Por Marcos Araújo
Em 1967, o diretor e roteirista britânico James Clavell mudou a linguagem do cinema ao fazer a junção de educação e racismo em um filme (Ao mestre, com _carinho), colocando como protagonista o ator negro Sidney Poitier, em papel de professor e engenheiro, bem diferente dos papéis destinados aos negros naquele período, quase sempre interpretando subalternos e marginais.
Esta obra ficcional tem um título que se designa apenas aos que se dão com sacerdócio e amor a ensinar. Transformar pessoas, mentes e destinos pela educação, este sim, é o verdadeiro desígnio do Professor Sátiro Cavalcanti Dantas. É mais de sua gênese o papel de educador do que de padre.
Como teólogo, sabemos que ele é inigualável, fazendo das suas reflexões o ponto alto da audiência na FM Santa Clara. O testemunho de fé de Padre Sátiro eleva nossa alma à contemplação das realidades divinas. Seu amor pelo mais pobre refaz as nossas esperanças. Sua caridade nos estimula à partilha. Como Santo Agostinho, podemos exclamar também nós: – __Vides Trinitatem, si caritatem vides (__*contempla a Trindade, se vês a caridade -*De Trinitate VIII, 8,12).
São Paulo, o apóstolo, legou aos cristãos que, “*Como um perfume que se espalha por todos os lugares, somos usados por Deus para que Cristo seja conhecido por todas as pessoas.” *( II Co 2:15) Padre Sátiro transmite – e exala – esse perfume do céu.
Mas, para além do mister divino, Deus lhe chamou à relevante missão de transformar as pessoas pela educação; elemento de redenção econômica para uma sociedade.
É neste ponto a distinção do seu papel. Levou a educação para os recantos periféricos. Fundou 11 escolas em locais de reduzida – ou inexistente – assistência do Estado.
É da sua gênese o ensinar com superlatividade, a transmitir o saber sem reservas, a fazer compreensível o que é muito denso e complicado, a ser simples e humilde ainda que lhe teçam muitas loas e condecorações. Seu legado pessoal e profissional é muito inspirador! Um “self made man”, extraído por Deus da ambiência periférica citadina para brilhar na dimensão do território nacional, quiçá, internacional!
A sua vitória pessoal, fruto do saber e do esforço próprio, longe de ser um artefato do individualismo, é fracionada e porcionada generosamente com aqueles que se põem como seus amigos e audientes, hoje, contando com um alunato enorme.
Neste 22 de janeiro ele faz 92 anos, bem vividos. Quase um século! É muita experiência acumulada….Mais do que isso, é muito tempo dedicado a Deus e ao próximo.
Na qualidade de seu aluno no Curso de Direito e nas “disciplinas” da vida (para mim não existe “ex-aluno”, porque continua aluno sempre aquele que busca vivenciar o ensinamento recebido), queria exaltar o meu mestre, com muito carinho.
Por isso, a palavra que me vem é GRATIDÃO!
Obrigado, mestre Sátiro, por ser o MEU ETERNO PROFESSOR!
Marcos Araújo é professor e advogado
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