Brasil 1 x 2 Holanda. A "Canarinha" fora da Copa do Mundo da África, ainda nas quartas-de-final.
Quanto ao resultado, justíssimo. Em relação às circunstâncias, injustificável.
Um jogo de dois tempos distintos em termos de comportamento do time brasileiro. De um primeiro tempo praticamente perfeito, voltado para o ataque e inexpugnável em sua defesa, à fragilidade de ataque, descontrole emocional e falhas capitais no tempo complementar. Eis o Brasil derrotado.
Agora vamos aos culpados. Sim, é da natureza humana e da cultura esportiva nacional.
No cadafalso, já devidamente enforcado, está o segundo cabeça-de-área Felipe Melo (Juventus-Itália). Sua expulsão provou o que todos cantavam sobre ele: emocionalmente instável e violento.
Exagero atribuir a esse jogador o peso pela "catástrofe". Fazer isso é esquecer levianamente, que o passe genial de mais de 40 metros, para Robinho abrir o placar, foi executado por ele.
O lançamento lembrou os grandes meias de outros tempos como Zico, Gérson, Didi, Rivelino etc.
E a bobeira do goleiro Júlio César, que até então parecia infalível, no primeiro gol? Humano, normal. A lamentar que tenha sido num jogo decisivo.
O lateral-esquerdo Michel Bastos demonstrou pânico diante da responsabilidade e foi presa fácil para Robben, eficiente jogador holandês. Precisou ser substituído para também não ser expulso.
Em essência, o Brasil perdeu para si.
Errou em demasia num jogo que estava em suas mãos e poderia ter sido decidido logo no primeiro tempo. No tempo seguinte, a Holanda aproveitou-se dos pecados e imprimiu seu jogo harmônico, técnico e às vezes de força, sem ser excepcional.
Também ficou nítido que a seleção de Dunga sentiu a falta de peças de reposição no banco, para um papel crucial: a armação de jogadas. Já comentara sobre o assunto aqui. Dissera em outros artigos que inexistia um meia clássico, como o experiente Ronaldinho Gaúcho (Milan) ou Ganso (Santos).
O que se viu, após a virada da Holanda, foi um Brasil como qualquer outro time diante de seus próprios limites: chutões, avanço desesperado ao ataque e quase nenhuma técnica ou tática.
Que fique a lição.
Dito. Foi isso aí.
Seleção Brasileira penta campeã mundial não é lugar de técnico inexperiente. Tragédia esperada. Que fique a lição desse fracasso. Tomara que esse filme não se repita
Seleção Brasileira penta campeã mundial não é lugar de técnico inexperiente. Tragédia esperada. Que fique a lição desse fracasso. Tomara que esse filme não se repita.