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domingo - 09/02/2020 - 10:49h

A complicada travessia do melão brasileiro para a China

Por Josivan Barbosa

Egídio Serpa do Ceará, importante colunista do Diário do Nordeste, testemunhou o esforço pessoal que a cearense Duna Uribe – neta do saudoso prefeito de Jaguaribe, Franklin Gondim, e diretora comercial da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A) – está fazendo, ao lado do presidente da empresa, Danilo Serpa, no sentido de sensibilizar as grandes companhias mundiais de navegação a criarem uma linha especial para transportar, do Pecém à China, o melão produzido no Ceará e no Rio Grande do Norte.

Porto de Pecém é canal de exportação em escala dos melões produzidos no Ceará e RN (Foto: Ceará Portos)

O diretor de uma das três grandes empresas marítimas – a dinamarquesa Maersk-Hamburg Süd, a francesa CMA-CGM e a MSC Mediterranean Shipping do Brasil – disse que a solução não é fácil, pois depende do volume da carga, do valor do frete e da disponibilidade da frota.

Duna Uribe é especialista neste tipo de questão – ela é dos quadros técnicos do Porto de Roterdã, um dos maiores do mundo, cujo comando a indicou para representá-lo na diretoria da Cipp S/A, onde, com seu jeito simpático, mas severo, já aprendeu toda a arte de driblar a imprensa.

Indagada sobre como foram as reuniões com os representantes das empresas de navegação, ela respondeu como o avô: “Na sexta-feira (amanhã), terei uma resposta”.

Danilo Serpa reconheceu que levar melão do Ceará para a China é uma tarefa que parece difícil, “até que encontremos a melhor alternativa”.

Luís Roberto Barcelos, sócio da Agrícola Famosa, que está pronta para exportar seus melões para a China, confessa: “É complicado, mas absolutamente viável”.

Bem, a vida útil de um melão é de 40 dias. A viagem de Pecém à China terá de demorar, no máximo, 30 dias, para que sobrem 10 dias para o desembarque, a distribuição e a comercialização do melão no gigantesco mercado chinês.

Descartáveis

Está na hora de Mossoró se antecipar e implantar uma lei municipal que restringe o uso de descartáveis nos bares, lanchonetes e similares.

Em São Paulo isto já é uma realidade. Varejistas que vendem refeições, bebidas e doces na cidade de São Paulo estão abandonando pratos, copos e talheres de plástico descartável, antecipando-se à lei municipal que bane esse tipo de produto a partir de janeiro 2021. A troca do plástico por papelão, metal ou porcelana é tendência que deverá ser adotada em outras partes do país.

Há cerca de 1 milhão de bares e restaurantes no país, num mercado altamente pulverizado, formado por pequenos e micro negócios. Essas empresas já estão limitando a distribuição de utensílios de plástico, consultando fornecedores de produtos renováveis locais, o que indica que o mercado se ajusta à uma nova legislação municipal sobre o tema.

iFood

Um bom exemplo dessa tendência é o aplicativo iFood que oferece em sua loja virtual de insumos para restaurantes, uma seção de embalagens sustentáveis como copos, canudos, talheres e pratos. Segundo a empresa, a demanda por esses itens aumentou quatro vezes entre 2018 e 2019. Os itens ainda têm preços mais elevados – uma bandeja articulada biodegradável com tampa sai por R$ 3,26 a unidade. Uma de isopor custa R$ 0,94, por exemplo. Mas a expectativa é que com o ganho de escala e as inovações em materiais, a diferença caia.

Descartáveis na China

Não há mais tempo para esperar e se o nosso município se posicionar contrário ao uso indiscriminado de descartáveis estará à frente do tempo e em sintonia com grandes nações como é o caso da China.

Em Pequim, Xangai e nas principais cidades costeiras, as fontes de lixo plástico serão proibidas a partir de 2023.

O uso de embalagens plásticas em alimentos para viagem também será eliminado. A China também irá banir a importação de lixo plástico, que o país usava para gerar calor e eletricidade. A produção e a venda de sacolas com menos de 0.025 mm não serão mais permitidas assim como o uso de filmes plásticos com menos de 0,01 mm de espessura, utilizados para embalar produtos agrícolas.

O destino inapropriado dos descartáveis e das sacolas provoca um dos piores e mais persistentes problemas ambientais das grandes cidades. O descarte impróprio abarrota lixões, suja os rios e alcança o mar.

Ensino Superior

Os mais ricos têm perdido participação no total de alunos, tanto no ensino público, como no privado, devido ao avanço no acesso dos mais pobres, por meio de políticas como cotas, expansão das universidades públicas nos anos 2000 e interiorização de campi. Os 20% mais ricos eram 54% dos estudantes de universidades públicas em 2005, caindo a 36%  em 2015.

No ensino privado, essa participação foi de 67% a 37%.

Já os 40% mais pobres eram 8% do corpo discente das universidades públicas em 2005 e passaram a 23% em 2015. No setor privado, esse percentual foi de 3% a 16%. Ou seja, os mais pobres seguem sub-representados no ensino superior, em ambos os tipos de ensino, mas proporcionalmente  têm presença maior no setor público do que no privado.

Números em crescimento (Foto:ilustrativa)

Juros

O novo corte dos juros vai renovar a pressão para o barateamento do custo do crédito, o que não aconteceu de modo significativo até agora, apesar da redução do custo de captação dos bancos e de diversas medidas tomadas pelo Banco Central (BC) com esse objetivo.

O balanço do crédito em 2019 mostrou, ao contrário, que os bancos até ampliaram os spreads praticados e não repassaram para os clientes toda a economia obtida com a queda da Selic. Enquanto o juro básico recuou de 6,5% para 4,5% ao longo de 2019, a taxa média do crédito passou de 23,2% em dezembro de 2018 para 23% em dezembro passado. O spread geral das taxas de juros das concessões de empréstimos situou-se em 18,4 ponto percentual, com elevação de 1,4 ponto no ano.

Juros 2

Uma delas é a taxa do cheque especial, que caiu para 302,5% ao ano em dezembro, um recuo de 10,1 pontos percentuais em relação à cobrada em dezembro de 2018. Depois de ver que as seguidas reclamações a respeito das taxas do cheque especial não produziam reação do lado dos bancos, o BC impôs, no começo deste ano, um teto de 8% ao mês para o os juros dessa linha, o que levará a taxa anual para cerca de 150%, metade da praticada atualmente.

Juros 3

Outro campeão em juros altos é o crédito rotativo do cartão, que chegou a 318,9% ao ano em dezembro, bem acima dos 284,4% de igual mês de 2018. Desde abril de 2017, o BC proíbe que o cliente fique mais de 30 dias nessa linha, determinando que os bancos ofereçam alternativa de parcelamento após esse prazo. Apesar de conhecerem como ninguém o cliente do cartão de crédito, os bancos sempre alegaram não saber quando serão pagos para justificar o juro alto do rotativo cartão.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

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Categoria(s): Gerais

Comentários

  1. Q1naide maria rosado de souza diz:

    Prof. Josivan, parabéns. Como sempre, texto repleto de informações importantes.

  2. Victor diz:

    Prof. Josivan sempre traz informações fundamentadas e de fatos que não são tratados com dedicação pela imprensa local, mais afeita ao oba-oba. A questão logística deveria mobilizar empresariado e autoridades locais, pois o escoamento da produção agrícola da região viabilizará investimentos em diversas atividades.

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