outros mais.

A história da produção intelectual potiguar vai além da literatura. O pensamento jurídico e as ciências humanas também tiveram aqui um solo fecundo. Miguel Seabra Fagundes é o autor do primeiro trabalho nacional sobre atos administrativos. Outros, como Eloy de Souza, Olavo de Medeiros Filho, Mário Moacyr Porto, Floriano Cavalcanti, Múcio Vilar Ribeiro Dantas, João Medeiros Filho, Ivo Cavalcanti, Manoel Dantas, Djalma Marinho, Claudionor Telógio de Andrade, Manoel Varella, Eider Furtado, Ney Lopes de Souza e Hélio Vasconcelos, intelectuais de grande vulto, foram responsáveis pela formação de gerações de bons profissionais.

A UFRN e a UERN têm se tornado polo de formação de juristas com inserção nacional. Marcelo Alves, que escreve no BCS, é um deles.  Na academia nacional da docência do direito estão emoldurados os nomes de Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, Luiz Gurgel de Faria, Paulo Linhares, Ana Monica Amorim, Keity Saboia, Fernanda Abreu, Inessa Linhares, Lauro Gurgel, Adilson Gurgel de Castro, Armando Holanda, Barros Dias, Edilson Nobre, Erick Pereira, Ricardo Tinoco, Miguel Josino Neto, Xisto Tiago, Yara Gurgel, Erica Canuto, entre outros… Apenas para nomear alguns nascidos aqui.

Os cursos jurídicos do RN capacitam para a vida humana. Cumprem o mandato profético do professor Carlos Roberto de Miranda Gomes, autor de diversos artigos e ensaios sobre hermenêutica: “A letra da lei não deve sufocar a voz do povo. Direito sem humanidade é só uma norma fria.”

A sabença do Direito, a literatura e o pensamento não se medem por CEP. A boa escrita nasce da experiência, da escuta do mundo — e disso o Nordeste é mestre. A exclusão simbólica dos autores do Nordeste não reflete a sua qualidade, mas a desigualdade histórica de acesso a meios de publicação, circulação e crítica. É preciso romper com a lógica centralizadora que associa prestígio à geografia. Se os profissionais e escritores “Sudestinos” são chamados de “melhores”, talvez seja porque o Nordeste — como o sol que o ilumina — é tão intenso que ofusca os olhos de quem olha de cima.

Temos por aqui os melhores profissionais, escritores, pensadores e intelectuais brasileiros. Nada a dever aos de outras regiões. É hora de quebrar o espelho torto em que o Nordeste se vê. A produção intelectual potiguar não precisa pedir licença. Ela existe, resiste e contribui com a identidade brasileira de forma decisiva. O que falta não é talento ou sabedoria — é espaço e autorreconhecimento!

Marcos Araújo é advogado, professor da Uern e escritor

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Categoria(s): Crônica
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terça-feira - 15/04/2025 - 19:12h
Natal

Política é nossa pauta no “Jornal 91” da FM 91.9

Marcos Alexandre e Breno Diego: Jornal 91

Marcos Alexandre e Diego Breno: Jornal 91

A gente vai bater papo nessa quarta-feira (16) na 91.9 FM de Natal.

Convite para falarmos sobre política, a partir das 7h00 no “Jornal 91.”

Conversa com Marcos Alexandre e Diego Breno.

Então, tá.

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Categoria(s): Comunicação / Política
terça-feira - 08/04/2025 - 23:52h

Pensando bem…

“Em política, o ressentido causa mais estrago do que o inimigo.”

Carlos Santos

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domingo - 30/03/2025 - 06:32h

Pão nosso de cada dia

Por Marcos Ferreira

Foto do autor da crônica

Foto do autor da crônica

Presumo que poucas pessoas se interessem por esse conteúdo, por essa informação. Pois se trata, a bem da verdade, de uma sensaboria, algo de quem parece não ter coisa melhor para dizer. Teimoso, porém, vou contar esta história insípida. É que hoje acordei cedo. Cedinho mesmo: pouco depois das quatro da madrugada. A bexiga estava de fato nas últimas, então fui ao banheiro e não consegui reaver o sono. Volta e meia isso acontece; uma emergência fisiológica. Ainda assim, com o quarto na penumbra e naturalmente frio, retornei para a minha rede e os cobertores.

Vocês sabem que em ocasiões dessa ordem, quando a gente se encontra insone por inteiro ou parcialmente, mil e uma maluquices nos vêm à cabeça. Então nos alcança um monte de besteirol, pessoas e meio mundo de lucubrações. No meio disso, fato corriqueiro, vêm ao meu juízo determinados temas que julgo aproveitáveis, com certo potencial para converter em uma crônica garranchosa.

Recordei-me, por exemplo, de uma dúzia ou mais de amigos que têm (coloco-me no meio deles) esse alumbramento visceral, comunhão, enlace com o exercício da escrita. Sim. É o que estou dizendo. Somos, de forma saudável, reféns espontâneos e um tanto orgulhosos dos vencilhos, das amarras da escrita. Como no verso de Camões, é estar preso por vontade, é servir a quem vence o vencedor. O bardo caolho é fora de série, extraordinário, um fenômeno da poesia. É incomparável.

