• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
sábado - 06/09/2014 - 11:05h
Propinobras

A delação premiada e o linchamento moral antecipado

Detalhe sobre “delação premiada”: não basta apontar nomes; é preciso oferecer provas.

O depoimento do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa (veja AQUI), é extremamente importante.

Mas ele é base de investigação, um meio. Não é o fim.

Trancafiado, Paulo Roberto tem consciência de que recai sobre ele pesada carga de problemas e negocia para remissão de parte dos pecados.

Delatar, ou seja, alcaguetar, parece algo feio e costuma ser um “delito” punido com severidade no submundo.

Para a sociedade-contribuinte, nesse caso, é um instrumento capaz de clarear um universo muito obscuro – o porão da maior transnacional brasileira.

A Petrobras funciona como se fosse um Estado dentro do Estado ou descolada do Estado. Tudo é gigantesco nela. A corrupção, também.

A delação premiada é um benefício legal concedida a um criminoso que aceite colaborar na investigação ou entregar seus companheiros.

Mas só abrir o bico não basta. Precisa se formar um cabedal de provas endossando o que é denunciado. A Justiça, em muitas situações, tem rechaçado pedidos dessa natureza e desconsiderado “certezas” denunciativas.

Caberá ao Ministério Público Federal (MPE) a condução do caso, oferecendo denúncia. Muitos dos denunciados terão foro privilegiado, ou seja, serão julgados no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao final, talvez tenhamos alguns culpados, certamente inocentes.

Hoje, o juízo de valor de boa parte da sociedade é que todos são culpados. Existe uma sentença prolatada em cada cabeça.

Difícil sustentar certas reputações, até porque mais do que justiça, muitos querem mesmo o linchamento moral, para rápido resultado “político-eleitoral”.

Enfim, todo cuidado é pouco no tratamento da notícia. O que não é fácil, reconheçamos.

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Política

Comentários

  1. erico diz:

    Espero que aqueles candidatos que estão pensando em votar em Henrique Alves faça uma alto critica antes de votar nesse candidato , que caso o mesmo se sagre vencedor do pleito eleitoral ,vai administra o nosso estado por quatro anos e podendo até em caso de reeleição por oito anos. No momento a imprensa nacional não esta oferecendo publicidade ao caso mas com certeza logo logo vai cair na boca do povão fazendo com isso aqueles candidatos citados na investigação se estão concorrendo algum pleito eleitoral a suas campanhas caia por terra

  2. João Claudio diz:

    Nobre Carlos Santos.

    Não se trata de de linchar os envolvidos em roubalheiras antes de serem condenados. Acontece que o PT já é reincidente (onde há fumaça, há fogo) em roubos de cofres públicos, cujo dinheiro, depois de encherem os bolsos dos próprios petralhas, pagam, com a sobra, a deputados que apoiam o governo a andar em macha ré. Leia-se Mensalão e o atual Propinobras, Petrogate ou Petrolão, assim queiram.

    O Barba era um sindicalista sem muitos recursos antes de assumir a presidência. Hoje, é um cidadão milionário, sabendo-se que, recebendo o salario de um presidente da republica durante oito anos, jamais o tornaria milionário. O filho, é outro exemplo de riqueza ilícita, oriunda das maracutaias encabeçadas pelo partido e pelo pai.

    O clamor do povo e a ânsia de fazer justiça antecipada, é causada pela lentidão da justiça em julgar o fato, pelo fato dos ladrões terem fórum privilegiado, o que é imoral, e a quase certeza de que a justiça passará a mão nas cabeças dos lalaus.

    Garanto a você que, se o país fosse sério e a justiça fosse imparcial, nenhum leitor faria comentários desejando os seus linchamentos. A própria justiça, se séria fosse, se encarregaria de linchá -los. Para dar satisfações ao povo e exemplo a quem desejasse “entrar no ramo”.

    Por enquanto, vamos continuar a falar mal desses ladrões. É o minimo que podemos fazer, por enquanto, com aqueles que metem a mão em nossos bolsos e depois saem rindo das nossas caras. E ricos também.

    Plagiando um bordão de um programa policial, acrescento ainda:

    Se eles não quiserem que seus nomes apareçam, não sejam criticados, chamados de ladrões e “linchados” por uma minoria do povo que continua com a cabeça no lugar, evitem que o fato aconteça.

