Há alguns meses, convidado a participar de uma palestra-debate ao lado do presidente da OAB (Mossoró), advogado Humberto Fernandes, além do promotor público da 11a Promotoria do Patrimônio Público, Eduardo Medeiros, expus o que penso sobre Rosados e a sociologia política mossoroense.
Referi-me aos "bons Rosados" e ouvi a fúria de um circunstante. Enraivecido, ele fuzilou: "Rosado bom é enterrado e de cabeça para baixo." Uma estupidez, sejamos sinceros. Porém o respeitei. Respeitei a opinião divergente.
Mossoró está submersa no pântano da corrupção "legalizada", em face de uma mentalidade política excludente, expropriadora, patrimonialista, reducionista e primitiva, abrigada no vocábulo "oligarquia." O cidadão comum fazer o mesmo, de forma inversa, é copiar esses quasímodos morais que povoam a realidade contemporãnea do município como arianos cor-de-rosa.
Tenho certa autoridade para falar sobre e dos Rosados. Mesmo que seja contestado por isso. Sou, mais até do que qualquer um deles, mossoroense. Amo e adoro minha cidade de graça. Nunca tive emprego estatal e não vivo dependurado nos entes públicos para sobreviver e amparar familiares, amantes, próceres politiqueiros e sabujos borra-botas.
Conheço e conheci Rosados generosos, dignos, cultos, honestos, com formação humanística. Não chegaram à longevidade de quase 60 anos de ocupação da ribeira do rio Mossoró à base da sorte ou acaso. Há muito de competência.
A mente política do patriarca Jerônimo Rosado, um "positivista" que trouxe novas idéias do Rio de Janeiro em fins do século XIX, estava lapidada para o exercício do poder. O homem com objetivo, prático, focado no que queria.
Ele sustentou a formação de sua prole numerosa na instrução, no saber. Geração após geração e com o enxerto de outros desqualificados, esses valores foram decaindo até chegarmos aos dias atuais.
Testemunhamos um subproduto feito à base de vigaristas, canalhas, ladrões, perseguidores e pústulas. Uma súcia arrogante, que sobrevive da espoliação e da intimidação, explorando a ignorância, dependência e temor alheios.
Arre todas as éguas dos tabuleiros mossoroenses!
Supimpa!
Como dizia o Poeta maior-de-todos, Ferreira Itajubá:
– Isso é que é trabáio limpo !
Richilieu – só cubando