Graduado em Ciências Contábeis pela UERN, o atual presidente da Câmara Municipal de Mossor, Francisco José Lima Silveira Júnior (PMN) cumpre o seu terceiro mandato na casa. Jacta-se de ser na história de Mossoró, o vereador que recebeu o maior número de votos em uma só eleição. É também o mais jovem vereador a assumir o comando do Legislativo mossoroense. Filho do ex-deputado estadual e ex-vereador de Mossoró, Francisco José, e pai de Giovanni, trabalha agora para a implantação do Partido Social Democrata (PSD), do qual será o presidente local. Veja abaixo o bate-papo com o Blog sobre diversos temas relacionados à Câmara, sucessão municipal, PSD etc.
Blog do Carlos Santos – Presidente, a Câmara de Mossoró viveu legislaturas muito tumultuadas nos últimos anos, com “direito” a espaços consideráveis nas páginas policiais. Em poucos meses de gestão o senhor aplacou insatisfações de servidores, freou confrontos entre alguns de seus pares e vende uma imagem à sociedade de produtividade legislativa. Qual a fórmula para essa mudança tão repentina. Ela é real?
Francisco José Júnior – Realmente foram muitos problemas no passado. A gestão da nossa Mesa Diretora tem trabalhado muito e tem como meta mudar e melhorar a imagem do Legislativo. A prova disso é que contratamos uma pesquisa de opinião publica, onde 71% da população não conhecia, e ao mesmo tempo reprovava, a nossa casa. O que fizemos, primeiramente, foi implantamos a transmissão ao vivo das sessões em uma TV aberta, onde toda a população de Mossoró tem acesso. Também aumentamos a cobertura de divulgação através dos jornais, rádios, blogs, carros de som, sites e redes sociais. Com isso, as ações da Câmara chegam mais fácil ao cidadão.
Outra grande conquista foi a implantação da Tribuna Popular, onde pela primeira vez na história de uma Câmara Municipal do Rio Grande do Norte, o cidadão tem voz na Tribuna, para expor seus problemas e suas reivindicações em prol da sua comunidade. Conseguimos uma bom diálogo e uma boa convivência com os servidores, procurando sempre qualificar, valorizar e tratá-los de maneira igualitária. Fizemos isto também com os Vereadores. Tratamos a todos por igual, independente de cor partidária, com isto, conseguimos harmonizar e sintonizar os trabalhos legislativos deixando uma Câmara bem mais produtiva e transparente.
BCS – A Câmara de Mossoró ainda não tem um Portal da Transparência, mas avançou com sessões ao vivo pela TV e divulgação mais técnica de suas atividades parlamentares, em vez do simples oba-oba personalista. O que falta para que ela seja mais transparente e o que tem sido providencado com esse fim.
Francisco José Júnior – A Câmara tem um portal, mas antigo e defasado. Estamos trabalhando forte para adequá-lo às normas do TCE, inclusive já participamos de dois treinamentos no Tribunal de Contas e em breve estaremos lançando o novo portal. Com a transmissão da TV, a população tem acesso à posição de cada vereador e a votação em tempo real dos projetos.
BCS – Diante do ainda confuso quadro sucessório municipal, seria conjecturar demais numa aposta de que o senhor possa ser vice, na chapa majoritária governista? Há esse plano, mesmo que em sonho?
Francisco José Júnior – Realmente muito confuso. Devido ao trabalho que estamos desenvolvendo na Câmara, estão surgindo varias especulações neste sentido, mas não desejo neste momento sair do legislativo. Preciso de pelo menos mais um mandato para desenvolver todos os meus projetos, para aí sim, tentar novos voos.
BCS – No plano local, seu grupo político tem convivência respeitosa com o governo Fafá Rosado (DEM); no plano estadual é liderado do vice-governador Robinson Faria (PMN). Surgem sinais de convivência difícil entre ele e o grupo da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Esse terreno minado pode levá-lo à oposição, numa disputa municipal?
Francisco José Júnior – Nossa convivência com a prefeita Fafá Rosado é uma relação mútua de muito respeito em prol do desenvolvimento da cidade. Politicamente sigo o vice governador Robinson Faria, que está afinado com a governadora, além de estarmos também afinados com o deputado federal Fábio Faria (PMN).
BCS – Em sua eleição à presidência da Câmara de Mossoró, o senhor conseguiu a proeza de derrotar a vontade do governismo, fechando sua vitória com composição que ficou conhecida como o “G7”, grupo dos sete vereadores. Cheguei a ouvir que os senhores estariam unidos e influindo na política local um pouco adiante. Mas logo o GT minguou, dispersou-se e o governo retomou maioria. Tudo foi apenas um acordo de ocasião?
Francisco José Júnior – Não se trata de acordo. O que houve naquele momento, foi uma união de vereadores para fazer uma oposição ao então presidente Claudionor dos Santos. Conseguimos por duas eleições vencer a disputa. Não tenho nenhum ressentimento aos meus colegas que retornaram à base de Fafá. acho até normal devido a identificação com ela, e como disse, na Câmara Municipal de Mossoró não existe mais G7 e sim G13.
BCS – O PSD, partido em criação e para o qual o senhor e seu pai, ex-deputado estadual Francisco José (PMN), devem migrar, puxados por Robinson Faria, tem que meta para as eleições municipais de 2012?
Francisco José Júnior – O PSD nasce forte e com um sentimento de ser o Novo da política. Iremos presidir juntamente com meu pai, o diretório municipal, onde teremos como meta fazer uma chapa proporcional muito forte, que possamos fazer uma das maiores bancadas, assim como participar ativamente da chapa majoritária, decidindo a campanha para prefeito.
BCS – Já ouvi zunzunzum, nos intramuros da política mossoroense, de que o senhor pavimenta caminho, com cuidado e detalhismo cartesianos, para ocupar espaço que um dia foi do seu pai, na Assembleia Legislativa. E 2014 não está tão longe assim. Há esse foco?
Francisco José Júnior – Nós, políticos que trabalhamos com amor, sonhamos também em alçar voos mais altos, com o intuito de contribuir ainda mais com a população e com a cidade, mas em relação aos projetos futuros, todos virão ao seu tempo e, é claro, respeitando o desejo dos eleitores.
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