  3. naide maria rosado de souza diz:

    Tem que ser muito o cuidado com a notícia. Ela é uma bomba. O seu efeito pode destruir uma vitória.
    Carlos, sabe, quando li, senti uma repulsa, rejeição categórica. O conteúdo da notícia é estarrecedor, mas o momento de sua divulgação , o momento de sua divulgação é estratégico demais. Essa boca falou em momento singular, em cima da hora. Dou-me o direito de desacreditar, ou de entender que alcance algumas pessoas. Vou mais longe. A boca pode ter sido mais do que beneficiada com a delação. A boca pode estar sendo mais do que premiada. Para alguns veio atuar como “BOCA-SANTA”, para mim é uma boca extremamente questionável. Disso tudo só me resta a certeza de que deve ser BOM DEMAIS ocupar a Presidência da República, BOM DEMAIS ocupar cargos políticos. Uma espécie de céu.
    Estranho…muito estranho.

    • AVELINO diz:

      Dona Naide, respeitosamente, desacreditar da notícia dada até pela grande mídia nacional é um direito seu! Porém, a senhora recomendar ao blogueiro, quanto a notícia dada, que “O seu efeito pode destruir uma vitória” me entristece muito, pois mostra a senhora totalmente alinha com a omissão da verdade, recomendando escondê-la em nome “de uma vitória”!!! Indique também, dona Naide Rosado, como o jornalista Carlos Santos deve então esconder o sol com uma peneira…

      Só porque hoje se desnuda publicamente esse poderoso senhor, caindo por terra a sua máscara de político bom e honesto, justo ele que deveria ter caráter e honestidade exemplares, respeito a coisa pública, respeito ao seu eleitor, respeito até à senhora, antes dele querer ter (bancada com dinheiro público) essa sua grande vitória… MAS ELE NÃO TEVE, NÃO TEM, NEM NUNCA TERÁ ESSE RESPEITO!!! Pois é assim que ele está sendo apontando na PF pelo PTralha do Paulo Rouberto Campos com o aval publicitário da Revista Veja e a grande mídia nacional, escrita e televisada!!!

      • francisco_carlos diz:

        Estava lendo até o vc usar o termo ptralha… Não use que seus textos ficarão mais bem embasados!

      • naide maria rosado de souza diz:

        Sim, pode destruir uma vitória. Espere aí, o sr, está confuso. Não tenho capacidade de recomendar nada ao Jornalista Carlos Santos. Sou uma agulha no palheiro de sua inteligência e análise política. E, evidentemente, não me dirigi exclusivamente à notícia dada por ele, que até recomenda “cuidado no tratamento” dela, e completa : “o que não é fácil, reconheçamos.”
        Omissão de uma verdade promulgada em cima da hora por um bangalafumenga envolvido na corrupção até os dentes. Onde, sr. Avelino, está a idoneidade desse homem para que eu considere boa e de valor a informação que transmite? Diante da vergonhosa situação política de nosso país, ela cai como uma luva. A primeira reação é : Quem sobra? Tantos envolvidos! Verdadeira, essa delação.
        No entanto, vale lembrar a ocasião em que foi feita. É aí o momento para refletirmos a sua sequela. O sr. sabe que a Lei tem espírito? A notícia também tem espírito. E, a meu ver, o espírito dessa notícia está altamente prejudicado.
        À guisa de ilustração informo ao sr. que o meu voto jamais iria para Dilma, nem antes, nem depois de tal comunicado. Informo, também, que não sou eleitora do RN, mas participo da vida de meu estado. As minhas considerações sobre essa delação premiada, são de alcance nacional.

        • Antonio Augusto de Sousa diz:

          Sábias palavras, Dª Naide!

          As delações desse cidadão, são apenas uma maneira, dele escapar da justiça. Está óbvio!

          Fico triste, que web leitores, que eu supunha inteligentes e imparciais, acredite nessas delações, sendo um exemplar autêntico de um “maria-vai-com-as-outras”!! Ou, “maria-vai-com-as-primeiras informações”.

          Triste! Lamentável! Deprimente!.