Então penso, após todo esse nariz de cera, nos meus pares, nos meus amigos literatos, homens e mulheres dominados pelo micróbio da literatura. Alguns desses indivíduos inéditos em livro (por razões que a própria razão desconhece) seguem fugindo da raia, fazem ouvidos moucos ao chamado da Literatura. Lembro, mas que isso fique apenas entre nós, de figuras preciosas e cheias de hesitações como nosso querido arquivo ambulante Rocha Neto. E não apenas o Rocha. Há outros desertores da tinta e do tinteiro nesta Macondo nordestina. Faço aqui a vez de dedo-duro.

O que tanto esperam (insisto que esse assunto fique só entre nós) os senhores Marcos Araújo, Bruno Ernesto, Odemirton Filho, Ailson Teodoro, Raquel Vilanova e, entre outros, Bernadete Lino? Pois é, meus caros. A senhora Bernadete Lino, pernambucana que mora em Caruaru, tem o que verter para o papel. Ela, que me oferece a honra de sua amizade e tem um forte elo com nossa terra, possui uma biografia muito bonita. Estou certo de que um livro seu de memórias, considerando a clareza de seu pensamento e intimidade com nosso idioma, seria uma ótima contribuição às letras. João Bezerra de Castro, gramático vocacionado, pode afiançar o que digo.

A labuta da escrita, perdoem esta metáfora talvez de mau gosto, representa o nosso pão de cada dia, mesmo em se tratando (repito) de personagens que ainda não estrearam em livro. De repente alguém pode saltar e dizer que estou cobrando dos outros uma produção que eu próprio não reúno. Quem isto afirma não está de todo errado, considerando que sou autor de um só livro publicado.

Todavia, para quem não sabe, possuo quase dez títulos inéditos nos gêneros romance, contos, poesia e crônicas, tudo isso à espera de melhores horizontes financeiros ou da possibilidade de ser pego no pente-fino de concursos literário que oferecem premiação em dinheiro e, no mais das vezes, publicam a obra vencedora. Este é o caminho que percorro há tempos.

Ressalto, claro, que estou a anos-luz da fecundidade, da prenhez e dos recursos econômicos de autores de minha estima como Clauder Arcanjo, Ayala Gurgel e o prolífero e versátil Marcos Antonio Campos, três mosqueteiros, três espadachins bem-sucedidos nos salutares duelos com a arte do fazer literário.

Além desses três, e não menos meritórios, temos no País de Mossoró e no estado manejadores da língua portuguesa bem-aventurados como Vanda Maria Jacinto, Fátima Feitosa, Dulce Cavalcante, Margarete Freire, Lúcia Rocha, Júlio Rosado, Caio César Muniz, Cid Augusto, Jessé de Andrade Alexandria, Crispiniano Neto, François Silvestre, Carlos Santos, Inácio Rodrigues Lima Neto, Airton Cilon, Thiago Galdino, Marcos Pinto, Francisco Nolasco, David Leite, Honório de Medeiros, Antonio Alvino e, devido às condições da memória, outros mais que ora não recordo.

Todos, com um nível maior ou menor de arrebatamento, buscam esse pão nosso de cada dia que resulta em crônicas, contos, romances, poemas. No que me toca, enquanto cativo deste mister de arranjar palavras e exibi-las em páginas com um mínimo de qualidade, produzo coisas desse tipo: uma crônica um tanto quanto prolixa, mas sempre com a mão na massa do verbo do qual nos alimentamos.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 23/03/2025 - 22:36h
Companhia das Letras

Lira Neto anuncia biografia de Luiz Gonzaga

Feira do Livro de Mossoró no dia 11 de agosto de 2012, há quase 13 anos (Foto: Arquivo)

8ª Feira do Livro de Mossoró no dia 11 de agosto de 2012, há quase 13 anos, o editor do BCS e Lira Neto (Foto: Arquivo)

O jornalista e escritor cearense, Lira Neto, anunciou neste domingo (23):

“Estou trabalhando no livro que, acredito, será o melhor e mais importante de minha carreira como autor de não ficção. A biografia de Luiz Gonzaga, que já tem contrato assinado com a Companhia das Letras.”

Lira tem mais de dez livros publicados e venceu quatro vezes o Prêmio Jabuti de Literatura (2007, 2010, 2013 e 2014).

Na lista de livros, esses, por exemplo:

Padre Cícero: Poder, Fé e Guerra no Sertão;

Castello: A marcha para a ditadura;

O Inimigo do Rei: Uma biografia de José de Alencar;

Maysa: Só numa multidão de amores;

Trilogia sobre o presidente e ditador Getúlio Vargas;

Oswald de Andrade – O mau selvagem.

Vem à minha memória, uma oportunidade especial de intermediar bate-papo dele com plateia, na 8ª Feira do Livro de Mossoró, dia 11 de agosto de 2012.

Agora, fico no aguardo da chegada de “Gonzagão”.

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Categoria(s): Cultura
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terça-feira - 18/02/2025 - 10:30h
FM Princesa de Assú

Blog analisa futuro político de Fátima, Allyson, Rogério e Styvenson

A governadora Fátima Bezerra (PT) será ou não candidata ao Senado?

A oposição no RN tem um quadro de nomes citados como possíveis pré-candidatos ao governo. Senador Rogério Marinho (PL), prefeito mossoroense Allyson Bezerra (UB) e ex-prefeito natalense (Republicanos) são os mais comentados.

Mas, como estaria hoje cada um deles e quais perspectivas de efetiva candidatura?

O senador Styvenson marcha para projeto de reeleição ou estaria, minimamente, de olho na Governadoria?

O vice-governador Walter Alves (MDB) é o nome governista à sucessão estadual ou há hipótese de ele mesmo desistir da empreitada?

