Vem aÃ, a TV do Governo do Estado. A "TV Wilma", digamos assim.
Articulação técnico-polÃtica está em andamento em BrasÃlia, nos meandros do Congresso Nacional e Ministério das Comunicações. A expectativa do governo estadual é que nos primeiros meses do próximo ano, o canal esteja no ar.
A TV estatal estará vinculada ao canal Rede Brasil (da União), ensejando importante potencialização de imagem institucional – e pessoal, claro – ao executivo.
Os profissionais da mÃdia terão, também, mais uma significativa janela ao trabalho.
Caro colega — Antenado a tudo quanto diz respeito ao processo de implantação das TVs pública e digital em nosso paÃs, creio que sou um dos, senão o primeiro mortal a exibir tal preocupação em nÃvel governamental no RN. Aliás, passei meses a fio imerso nesse tema, no Departamento Estadual de Imprensa, sem contudo merecer o devido apoio institucional. De modo que resolvi abandonar o projeto, não sem antes pulverizá-lo à maior quantidade possÃvel de interlocutores supostamente privilegiados da governadora Wilma de Faria. Isto por creditar que, dada a sua natureza perecÃvel, seria irracional e mesmo perdulário tentar armazenar uma idéia desse tipo. E também porque sou vacinado contra o fogo fátuo que aflige sôfregas figuras palacianas indigentes de criatividade. Mas é bom saber que o assunto finalmente aportou na mesa de trabalho da governadora, que agora terá a oportunidade de marcar indelevelmente sua passagem pelo Executivo potiguar na área de comunicação social. Só resta esperar, entretanto, que esta nova TV pública não siga o mesmo exemplo (?) de suas congêneres da Assembléia Legislativa e da Câmara Municipal do Natal, transformadas desde o primeiro instante em generosos cabides de empregos que desrespeitam o contribuinte e afrontam a Constituição Federal. O Governo do Estado já dispõe de bons jornalistas em seu quadro de pessoal efetivo, muitos dos quais subaproveitados em suas funções. A propósito, eis aà uma excelente pauta para a recém-empossada diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais: cobrar publicamente a abertura de concurso público para essas TVs, de caráter igualmente público. Afinal, é o dinheiro do cidadão que está em jogo, não é mesmo?
Abraço,
Paulo Sérgio Martins
PS – (Quem já viu post-scriptum em e-mail!) Transcrevo abaixo o teor de uma correspondência que encaminhara ao secretário Vágner Gutemberg. Não precisa divulgá-lo, claro, é apenas para que você tenha uma noção de meu interesse pelo assunto em tela.
“Caro Vagner:
Após ouvir o doutor Jaime Calado, creio ser você a pessoa com quem deveria ter compartilhado, desde o inÃcio, a idéia que me ocorreu de dotar o Governo do Estado de seu canal televisivo próprio. Identifiquei esta oportunidade quando do anúncio de criação da TV pública, pelo governo Lula, que com esse objetivo atraiu o jornalista Franklin Martins para seu estafe. Ele é hoje o responsável pela formatação de uma televisão governamental, tipo cabeça-de-rede, que será retransmitida por afiliadas baseadas nas respectivas unidades da federação.
É tão evidente o esforço de Lula para ver esse projeto consolidado que até Medida Provisória ele está providenciando, mesmo a despeito da crÃtica ácida e por vezes destemperada de alguns setores da imprensa quanto da oposição.
Estando eu à disposição do Departamento Estadual de Imprensa (DEI), ocorreu-me abordar Genildo Pereira com o assunto. A princÃpio, ele deu quase nenhuma importância ao tema; depois mostrou-se um pouco mais interessado. E só. Como ele não é do ramo, busquei interlocutores supostamente mais qualificados: Rubens Lemos, Miranda Sá (o “inovador tecnológico” da Fapern), AluÃsio Lacerda; porém nada prosperou.
Nesse intervalo, tomei conhecimento da Natal TV, que o Angelo Varela Neto baseou na Internet. Logo à primeira vista, vislumbrei nela o modelo ideal para dar-se o pontapé inicial à concretização de nossa proposta. Motivo: a sua desconcertante simplicidade técnico-operacional. Não precisa ela de concessão pública nem tampouco de maiores investimentos – o que torna possÃvel a nossa antecipação aos “poderosos” da federação como São Paulo, Minas, Bahia… Como se sabe, quem é pequeno deve sempre procurar largar na frente.
Além do mais, o momento é propÃcio. A governadora é uma aliada de prestÃgio do presidente e o componente polÃtico, neste caso, é muito precioso. Lula estaria destinando cerca de R$ 350 milhões para implantação de sua TV pública, que nasceria já aberta e digital. E deverÃamos aproveitar esse gancho, visando à sua expansão em solo potiguar.
O que não faltará, certamente, é disponibilidade de freqüência em canal aberto para a consolidação dessa rede Brasil afora. E queira desculpar-me caso eu esteja incorrendo em algum despropósito.
Cordialmente,
(a) Paulo Sérgio Martins
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