Na Internet, o DEM promove uma corrente de convocação para protesto contra o presidente Lula no proximo dia 4, em São Paulo. Blogs, Orkut e saites ligados ao partido açulam militância e simpatizantes ao "Fora, Lula!" (veja aqui).

Será na Avenida Paulista com a Pamplona.

O DEM, sucedâneo do conservador PFL, faz o que seu antepassado combatia quando era governo. O "Fora, FHC" era raivosamente repelido, tratado como golpismo de uma horda de esquerdistas.

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.

No fundo, a estupidez não tem face ideológica. É um traço humano. Aqui, na Indonésia, nos EUA… Não importa onde. Multiplicado é idiotia de massa. Se orquestrado, apenas manipulação artificial. Estupidez também.

Há legitimidade no mandato do presidente Lula. Assim também ocorrera com FHC em seus oito anos consecutivos no Planalto. Nenhum assombro no aplauso remunerado ou na vaia laboratorial. Entretanto, é descabido que um partido use instrumentos de mídia e seu poder de arregimentação para tamanho primarismo.

Sim, o presidente não está em seus melhores dias.

Lula tem permitido a quebra da hierarquia, a insolência de subordinados e reage em câmera lenta às crises. Seu apagão perdura por mais de dez meses.

A vaia não é uma invenção do DEM. Também não fora novidade com o PT e uma corriola de siglas, subpartidos ou meros arruaceiros travestidos de gente politizada.

Não me apego ao marketing governista que apela: "Deixem o homem trabalhar", numa lembrança à propaganda getulista. Quem o está empacando não é a oposição, até porque essa é pífia, confusa, minoritária e em sua maioria desprovida de moral para tratar do tema num pedestal superior.

Vaia é direito do cidadão num ambiente democrático. É um protesto universal, igual em qualquer lingua ou civilização. Vale na política, no esporte, no bar, no show que desagrada. Não importa.

Cada um que se esforce para sobreviver a ela, virando a sorte a seu favor. O DEM, com seu jeito high-tec de protestar, sequer inova. Apenas diz ao seu modo que também ainda não aprendeu a ser do contra.