O quadro de insolvência do erário do RN tem jeito? Quais perspectivas e o que aguarda o próximo governador (a)?

Essa e outras questões foram abordadas nessa segunda-feira (17), às 18h05, no programa Panorama do Vale da 90,9. Horário especial da FM Princesa de Assú, dentro do quadro “Bate Bola da Princesa”, provocadas pelo âncora Lucílio Filho.

O vídeo dessa postagem é a íntegra dessa conversa, que pega outros atalhos e outras veredas, também com descontração.

Acompanhe.

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Categoria(s): Política
terça-feira - 24/12/2024 - 19:22h
Feliz Natal

Luz que me ajuda a seguir…

Fotomontagem do BCS

Fotomontagem do BCS

A melhor mensagem que posso passar nesta data de reverência da cristandade, é formada por uma colcha de retalhos fotográficos. É o ganho de uma vida abençoada.

Escolhi ser ponte. Ser parte. Ser.

Um ser com todas as minhas forças e emoção. Feito, desfeito, refeito. Alguém que chega a essa quadra da vida sem muito a pedir, pois talvez tenha demais e além do merecido.

Luz que me ilumina o caminho/E que me ajuda a seguir…

Seja bem-vindo, Menino!

A Casa é sua.

Feliz Natal!

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 08/12/2024 - 12:18h

A mensagem do alpinista

Por Carlos Santos

Ralston em imagem que ele mesmo filmou no local do acidente (Reprodução/Youtube)

Ralston em imagem que ele mesmo filmou no local do acidente (Reprodução/Youtube)

Eu tinha dúvida quanto ao ano. Confesso uma certa dificuldade para me situar no tempo, quando viajo cronologicamente, com uso apenas do recurso da minha memória. É um GPS inconfiável.

Bem, mas o ano não importava.

O que me parecia fundamental era o fato em si. Sua contextualização, pinçando-o para me situar, é o que me interessava mais.

Como alguém tem coragem de cortar o próprio pulso, com a lâmina de um canivete? Razões? Há-as para tudo, até mesmo para automutilação, raciocinava.

Tirou-me o fôlego a narrativa que ouvi à madrugada, em casa, com a TV sendo minha única fonte de luminosidade e companhia, incidindo sobre meu rosto opaco, num quarto lúgubre.

O sorriso de Aron Ralston, um jovem alpinista norte-americano, de braço erguido e parcialmente amputado, era um contraste com minha apatia. Uma sisudez tocada pela alegria de quem tinha acabado de perder parte do corpo e, assim mesmo, comemorava.

Sim, o ano… vamos a ele. Descobri que foi em 2003. Abril.

A TV era uma presença onipotente diante da cama, praticamente ligada 24 horas por dia. Hoje, não. Até de lá foi expulsa. Está entronizada na sala, sem qualquer pompa. Empoeirada.

Tempos difíceis, de transição, de muitas perplexidades e interrogações. Assim era meu 2003. Quase à beira de um ataque de nervos e em meio a constantes esbórnias. Meio “easy rider” (sem destino). Um Peter Fonda sem motocicleta.

Aron, ao contrário, tomado por um vigor maior, prometia voltar ao Grand Junction, um cânion no Colorado (EUA), que quase o sepultara. Não se intimidara com o infortúnio de ter sido preso a uma rocha, que o obrigou a se livrar de uma das mãos, após quase cinco dias imobilizado e sem ser localizado pelo resgate.

Admitiu que em vários momentos acreditou que não sairia vivo do lugar. Ficara entre a dúvida e a esperança. Mesmo após arrancar parte de seu corpo, ainda teve que rastejar, descer um precipício de 18 metros e andar 10 km, até ser socorrido.

A decisão veio de uma força espiritual, que não soube explicar. Conseguir sobreviver, para recomeçar e novamente encarar quem quase o engolira de vez, era uma segunda chance.

Seria uma sobrevida?

Na verdade, a lição que logo tomei para mim e não paro de rememorar, até hoje, é até simplista: para continuar inteiro às vezes é preciso arrancar uma parte de nós.

É uma medida drástica que por vezes somos obrigados a tomar, mas recuamos. Acovardamo-nos. Cortar a própria carne é morrer um pouco, sim. Contudo pode ser nossa única chance de ficar vivo. Renascer das cinzas, como a lendária Fênix.

Lembra um pouco a alegoria do “Mito da Caverna” de Platão. Continuamos na escuridão porque duvidamos da existência da luz. Limitamo-nos, somos limitados; conformamo-nos com as trevas.

Cometemos o pior dos erros humanos: o da omissão.

Somos levados a acreditar que não temos saída ou qualquer alternativa. Essa tal de felicidade fica por aí, no ar, pairando sobre nossas cabeças, como se fora um Zeppelin, aquele imponente dirigível. A qualquer momento, ela flutua e some, ou desaba em chamas.

Vivemos de ciclos. Para começar um novo é fundamental, em alguns momentos, extirparmos por completo o anterior. Toda escolha corresponde a alguma forma de renúncia.

Só chegaremos ao cume do Everest, o nirvana, abrindo mão de boa parte da “carga” amealhada desde o sopé da montanha. É uma espécie de tributo à vida. Impossível levarmos e termos tudo até o alto.

Talvez resida nesse aspecto, outro grande ensinamento à minha existência. Trato-o como “a parábola real da montanha”.

Aron Ralston voltou tempos depois ao cânion, amputado, mas não mutilado.

Entendi assim, a mensagem que me chegara àquela madrugada, pelas “mãos” do alpinista.

