Quem consegue olhar os primeiros dias da campanha mossoroense, testemunhando acontecimentos até insólitos, como a adesão do grupo da ex-deputada federal Sandra Rosado (PSB) à candidatura da arqui-adversária Rosalba Ciarlini (PP), já percebeu que essa “união” não é ampla, geral e irrestrita. Há incômodo de lado a lado.
Como este Blog já afirmou, elas estão misturadas, mas não juntas (veja matéria especial sobre o tema clicando AQUI). Estão aprendendo a andar no mesmo passo nesses quase 15 dias de campanha (um terço da jornada de 45 dias).
Quase três décadas de escaramuças e arranca-rabos não foram aplacados e esquecidos em tão poucos dias. Tratada por adversários e setores da mídia como “acordão”, a aliança é de fato pontual e atende a interesses distintos. O comum é que buscam a sobrevivência política.
A família Rosado tenta sobreviver às intempéries das urnas dos últimos anos. Foi atingida quase à extinção política. A campanha 2016 é um ambiente onde muita coisa vem à tona, a ponto de ocorrer o expurgo de um dos tentáculos políticos da família: a ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB) foi obrigada a escolher o palanque de Tião Couto (PSDB) – veja AQUI.
Outro cenário
O grupo de Sandra precisava preservar pelo menos uma vaga de vereador na Câmara Municipal, já que perdera espaços na Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Da Prefeitura tem lembrança episódica, de mandato de cerca de 70 dias no distante ano de 1996, com a própria Sandra como prefeita, em face da morte do então titular Dix-huit Rosado (ela era sua vice).
Quanto à Rosalba, a escolha foi e é dolorosa. Ela aposta que parte do capital eleitoral do grupo da prima migrará para sua chapa, sem o inconveniente de ter o vereador Lahyrinho Rosado (PSB), filho de Sandra, como vice. Seria pesado demais.
Depois da campanha e das eleições, aí teremos outro cenário. Se conseguir a vitória a prefeito – favorita que é – pela quarta vez, Rosalba terá fôlego revigorado na política paroquial e passará a sonhar em retomar espaço no plano estadual.
Sandra caminha para possível legislatura como vereadora. A filha e ex-deputada estadual (e suplente) Larissa Rosado (PSB) pode retornar à Assembleia Legislativa com mandato efetivo, caso a chapa prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT)-deputado estadual Álvaro Dias (PMDB) seja eleita à Prefeitura do Natal. Chapa favoritíssima, praticamente sem adversários até aqui.
Recomeço
Esse enredo dando certo, os dois braços familiares do clã Rosado terão o capital mínimo para um recomeço.
Mas não se engane: nada será como antes. Nem como parece ser agora.
Existem sequelas até aqui de todos esses anos de diferenças políticas e até pessoais, que os próprios adversários fazem questão de mexer, revirar e exumar. Não foram poucos os incidentes e constrangimentos as envolvendo, como o caso que a imprensa nacional registrou de Sandra, deputada federal, filmando com seu celular (veja AQUI). Foi no dia 2 de outubro de 2013, quando uma sonora vai cobria a então governadora Rosalba. Na ocasião, a presidente Dilma Rousseff (PT) fazia visita oficial ao RN.
Na própria convivência desses primeiros dias de campanha, Sandra e Rosalba esforçam-se para que tudo pareça normal. Fazem o possível.
Mas às vezes, um simples olhar pode dizer mais do que palavra ou peça de propaganda.
A militância de parte a parte, que antes andava às turras, têm que aprender a conviver com a nova realidade. Isso leva tempo e boa parte dessas cicatrizes seguem insanáveis, principalmente com a decisão de exclusão de um nome indicado por Sandra para vice de Rosalba.
O veto não foi subliminar. Aboletar a jovem ‘desconhecida’ Nayara Gadelha (PP) como vice – Veja AQUI -, em vez de Lahyrinho, por exemplo, é prova clara de que realmente os dois lados têm um acordo para sobrevivência e não de convivência até que a morte os separe.
Exércitos
Foi assim que o rosalbismo fez e deixou Sandra praticamente sem saída, aceitando apenas formar um “chapão” à Câmara Municipal com seu PSB, PDT, PP e PMDB.
Engrossou essa relação de desconfiança mútua e, sincera hipocrisia, a candidatura do ex-deputado federal Betinho Rosado (PP) a vereador, anunciada logo após o fechamento do chapão (veja AQUI), como se representasse um antídoto à candidatura de Sandra. Cunhado de Rosalba, Betinho é um concorrente e não um aliado de Sandra, sua prima também.
Enfim, o passado de beligerância entre os dois grupos da mesma família, os condena à ficarem ressabiados um com o outro. E não deve ser esquecida uma máxima da política militar: “O exército combatente nem sempre é o de ocupação”.
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A foto e o fato.
Tá com cara de quem tá mordendo os dentes, né não? Pense num olhar odioso, pense! Peeeeeeense!!!
Com certeza, as duas são irmãs siamesas nos repugnantes perfis de falsidade e desfaçatez. Que DEUS nos livre das duas. Vade retro !!!.
A foto mostra a verdadeira cobra de duas cabeças.