Estudantes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) vão promover protesto hoje às 18h, na Avenida Dix Neuf Rosado (Leste Oeste), perto da Central de Abastecimento de Mossoró (antiga Cobal).
A grita é contra a falta de estrutura da Uern, em termos de ensino e apoio à categoria. Cobram autonomia financeira para a instituição.
É ainda, uma forma de apoio à greve dos próprios professores.
Nota do Blog – A Uern é a maior obra humana produzida em solo mossoroense. Nasceu no final dos anos 60 pelas mãos do prefeito Raimundo Soares e do professor João Batista Cascudo Rodrigues, como um delírio.
De lá para cá, a instituição tem vivido momentos difíceis, sobretudo pela falta de compreensão de parte da elite política deste estado, que não consegue entender como é ínfima a relação custo-benefício dessa academia.
Tenho dito: se parte dos nossos administradores tivessem vivido a experiência de estar numa boa universidade a visão seria outra. Infelizmente se dependermos do nível de instrução da maioria deles estamos todos perdidos. Você disse bem, Carlos, ” a Uern é a maior obra humana produzida em solo mossoroense”, mas é verdade que nem todo mundo tem competência para vislumbrar isso. Pode ser exagero, mas talvez uma boa parte dos nossos administradores não saibam como é que saímos da época do fogo a lenha e da lamparina.
“Bom, todo mundo sabe que o dinheiro do governo é gasto para sustentar universidades ruins e grátis – duas indiscutíveis vantagens – para classes médias que podem pagar. Nada melhor. Garante comícios das UNEs da vida, ótima preparação para futuros políticos analfabetos! ” Roberto Campos
Inicialmente, parabenizo-o por noticiar com responsabilidade. No que diz respeito a UERN, estamos em um momento de crescimento. Vários concursos para professores e técnicos. Avaliação qualitativa dos cursos de graduação. Criação e consolidação da pós-graduação stricto-sensu. Expansão das atividades de pesquisa e extensão. Contudo, todo esse crescimento requer investimento. O resultado que buscamos são profissionais, independente da classe social, de alto nível. Nossa UERN, hoje chega em todas as regiões do Estado e assegura que pelo menos 50% de alunos oriundos do ensino público tenham acesso a Universidade. Por favor, vamos evitar que a greve se prolongue.
Meu caro amigo Pedro,
Gostaria de lembrá-lo que esse argumento que você usa como ponto positivo para o crescimento da UERN – os vários concursos públicos -, são frutos de várias reivindicações pretéritas como essa de hoje as quais sempre em muito contrassenso a uma administração refratária e até então MUITO recalcitrante.
Essa recalcitrância de longa data, ensejou, INFELIZMENTE E NOVAMENTE, em um outro evento grevista. Dessa vez, bem mais forte e uníssona, contando com esse novo momento histórico que vive a UERN: a emancipação de fato e de direito política de uma categoria funcional – os técnicos administrativos. Estes foram os primeiros a deflagrarem o movimento grevista na UERN dos novos tempos.
Quanto a isso, afirmo que, de forma alguma a administração pode assumir esse discurso e nem por nenhum de seus porta-vozes.
Lembro-me que em outra ocasião dessa, Pedro, uma funcionária desse setor aí onde você hoje é Pró-reitor disse:
– Eu? Aderir a greve e deixar meu chefe …… sozinho??? Nunca???
O discurso dessa pobre funcionária é o que se chama em psicanálise de “sublimação”. Entendemos que seria, em termos psicológicos, muito doloroso pra ela dizer a verdade e se sentir como vassalo: – “Não participo desse movimento porque não posso.”
Quanto aa greve, que dure o tempo que for necessário para negociar seus pontos reivindicatórios e saiam com a certeza de que foi dado um passo à frente.
Parabéns a ADUERN e aas outras categorias por virem conduzindo esse movimento com muita responsabilidade e mestria.
É verdade, Pedro, que o tenho por alta estima e digo isso de coração, mas devemos mudar essa realidade e construir uma sociedade melhor.