Carlos Santos é criador e editor do Blog Carlos Santos

*Crônica originalmente publicada no dia 20 de fevereiro de 2011, nesta página.

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Categoria(s): Crônica
domingo - 24/11/2024 - 02:44h

Parapoucos

Por Marcos Ferreira

Meu Editor num brinde com café, após luta medonha, com autor da crônica (Foto: Arquivo/rede social)

Meu Editor com o autor da crônica, num brinde com café, após luta medonha (Foto: Arquivo/rede social)

Muita gente sabe que “Paratodos” é uma das mais importantes obras musicais de Chico Buarque. O disco (ainda na forma do velho e bom vinil) foi lançado no ano de 1993. Agora, parafraseando o famoso título de Chico, surge em Mossoró um evento que ouso denominar de “Parapoucos”. Exatamente.

Refiro-me às comemorações alusivas ao natalício do jornalista e escritor Carlos Santos. Pois é, o homem soprou “velinhas”. Só não sei dizer o dia específico, pois até o momento tal informação segue para mim tão ultrassecreta quanto a “Operação Contragolpe”, da Polícia Federal.

Apenas uns poucos chegados do nosso Editor tiveram o prazer de festejar a data com o aniversariante. Eu, a exemplo de vários outros, não fui convidado a participar desse momento de celebração à vida, biografia e saúde do “rapaz velho”. Boa parte dos convivas era de gente do café-soçaite.

Seja como for, com ou sem convite, aqui transmito meus sinceros votos de felicidade, saúde e paz a esse menino grande tão benquisto quanto admirado por meio mundo de indivíduos dentro e fora do País de Mossoró.

Vi nas redes sociais, ao longo dos últimos dias, que estão planejando estender as comemorações até o final do ano. Se não estou enganado, tal notícia foi postada pelo bem-humorado César Amorim, figura esta que ainda não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente. Por sua vez, Carlos Santos até criou uma sigla para nominar as sucessivas e futuras reuniões que reverenciam o dia dos seus anos. Torço que mais cedo ou mais tarde, quando a alta-roda liberá-lo dos festejos, meu Editor visite este singelo endereço para um dedo de prosa e uns tragos de café.

Sendo feita sua vontade, algo que ele exige, não haverá bolo confeitado nem presentes. Esse convite abarca os senhores Marcos Araújo, André Luís e também o já citado causídico César Amorim. Todos bem-vindos.

Marcos Ferreira é escritor

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segunda-feira - 11/11/2024 - 07:46h
Sylvio Costa

Jornalismo e política em Brasília com o Congresso em Foco

Sylvio recebeu o editor do BCS em Brasília para uma prosa leve sobre temas sempre densos Foto: cedida)

Sylvio recebeu o editor do BCS em Brasília para uma bate-papo sobre imprensa, política etc. (Foto: cedida)

Em Brasília, quinta-feira (07), ótimo reencontro.

Papo, abraços e pose com o jornalista Sylvio Costa.

Criador e diretor-geral do mais importante site do jornalismo político do país, o “Congresso em Foco”, Costa é amigo-anjo da guarda que faz morada em minha vida há vários anos. Mais uma de minhas boas referências, que se diga.

Mestre em Comunicações pela Universidade de Westminster, na Inglaterra, com passagens pela Folha, IstoÉ, Correio Braziliense, Zero Hora e Gazeta Mercantil, entre outros, ele é um dos mais influentes jornalistas políticos do país.

Em breve teremos novidades sobre esse reencontro.

Abraços, meu caro.

Leia tambémAgenda que merece registro em Brasília

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sexta-feira - 08/11/2024 - 20:50h
Marcos Mairton

Agenda que merece registro em Brasília

Em Brasília, uma agenda especial com o juiz Marcos Mairton (Foto: STJ)

Em Brasília, uma agenda especial com o juiz Marcos Mairton (Foto: STJ)

Em Brasília, nessa quinta-feira (07), reencontro o amigo Marcos Mairton. Atuou há anos na Justiça Federal em Mossoró.

Juiz auxiliar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), gabinete do ministro Raul Araújo Filho, o cearense Mairton também é cantor, compositor, poeta e escritor.

Valeu, meu caro.

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quinta-feira - 31/10/2024 - 08:30h
Na Uern

Passado, presente e o futuro do jornalismo estão em pauta

Tarde dialética sobre jornalismo, paixão, compromissos, profissão, apostolado (Fotomontagem do BCS)

Tarde dialética sobre jornalismo, paixão, compromissos, profissão e aprendizado com eles (Fotomontagem do BCS)

Tarde de conversa em Mossoró nessa quarta-feira (30), no Campus da Universidade do Estado do RN (UERN), com acadêmicos de Jornalismo.

Interação ótima com a turma da disciplina “Jornalismo Comparado”, do 5º período.

Alunos: Abigail Lenice da Silva Moura, Antônio Marcos de Jesus Silva, Blenda Alicia Andrade Martins, Joyce de Souza Neres, Kauê Silva Tavares, Marcelo Augusto Silva de Oliveira, Suzana Barreto Soares Lima, Vitoria Hellen Fernandes de Araujo e Yasmim Queiroz Alves.

A convite do professor Cid Augusto, a gente falou com jovens que daqui a pouco estarão reportando, contando histórias, instigando o conhecimento, fomentando o debate e dando sequência à saga – sem fim – do jornalismo.

Muito obrigado, gente.

Bom demais.

