Os agentes de trânsito de Mossoró, concursados, vão ser submetidos a um regime militar, de rígidos deveres. Alguns são até bizarros e risíveis.

Um dos 16 projetos que o governo da prefeita Fátima Rosado (DEM) "amontoou" hoje à tarde na Câmara de Vereadores, para ser votado amanhã (quarta, 9), num piscar de olhos, contempla os "amarelinhos". Na verdade, garroteia.

A ideia do governo é se resguardar de novos protestos e pressões da categoria, que há poucas semanas paralisou suas atividades, cobrando melhores condições de trabalho e segurança.

O que motivou a movimentação foi incidente que envolveu o agente Ítalo Thiago, 23. Ao abordar uma dupla de marginais numa moto, ele sofreu três tiros. Recupera-se bem no Hospital Wilson Rosado.

O projeto de lei complementar número 038, de 7 de dezembro de 2009, institui o Regimento Disciplinar Interno (RDI). A ordem no Palácio da Resistência, sede do governo, é "apertar" os agentes, pois temem que eles virem símbolo de insatisfações no serviço público, recheado de greves e revoltas neste 2009.

Entre as determinações expressas na lei complementar, o Artigo 13 no ítem XIX proíbe expressamente o agente de trânsito de "cantar, assobiar ou fazer ruído em lugar ou ocasião em que seja exigido silêncio" (sic). É omissa quanto à flatulência. 

A proposta, de perfil fascista, ainda declara punição ao "amarelinho" que "censurar, pela imprensa ou outro meio de comunicação, as autoridades constituídas, superior hierárquico ou criticar ato da administração pública" (sic).

Nota do Blog – Pelo visto, não será apenas a má educação de parcela considerável dos condutores de veículos, em Mossoró, o principal problema a ser enfrentado pelos jovens agentes de trânsito.

Terão que conviver com uma normatização despótica.