“Uma mentira dita cem vezes, torna-se verdade”.(Goebbels – Ministro das Comunicações do Nazismo)
Pirro foi rei tanto de Épiro quanto da Marcedônia. Ele tinha um exército de fazer inveja, composto por: 3 000 cavaleiros, 2 000 arqueiros, 500 fundeiros, 20 000 tropas de infantaria e 19 elefantes. Pirro, sim, era poderoso.
No entanto, ele ficou conhecido, não pelo seu extenso e numeroso exército, mas sim, por um fato histórico.
Conta-se que, tentando subjugar os romanos, Pirro, ao enfrentá-los na famosa batalha de Ásculo, obteve a vitória às custas de um preço muito alto. Pois, enquanto os romanos perderam 6 000 homens, Pirro perdeu 3 500. E diante de tal fato, chegou Pirro a comentar: “mais uma vitória como essa e estarei definitivamente acabado, derrotado”. Assim, ficaram conhecidas como a famosa vitória de Pirro aquelas conquistas que, aparentemente, até achamos termos obtidos (que ganhamos), mas que, na verdade, não passam de uma tremenda derrota.
Em 1968, a vitória do advogado Antônio Rodrigues de Carvalho, então candidato a prefeito de Mossoró, apoiado pelo saudoso ex-ministro Aluízio Alves, derrotando a melhor parte do Rosadismo, o saudoso Vingt- um Rosado, foi uma vitória de Pirro sim, pois essa histórica vitória, a única até hoje, em que um candidato Rosado perdeu em Mossoró, rendeu ao aluizismo a cassação de Aluízio e seus demais irmãos, tudo fruto da ira dos seus inimigos derrotados que, naquela época, eram amigos e aliados do Regime Militar (Aluízio passou três dias em cima de um caminhão, fez dezenas de discursos e reverteu uma derrota que se apontava no horizonte. Ganhou a eleição por 98 votos e ganhou também de sobra à cassação dos seus direitos políticos).
Inúmeros, portanto, são os casos de vitória de Pirro que conhecemos… não só na política mas também em outras áreas. Vejam no futebol, não são os casos de times que numa decisão de títulos, ganham a primeira partida por dois a zero (dizem os entendidos que é o pior placar), na segunda perdem de três ou mais gols e, assim, são derrotados. Tudo fruto do comodismo do resultado do primeiro jogo… Vitória de Pirro esta também.
Existem casos mais interessantes… Soube que, em Portugal – não me lembro bem do ano –, um exército deu ao inimigo de mão beijada o seu Forte – que já não era lá essas coisas, devido a sua fragilidade –, para logo em seguida lutar, durante quase um ano, para conquistar o mesmo Forte. E após a conquista, comemorou como se tivesse sido um grande feito. Dá pra entender? Mas, vindo dos nossos colonizadores, tudo é possível e por que não dizer: imitável também.
AH! Soube que este exército Português, nessa luta, perdeu inúmeros soldados, o que fez com que o grupo que já era disperso e desestimulado, ficasse mais desestimulado e disperso também… Coisas de Portugal… e do Brasil também…
Bem! Volto à política, pois lembrei-me de outra vitória de Pirro que aconteceu com o nosso estimado amigo e deputado Antônio Jácome que, quando ganhou o governo do Estado, na condição de vice-governador da professora Wilma de Faria (cuja personalidade forte a faz querer brilhar mais do que o sol, não permitindo que ninguém a sua volta se destaque), teve uma vitória de Pirro, pois não conseguiu, durante os quatro anos, emplacar um nome sequer nos cargos do governo. O deputado amigo Jácome só não teve uma derrota maior, devido ao seu carisma junto aos evangélicos, que o conduziram à casa do povo (??) – a Assembléia Legislativa – mais uma vez.
Para encerrar, fica o alerta àqueles que pretendem imprimir alguma luta, enfrentar alguma guerra: cuidado com essas vitórias de Pirro, pois quem avisa amigo é…
Francisco Edilson Leite Pinto Júnior, escritor, médico e professor
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