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domingo - 07/07/2024 - 12:42h

A barca e a balança

Por Bruno Ernesto

Barca funerária egípcia no Museu do Vaticano (Foto: Bruno Ernesto)

Barca funerária egípcia no Museu do Vaticano (Foto: Bruno Ernesto)

Uma das coisas mais relaxantes para mim é assistir a documentários, especialmente sobre história e artes.

O interesse temático para mim aparece em ciclos: tem tempo para Segunda Grande Guerra, outro para história do Brasil, cangaço, processos de fabricação, aviação, exploração espacial, grandes pintores e as grandes civilizações, especialmente a do Antigo Egito.

Há tantos documentários sobre o Antigo Egito, com tantos assuntos e abordagens interessantes que, quanto mais se assiste, mais desperta o desejo e o interesse em se aprofundar sobre cada um deles.

Evidentemente que um dos temas mais destacados é a estreita relação daquela civilização com a morte e o morrer, especialmente seus mitos e deuses.

Dentre os mitos relacionados à tal temática, o mais interessante era o ritual da pesagem da alma do morto na balança de Maat, a deusa da verdade, justiça e da retidão.

Em tal ritual, Osíris era o responsável pela pesagem da alma do falecido, consistindo o mesmo na pesagem do coração do morto em relação a uma pluma de avestruz: se o morto tivesse o coração mais leve que a pluma, tinha direito ao paraíso.

Fazendo um paralelo, seria o mesmo que São Pedro faz com todo aquele que chega às portas do paraíso: se o morto foi uma boa pessoa no mundo terreno, a alma seguirá para o céu.

Outro mito egípcio bastante interessante era o dos barcos solares, que também consistia num ritual que o morto precisava se submeter para, tal qual o da balança de Maat, alcançar a imortalidade.

Nele, os egípcios acreditavam que, todas as noites, quando o sol se punha, o deus Rá, que era o deus Sol, travava uma luta por doze horas, passando por doze estações simbólicas de lutas com os deuses para, ao amanhecer, alcançar a vida eterna.

A verdade é que toda essa simbologia egípcia, que conta mais de quatro mil anos de história, retrata a luta diária de todos nós, na medida em que, ao fim ao cabo, conduzimos nossas atitudes pensando desfrutar a paz e descanso justos.

Pelo menos, a maioria de nós assim espera e a minoria assim faz por onde.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

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Categoria(s): Crônica

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