Por Bruno Ernesto
Trabalhos manuais são terapêuticos demais. Acalma, distrai, socializa e nos mantém ativos, física e mentalmente. Desde a adolescência gosto de pintar. Por isso meu grande interesse por artes visuais. Nada melhor que visitar museus, exposições e ter muita arte em casa.
Além de embelezar e dar vida e personalidade ao nosso sagrado lar, é um bom ponto de partida para muitas conversas.
Embora há uns anos não tenha mais pintado nenhuma tela a óleo, por volta do ano 2005, pintei uma pequena tela de uma onda arrebentando na praia, e é muito especial para mim.
A inspiração para pintá-la foi o fato de passar todos os dias pela praia de Areia Preta, em Natal, quando meu escritório era em Petrópolis.
Para encurtar a distância entre Ponta Negra e Petrópolis, ia pela Via Costeira e iniciava mais um dia de trabalho com a belíssima vista do mar, com o sol despontando naquele mar sem igual.
Bem onde atualmente se denomina a praia de Miami, quando é baixa-mar, ao se passar por lá de manhã bem cedo, o reflexo do sol, faz da película d´água da praia de um grande espelho, destacando as rochas lá existentes. É belíssimo.
Talvez poucas pessoas dêem importância àquela beleza natural. De fato, quando se mora no local, a correia do dia a dia acaba nos deixando meio que anestesiados com relação aos detalhes que a nossa cidade tem.
Lembro que meu pai me falou que foi lá que ele viu o mar pela primeira vez, no início dos anos de 1960.
Estamos nos acostumando – e mal – a deixar de lado as coisas simples, como parar e contemplar.
Afora a Via Costeira, os prédios na orla e os espigões, a praia de Areia Preta continua belíssima, vigiada pelos olhos do Farol de Mãe Luíza.
Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor
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