Por Ney Lopes
Neste domingo (26) realiza-se eleição na Alemanha, que indicará o sucessor de Ângela Merkel, a chanceler desde 2005 e lÃder do partido de centro-direita – União Democrata-Cristã (CDU) de 2000 a 2018.
O mundo democrático aguarda esse resultado, sobre a União Europeia, pela importância germânica na economia e na polÃtica global.
A possibilidade de uma guinada à esquerda na Alemanha colocou até Ângela Merkel, que está prestes a se aposentar, na campanha. Seu partido, a conservadora CDU, corre o risco de sair do poder após a eleição deste mês e passou a agitar o velho fantasma da ameaça socialista.
Três partidos ou alianças de partidos indicaram candidatos oficiais para o cargo de chanceler federal da Alemanha. São eles: Olaf Scholz (socialdemocrata), Armin Laschet (direita, candidato de Merkel) e Annalena Baerbock (ecologista).
Merkel entrou na polÃtica fora do sistema democrático, quando a Alemanha ainda estava dividida entre uma área de influência soviética e outra dos aliados.
Com a queda do muro de Berlim e reunificação, após 1990, seu partido — formado originalmente na Alemanha Oriental, onde ela vivia — foi incorporado pela União Cristã-Democrata (CDU), onde ela ascendeu graças à s suas habilidades polÃticas.
A economia da Alemanha se saiu bem durante os 16 anos de Ângela Merkel como chanceler federal do paÃs. Mas a lÃder alemã também deixa várias grandes obras em andamento para seu sucessor.
Os principais nomes à sucessão de Merkel participaram até ontem, 25, de seus últimos grandes eventos de campanha em diferentes cidades. Acirrada como nunca, disputa pela Chancelaria Federal segue indefinida, segundo as pesquisas.
O candidato da direita, apoiado por Merkel, mostrou ligeira ascensão.
Os processos eleitorais na Alemanha ocorrem a cada quatro anos, assim como no Brasil. O voto é obrigatório a partir dos 18 anos.
Enquanto no Brasil a votação é feita através do processo eletrônico, essa forma foi considerada inconstitucional na Alemanha, por dificultar o acompanhamento da apuração pelo cidadão.
O sistema eleitoral alemão é parlamentarista. O lÃder da nação é o chanceler (primeiro ministro). O voto distrital misto é usado com duas fases: na primeira o eleitor vota no candidato do seu distrito.
Na segunda fase o eleitor escolhe um partido polÃtico, que pode ou não ser o partido do qual o candidato da primeira etapa faz parte.
A Alemanha permite as candidaturas independentes, desde que o candidato receba pelo menos 200 votos em seu distrito.
As formas de financiamento podem ser: estatal (o financiamento estatal partidário parcial), de pessoas fÃsicas ou jurÃdicas e pelos matching funds (a cada 1 euro doado pelo cidadão, o governo doa também 1 euro. Não existe um teto de doações.
Para o Brasil, a eleição na Alemanha tem importância vital.
Com um volume comercial superior a 14 bilhões de euros (2020), a Alemanha está na 4ª posição entre os maiores parceiros comerciais do Brasil.
Pelo exemplo de estabilidade polÃtica e econômica na União Europeia, o mundo aguarda os novos horizontes caminhos polÃticos e econômicos serem percorridos pela Alemanha, a partir da eleição deste domingo.
 Ney Lopes é advogado, jornalista e ex-deputado federal
Angela Merkel, uma lÃder, uma polÃtica de competência, uma governante que honrou o cargo para o qual foi indicada através do sistema democrático construÃdo com seriedade e respeito.
Nada em comum com a zorra total daqui do nosso Brasil.