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terça-feira - 27/01/2009 - 21:06h

A realidade (oculta) da postulação de Rosalba Ciarlini

Parece distante, mas não é. Para quem vive e lida com a política, o tempo não pára. O projeto eleitoral de 2010 já começou há tempos.

Tenho acompanhado um sem-número de notícias e especulações sobre a sucessão da governadora Wilma de Faria (PSB) e quanto à disputa de duas vagas ao Senado. Há muito sendo dito, quase nada com profundidade.

Hoje, a senadora Rosalba Ciarlini (DEM) é pré-candidata ao governo e teoricamente favorita. Tudo hipotético.

Na prática, quase nada existe de certo e consistente.

A prioridade em 2010, não é a eleição para governador e muito menos a projeção ao cargo da senadora mossoroense. Os czares e a czarina (Wilma) da política potiguar têm outro foco: duas vagas ao Senado.

Um ponto em questão, simplesmente ignorado pelo noticiário e a maioria dos comentaristas, é o financiamento de campanha. Escolha de nomes e política de alianças, além das chapas majoritárias, passam por aí.

Ao final do ano passado, este Blog noticiou em primeira mão que o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM) quer o deputado federal João Maia (PR) como vice de Rosalba. Não por acaso.

A opção por João Maia não está vinculada aos seus cabelos platinados. Pesa na preferência a sua ascensão e influência além do Seridó. Porém o principal é a capacidade notória de Maia, em atrair pesos-pesados do capital ao financiamento de campanha.

A força de Carlos Augusto não vai além do rio do Carmo, nos limites de Mossoró. Ele sabe que não tem como levantar o mínimo de R$ 10 milhões, para apenas começar a corrida eleitoral.

Carlos também é experimentado, o suficiente, para identificar que o senador José Agripino (DEM) não repetirá o que fez em 2006. Àquele ano, ziguezagueando pela plutocracia paulistana, obteve o básico à arrancada da candidatura de Rosalba ao Senado da República.

Em 2010, esse tour do senador será em benefício próprio. E o capital representado por construtoras, bancos, laboratórios e outros gigantes da economia, não prioriza governo do RN. Seu interesse é em relação à Alta Câmara, como é conhecido o Senado da República.

O governo do RN não tem peso nenhum no tabuleiro político nacional. Seu eleitorado representa menos de 1% do colegiado brasileiro. Já contar com um senador com a influência de José Agripino, é de suma importância.

Portanto, não é de se estranhar que a postulação de Rosalba Ciarlini, apesar da musculatura adquirida até o momento, ainda seja algo subalterno aos olhos das principais lideranças contemporâneas do estado.

Wilma, Agripino e o senador Garibaldi Filho (PMDB) pensam em se eleger ao Senado. Só existem duas cadeiras. Como arrumar essa equação é o que interessa.

A pré-candidatura de Rosalba vai se espraiando e sendo esculpida por seu trabalho de peregrinação pelos 167 municípios do RN. Entretanto ainda não é uma realidade irreversível.

Volto ao tema.

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. Amilton Filho diz:

    Análise impecável, irretorquível.
    E a mídia convencional, impressa e falada, tenta todo dia arranjar um argumento para encher linguiça, sobre a sucessão estadual.
    Ninguém a merece.

  2. Ricardo Menezes diz:

    Parabéns pelo texto como disse o Amilton Filho impecavel, por isso defendo um local no blog onde possamos acessar essas analises escpeciais sobre algyms temas.

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