Por Tárcio Araújo (FM 95 Mossoró, especial para o BCS)
Nos últimos cinco anos, a Serra de João do Vale, situada entre os municípios de Jucurutu-RN, Triunfo Potiguar-RN, e Belém do Brejo do Cruz-PB, a 132 km de Mossoró e 275 de Natal, têm vivenciado um momento de ebulição no que se refere à expansão de novos imóveis, além do turismo e outros negócios. Parece que “agora vai”, usando-se aqui um bordão muito em moda.
Até 2018, a localidade tinha crescimento tímido, praticamente inexistente, apesar de uma população estimada em 2.500 moradores nativos vivendo no seu platô.
Mas foi após a chegada de alguns investidores vindos de outras plagas, que a região passou a ter um dinamismo mais acentuado. Tanto na expansão das construções quanto na divulgação do potencial turístico e ainda em termos de cobrança social por melhorias em sua estrutura pública, como a sonhada estrada pavimentada.
“Eu vejo que esse novo momento faz a serra de João do Vale despontar no cenário do interior do estado como próximo destino serrano do Rio Grande do Norte, mesmo sem dispor ainda de acesso rodoviário com asfalto.” Quem pensa assim é o advogado caicoense Fábio Leite, que ergueu uma casa no lugar, tendência que muitos seguem. São dezenas as construções com esse perfil na serra.
Enquanto a estrada não sai do papel, a expansão imobiliária segue em ritmo acelerado por toda a extensão da chapada de “Pepetama” (nome dado pelos índios pegas, seus primeiros habitantes).
Em obras
Pelas contas do empreendedor e morador da localidade, Cássio Medeiros, 55, há hoje na serra de João do Vale entre 50 a 80 imóveis em construção. A maior parte é casa para descanso nos fins de semana, onde as famílias aproveitam a disponibilidade do clima, mirantes e outros encantos da natureza.
Medeiros, que é natural de Caicó, vislumbrou esse potencial desde 2019 quando inaugurou o seu ‘Mirante do Sossego’, com casa, espaço de alimentação, varanda e dois chalés para hospedagem. Atualmente ele está ampliando a capacidade de receptivo com a construção de mais dois novos apartamentos.
Segundo o empreendedor, a oferta de leitos na serra de João do Vale ainda é baixíssima. Ele conta que são apenas 05 chalés em toda serra, com limite de acomodar até uma dúzia de pessoas, não mais que isso.
A empresária Rosa Maria, proprietária do ‘Mirante do Vale’, foi a pioneira na visão do turismo local. Em 2015, ela abriu os dois primeiros chalés. O espaço é considerado uma das vistas mais belas da serra de João do Vale, com varanda estendida e espaço verde.
Atualmente mais três novas pousadas estão sendo erguidas por outros investidores. Estima-se que até o final de 2024, a serra de João Vale tenha uma capacidade de hospedagem para cerca de 100 pessoas.
Por enquanto, uma das saídas para quem procura hospedagem na região tem sido o aluguel de casas particulares para os finais de semana. O preço médio de uma locação residencial em casa ampla com vista para os mirantes está em torno de R$ 500 (Quinhentos).
Outro empreendimento que chama a atenção pela beleza arquitetônica e decoração, é o restaurante e pousada ‘Mirante do Lobo’, também em fase de construção. Um ambiente gastronômico que promete cozinha especial e uma vista para encher os olhos e a alma, além de outras atrações como trilha ecológica e passeio de charrete.
Entretanto, talvez quem mereça uma medalha de ouro pela coragem e empenho para conseguir com que a serra de João do Vale fosse descoberta, seja Janúncio Tavares, 35, que também negocia terrenos na serra desde 2013. “A gente tem vendido muito,” afirma.
Outro investimento dele é a Pousada Santarém, já em construção. Promete ser um grande diferencial em termos de hospedagem, em local muito privilegiado.
Situada na chapada pelo lado de Triunfo Potiguar e vista para o pôr do sol, terá 12 quartos com suíte e mais dois chalés, devendo ofertar 42 novos leitos após concluída.
E a estrada?
Apesar de muitas carências e muito a ser vencido, a serra como destino turístico carece de algo delicado e que há décadas está na promessa ou no “quase.” É o maior gargalo para alavancar a atividade turística no lugar: a construção da rodovia que liga a localidade até a cidade de Jucurutu, numa extensão de 17 km. O que tem sido uma luta que perdura por quatro décadas, mas que também se fortaleceu nos últimos anos graças ao engajamento dos próprios investidores locais.
“Esse grupo de pessoas têm reunido esforços para que a construção da estrada seja reiniciada o quanto antes”, conta o advogado Fábio Leite, que instigou Ação Civil Pública no Ministério Público Federal (MPF) para investigar denúncias de irregularidades na construção da obra. Os serviços estão paralisados desde março do ano passado.
No último mês de setembro, uma audiência pública foi realizada na cidade de Jucurutu com a presença de autoridades políticas e parlamentares, representantes do Governo Federal, prefeitos e diversos segmentos da sociedade. No encontro foi firmado um compromisso público por representantes do governo e deputados federais para que os serviços sejam retomados através da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (CODEVASF).
Veja AQUI links para uma série de matérias sobre a serra de João do Vale, de sua história ao potencial econômico, belezas, ecologia e gente.
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Boa tarde!
Faço parte desta serra maravilhosa,tenho esperança que o asfalto chegue para o bem de todos.
Tomara q os políticos olhem pra essa serra e concluam o nosso asfalto tão sonhado, já veio muitas verbas pra a conclusão e até o momento não foi nada feito.
Obrigada a vc por mostra essa serra tão linda.
Um abraço.