O ex-prefeito do Assu Ronaldo Soares (PR) vociferou ontem contra sua "cria", o sucessor Ivan Júnior (PP) – veja postagem mais abaixo.
Já hoje, é o vice-governador Robinson Faria (PMN) quem estrila contra a cúpula do PP.
Para entender os dois casos é preciso conhecer um pouco de história e sociologia política. Em ambos os episódios, há uma luta renhida para manutenção de espaços e predominância de força.
Quase nada do que é dito e escrito, é exatamente o que se pensa.
Trata-se de estratégia de dominação. É como o leão que ruge na floresta para intimidar as outras espécies, avisando que quem manda é ele. Muito barulho, sem dúvidas, mas nem sempre ele morde.
Na Roma da antiguidade, esses personagens fariam parte do "patriciado", ou "patriciatu", num latim semi-erudito. Só os nobres, a aristocracia, poderiam ascender ao poder, aos cargos proeminentes.
Nós, como nação, ainda estamos muito tangidos por esse conceito de superioridade. No inconsciente e nas normas, tudo leva a crer que a parte de cima desse bolo só cabe a uns poucos.
Embutida ainda nessa ideologia, temos princípios do darwinismo social, com sua crença numa raça superior. São os "arianos" da política potiguar, feitos nessa máquina de moer gente, com visão excludente e freios a qualquer força alternativa, vinda da "plebe".
Como dizia o historiador e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), José Honório, o Brasil nunca teve oposição. Sempre fomos dominados pelo "Partido do Patriciado", o partido do poder.
Somos um país de política alicerçada num modelo arcaico, de base hereditária, oligárquica e patrimonialista. Ninguém, aos olhos desses ungidos, pode ascender e pensar diferente, porque são logos tachados de traidores.
Coisas de gente "superior".
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