Bem antes da crise mundial pipocar, a mÃdia impressa já sentia abalos. Os jornais em todo o mundo experimentam queda na circulação, recuo de anunciantes e desmanche.
A revista Exame traz um ótimo material sobre o tema. "A má notÃcia dos jornais", é a manchete.
Fala desde o sufoco bilionário do gigante "The New York Times" (EUA), ao quadro de angústia em congêneres brasileiros. Uma tendência é que gradualmente haja migração de importantes marcas impressas para outras plataformas, com base na alta tecnologia.
O fim dos jornais é prognosticado, mas sem a repetição pura e simples da tragédia imposta aos dinossauros. Há esperança de sobrevivência com dinamismo e dignidade.
"Os grandes jornais continuariam a existir, sem papel e sem tinta. Além de computadores, celulares, iPhone e seus similares, começam a surgir equipamentos sofisticados, como o Kindle da Amazon, que tem o tamanho de um livro (…). Mediante assinatura, ele recebe o conteúdo dos jornais em sua tela", assinala a reportagem.
Hoje, 60% do custo fixo de um jornal advém de papel, impressão e logÃstica. Lamentavelmente, boa parte de seus dirigentes sequer sabem disso. Agarram-se a atalhos à garantia de funcionamento. Por vezes, como simples zumbis, mortos vivos – dependentes da irrigação do erário.
Eu continuo apaixonado pelo jornalismo impresso. Foi uma afeição que derivou do apetite inicial pelo rádio, mas extraÃda do costume no tato e visão desde a infância. ImpossÃvel não ler "O Mossoroense" de Lauro da Escóssia, Dorian Jorge Freire e Jaime Hipólito. Nem esqueço das revistas "O Cruzeiro" e "Seleções".
Hoje, sou devoto do webjornalismo com igual fervor. É uma realidade irreversÃvel, com aprendizado diário. Recomeçar empolgante, com repercussão maior do que alcancei em mais de 20 anos de jornal.
As novas gerações são forjadas por outra cultura: são teclas e telas explorando seus sentidos. Raridade a gente testemunhar um jovem folheando nossos periódicos.
Estudiosos, jornalistas e executivos do setor precisam estar atentos às mudanças sociológicas, sem preconceito ou pânico. A trÃade Internet-computador-celular exige revisão de hábitos, conceitos e reengenharia pessoal-profissional.
Há um processo de alteração na linguagem, relação com o leitor-ouvinte-expectador-webleitor e no que denominamos de "emprego". Não adianta encontrar culpados. A humanidade experimenta a maior de todas as suas revoluções e quem não estiver envolvido, logo será vomitado.
A comunicação está ainda mais valorizada. Não são os Blogs e outras ferramentas que vêm matando os impressos. Esses veÃculos estão agonizando por seus próprios erros, sendo o principal deles a arrogância, que os impede de acordar à modernidade.
Como no inÃcio da revolução industrial, final do século XVIII, não adianta espernear, para impedir a chegada do novo. Inteligente é aprender para tirar proveito.
Àquele perÃodo, na Inglaterra, surgiu o movimento denominado de "luddismo". Derivava do operário Ned Ludd. Com as engenhocas começando a ocupar espaços que antes empregavam vários homens, ele liderou cruzada para impedir a industrialização. "Quebrai as máquinas", incitava.
Até os dias atuais ainda prospera entre insanos e muitos "instruÃdos", o medo da robotização, da nanotecnologia, informática etc. Há até quem persiga blogueiro, numa reedição milenar do complexo da transferência de culpa. Tolice. Burrice.
O futuro chegou. Quem não se cuidar será apenas passageiro da agonia.
Carlos Santos, mais uma vez você fez, o que é natural, um análise real do drama financeiro por que passa a imprensa como um todo. Parabéns! Agora o que eu gostaria de saber é como em Mossoró conseguem sobreviver 4 jornais diários e mais, acho, que uns 2 ou 3 semanais, a Revista Papangu, a Revista Presença e outras que são editadas em determinados eventos. O mais estranho disso tudo é que alguns proprietários vivem babescamente. E as rádios? Como sobrevivem? Sei que a Rádio Rural, que não tem quem “ajude” vive precisando de aportes financeiro. É, amigo, esse filme não mudou nem nunca vai mudar. É o dinheiro público financiando a manutenção de um poder que só tem beneficiado alguns apadrinhados. O mais interessante é que o Ministério Público nunca procurou saber como se formaram, do dia para a noite, algumas fortunas, olhe não estou falando só da turma da PMM não, existem outros de órgão estaduais, federais. Tem gente que nunca colocou um prego em uma barra de sabão é de repente é empresário. Por que a proteção? Quando alguém terá coragem de mexer nesse vespeiro? Aproveito e pergunto: Por que até agora, ninguém questionou o valor da reforma daquela ponte, ou melhor pontilhão que fica na BR 304, próximo a Petrobrás, por mais de 7 milhões de reais? Cadê os plantonistas da ética e da moral? A gente precisa ter o mesmo julgamento para todos. É assim que deve ser! Vamos ser justos!
Prezados Carlos Santos, sou leitor diário de jornais Ha mais de vinte anos. Porém o conteúdo desta matéria é uma realidade. Existe uma migração rápida, eficaz e irremovÃvel do público alvo dos jornais para os blogs e home pages. Onde ao meu ver,além de otimizar a velocidade da informação até o leitor, existe também a vantagem significativa da interatividade entre as partes. Não poderia fechar este comentário destacando o meu apreço e satisfação na preferência diária pelo seu blog. A felicidade ainda aumenta ao olhar para trás, e relembrar de você quando começou no Banco do Brasil ao lado do meu pai, Everardo Rebouças, nas conversas informais com nosso amigo comum Aldo Rebouças, e hoje, vejo um Ãcone no jornalismo de nosso estado. Um grande Abraço!!!!!!!!!
Carlos Santos. Se possÃvel fosse adoraria que você pudesse ser professor de Comunicação Social. Se as universidades tivessem outros dicernimentos aprovariam que houvesse professores práticos, pois a distância que existe entre a teoria e a prática é tão profunda que, à s vezes, assusta. Eu com certeza seria sua aluna, meio que já sou. Nesse texto há algo que é evidente: o egoÃsmo de quem domina os meios de comunicação e não querem, na verdade, aceitar que ‘o novo SEMPRE vem’, já disse Belchior em sua canção Como nossos pais. Porém existe alguns que não querem apenas que o impresso deixe de existir. Natural, também não desejo que ele acabe. Por incrÃvel que pareça ainda existe gente sincera no mundo. Este texto estará no blog //www.alinelinhares.com, pois além de ótimo é reflexivo. Viva a internet e salve o impresso!