  4. AVELINO diz:

    O bom é que no 1º horário político do PT de hoje, a megera da terrorista da Dilma (WANDA no mundo do crime) disse que se orgulha do quadro de funcionários da PTrobras… O orgulho de Dilma é apenas “dos funcionários”, no que ela está muito certa, porque quanto aos seus principais diretores tem 1 preso, jogando cocô no ventilador com suas delações e 2 com seus bens bloqueados pela justiça, inclusive a veia presidente da estatal…

  5. Elves Alves diz:

    Imprudência imperdoável à reportagem política é pecar pelo excesso de prudência. Principalmente num escândalo como este, em plena corrida eleitoral, envolvendo personagens desde sempre suspeitos ou re-re-reincidentes. Toda especulação jornalística é válida, desde que responsavelmente conduzida. Num país como o Brasil, cuja atividade política é pontuada pela corrupção, repórter político que se preza é antes de tudo um grande iconoclasta.

  6. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Caro jornalista Carlos Santos, vivemos e vivenciamos, ao mesmo tempo um fecundo, delicado e perigoso momento político-eleitoral, no qual manifestas conquistas conseguidas pela sociedade brasileira na última década, afetivamente correm sérios riscos de soçobrar nas curvas do invólucro imaginário disponibilizado pela nossa venal, irresponsável golpista impressa. Invólucro esse disseminado diariamente pela televisão, rádio e jornais monolíticamnte controlados por meia dúzia de famílias, o qual , infelizmente ainda tem o poder de direcionar o cidadã/eleitor/brasileiro em direção ao sebastianismo, ou seja, de que algum e (ou) alguma Messias e (ou salvador da pátria, apareceu, justo nesse período eleitoral, para nos salvar das garras dos corruptos que desde sempre compõem e comportam todos os estamentos sociais e políticos da sociedade brasileira.

    Vejamos:

    Denúncias
    Leandro Fortes: Os truques manjados do jornalismo denunciativo

    publicado em 8 de setembro de 2014 às 1:57

    A pirotecnia manjada da revista da marginal é sempre a mesma

    VEJA PARA INICIANTES

    por Leandro Fortes, no Facebook

    Dei-me ao trabalho de macular minha manhã de domingo e ler a matéria da Veja sobre a tal delação premiada de Paulo Roberto da Costa, ex-diretor da Petrobras.

    Como era de se esperar, o texto não tem nem uma mísera prova e está jogado naquele apagão de fontes que, desde 2003, caracteriza o jornalismo denunciativo de boa parte da mídia nacional.

    A matéria elenca números e nomes sem que nenhum documento seja apresentado ao leitor, de forma a dar ao infeliz assinante uma mínima chance de acreditar naquilo que está escrito. Nada. Nem uma fotocópia do cabeçalho do inquérito da Polícia Federal.

    O autor do texto, então, deve ter lançado mão de duas opções, ambas temerárias no ofício do jornalismo:

    1) Teve a orelha emprenhada por uma fonte da PF – agente ou delegado – e decidiu publicar a matéria mesmo sem ter nenhuma prova de nada. Dada as circunstâncias da Veja e a maneira como seus repórteres ascendem dentro da revista, esse tipo de irresponsabilidade tanto é admirado quanto estimulado;

    2) Inventou tudo, baseado em deduções, informações fragmentadas, desejos, ilusões e ordens do patrão.

    No texto, uma longa e entediante sucessão de clichês morais, descobre-se lá pelas tantas que os depoimentos estão sendo gravados em vídeo e criptografados, para, assim, se evitar vazamentos.

    Logo, é bem capaz que Veja, outra vez, faça esse tipo de denúncia sem que precise – nem se sinta pressionada a – jamais provar o que publicou. Exatamente como o grampo sem áudio entre o ministro Gilmar Mendes e o ex-mosqueteiro da ética Demóstenes Torres.

    Novamente, o Frankstein jornalístico montado pela Veja visa, única e exclusivamente, atingir o PT às vésperas das eleições, a tal “bala de prata” que, desde as eleições de 2002, acaba sempre saindo pela culatra da velha e rabugenta mídia brasileira.

    O esqueminha de repercussão, aliás, continua o mesmo: sai na Veja, escorre para o Jornal Nacional e segue pela rede de esgoto dos jornalões diretamente para as penas alugadas de uma triste tropa de colunistas.

    Embrulhado o pacote, os suspeitos de sempre da oposição se revezam em manifestações indignadas e em pedidos de CPI.

    Uma ópera bufa que se repete como um disco arranhado.

    Mas é o que restou à combalida Editora Abril, depois que a candidatura de Aécio Neves morreu junto com Eduardo Campos naquele trágico desastre de avião.

    Um baraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

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