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Categoria(s): Comunicação
domingo - 27/10/2024 - 05:38h

Gratidão

Por Marcos Ferreira

Arte ilustrativa Adobe Stock

Arte ilustrativa Adobe Stock

Apesar de alguns altos e baixos, minha saúde vai bem. Sim. De um modo geral, estou com a cabeça e o corpo em ordem. Existe a bateria diária de remédios, que não é das menores, contudo os efeitos colaterais são ínfimos diante do custo-benefício. Diversos são os motivos pelos quais me sinto grato e privilegiado. A Fome, por exemplo, largou do meu pé faz tempo, foi erradicada do meu viver. Hoje eu possuo casa própria, luz elétrica e água de boa qualidade em abundância.

Desde quando voltei a escrever, pouco antes da pandemia, as coisas só têm melhorado para mim. Aqui neste Blog Carlos Santos, justiça seja feita, reencontrei velhos amigos e adquiri a admiração e carinho de leitores que sequer conheço pessoalmente, como o escritor e delegado Inácio Rodrigues, aqui em Mossoró, e a pernambucana e bancária aposentada de Caruaru Bernadete Lino.

Pois é, surgiram novos amigos que acompanham meus escritos neste blogue e que se tornaram íntimos deste escriba e desta Casa Branca da Euclides Deocleciano. Sinto-me, repito, um privilegiado. Olho pelo retrovisor e vejo quantos apuros e privações ficaram para trás. Fisicamente falando, todavia, estou fora de forma, adquiri um sobrepeso de quase vinte quilos e assumo (por enquanto) minha condição de sedentário. A maior parte daquela cabeleira de algumas décadas pretéritas despencou e já não sou o palminho de rosto bonito de outrora. O tempo é iniludível.

No geral, torno a dizer, estou no lucro. Possuo entre estas paredes, debaixo deste teto que me abriga (além de outros bens materiais modestos) uma geladeira resiliente, fogão de quatro bocas, telefone celular, um velho computador, escrivaninha que ganhei no meu último aniversário, motocicleta, tevê moderna e uma rede de dormir. Pode parecer pouco para alguns, no entanto estou satisfeito.

Não, prezados leitores. Isto não é um espólio prematuro. Trata-se de uma espécie de prestação de contas ou um exercício de gratidão perante o Todo-Poderoso. Não pago nada pelo oxigênio que respiro. A Lua e o Sol não me cobram taxa de iluminação pública. As estrelas muito menos. Vivo em um recanto do mundo onde não há bombas e mísseis desabando sobre nossas cabeças. Não sofremos com enchentes, terremotos, furacões nem chuva ácida. O Brasil e Mossoró têm problemas, mas não é um deus nos acuda como esse que vemos na Palestina e Ucrânia. Longe disso.

Infelizmente, também seja dito, ainda existem muitos cidadãos desvalidos, crianças, adultos, idosos, mendigando nos semáforos, dormindo sob marquises, viadutos, em praças públicas e casas abandonadas. Eu, entretanto, por alguma benesse ou divina providência, vivo uma vida módica, porém digna.

Dá-me uma tristeza enorme quando me deparo com esses pobres coitados, indivíduos rifados no relento, invisíveis aos olhos dos gestores, dos governos, dos homens públicos, ignorados até mesmo pelo Criador. Por que será, oh, Deus?! O que terão feito de tão mau ou errado para viverem em semelhante lástima, curtindo fome e repelidos, tratados como leprosos sociais?! Então olho para mim e à minha volta, penso nos amigos que tenho e nos tostões que chegam às minhas mãos. Aí reflito, pondero e digo de mim para comigo o quanto sou feliz e bem-aventurado.

Aqui não há luxo, algo fácil de se constatar, mas quem me frequenta sabe que é bem-vindo. Toma-se um café escoteiro ou acompanhado das guloseimas que trazem Elias Epaminondas, Odemirton Filho, Rocha Neto, Marcos Araújo, entre outros que muito prezo e quero bem. Hoje é isso. O assunto é gratidão. Entrementes rogo que o Altíssimo se apiede de todos que se acham na miséria.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
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terça-feira - 24/09/2024 - 16:48h
Pesquisa e voto

Blog Carlos Santos disseca números e analisa disputa mossoroense

Em entrevista ao programa “Jornal da Tarde” da Rádio Rural de Mossoró, nessa terça-feira (24), o editor do Blog Carlos Santos, jornalista Carlos Santos, dissecou a mais recente pesquisa eleitoral focada na campanha mossoroense. Ele foi entrevistado pelo jornalista Saulo Vale.

Em sua ótica, os números da Pesquisa TCM/TSDois divulgados à noite dessa segunda-feira (23) – veja AQUI, AQUI, AQUI e AQUI -, apenas ratificam o que outras 13 já apontaram: “Não existe disputa.”

A vantagem do prefeito Allyson Bezerra (UB) sobre os demais adversários é tão expressiva, sem polarização alguma, que não existe um confronto. “É como o Real Madrid contra um combinado de Potiguar, Baraúnas e Mossoró,” ilustrou.

Ele também comentou sobre a “verdadeira disputa”, que é a corrida à Câmara Municipal.

Outro ponto foi o papel da oposição ao longo da gestão Allyson Bezerra e a fragilidade das forças tradicionais.

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Categoria(s): Política
domingo - 11/08/2024 - 17:48h

Um “Jumento” no Vaticano

Por Carlos Santos

Reprodução de quadro com charge e crônica

Reprodução de quadro com charge e crônica

O professor, advogado e ex-vereador mossoroense Tomaz Neto passeia pelas “Oropas”, com prioridade para visita ao Vaticano.

