A Polícia Militar “fechou” dois marginais hoje pela manhã, no Sumaré (Mossoró). Saiu aplaudida por moradores.
Os dois jovens adolescentes tinham assaltado pequenos comércios na área, relata a versão policial. Os bandidos reagiram à voz de prisão, empunhando revólveres contra policiais militares. Receberam o troco.
Chegaram sem vida ao Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM).
A Polícia Militar e a Polícia Civil, em Mossoró, fazem milagres. Com enorme déficit de homens nas ruas, desdobram-se como anteparo da sociedade acuada.
Falta investimento em inteligência e polícia técnica. Não basta apenas termos homens nas ruas, carros/motos/armas/munição contra crime.
A morte desses jovens não é registro isolado.
Estudemos a vida de ambos. Vejamos seus grupos sociais, companhias e hábitos. Façamos um passeio por endereços nas redes sociais. Lá teremos algumas pistas muito importantes.
Outros terão mesmo fim. Não é comum bandido morrer com cabelos brancos.
Esses jovens vivem num universo de falso poder e são “referências”. Entre seus amigos, se destacam. São tratados como “guerreiros”, e exaltados pelo que “têm” e “conquistam”. Falsos rubís.
A sociedade, amedrontada e vítima da violência, vibra com mais duas baixas no time da bandidagem. Não está errada. Reação normal de quem é vítima.
Muitos desses rapazes têm emprego, profissão e moram com os pais. Mas querem tênis da Nike, iPhone e grana para saírem com as “mina”, mano.
O consumismo, a vaidade doentia, necessidade de status, c0nceitos equivocados sobre o sucesso e a fragilização da família produzem esses monstros precoces. Precisam “ter”, para que pareçam um “ser” especial e diferenciado. Se a droga fizer parte do coquetel, aí tudo fica ainda pior.
A polícia, mesmo matando dois ou três jovens assaltantes todos os dias, num confronto “natural”, não resolverá a escalada da violência.
O buraco é mais embaixo.
Por enquanto, a dor dessas “baixas” fica com pais e amigos mais próximos desses jovens.
Amanhã, ninguém sabe. A gente não sabe bem de que lado estaremos amanhã.
Podemos ser vítimas de outros jovens bandidos ou chorarmos a eliminação de outros mais próximos de nós, que não sabíamos ou fingíamos não saber que estavam à margem da lei.
A roleta-russa continua girando.
Na expressão:
“Precisam “ter”, para que pareçam um “ser” especial e diferenciado.”
Imaginava que era somente eu, que me deparava com esses pensamentos. E, infelizmente é o que explica boa parte de certos crimes cometidos, inclusive por jovens de classe média alta.
Texto perfeito, bela tese. Parabéns.
Como sempre seu texto é impecável, narrativa perfeita.
Infelizmente a sociedade aplaude, pois está chocada, não pela só pela morte dos dois, mas principalmente pelo alívio que sente, afinal, são dois bandidos a menos nas ruas para aterrorizar e tirar o sossego de quem não consegue mais ter o simples prazer de conversar com um vizinho na calçada de casa, qualquer hora do dia ou da noite.
O Estado faliu na prevenção e está fracassando no combate a violência urbana. As famílias perderam as referências no trato com seus jovens, e estes o respeito com suas famílias. O resultado desse descompasso é uma juventude sem rumo, sem referências, sem pudor, sem dignidade, sem caráter, sem nada… O que nos resta, então? Resta-nos aplaudir quando nos deparamos com fatos como este, cada vez mais comuns entre nós.
Como pai, me sinto mal, ver um menino tão jovem envolvido em tantos crimes, mas com o histórico familiar do mesmo, do qual tive informações de alguns familiares que moram aqui próximos, não se podia esperar outro, senão o fim que o mesmo teve. Como costumo comentar nas rodas de amigos: bandidos não se aposentam e este foi apenas mais um, entre tantos outros exemplos que, com certeza, ainda haveremos de comentar e lamentar, rezando e pedindo a Deus para que não sejamos as próximas vítimas nem estejamos de qualquer um dos lados, pois, hoje aplaudimos a morte de um “desconhecido”, mas, amanhã…
Belo texto, vai de encontro ao meu pensamento, o problema é muito mais grave do que se imagina, como sempre falei, e não serve como desculpa, muita vezes o ser humano já nasce excluído pela própria sociedade, é preciso ter um ótimo caráter pra superar essa exclusão.
Brilhante! Conteúdo e forma! Isso é que é jornalismo.
##@## Não só perfeito o TEXTO, como também CHOCANTE DEMAIS, O FATO EM SÍ. Vivemos hoje aqui na cidade de Mossoró, uma tensão exorbitante. Em um dos comentários àcima descritos, fala-se, comenta-se que esse tipo de situação, pode estar até muito próximos de nós mesmos… Claro que sim! como pode! certamente que por preconceitos e ou coizas do gênero; abdicamos de comentar e ou expor. Porém, é sabido e confirmado, que algumas FAMÍLIAS, até bem conhecidas, já lidam com esse tipo de situação. É difícil demais, arriscado até, comentar-mos ALGO DESSA NATUREZA. Até por que, quem sabe que em um futuro até bem próximo, possamos sentir-mos essa dor horrível. Imagino eu, que a melhor coiza à fazer-mos, é entregar nossas famílias nas mçaos de DEUS. E, esse mesmo Deus, certamente que nos livrará de situações iguais a essas, cujas e quais passaram os familiares desses dois jovens que trilharam por caminhos sem volta. Com relação ao trabalho da Polícia Militar, acho que estão certos. No meu entendimento, crêio que a Sociedade Mossoroense, tem mais é que aplaudir, apôiar e encentivar o comportamento e o trabalho desempenhado pela Polícia Militar de nossa terra.Se não existe um trabalho e ou empenho social no intuito de recuperação desses jovens deliquentes, e se a JUSTIÇA desse País acha que deve continuar soltando, colocando de volta as ruas bandidos tão perigosos; que resta, que alternativa fica para a POLÍCIA MILITAR !!???? ANALISE. REPENSE. TIRE CONCLUSÕES. . . Assim penso e assim me expresso. ##@##