A tradição republicana norte-americana desde Abraham Lincoln, ou mesmo a partir de George Washington, é parcimoniosa com o agente público, em seus primeiros meses de gestão. Não se trata de leniência.
É algo não convencionado ou positivado em lei. Está no ar, como uma das marcas de sua cultura política, que no século 18 converteu estados dispersos numa federação uníssona, não obstante tantas diferenças regionais.
A própria imprensa, de larga tradição pluralista e democrática, contribui para que os gestores tenham uma relativa "folga" à arrumação da casa, até serem questionados de forma mais contundente. Os resultados, é bom grafarmos e sublinharmos, são cobrados de forma cívica pelo próprio cidadão.
E entre nós, brasileiros e potiguares, como funciona essa relação entre sociedade e poder, nos primeiros meses de uma gestão?
Tenho dito, repetido com considerável regularidade, que somos uma civilização em formação, uma sociedade em busca da própria identidade; em dúvida se transplanta modelos ou se resolve se aceitar como é.
Somos um povo, como dizia o professor Darcy Ribeiro, que deve se orgulhar de ser "inventivo, miscigenado e tropical". O que não nos impede, claro, de adaptarmos à nossa realidade, o que funciona bem além das fronteiras nacionais.
Oliveira Vianna, no clássico "Intituições políticas brasileiras" (1949),
trabalho de sociologia política, revela o intrincado ambiente de formação antropológica-sociológica do Brasil. Os reflexos desse mosaico chegam aos nossos dias. Incide sobre o que testemunhamos na relação entre o ente público e a sociedade civil.Ele é suplementado (ou superado), com maestria, por Raymundo Faoro, no denso "Os donos do poder – Formação do Patronato Político Brasileiro". Vícios importados da metrópole, Lisboa, continuariam impregnados em nós – teoriza o autor.
A pressa por resultados, por exemplo, é um deles. Há um açodamento para que o gestor público mostre obras e mais obras. Um jeito São Tomé de ser: "ver para crer".
No caso específico da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), não é diferente. Contudo existem sinais de intolerância, passionalidade e traços de má-fé política, na exigência de que apresente rápidos resultados a partir do seu gabinete na Governadoria.
A tradição na América, de se estipular pelo menos 100 dias para início de avaliações e cobranças, ao gestor, é de certo modo "xerocada" no Brasil. Com Rosalba, não.
As primeiras greves do serviço público, declarações de opositores e cobranças de segmentos da mídia querem o preto no branco. Já! Ela se defende com o uso do velho truque do complexo da transferência de culpa.
Aponta que recebeu um estado falido.
Dificuldades
É visível que temos dificuldades. Elas pesam sobre a nova administração, obrigada a gerir o passado, antes de pensar no presente. Mas lembremos que o governo é impessoal e o cargo da governadora implica na gestão de problemas.
A propósito, se não existissem imbróglios, não precisaríamos dela ou de outro gestor. Tudo andaria de forma autônoma.
Do outro lado, é que talvez esteja existindo algum tipo de excesso de cobrança, de apelo por resultados rápidos. Esse quadro é que me parece incomum.
Pródiga em copiar o que se faz lá fora, a sociedade precisa repensar o cerco feito ao governo de Rosalba Ciarlini. Ao mesmo tempo, a governadora não pode se sustentar no discurso-chavão da "herança maldita" para apenas se defender, imobilizada na própria cadeira de trabalho.
Criar novas secretarias, doar dinheiro para Carnaval e lotear o poder por critérios meramente políticos, também não ajudam a dissipar a impaciência alheia.
Enfim, mas tudo faz parte de nosso jeito ainda primitivo de fazer política e administrar o bem público. Sombra e água fresca, só mesmo no Senado, o "céu" de Darcy Ribeiro.
Ou em Viena.
Explico de imediato: convidado pelo deputado federal e ex-sindicalista Lula da Silva (PT) para ser candidato a vice-presidente da República em sua chapa, em 1989, o advogado e escritor Raymundo Faoro desconversou.
Ele não era afeito ao labirinto da política, repleto de "minotauros".
Apresentou a Lula (a quem admirava muito), o que realmente aceitaria, em vez daquela proposta:
Os dois gargalharam em seguida, brindando com um bom vinho.
Foto – Faoro preferiu a vida mansa, regada a vinho, do que campanha política e cobranças públicas.
O PROBLEMA É QUE A ROSA SE PREPAROU DURANTE 4 ANOS PARA ASSUMIR O GOVERNO, ERA ATÉ CHAMADA PELOS SEUS CORRELIGIONÁRIOS, A GOVERNADORA DE FÉRIAS E AÍ QUANDO ASSUME DE FATO, SE VÊ ALGO MEDÍOCRE E SOFRÍVEL EM TERMOS DE LOTAÇÃO DE CARGOS ONDE PESSOAS DESPREPARADAS TECNICAMENTE ASSUMEM APENAS PARA FAZER POLITICALHA NAS INSTIUTIÇÕES PÚBLICAS DO ESTADO, AÍ ENTÃO VISLUBRAMOS UM QUADRO MUITO COMPLICADO PARA OS PRÓXIMOS ANOS, QUEM VIVER VERÁ! AGUARDEMOS!!!