Ao lado de sua mulher, a professora Ceição, faz a segunda viagem internacional da vida.

Na primeira aos Estados Unidos, há alguns anos, foi apresentado ao WhatsApp e chamadas de vídeo por esse aplicativo. Os amigos sofreram bastante com essa descoberta científica dele.

Agora, creio, venha da Basílica de São Pedro com o domínio do Direito Canônico, amigo do Papa Francisco e alguma encíclica para pacificar o Brasil.

Tomaz, que a todo interlocutor trata carinhosamente por “Jumento”, ainda poderá contar em sua volta a Mossoró, que pela primeira vez um “animal” nordestino atravessou o oceano para receber a bênção papal.

O Jumento é nosso irmão!

Carlos Santos é criador e editor do Blog Carlos Santos

*Crônica originalmente publicada no dia 22 de outubro de 2022 (veja AQUI)

Nota do Blog Carlos Santos – O ex-vereador Tomaz Neto completou 70 anos essa semana e o presenteamos com  quadro espelhando charge constante desta crônica e o próprio texto, em trabalho do chargista, artista plástico e caricaturista Túlio Ratto. Saudação a uma amizade de mais de 35 anos de estrada, que sobreviveu ao tempo, às diferenças, conflitos de interesses e ao nosso temperamento por vezes trovejante.

Saúde, paz e juízo (se ainda for possível), Velho.

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 16/06/2024 - 15:48h
Bispo de Mossoró

Conversa com Dom Francisco de Sales

Por Carlos Santos

Conversa foi na Cúria Diocesana em Mossoró nessa quarta-feira (Foto: Valéria Bulcão)

Conversa foi na Cúria Diocesana em Mossoró nessa quarta-feira (Foto: Valéria Bulcão)

Foram quase duas horas de conversa. Rebobinamos o tempo em várias décadas e lugares. Peregrinamos por Araripina-PE, Olinda-PE, Goiana-PE, Recife-PE, Dublin-Irlanda, Roma-Itália, Cajazeiras-PB, Luis Gomes-RN e Mossoró. Ufa!

Nessa recente quarta-feira (12), fui recebido por Dom Francisco de Sales, bispo da @diocesedemossoro, na sala em que despacha na Cúria Diocesana, Centro da cidade. Não o procurei em busca de entrevista e de lá não saí com material para qualquer reportagem.

Tive oportunidade para conhecê-lo e o bate-papo versou sobre os mais diversos temas. Do seu despertar à vida sacerdotal na infância, na zona rural de Araripina, à densidade de estudos em Filosofia e Teologia no Instituto Milltown, em Dublin.

Tempo para um cafezinho, sem açúcar, pros dois, que ele fez questão de servir ao visitante. Bem antes, eu já o tinha ‘vitimado’ com meu segundo livro: “Só Rindo – A política do bom humor do palanque aos bastidores.”

Tímido, ou de natureza parcimoniosa, Dom Francisco de Sales Alencar Batista descontraiu-se mais adiante. Ao resgatar um caso da tradição oral pernambucana, sorrimos uníssonos.

Hora de partir.

Grato, Dom Francisco de Sales – o Carmelita.

Sucesso em seu pastoreio.

Bispo tem origem pernambucana, mas com trabalho e estudos na Irlanda e Roma Foto: Valéria Bulcão)

Bispo tem origem pernambucana, mas com trabalho e estudos na Irlanda e Roma (Foto: Valéria Bulcão)

Carlos Santos é criador e editor do Blog Carlos Santos que está no ar há mais de 17 anos

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Categoria(s): Crônica
quarta-feira - 12/06/2024 - 08:24h
Encontro marcado

Para ouvir e aprender mais com Dom Francisco de Sales

Dom Francisco de Sales é o sétimo bispo da Diocese de Mossoró (Foto: Diocese de Mossoró)

Dom Francisco de Sales é o sétimo bispo da Diocese de Mossoró (Foto: Glauber Soares)

Hoje, quarta-feira (12), às 10h, estarei visitando o bispo Dom Francisco de Sales na Cúria Diocesana em Mossoró. Pedi, foi-me concedida audiência para uma visita.

Que fique claro: não será uma entrevista. Não é o repórter com quase 40 anos de estrada que estará à sua frente, como interlocutor ou impertinente sabatinador. É o cidadão de família cristã que quer conversar com o sétimo bispo da Diocese de Mossoró. Assuntar, aprender mais.

Ideia é conhecer a cabeça desse pastoreio que começou há poucos meses, das afinidades dele com Santa Teresa de Ávila, os estudos de Filosofia e Teologia no Instituto Milltown em Dublin (Irlanda), enxergar sua terra natal (Araripina-PE) pelos olhos do menino que resolveu seguir chamado à vida religiosa, além da passagem no episcopado em Cajazeiras-PB – antes de aportar aqui.

Vou-me inteirar quanto aos primados carmelitas e a missão de conduzir uma diocese vastíssima, circunscrição eclesiástica com 39 paróquias, mais de 55 municípios e população além dos 900 mil habitantes.

Bate-papo sobre espiritualidade, fé, gente, ação apostolar.

Às 10 horas estarei aí, Dom Francisco de Sales Alencar Batista.

Encontro marcado.

