• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 16/03/2008 - 09:39h

A farsa do saneamento básico de Mossoró


Saneamento básico é a atividade voltada ao abastecimento de água potável encanada e à coleta, tratamento de esgoto, controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades. Ou seja, não envolve apenas o processo de coleta.

Este conceito simples, serve para desmistificar o fato de que 52% da cidade de Mossoró está saneada. De fato, o sistema de coleta foi implantado, mas de que adianta fazer a coleta dos efluentes e não tratá-los adequadamente? Não adianta nada!

Os níveis de poluição do Rio Mossoró são cada vez mais alarmantes. Até o final da década de 1970, este importante manancial era o responsável pelo abastecimento d´água da cidade. Desde então a água passou a ser fornecida através de poços, que ao longo dos anos têm apresentado baixas significativas no nível do lençol freático. 

A impermeabilização, entre outros fatores, impede a recarga dos aqüíferos e, consequentemente, potencializa as chances de um futuro colapso no abastecimento d´água do município. Por que não pensar no rio Mossoró como recurso hídrico de fundamental importância para Mossoró e região?

Há que se repensar o abastecimento d´água na cidade com foco na despoluição deste importante manancial, obviamente que é um processo longo, mas urgentemente necessário. A todo instante lemos acerca dos investimentos maciços no monitoramento das águas do rio.

Pois bem, os dados que temos já comprovam que o mesmo agoniza, e junto com ele as populações ribeirinhas, que ainda se utilizam das águas do rio para a pesca e em atividades agropastoris. Todos sabemos que água poluída é um importante vetor de doenças. Portanto, falta de saneamento é um problema de saúde pública (embora os últimos acontecimentos deixem bastante claro que saúde, definitivamente, não é uma preocupação dos nossos gestores), pelo menos não até que um deles tenha que servir-se dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde – SUS.

Chega de monitorar um problema que já se conhece. Agora, mais que nunca, é preciso agir para mitigar os efeitos negativos causados pela poluição da água do rio Mossoró e, consequentemente, garantir melhorias significativas na qualidade de vida da população, e por que não dizer, uma grande economia nos cofres públicos, e que este numerários sejam investidos onde devem sê-lo, de fato e de direito.

População: comece a refletir acerca das obras que não vemos, mas que são fundamentais para a nossa saúde e segurança. Praças e mega-espetáculos não são capazes de formar cidadãos conscientes, são apenas a garantia de que tudo permaneça como está. Você está satisfeito com a sua cidade? então aproveite o show!

Andréa Melo é Geógrafa e Mestre em Geociências e Meio Ambiente

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Categoria(s): Fred Mercury

Comentários

  1. lucia de fatima santos diz:

    Parabéns Andréa, os “inteligentes” que administram a cidade só pensam em praças, avenidas, calçamento mesmo que sem a rede correta de esgotos, e outras atrações circenses.

  2. Gutemberg Dias diz:

    Cara Andrea,

    Trabalho dando suporte a estudos sobre sanemaento básico em Natal e entendo sua preocupação quanto a farsa do sanemaneto básico, haja vista que saneamento vai muito além da rede instalada.

    Gutemberg Dias

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