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terça-feira - 06/05/2014 - 18:34h
Lembrança

Alguém aí se lembra de Aluízio Alves?

Por Roberto Guedes

Nesta terça-feira, 6, hoje, faz oito anos que o Rio Grande do Norte perdeu um de seus filhos mais ilustres e, sem sombra de dúvida, o maior líder popular que jamais conheceu, o jornalista, advogado e político Aluizio Alves.

Contudo, o único registro que a imprensa local fez desta data foi a publicação, como anúncio comercial, de três convites da família Alves para a missa a ser celebrada logo mais, às 19 horas, na igreja de Nossa Senhora da Esperança, no bairro de Cidade da Esperança, conjunto residencial que lembra uma singularidade: governador a partir de janeiro de 1961, Aluizio foi quem fez o governo começar a construir casas populares; bem depois é que surgiria um programa parecido no então Estado da Guanabara e anos adiante a União criaria sua política setorial com o hoje extinto BNH.

Ciador de meios de comunicação que lhe sobrevivem, todos ainda vinculados à sua família, não se entende como estes não cuidaram de registrar honrosamente o aniversário de seu falecimento. Um irmão de Aluizio que costuma escrever em jornais porque ele lhe abriu as portas da imprensa ainda nos anos quarenta destacou há poucos dias o aniversário de nascimento de Carlos Lacerda, mas não se lembrou do oitavo ano da morte do grande líder. E o jornal que abrigou a ode a Lacerda e os anúncios da missa de oitavo aniversário relativo a Aluizio é “Tribuna do Norte”, exatamente o filho ao qual o grande líder tanto se dedicou.

Não dá nem para pensar que é controlado pelo herdeiro político que Aluizio ungiu na maturidade e que agora tenta conquistar o governo do Estado, o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), presidente da Câmara Federal, e administrado por três primos deste e sobrinhos em primeiro grau do fundador do periódico. A InterTVCabugi, também fundada pelo grande potiguar, não lhe fez referência pelo menos hoje, assim como as emissoras de rádio que ele agregou a seu grupo midiático.

É o oitavo aniversário de morte e o oitavo de nascimento desde 2006 que o Rio Grande do Norte desconsidera quase completamente, ressalvando-se a celebração católica sempre solicitada pelos aluizistas das classes mais pobres, notadamente os moradores da Cidade da Esperança.

Um leigo poderia usar uma tese cascudiana, segundo a qual Natal não consagra nem desconsagra ninguém, para tentar explicar esta omissão imperdoável. Talvez ela coubesse em relação a outras pessoas, mas não ao maior político que esta unidade federativa já ofereceu ao Brasil e ao mundo.

Parece mesmo que há um esforço induzido no sentido de apagar da memória do povo potiguar a imagem daquele que tanto o liderou.

É um verdadeiro absurdo que a própria família vetorize este processo de desimagem de Aluizio Alves, a quem reverencio nesta hora, independentemente das muitas ocasiões em que nos colocamos em pólos opostos, porque acima de tudo há em mim um honesto reconhecimento de sua incomparável grandeza.

Fraternalmente,

Roberto Guedes da Fonseca.

Jornalista

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Categoria(s): Artigo / Política

Comentários

  1. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    REALMENTE, NÃO OBSTANTE A PARTIR DO GOLPE DE 1964 TENHA TOMADO UM OUTRO RUMO POLÍTICO QUE NÃO O INICIALMENTE TRAÇADO. ALUÍSIO ALVES DURANTE TODA SUA TRAJETÓRIA POLÍTICA DEMONSTROU SER UM GRANDE LÍDER .

    Um abaraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

  2. AVELINO diz:

    Como dizer que “a própria família está vetorizando o processo de desimagem de Aluízio Alves”??? Grudado que nem tatuagem, quando se fala em Henrique Alves, a exemplo, você logo lembra de quem??? De Ana Catarina, de Agnelo Alves ou do eterno líder??? Henrique será sempre lembrado como o filho político de Aluízio Alves, né, não??? O resto são maldosas ilações…

  3. edmilson cure diz:

    Eu lembroada merda que wlw deixou Henrique e Ana Catarina, que deseka ter esses como exemplo para seus filho

  4. Antonio Augusto de Sousa diz:

    Caro jornalista Roberto Guedes, receba meus parabéns, pelo artigo, pela lembrança, por sua inteligência e pelo seu senso de justiça, ao maior político que o Rio Grande do Norte já conheceu.

  5. Marcelo Matias diz:

    Achei exagerada a análise de Roberto Guedes. Se a família quisesse obscurecer o nome e a memória de Aluízio Alves, hoje o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante teria outro nome. Independente de manifestações familiares, o nome de Aluízio Alves será sempre lembrado como o maior político que já governou o Rio Grande do Norte, realizando grandes obras que mudaram a fisionomia de um estado pobre e miserável como como era o Rio Grande do Norte na década de 60.

  6. rutiane diz:

    procuro familiares de Francisco gomes da silva de angicos que foi motorista de aluizio Alves nos anos 60 entra em contato..por favor

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