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Categoria(s): Comunicado do Blog / Crônica / Gerais
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domingo - 19/05/2024 - 06:26h

David e Moisés, eu falo

Por Carlos Santos

Turma Vox2You Mossoró "Evolution" Foto em 14 de maio de 2024)

Turma Vox2You Mossoró “Evolution” Foto em 14 de maio de 2024)

Num tempo em que muitos são profundos desconhecedores de quase tudo, na Web, com opinião formada sobre qualquer tema, resolvi mergulhar numa experiência interessante: fazer o que não gosto para me desafiar a ser o mesmo, melhor.

Topei ser esculpido mais ainda, me aperfeiçoando na fala, na comunicação verbal e não verbal, apesar de uma estrada com quase 40 anos na imprensa. Estou imerso no curso da franquia nacional Vox2You Mossoró, para melhorar meu bê-á-bá. Simples.

“Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas ideias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental,” definia-se o escritor Gilberto Freyre. Sigo o ‘relator.’

Mas, qual a razão para estar num curso de oratória? Não gostar de falar em público, apesar de ter uma rotina, por dever de ofício, desfiando a palavra em palestras, rádio, televisão, debates, reuniões etc. Justifiquei assim para um dos sócios da Vox, Luís Henrique, quando lhe comuniquei num cafezinho informal sobre a minha matrícula.

“Apenas tirei do mármore tudo o que não era David”, explicou Michelangelo sobre sua escultura, com a naturalidade de quem sabia ser possível encontrar naquele bloco de cinco toneladas, um ser melhor do que a matéria bruta. Sou essa pedra imensa, que segue lapidada pelo martelo e o cinzel da vida, mesmo que jamais venha a ser um David.

Estou sempre pronto a ouvir, a aprender, a ofertar o que sei. Amo escrever, posso falar melhor.

“Fala, Moisés! Por que não fala?”, pronunciou-se Michelangelo extasiado com sua obra, depois de concluir seu Moisés, também nascido do mármore.

Renascentista, imperfeito, eu falo.

Carlos Santos é criador e editor do Blog Carlos Santos – página que completou 17 anos dia 3 de maio último.

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Categoria(s): Comunicação / Crônica
domingo - 17/03/2024 - 10:26h

Um Oscar para o rapaz velho

Por Marcos Ferreira

Reprodução do autor da crônica

Reprodução do autor da crônica

Passei alguns dias meditabundo. Pois é, já começo esta conversa assim, com uma palavrinha cheirando a mofo, de pouca empregabilidade, falando difícil como quem desejasse que o leitor enrugue a testa e abandone esta página antes do primeiro parágrafo terminar. Mas não é este meu intuito. Então troquemos o famigerado “meditabundo” por “entristecido”. Pronto, é isso. Andei uns dias com um bocado de fastio para certos “pratos” da cozinha cotidiana de nossa existência.

Agora, porém, o apetite voltou. Inclusive o da escrita. Especialmente depois que li “Uma confissão de amor para me sentir vivo”, do meu colega de xícaras e neuras Carlos Santos. Texto de profunda inspiração que nos inspira de maneira profunda. Ao menos a mim. Isto não é um simples elogio, é merecimento. É a mais sincera opinião deste sapateiro das letras. Digo sapateiro porque é esta a única assinatura em minha carteira de trabalho (CTPS) de que tenho o maior orgulho.

Hoje não, os anos 1980 foram embora, as fábricas de calçados de Mossoró quebraram por causa da produção das grandes indústrias em escala planetária, todavia já fui um sapateiro profissional. Comecei com dez anos de idade, e o patrão carimbou minha CTPS quando completei quinze anos. “É o seu presente de aniversário”, disse-me. Daí por diante me ocupei com outras coisas, toda sorte de bicos e subempregos. Fui impostor em um bocado de atividades, até me tornar isto, um sujeito que não conseguiu aprender outra coisa melhor para fazer além de escrever.

“Uma confissão de amor para me sentir vivo”, a meu ver, só tem um defeito: não foi escrita por mim. É daquelas coisas que a gente termina de ler e exclama: “Caramba! Muito bom!” Foi o que eu disse. Tanto que agora estou pegando carona na “confissão”, escrevendo uma crônica sobre outra crônica, como se a página do Carlos Santos precisasse do brilho emprestado das minhas tintas.

Não precisa. “Uma confissão de amor para me sentir vivo” tem luz própria. É uma declaração, um testemunho tocante, uma ode apaixonada, um genuíno louvor. Enxerguei a mim mesmo em vários pontos da mensagem.

Essa entrega, esse compromisso com o mister do ofício da escrita, mexe com os meus botões. Imagino que estamos no mesmo barcos das palavras. Às vezes, pelo capricho dos ventos, seguimos em direção à notícia pura e simples; noutro momento, com ou sem um pouco de arte, ajustamos as velas no rumo das águas onde habitam as criaturas linguísticas com maior e subjetiva grandeza.

Identifiquei-me, enquanto enfeitiçado que sou da necessidade de escrever, com a reverência do rapaz velho à sua longeva profissão de fé, devoção que hoje já está com trinta e nove anos de serviços prestados ao bom jornalismo do Rio Grande do Norte, bem na borda, na beiradinha dos quarenta anos.

Quem quiser que diga que estou puxando o saco. Há sempre quem não goste de ver outrem recebendo um reconhecimento assim, público, e sem economizar os méritos do homenageado. Dirão, pois, que estou puxando o saco. É verdade que já peguei nos bagos de supostas unanimidades da cena literária potiguar, autênticos pavões assinalados, contudo foi só para deixá-los sem as bolas. Mas aposentei o bisturi; hoje não faço mais esse tipo de intervenção cirúrgico-escrotal.

