A deputada federal Natália Bonavides (PT) perdeu as eleições à Prefeitura de Natal? Sim, é fato. Perdeu. Mas, a história e a verdade não devem ser contadas de forma tão simplista e pragmática assim. Não se trata de passar outra versão ou fabricar novo resultado. Longe disso.
A advogada, ativista social e petista/lulista de carteirinha Natália Bastos Bonavides, 36, teve o que pode ser definido como “A queda para o alto.” Esse oxímoro nos remete a 1982, nos primeiros anos da reabertura política do país, quando livro com esse título foi lançado pela Editora Braziliense, biografia dilacerante da jovem Sandra Mara Herzer, ou Anderson Herzer.
Sem resumos ou spoiler quanto ao conteúdo, contexto e abordagem revolucionária da obra, nos prendemos ao paradoxo do título e seu fio de identidade com as urnas na capital potiguar em 2024, 42 anos depois. Claro que a vitória do também deputado federal Paulinho Freire (União Brasil) no primeiro e segundo turnos é legítima, épica (veja AQUI e AQUI). Contudo, existem outros vencedores e, entre os derrotados, quem também venceu.
Natália Bonavides não será prefeita, óbvio, porém carrega um capital pro futuro que a transporta para outro nível no quadro de forças em seu partido, à esquerda das correntes ideológicas no RN e no tabuleiro de nomes proeminentes da política do RN. Bonavides não é mais da prateleira de baixo, do segundo escalão. Furou a oligarquia petista de décadas, que era formada pelo binômio Fátima-Mineiro (deputado federal Fernando Mineiro).
Ela superou a própria rejeição antiPT que contaminou sua candidatura, além da bigorna de algumas toneladas de repulsa popular personificada na governadora Fátima Bezerra (PT). Com dignidade, diga-se, não se escondeu nem escamoteou a presença da apoiadora. Subiu degrau a degrau nas pesquisas e afeição popular, mesmo com essa sobrecarga nas costas a puxando para baixo.
Ex-vereadora, deputada federal em segundo mandato como campeã de votos, a candidata driblou descrenças internas, oráculos externos (como deste jornalista que vos escreve), intolerâncias diversas e virou a grande estrela do PT. Perdendo no voto, que se repita. Bonita, inteligente, inquieta, carismática, de boa extração familiar, mas que a direita prefere resumir no epíteto de “Patricinha Bolivariana” (criação genial do jornalista Gustavo Negreiros), Natália Bonavides venceu, sim senhor.
Teve sua queda para o alto!
Série Eleições
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