Por Odemirton Filho
Quase todos os dias pela manhã um pardal pousa na porta da cozinha de minha casa. Faz aquela “zoada”, típica dos pardais. Talvez seja o seu modo de cantar. Não sei.
Sei que o danado procura fazer um ninho entre as telhas, suja o piso da área, fica procurando algo, aqui e ali, para dar uma bicada. Depois, voa para as árvores do meu quintal ou da vizinhança para ficar ao lado de um bando de pardais. Ficam por lá, livres, leves e soltos. Enquanto tomo um café observando os pardais, fico a pensar na vida. Na nossa vaidade e a ambição sem limites. A correria para pagar as contas ocupa a maior parte do nosso tempo e de nossas energias.
E a vida vai passando, passando.
Alguns “morrem” de trabalhar para ter um carro luxuoso, uma casa confortável e dinheiro no banco, já outros lutam, diariamente, para ter o pão nosso de cada dia.
Quando podíamos andar por aí, sem medo desse maldito vírus, não fomos visitar um amigo ou um familiar, até mesmo aquele parente chato. Não fomos caminhar na praia, sentindo o mar lambendo os nossos pés. Não fomos ouvir música naquele barzinho ou dançar um “forrozim”.
É certo que cada um aproveita a vida como quer. E pode. Uns gostam de ficar no aconchego de sua casa. Outros, de viajar. Alguns preferem beber no bar da esquina com os amigos. De comer um cuscuz ou um pão com ovo. De tomar uma “lapada” de cana com uma buchada ou um limão.
Para quem ainda pode comprar carne, um churrasco com uma cervejinha gelada é bom demais. Depois, comer um pedaço de rapadura e tomar um gole d`água gelada. À tarde um pedaço de bolo com um café quentinho. À noite eu gosto é de uma pizza ou de um “completo”.
Há quem goste de pedalar por aí. De caminhar ou praticar uma corridinha. De falar da vida alheia, sentado na calçada. De assistir a um jogo de futebol do time do coração. De vaquejada.
Como é bom namorar no balanço da rede, agarradinhos. Um cheiro no cangote, arrepia.
Bom mesmo, caro leitor, é aproveitar as simples e boas coisas da vida. Como diz uma linda canção de forró:
“Tá de manhã no curral, tomar um leite mais puro; cantar varrendo o muro do nosso quintal; colher tomate, cebola, banho de açude, almoçar; de noite um bom baião de dois pra que deixar pra depois se a gente pode se amar”.
Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça
Bela crônica Odemirton. Realmente nos faz repensar muitas coisas. Parabéns.
Obrigado pela leitura, meu caro.
Abraços.
Amigo Odemirton, parabéns pela fluidez intelectual e criativa, mais realmente o pardal necessita de muito pouco pra viver, são nas coisas simples que podemos tirar exemplo pra nossas vidas, o pardal com liberdade, comida e água para saciar fome e sede, voa com a liberdade que Deus lhe deu, enquanto que nós pobres mortais somos exigentes e consumistas natos.
Sirvo como exmplo, fui criado até os 9 anos com 3 mudas de roupas (termo antigo), era mais feliz do que hoje quando fico escolhendo qual vou vestir diante tantas no meu closed (ixi tô no inglês), pois o meu clooosed de antigamente (kkkk) era uma mala em madeira coberta com papel de saco de cimento colado com grude (cola de goma), pintado na cor cenoura com detalhes em tinta preta, com ddesenhos geométricos que até hoje não esqueço e nem consigo decifrar, a tranca com chave e o contorno com aspas de flande que cortava que só navalha. Não reclamava de nada, hoje temos tudo, e ainda ficamos aperriando Jesus pra mandar mais.
Com relação ao ninho do pardal no seu alpendre (área mesmo, é melhor), diga a dona Morgana que faça a limpeza bem feita, pois Célia, sua sogra, a ensinou muito bem!!👍👏👊👊 inté domingo!
Gostei e muito da “lapada” de cana com uma buchada ou um limão. Lembrei de uns tios queridos que tinha na cidade de Felipe Guerra, que não dispensavam nem no porrete quando eu passear por lá. Rsrsrs.
NOTA DO BLOG – Desce uma Serra Limpa para mim. Não precisa o limão. Meu tira-gosto é água mesmo. A manguaça boa deixa o sujeito com as orelhas quentes e bafo de destilaria.
Simbora
Rapaz, prefiro uma Samanaú e um tira-gosto, qualquer um! Rsrsrs.
Vixe! Coisa boa. Sempre é bom lembrar bons momentos.
Abraços.
Rocha Neto você continua nos devendo as suas crônicas. Tem jeito não! vou ter que levar
uma intimação para você. Rsrsrs.
Abraços, amigo.
Caro Odemirton Filho,
Parabéns! Temos aqui, em “As simples e boas coisas da vida”, mais uma crônica saborosa, leve encantadora de sua verve de cronista vocacionado. Uma delícia, literalmente. Fiquei de água na boa, por exemplo, com a simples imagem da buchada aspergida com sumo de limão. Assim, meu amigo, é covardia!
Forte abraço,
Marcos Ferreira.
Meu amigo, vou por aqui, tropeçando nas palavras e tomando uma dose. Rsrsrs.
Obrigado pela leitura e o incentivo de sempre.
Abração!