Não podemos também sermos totalmente exigentes e querer que o governo tenha todas as soluções na ponta da língua, é muito fácil falar de Rosalba considerando o seu lado partidário, mas ainda não vi, nem por parte dos correligionários a cobrança, também, da presidente, logo diziam que Serra iria acabar com concursos, privatizar e prender o capital brasileiro, estamos com uma inflação mais alta, concursos suspensos e o sistema público de administração corrupto, medidas foram tomadas de imediato, estas repudiadas pela base governista em sua campanha política e nós(vocês ou aqueles que a colocaram la?) não vão exigir que a mesma tenha ética e siga exatamente o que estava em seu programa de governo? Ou vamos apenas dizer que ela está certa? Bem se for pela segunda opção então teremos, logicamente, que adaptar o “o uso do velho truque do complexo da transferência de culpa” como o senhor mesmo cita e nos calarmos, aceitar que, independente de quem está no poder a desculpa sempre será a mesma: “não é culpa minha.”
Eu não me canso de abrir esta pagina e me surpreender com textos impressionantes carlos santos. Essa materia politica é uma aula para qualuer cidadoa ou estudante de jornalismo, historia, Brasil. Obrigado novamente
Na verdade essa mentalidade política retrógada de postura governamental de quem assume o poder em seu período inicial vem desde os faraós egípcios, passando pelos imperadores romanos, tendo exemplo nos reis absolutistas europeus e sendo copiado pelos estaparfúrdios ditadores latino-americanos e suas “crias políticas”: agora eu sou o cara, o passado é uma droga e vamos tentar apagá-lo ou esquecê-lo. Tempos depois, entra outro e o velho bordão repete… o cara agora sou eu… Dessa forma se renova o personalismo, a hereditariedade familiar e o sistema político arcaico que mantém o povo dominado, submisso e satisfeito com as migalhas recolhidas pela velha fórmula do pão e circo.
É, mas acontece que a CULTURA TROLOLÓTICA da Rosalba Rosado foi tão arraigada na mente da plebe ignara – na base do FAZER ACONTECER, que não cabe esse negócio de ficar batendo numa tecla só de que o estado está falido, quando em completa dissonância econômica faz doação de 100 mil reais para o carnaval de Caicó, fora as outras doações que se encontram escondidas do conhecimento público. Ademais, ela criou mais três secretarias para acomodar seus apaniguados políticos – o que restou comprovado que o tiro saiu pela culatra, ou seja, só corroborou a certeza de que a Rosalba ROSADO não passa de cultora de corolário de promessas vãs e compromissos inexequíveis. CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE. AGORA AGUENTEM. VAI SER QUATRO ANOS DE CHORO E RANGER DE DENTES.” Alea Jacta Est”.
a verdade é q as condições em q encontra-se nosso amado estado do RN está um verdadeiro caos, dai entra o jargão ja fadado porem necessário, o estado está falidissimo… basta contemplarmos os pilares de uma gestão, saúde, educação e segurança …nao abrigo a mínima dúvida q esse caos é fruto biológico da politica cíclica e o nosso estado não é exceção, como pia o pinto, a rosa comandará sim por 8 anos como os demais .. e nao somente 4, até lá teremos mto q cultuar o trololó da rosa..seja na sua forma enigmática e carismática de administrar seja na sua pontuada revelação como melhor política q o estado do RN terá.
Ainda é cedo p/a gente querer tanto da nossa governadora. Vamos dar tempo ao tempo, a ROSA promete e faz!
A escravatura e servidão têm existido em conformidade com a índole da produção e tem desaparecido quando o grau de desenvolvimento desta torna mais útil o trabalho do homem livre que a do escravo ou do servo; a justiça e a fraternidade não interveio em nada nesta desaparição.
Qualquer que seja o valor subjetivo da moral, do progresso e outros grandes princípios do pensamento, esta bela fraseologia não influi para nada nas flutuações das sociedades humanas; só por si é impotente para efetuar a menor mudança.
As evoluções sociais lhe determinam outras considerações menos sentimentais. As suas causas encontram-se: na estrutura econômica, no modo de produção e da troca, que preside à distribuição das riquezas, e, por conseguinte, à formação das classes e a hierarquia. Quando as evoluções se efetuam, não é porque obedeçam a um ideal elevado de justiça, mas sim porque se ajustam à ordem econômica do momento.
Marx………. William diz: – Em outras palavras Governo não muda nada, tudo depende da economia do momento e Dilma como Rosalba tem de seguir isso, os fatores econômicos são quem mudam sistemas e determinam as evoluções sociais..
Raimundo Faoro, este raro brasileiro nos deixou exemplos de vida e obras que de maneira séria e objetiva, ainda hoje, servem como referencial e desnudam o Status Quo tupiniquim em seu retrógrado e contumaz modus operandi.
Inobstante fazer parte de um dos poderes mais conservadores da nossa história, qual seja, o judiciário, assim mesmo Raimundo Faoro conseguiu administrar com altivez e galhardia a Ordem dos Advogados do Brasil quando do período dos anos de chumbo e de total falta de oxigênio democrático.
Nesse período, demonstrou em várias oportunidades o quanto é possível o exercício inteligente, altivo e independente do poder no âmbito das instituições republicanas nacionais.
Quanto a analogia ora feita e rarefeita pelo arguto e bom escrevinhador, Sr. CARLOS SANTOS, podemos até ponderar no que dizx respeito a alguns aspectos econômicos e políticos por ele enumerados, porém, indiscutível se faz e se presta assinalar, que, não podemos esperar nenhuma “revolução”, assim como nenhuma superação quanto ao conservador, clientelista e patrimonialista modo como tradicionalmente sempre e sempre irão governar as atrazadas elites/oligárquicas/monárquicas, da qual, indicustivelmente faz e sempre fará parte a Sra. Governadora ROSALDA CIARLINE ROSADO MAIA ALVES.
UM ABRAÇO
FRANSUÊLDO VIEIRA DE RAÚJO.
OAB/RN. 7318.