• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
terça-feira - 08/11/2011 - 15:48h
Seleção natural cibernética

A revolução do permanente aprendizado na Web

A Internet é o meio; Blogs, Twitter, Facebook, Orkut e outros instrumentos são nossa ferramenta. A interação é a essência. Eis, a princípio, a nova e crescente mídia que dispomos, jornalistas ou não. Todo e qualquer cidadão pode ser planetário.

Pensadores como o francês Ignacio Romanet e Don Tapscott pregam o surgimento desse mundo colaborativo, interativo, da partilha cibernética, da comunhão de idéias e informações. Mas é sobretudo um tempo de quebra do monopólio ou oligopólio da opinião, um tempo do nascimento de uma inestimável bolha crítica.

Somos todos protagonistas. E eis onde mora o perigo. Movidos pela vaidade de ser o primeiro e pela aspiração do ter, talvez joguemos esse privilégio no acostamento.

A virtude, numa visão aristotélica, está na moderação, no meio. Administrar os extremos, ou seja, paixão e ódio, nos dará a real força e poder. Poder de sobretudo influir sem necessariamente destruir.

Credibilidade é um bem imaterial, abstrato, sob testes e provações cotidianas. E só você tem o poder de extraviá-la.

O furo não é tão importante assim.  Ele esgarçou-se, dissipou-se na própria natureza da velocidade. Vale muito mais o conteúdo, a precisão da informação, outro ângulo do mesmo fato, do que ser o primeiro a avistar a América

No campo do jornalismo, a Internet tem gerado uma situação paradoxal: a facilidade tem inibido a qualidade. Por isso a inundação da prática do Control C, Control V, escasso jornalismo analítico-opinativo, quase nada de jornalismo investigativo ou novidade. A preguiça, o comodismo, tomam conta das redações.

A decisão na sede do império romano, tomada em Roma, às vezes levava meses para chegar a uma colônia sua na África. Hoje, num aperto de botão, estamos cientificados do espirro de Berlusconi na Itália, ou de suas travessuras sexuais.

Jornais do Sudeste ou Brasília chegavam com até dois ou três dias de atraso em redações de jornais em Mossoró, final dos anos 80 e início dos 90. Tínhamos reação de índios, abestalhados com aquilo. O gigantismo e a inovação gráfico-editorial da Folha de São Paulo viraram nosso paradigma de jornalismo.

Na minha infância jornal impresso chegava em nossa casa num balde de alumínio, entre os mantimentos. Era produto de primeira necessidade. Hoje, é computador, tablet, celular etc que nos mantêm 24h/dia conectados.

Humildade para admitir erro, apetite pela permanente absorção de conhecimento, zelo com a palavra, regularidade, seletividade com o material postado. Ei, você está falando para o mundo, isso é algo muito sério. Quem quiser que brinque, mas não estamos para brincadeira na Web.

O tempo e o ritmo do tempo são outros. Na antiguidade, da China Imperial ao vale dos faraós, entre Incas, Astecas, Maias, Caldeus ou aborígenes na Austrália, o tempo seguida a velocidade dos meios disponíveis à própria existência humana. Quase parando.

Lembremos que a aparição da imprensa, em 1440, não transformou apenas a leitura num bem ampliado para maior número de pessoas. Ela sacudiu a história e o funcionamento das sociedades.

Da mesma forma, o desenvolvimento da internet não é apenas uma ruptura no campo midiático. Ele modifica as relações sociais. Cria um novo ecossistema, que nos obriga à rápida adaptação ou… ou… virá a extinção. Veja o caso da imprensa escrita. Nos Estados Unidos, cerca de 120 jornais já desapareceram.

No Brasil, o fenômeno não é diferente. Muitos sucumbiram e outros são apenas mortos-vivos, mantidos por grupos empresariais ou subsidiados pelo poder público. Viraram repartições estatais.

Na Web passa a nova realidade da raça humana. E ela não é virtual. De novo temos em evidência a tese darwiniana da seleção natural, agora no campo cibernético.

Aprender, aprender, evoluir, evoluir. Eis o mantra da existência!

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Categoria(s): Comunicação / Opinião da Coluna do Herzog

Comentários

  1. ze roberto diz:

    Berlusconi,é o cara,não rouba,pois já tem muito,só PHODE…muito?

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