As duas principais facções da família Rosado, que exercitam a política como atividade profissional, cogitam se unir. A princípio, é muito mais uma necessidade de sobrevivência da ala da deputada federal Sandra Rosado (PSB).

A banda do ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM) raciocina mais numa cruzada expansionista, de geopolítica estadual.

Desde o final do primeiro turno das eleições de 2006, quando a reeleição à Câmara Federal de Sandra correu sério perigo e Betinho Rosado (DEM) não se reelegeu, que o quadro é de preocupação mútua. A cunhada de Betinho, a hoje senadora Rosalba Ciarlini (DEM), mulher de Carlos Augusto, venceu por um triz.

O susto de parte a parte leva os primos a refletirem quanto à hipótese de entendimento futuro.

A tese é de se levantar um movimento de características cívicas e nativistas, provocando o bairrismo do mossoroense.

A manobra em conversação, mas não fechada, colocaria Rosalba Ciarlini como candidata ao governo estadual em 2010, tendo o apoio do grupo de Sandra, que seria o único nome familiar à Câmara Federal.

O temor de ambos sistemas é que possa aparecer alguma expressão alternativa capaz de alijá-los do domínio político mossoroense. E dentro do próprio círculo familiar existem exemplos perturbadores. Estão aí a prefeita Fafá Rosado (DEM) e em fermentação o secretário de Desenvolvimento do Estado, engenheiro Marcelo Rosado (PSB).

Em entrevistas à imprensa, o marido da deputada Sandra, ex-deputado federal Laíre Rosado (PSB), já admitiu que o acordão (palavra que todos evitam) é plenamente possível. É uma questão até biológica: preservação da espécie.

Como até aqui não tem ocorrido uma evolução natural do clã, em termos de "peças de substituição" das antigas lideranças, vale a engenhosidade na criação de estratagemas capazes de mantê-los vivo. Vários graduados seguidores de Sandra há tempos que anunciam e sinalizam com essa vontade de parceria.

A eleição de 2008, na sucessão municipal, é passagem para que se feche ou não o projeto 2010. Nesse espaço, há o apêndice familiar da prefeita Fafá Rosado, que apesar de não revelar tirocínio político, agarra-se ao poder como uma necessidade.

Os próprios primos Sandra e Carlos sabem que Fafá possui empatia popular, não obstante a carência de um mentor político. Em seu enttorno só pululam neófitos estabanados.

À margem a tudo isso está o povo. Mas como ouvi de um prócer de Sandra Rosado, "isso não interessa. O povo sempre vota nos Rosados."