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quarta-feira - 07/09/2022 - 08:34h
Números e votos

Pesquisa proporcional, a complexa fórmula à eleição de um deputado

Nunca antes na história deste país vimos tantas pesquisas eleitorais, especialmente no RN. Sobre o assunto já tratamos em algumas postagens nas últimas semanas. Não é o caso especificamente da abordagem agora.

Em particular, é hora ou passa da hora, de lidarmos com algumas nuances das pesquisas proporcionais, quando dezenas de nomes são citados a deputado estadual e deputado federal. Quem aparece, lógico que comemora. Quem não é mencionado, entende que o melhor é praguejar a sondagem.

Disputa pelo voto proporcional é a mais complexa de uma eleição e a pesquisa é de suma importância (Foto ilustrativa)

Disputa pelo voto proporcional é a mais complexa de uma eleição e a pesquisa é de suma importância (Foto ilustrativa)

Contudo, nenhum político que se propõe a ser um vencedor abre mão de pesquisa. Em público, fala mal da que não lhe satisfaz, mas nos bastidores trabalha com números e números. Quem não tem essa ferramenta caminha com olhos vendados, só contando com o olhômetro.

É preciso entender, por exemplo, que a margem de erro nas pesquisas proporcionais é enorme, muito além do que tecnicamente os institutos apresentam para as sondagens majoritárias.

Toda pesquisa proporcional é feita com pergunta para resposta espontânea, quando o entrevistado recorre à memória. Ao pesquisador ele fala de alguma preferência prévia ou que esteja no seu inconsciente. Nenhum nome é apresentado em lista à sua escolha.

Outro ponto, é que o pesquisador joga na planilha absolutamente toda citação, inclusive de gente que sequer é candidata ou disparates ditos pelo eleitor: o  nome de um cantor, um jogador de futebol, da própria mãe etc. E olhe que o número de candidatos oficiais é outro agravante, pois são dezenas.

Quem não está afeito à toda técnica científica empregada na pesquisa costuma dizer asneiras, muitas vezes para desacreditar qualquer trabalho que é realizado. “Eu nunca fui entrevistado” – é uma frase comum. E daí? Não se trata de um censo populacional, onde todos o são, mas de “amostra” dos estratos sociais.

Para coletar informações sobre eventuais patologias, o laboratório que extrai seu sangue não suga 5 litros desse componente do seu corpo. Uma gotinha é suficiente para esquadrinhar tudo. A pesquisa segue basicamente esse padrão. De uma amostragem se tem ideia do todo.

É um subconjunto finito da população de certa área pesquisada, que revela o quadro de intenções de voto. Que fique claro.

A partir desse universo de ouvidos temos o rol de tendências naquele momento, quanto às disputas majoritárias e proporcionais.

Ainda bote nessa caldeirada, a legislação carregada de regras muito confusas para qualquer mortal. Esse emaranhado de números, cálculos, exigências, determinará a relação de ganhadores da corrida eletiva.

À medida que se aproxima das eleições, uma série de pesquisas começa a sinalizar possíveis eleitos. Porém, não estranhe se surgir alguém entre os vitoriosos que praticamente não aparecia entre os mais lembrados. Cada partido tem uma disputa própria. O (os) mais votado (os), óbvio, estará em maiores condições de voto.

Leia também: Enxurrada de pesquisas exige mais moderação do que análises;

Leia também: O que há de sintonia entre duas pesquisas conflitantes.

Nesse estágio da campanha (duas semanas), toda pesquisa “normal” aponta mais  de 60 a 65 por cento de indecisos. Essa pirâmide de dúvidas só começa a se diluir nos últimos dias, estabelecendo realmente o quadro de eleitos.

Espero ter contribuído um pouco (pois também sigo aprendendo) para a compreensão do que é uma pesquisa proporcional. A ideia é alimentar o bom debate, numa dialética para que todos nós possamos melhorar nosso conhecimento.

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Categoria(s): Eleições 2022 / Opinião da Coluna do Herzog / Política

Comentários

  1. Luiz Carlos da Silva diz:

    As pesquisas mostram uma tendência para federal, vejamos:
    Do PL, três disputam 2 vagas ( Girão ou João Maia ou Robinson Farias);
    UB, elege 2 ou 1 (Karla Dickson ou Paulinho Freire ou Benes);
    PT, elege 2 ou 1(Natália ou Mineiro);
    PP, elege 2 ou 1 (Beto Rosado ou Major Brilhante);
    SDD, pode eleger 1 (Kelps ou Lawrence);
    MDB, pode eleger 1 (Garibaldi).
    Acho que os outros partidos não elegem ninguém e os eleitos ficaram entre esses nomes acima citados.

  2. Rocha Neto diz:

    Realmente o número de empresas de pesquisas atuando da cabeça as nádegas do nosso elefante potiguar virou uma zona franca, e a zorra dos números compõe perfeitamente os ingredientes pra uma salada russa, com sabores para alguns poucos e acidez acentuada para uma grande maioria.
    Mais o ponto acurado da salada, logo logo virá a tona, os que conseguiram identificar os números preciosos dos ingredientes (votos), continuarão a mesa e se servirão de uma gostosa guloseima chamada vitória que irão conhecer há exatamente 24 dias, com chiliques e sorrisos contados através dos votos advindos das urnas.
    SURPRESAS?? Sim. Não é todo mundo que sabe ou conhece o real sabor de uma salada russa.
    A do restaurante PRATO DE OURO é imbatível.
    Desculpem a modéstia!
    P.S. Tenho conhecimento dos ingredientes da salada russa alimento.
    Já dá salada russa política, apenas noção! Pense numa complexidade.

  3. Wendell Stewart da Costa Silva diz:

    Eu observo que no tocante a AL do RN, os eleitores desejam tirar as múmias de lá: Getúlio Rego, José Dias, Vivaldo Costa, Raimundo Fernandes e Galvão. Mas, vamos aguardar mais um pouco….

  4. Wandenberg Pinto diz:

    Você colaborou muito em seus comentários e fez muito bem falando com simplicidade naquilo que o público precisa conhecer sobre pesquisa. O fato do Rio Grande do Norte ter muitos institutos de pesquisa é muito positivo e revela a importância desse instrumento de informações muito necessário para candidatos e para o público em geral. Sempre lhe acompanho e sei que seus comentários são bem compreendidos e importantes. Você diz que está ainda aprendendo sobre pesquisa e isso é bom, pois todo dia a gente aprende sempre mais, pesquisando.

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Boa noite. Obrigado pela intervenção, Wandenberg.

      Abraços e sucesso em seus trabalhos de pesquisa, análise e mentoria política.

  5. Guilherme Queiros diz:

    Na minha opinião, segue os federais eleitos:
    Garibaldi MDB,
    João Maia PL,
    Natália PT,
    Benes Leocadio UNIAO,
    Lawrence Solidariedade,
    Brilhante PP,
    Carla Dickson,
    Mineiro PT

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