“Uma confissão de amor para me sentir vivo” recebeu um nome belíssimo. Algo que fica muito bem, por exemplo, para intitular um livro de poemas, crônicas, contos ou romance. Ouso dizer, ainda, que o título é coisa de cinema. Peço, então, nesta nossa Hollywood dos invisíveis, um Oscar de melhor roteiro original para o rapaz velho. Enquanto eu concorreria, claro, como ator coadjuvante.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - Sal & Luz - Julho de 2025
quarta-feira - 13/03/2024 - 13:30h
Jornalismo

Uma confissão de amor para me sentir vivo

Foto ilustrativa

Foto ilustrativa

Estou próximo de completar 39 anos de atividade continua no jornalismo e 17 desta plataforma – www.blogcarlossantos.com.br. Dei-me conta há poucos dias que os 40 estão rondando por aí. Sinceramente, não sei se chego lá. Dobrei o Cabo da Boa Esperança e estou na etapa final, quase uma prorrogação.

De verdade: nunca imaginei tanto nessa longa estrada da existência terrena e numa atividade profissional que não estava nos meus planos mais primários.

Até pensei, menino mirrado e asmático que fui, adolescente também, que jamais chegaria tão longe na vida. E, nesse ofício, menos ainda.

O jornalismo me salvou, me abduziu, me deu a chance de viver com apetite e querendo viver mais. De ser feliz, mesmo quando os manchetes do meu íntimo diziam: “Não. Não vai dar certo.” É meu lazer, meu parque de diversões. Onde me encontro e reencontro-me todos os dias.

Sigo aprendiz, sobretudo porque gosto da companhia e dos ensinamentos dos mais jovens.  Mas, impossível esquecer o encantamento com professores como Cassiano Arruda Câmara, Dorian Jorge Freire, Jaime Hipólito Dantas, Givanildo Silva, Aluízio Alves e Vicente Serejo, por exemplo. Ricardo Kotscho, Luiz Fernando Imediato, Hélio Fernandes, Mauro Santayana, Elio Gaspari, Sylvio Costa, David Nasser, Gilberto Dimenstein, Carlos Lacerda…

Quero mais e mais fazer o que faço no webjornalismo, no rádio e televisão. Sem esquecer a escola do jornal impresso, a experiência inovadora e surpreendente do Herzog Press (jornal via fax que lancei em fins dos anos 90).

A disposição física não é aquela de décadas. Mas, o apetite em aprender, a curiosidade, a febre da reportagem, o detalhismo da textualização, o foco no título, o zelo nas legendas e fotos, tudo continua como antes.

Tive frustrações, tentei largá-lo, senti-me atraído pela advocacia, mas a paixão e um pouco da razão de viver me chamaram de volta. Puxaram-me uma, duas, três vezes ou mais às redações.

Desisti de desistir. Chega.

Eloísa, meus filhos, netos, amigos, webleitores, por favor não fiquem com ciúmes. Essa não é uma crônica que menospreza vocês, mas uma confissão de amor para me sentir vivo.

Já disse e repito: enquanto der, dará.

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Categoria(s): Crônica
domingo - 25/02/2024 - 04:34h

Um oficial de Justiça (amigo) em minha porta

Batendo à porta, porta,Por Carlos Santos

Mais uma vez tenho um oficial de justiça à minha porta. A batida ao portão, com o punho cerrado e em sequência tonitruante, não me deixa dúvida. Pergunto só para conferir mesmo:

– Quem é?

– Sou eu, Carlos Santos. É Otacílio, oficial de Justiça.

Nem precisava a declaração oficial.

O “toque” de Otacílio é personalíssimo.

Tomo a liberdade, para não atrasá-lo, de sair em trajes quase sumários, com meu físico de pintassilgo resfriado, pernas de talo de coentro à mostra.

Uso apenas uma toalha contornando a cintura, dorso “atlético” à exibição, como um gladiador apolíneo, espécie de deus grego do semi-árido.

Tenho essa naturalidade, em face da frequência com que os oficiais de justiça aportam aqui em meu muquifo, sempre trazendo citações e intimações da patota que está no poder e, que, não é do ramo.

Pelo menos do ramo de governar, que se diga.

Suas manoplas têm outras habilidades.

Bem, mas voltemos ao ponto central desta prosa.

Surpreendi-me. Nem intimação nem citação.

O amigo Otacílio, de manhã ainda cedo, pede desculpas pelo suposto incômodo. Quer apenas uma informação sobre outra pessoa a ser citada judicialmente. Oriento-lhe, ajudo-o. E, lógico, coloco-me sempre à disposição para esse ou outro fim ao meu alcance.

Como jurisdicionado, até cobro tratamento diferenciado, pois me considero o melhor por essas plagas, sem nunca me esconder ou colocar qualquer embaraço ao prosseguimento processual, desde a simples citação.

Dessa vez, na pressa não deu para oferecer pelo menos um copo com água ao Otacílio. Mais não posso. A geladeira parece um chafariz: só tem água.

Fica para uma próxima.

– Volte sempre – intimei ao me despedir.

Carlos Santos é editor e criador do Blog Carlos Santos (Canal BCS) e autor dos livros “Só Rindo – A política do bom humor do palanque aos bastidores” (I e II)

*Texto originalmente publicado no dia 20 de maio de 2011, quando eu era soterrado por dezenas de processos judiciais originários de um mesmo grupo político local.

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Categoria(s): Crônica
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