Os mentores políticos do seu governo a deixaram acuada, inibida até mesmo quando está em meio ao povão, universo em que até bem poucos anos circulava com desenvoltura e naturalidade.

Fafá era assim por sua natureza simples e não marketing político. Afável, simpática, simples, sem jogo de cena.

Virou uma versão nordestina de "Ana Bolena", presa na torre, à espera do cadafalso. Cometeu o crime da omissão, de não assumir de verdade as rédeas do governo e até mesmo de sua existência como pessoa.

Num esforço hercúleo sua facção política conseguiu reeleger seu marido, o médico Leonardo Nogueira (DEM), à Assembleia Legislativa. Apoiou ostensivamente Rosy de Sousa (PV) à Câmara Federal,  irmã da prefeita natalense Micarla (PV). Porém só conseguiram irrigar seu nome com 2.971 votos em Mossoró.

Em pesquisa do Instituto Consult no ano passado, a sua gestão foi rechaçada por 67,5% dos ouvidos. Uma reprovação diluviana.

Processos

Sua administração abriu frente de intrigas com setores da imprensa que não dizem "sim", promovendo odiosa enxurrada de processos judiciais, com caráter de intimidação e ranço autocrático.

Um escritório de advocacia que atuara para o grupo da deputada federal Sandra Rosado (PSB) foi contratado apenas com esse fim.

Sobram arengas com vereadores, abundam desentendimentos com médicos e outros profissionais da Saúde. Já enfrentou a primeira greve geral de funcionários municipais e outras paralisações setoriais.

Foi vaiada em público em plena procissão de Santa Luzia e deflagrou guerra contra o Sindicato dos Servidores (SINDISERPUM), além de sufocar mobilização de agentes de trânsito do município com vários procedimentos e inquéritos administrativos, além de processos judiciais.

Ela mostra no próprio semblante a angústia do isolamento. O poder lhe fez mal.

O mesmo não se pode dizer em relação a alguns áulicos, que aproveitam ao máximo o tempo das "vacas gordas", mesmo que para isso tenham que mutilá-la.

Pobre Fafá!