Perdi a conta das vezes, em que minha mãe usava esse chavão: “Você vai saber a cor da chita”. De lá até aqui, passados longos anos, deduzo seu significado.
A frase era ameaçadora. Uma traquinagem era respondida com essa intimidação.
A lembrança lança-me a um comparativo à política administrativa do Brasil, na atual conjuntura, de convulsão mundial. É tolice se imaginar que “a crise não vai chegar aqui”.
Só a suprema ignorância e a profunda idiotia podem ofertar tamanho disparate. Vivemos num mundo efetivamente globalizado. O termo não é apenas uma figura alegoria e, sim, fato.
Estamos interligados mundo afora, como vasos comunicantes. Se os Estados Unidos estão em frangalhos, como acreditar que o Brasil passe sem arranhões por esse redemoinho?
Faço todo esse preâmbulo laudatório, para alertar os senhores prefeitos e prefeitas para o que estão sendo pressionados a fazer. A realização do carnaval-2009, festim popular com mais de um século de tradição, precisa ser pensada e repensada.
É inevitável a queda na arrecadação direta-indireta nos próximos meses. O abuso agora, no supérfluo, poderá significar atraso nos salários, lixo nas ruas, falta de remédios em postos de saúde e outros problemas.
Quem tiver medo de contrariar o povão sedento por festa, poderá ter que se deparar com esse mesmo povão revoltado com dificuldades maiores, lá na frente. O prefeito que não estiver consciente dessa realidade, vai pagar muito caro.
Aí vai saber a cor da chita.























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