Alemanha 4 x 1 Inglaterra. Indiscutível a superioridade alemã no placar e também em campo.
Mas a história precisa ser contada em seus detalhes.
O time de Neuer, Podolski, Müller, Özil, Klose e Schweinsteiger é um misto da disciplina, frieza e solidez alemã, com a alma sulamericana: técnico, inventivo, ousado, habilidoso.
A vitória de hoje na Copa do Mundo da África do Sul, que leva o time às quartas-de final, contra México ou Argentina, inquieta qualquer brasileiro e faz transpirar de alegria os amantes do bom futebol em qualquer parte do mundo.
Prova que força e técnica podem e devem se somar. Não são máquinas, homens é que são.
A Alemanha, vista até bem pouco como um amontoado de guarda-roupas branquelas, baseados na força física, é uma seleção que enche os olhos. Defende-se e ataca em bloco, não confunde violência com vigor e revela talento no varejo e atacado.
Se estivessem com a camisa "Canarinha", não fariam feio. Até lembrariam nossos bons tempos feitos de arte e eficiência na direção do gol.
O placar é relativamente irreal.
A Inglaterra foi goleada, mas chegou a igualar um total adverso. Perdia por 0 x 2 (Klose e Podolski), diminuiu com UPson e empatou o jogo ainda no primeiro tempo. Lamentavelmente a arbitragem não viu um gol legítimo que asseguraria a igualdade, feito por Lampard.
No segundo tempo, inferiorizada, claro que a Inglaterra se abriu e foi à frente, expondo-se ao contra-ataque mortal do afinado "exército alemão". Daí vieram os dois gols complementares da goleada, feitos por Müller.
Voltassem com 2 x 2, seria pouco provável que os ingleses arriscassem tanto e levassem tamanho prejuízo.
Bem, mas o fato é que o placar está feito e é na verdade inconstestável quanto à superioridade dos vencedores.
Taticamente, a Alemanha é um monobloco surpreendente. Por vezes tem apenas Klose no ataque. Mas pode sufocar o oponente em massa, com Podolski e Müller formando um triunvirato ou mesmo Özil complementando quarteto de atacantes.
Ao se fechar, obrigou a Inglaterra a errar. Limitou avanços dos seus laterais e puxou Podolski e Müller para reforço de marcação. Seu contra-ataque lembrou uma "blitzkrieg" (guerra rápida), com divisão de blindados. Matou o jogo.
Para quem pensava que os 4 x 0 na modesta Austrália fora algo tolo, excessiva demonstração de poder, os 4 x 1 na Inglaterra não deixam dúvidas: estamos diante da força do "IV Reich" (Império).
Quem segura a Alemanha de Özil e companhia?
mal gosto de referir ao reich num texto sobre futebol. carlos, não colou