"Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esta sujo por completo". (Mahatma Gandhi)
Folheando aqui o meu vigilante Dicionário Aurélio, leio o sentido da palavra "generalização". Vamos lá: "(…) Extensão de um princípio ou de um conceito a todos os casos a que se pode aplicar."
Por que recorro ao Aurélio? Primeiro, por admitir minha ignorância; depois, para sustentar tecnicamente as reflexões que procuro emitir neste artigo.
É-me necessário para poder avaliar o peso devastador da reportagem da "TV Mossoró", quanto à atuação de um agente de trânsito da cidade, flagrado em áudio e vídeo transacionando propina. O conteúdo é incisivo, jornalisticamente insofismável, embora que à luz do Direito deixe brecha e seja, pasme, defensável.
À minha mente, além das imagens e falas que revelariam a falta de pudor do "amarelinho", são latentes as expressões chulas dos diálogos: "migué (sic)", "homi" (sic), "boy", "cara" (sic) etc. Parece que estamos diante de filmagem da ralé do submundo, da marginália inculta e insana.
Passei a ficcionar também sobre o que se passa na cabeça de amigos, pai-mãe, irmãos e arrabaldes da vida desse jovem de 25 anos, identificado como Astério Antonio da Silva. Como administram esse redemoinho?
Que situações conflitantes: há alguns meses, acredito, ele era festejado por aprovação num concurso disputadíssimo. Paroxismo da alegria; hoje, chagado pela vergonha. Execrado.
Aquela palavrinha que citei acima, "generalização", sob o amparo do Dicionário Aurélio, cabe nesse enredo. Mas não como instrumento de uso ocasional ou sistemático. Devemos bani-la dessa discussão.
Toda uma categoria não deve ser condenada pelo pecado de um, que pode ser pecado de muitos, mas não creio que seja da maioria ou de sua totalidade.
Prefiro crer e tenho razões para apostar nisso, que a face dos agentes de trânsito não é aquela de Astério, com medicância por uns trocados, olhar desconfiado e linguagem marginal. Aposto noutro perfil. Vejo o de Ítalo Thiago da Silva Cunha, 23, agente baleado no dia 20 de novembro do ano passado, num incidente por excesso de zelo e imaturidade.
Generalizar? Não. Fujamos dessa tentação.
O elogio generalizado é leviano, da mesmo forma que julgar os amarelinhos pelo que a TV mostrou.
Quero parabenizá-lo pela “sensibilidade” na análise que faz desse episodio lamentável.. Infelizmente os Pais sofrem muito com os erros e deslizes de filhos, mas precisamos permanecer ao lado deles, na tentativa de corrigir e fazer com eles se responsabilizem e paguem por seus proprios erros.
Como diz Shakespeare: Sábio é o Pai que conhece seu proprio filho! Que Deus nos conceda essa benção.
Quem disse que ser corrupto nesse país de Mossoró causa vergonha a ninguem. Essa pratica desse rapaz é tão antiga quanto a posição de fazer m…. A repercurssão esta em haver uma disputa politica e os agentes de trãnsito estarem envolvidos. De quem é a emissora de TV que denunciou? Não estaria seus donos envolvidos em denuncias de corrupção. A corrupção esta em todos os setores da sociedade e Mossoró bate todos os recordes. Na minha opinião era cadeia para este agente e todos corruptos que existem no setor público. Agente de trãnsito boleiro no município vai ser tão comum como existe nos agentes de trãnsito estadual…PQP!!!!!
Muito lúcido seu comentário, Carlos.
Não conheço nenhum (pessoalmente) agente de trânsito do município de Mossoró. Porém, torço e faço minha parte para
melhorar essa loucura que é nosso trânsito. Percebo que há
imaturidade de alguns no trato com motoristas/motociclistas.
Mas, também, o que vejo de infrações serem cometidas a cada instantes, é um absurdo.
É lamentável esse episódio, mas que o mesmo sirva de lição para
que os “amarelinhos” amadureçam mais rápido.