Felizmente, aos poucos, a sociedade brasileira tem tomado consciência deste problema. Atualmente, existem algumas instituições públicas, entidades de classe e empresas privadas, que estão se mobilizando para mudar este quadro.
A portaria 304 do Ministério da Agricultura, publicada em 22 de abril de 1996, foi o primeiro e importante passo para resolver esta situação. Estamos certos de que o problema será totalmente solucionado quando o consumidor adquirir consciência dos riscos que corre ao consumir carnes provenientes deste tipo de abate, dando preferência àquelas carnes de origem comprovadamente segura, obtida de abatedouros legais.
Os frigoríficos tecnicamente construídos seguem as orientações do Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal (RIISPOA), oferecendo ao consumidor carnes de ótima qualidade e produtos seguros para saúde humana.
Eles tem, ainda, a vantagem de comercializar também os subprodutos comestíveis, conhecidos como vísceras vermelhas, que são: o rim, o coração e o pulmão; e as vísceras brancas que são: as tripas e o bucho. Além destes, são comercializados, ainda, a rabada e o mocotó, os quais podem ser utilizados para comercialização direta como carne ou na formulação de produtos derivados, obtendo-se bons preços por estes produtos.
Pode-se produzir, também, rações com a farinha de osso ou carne. Muitos produtos farmacêuticos são produzidos com a bile, com as glândulas de secreção interna, com as placentas e outros. Adubos podem ser fabricados com as fezes e as pelancas, além de muitos tipos de artesanatos confeccionados com couro, chifres, cascos e cerdas.
O sangue dos animais, desde que recolhidos em condições higiênicas, pode ser usado para a formulação de subprodutos cárneos e em laboratórios.
Desta forma um abatedouro "legal", com uma política agressiva de comercialização dos seus produtos, tem a sua rentabilidade e viabilidade econômica garantidas.
Concluindo, podemos afirmar, com segurança, que todos ganham com o fim dos abatedouros clandestinos:
– A população de menor poder aquisitivo, justamente a parcela mais atingida por zoonoses, estaria livre de doenças transmissíveis através da carne sem inspeção.
– Os postos de saúde reduziriam substancialmente seus custos com a queda de doenças causadas por carne contaminada. Os recursos poderiam ser direcionados para outras prioridades.
– Com o fim da concorrência desleal dos abatedouros clandestinos, os frigoríficos desativados poderiam reiniciar suas atividades e os frigoríficos em atividade aumentariam sua participação de mercado gerando empregos e impostos.
– A prefeitura aumentaria a arrecadação e diminuiria os gastos com saúde, com uma conseqüente melhoria para o município e seus habitantes.
– O meio-ambiente ficaria protegido dos dejetos e resíduos deixados ao relento ou atirados nos rios e nascentes. O Estado de São Paulo)
Aguarde a terceira e última parte deste artigo.
Faça um Comentário