Por Neto Vale

Hoje há fortemente, no Brasil, propagado com muito intensidade pela direita e seus aparelhos, o PIG (Partido da Imprensa Golpista), por exemplo, que o crime passivo de punição, só de seus desafetos.

Nenhuma novidade. No nosso país essa turma, em nenhum momento de sua história, comandou ou foi sujeito de alguma ação de moralização ou de defesa da ética na política, ao contrário, sempre apareceu e aparece como ré, não tem e nunca teve tendência para “mocinho”.

O triste é que seus seguidores, não só defende e quando o faz é porque na sua linhagem, alguém adota tal modus operandi, claro, tem e não são poucas as exceções.

No interior da esquerda, nos últimos anos, independente da seletividade da justiça – aparelho conservador, mas que não atua com homogeneidade – esse fenômeno aparece. Combatê-lo com o máximo rigor é dever nosso, nada de passar a mão na cabeça.

Mas, ao contrário da direita, a esquerda e seus aliados, especialmente, os da sociedade civil, têm enfrentado essa questão com muita firmeza. Nunca se prendeu tantos corruptos e corruptores nesse país.  É o que dizem as estatísticas, a expressiva maioria são ricos e de direita.

Uma das causas, por exemplo, que colabora com a existência de práticas lesivas aos interesses republicanos, a corrupção nos partidos, é quando deixam de exercer a plena democracia partidária.

Os partidos que se deixam dominar por pessoas que acham que participação, reuniões,transparência, formação, prestação de contas, assembleias demais é prejudicial ao crescimento do partido, é sinal que alguma coisa não caminha bem. Quando suas decisões são tomadas, não em reuniões, com seus membros efetivos, mas com maioria “construídas”, sem observância aos seus estatutos e a sua cultura, é um forte sinal de degeneração.

É ainda um tumor benigno, mas que não tratado a tempo, pode contaminar todo o tecido partidário, levando-o ao total descrédito popular.

O dirigente que não presta conta de seus atos, que privilegia reuniões com seus aliados, de mesmo pedigree, não tem e nem comanda um partido, e sim uma seita, lesiva ao partido, à política e à democracia.

Faço essas observações porque nessas milhares de prisões que aconteceram e acontece no nosso país, o meu partido, o PC do B, tem sido um exemplo, até aqui positivo. Pode nos criticar por nossa ideologia, por nossas posições políticas, mas não por corrupção.

Neto Vale é professor da Uern e integrante do PCdoB