Leio no jornal "O mossoroense" matéria assinada pelo jornalista Bruno Barreto, dissecando a crise entre a bancada majoritária da Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Mossoró.
O embate é real, mas as motivações precisam ser melhor esclarecidas.
A reportagem chega a assinalar hipótese de criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar supostas irregularidades na gestão da prefeita de direito Fátima Rosado (DEM).
É uma prerrogativa da Casa e um dever legal fiscalizar os atos do executivo. Mas por que isso agora?
Pela simples maioria alcançada ou por vindita?
Claro que nenhuma CEI, mesmo que montada, resultará em algo nítido e conclusivo.
É notório que o próprio governo não sabe bem o que faz. Sabe o que quer: deseja a todo custo voltar a ter maioria na Câmara de Vereadores, em que chegou a possuir 10 parlamentares contra apenas 3 da oposição. Hoje é minoritário, numa relação de 6 para 7.
A oposição, majoritária, tem em mãos os meios para mudar conceito, modus operandi e relação com o governo. Mas uma CEI cheira a oportunismo ou pura chantagem.
Se é para fazer, faça. E faça direito.
Mossoró vive um dos piores momentos – ou pior – de sua política, apesar de termos acontecimentos distintos, apontando noutra direção, como a eleição da mossoroense Rosalba Ciarlini (DEM) ao Governo do Estado.
Vivemos a "Era das trevas", como escrevo há vários anos e, aos poucos, a história confirma como visível e insofismável.
Há uma crescente mutilação moral, esqualidez de valores éticos, distanciamento dos interesses da sociedade, cinismo, despreparo político-gerencial e ausência de vocação à atividade pública.
Mas o pior não fica nesse leque de avaliações.
Outros segmentos da sociedade estão sendo contaminados. O ar às vezes fica rarefeito.
Pobre Mossoró!
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