domingo - 26/07/2009 - 09:38h

Atriz relata luta inglória por união e a força dos poderosos

Lenilda Sousa é uma atriz de longo curso e bastante respeitada, a partir de Mossoró, pelo trabalho gigante da Companhia Escarcéu. É também politizada.

Pensa, portanto contraria.

Leia abaixo o que ela escreve sobre o desmanche do movimento teatral mossoroense, além da pressão para que ele continue sendo apenas uma peça de marionete, controlada pelos donos do poder:

A lição! No ano passado quando se popularizou este assunto da crise econômica nos quatros cantos do mundo, em todas as rodas de conversas que tinham artististas e pensadores já se discutiam sobre a crise do Neoliberalismo e se buscavam alternativas.

Infelizmente tenho que reconher que a classe de atores e atrizes mossoroense ignorava qualquer possibilidade de perderem os espaços conquistados. Não foi nem uma jogada de mestre e nem chega a ser uma estratégia maquiavélica o fato de fomentarem, a desarticulação da Classe artística de Mossoró, de pagarem salários diferenciados para alguns poucos merecidos, das centralizações nas atividades, dos mimos para umas pessoas indiferenças com outros.

Tudo isso são estratégias naturais comum para se ter o controle total e poder tomar as atitudes como bem quisessem e entendessem.

Pois bem foi justamente o que aconteceu. Nem um diálogo com a classe artística a respeito do cancelamento do espetáculo “Auto da liberdade” (decisão tomada à semana passada pelo governo da prefeita Fátima Rosado-DEM).

Todas as tentativas de organização da classe que eu participei me frustraram. Tentamos fundar um sindicato; os teatreiros receberam orientação que não era uma boa idéia. Tentamos um Fórum e também surgiram tantas dificuldades que resolvi sair da organização; a conferência de cultura teve uma representação razoável.

Ou seja, enquanto o sapato apertava no calo do meu colega, mas não apertava no meu era melhor manter a distância daquela gente que fala demais, que lê muito e em tudo se mete…

Essa história de política cultural isso é bobagem! Agora minha nêga e meu nêgo, o sapato parece que apertou geral.

A grande lição que podemos tirar desta situação é que uma “andorinha só não faz verão".

É fácil quebrar uma vara, mas um feixe é impossível.

Nada adianta ser satélite para o Astro-rei, bom mesmo é fazer nossa arte com dignidade e companheirismo e nos empoderarmos para ter poder de negociação.

Talento tem em toda esquina, artistas politizados é uma construção que parte do individual para o coletivo, e se reportamos ao inicio da implantação do Auto Liberdade vamos lembrar que opinávamos em tudo – no salário, na direção, no texto. A participação era bem mais efetiva.

Lenilda Sousa.

Nota do Blog – Lenilda, já nutria admiração por ti como atriz e batalhadora incansável dessa arte superior.

Politizada, consciente, pensante, capaz de remar contra a maré de ignorância e servilismo, tu se torna diva de um novo tempo em construção. Não és andorinha, faz-se um blindado a romper as barricadas dos poderosos de plantão.

Minha reverência. 

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. lucia de fatima santos diz:

    Infelizmente, o que aconteceu com o Auto da Liberdade, não é surpresa, outros espetaculos eles também vão acabar, é questão de tempo. Nunca souberam o que é cultura. Parabéns pelo depoimento.

  2. Antonio Franco de Morais diz:

    Estou deveras triste com a decisão da Prefeitura em cancelar o Auto da Liberdade, mas deveras feliz por saber que aqui temos artistas politizados, que não se dobram ao que determina o Palácio da Resistência. Parece que esqueceram que o povo também tem fome de cultura, tão indispensável como qualquer outra coisa. “A gente não quer só comida, a gente quer diversão e arte…” E continua o reinado da nossa prefeita… Mas para alguém que nem sabe falar, não poderia se esperar outra atitude… Enquanto isso na Sala da “Justiça”, da Secretaria da Cidadania alguém continua dando ordens. Realmente TÁ NA CARA: Mossoró, Capital Brasileira da Bandalheira. Socorra-nos!!!!

  3. Valtércio Anunciato Da Silveira diz:

    Senhora Lenilda, não posso, não devo e, se o quisesse, não teria como retocar a sua lição. O contraditório se manifesta quando o Prefeito de fato, Gustavo Rosado, chegou a capitanear manifestações e unir os verdadeiros artistas da nossa terrinha. Afirmo isso porque, quando secretário, eu mesmo sofri pressão. Não havia dinheiro, mas, mesmo assim, ele ( Gustavo ) chegou ( com meu apoio ) a lançar a pedra fundamental.
    É inacreditável que a Cidade que quer se tornar a Capital da cultura do Brasil, tenha mandatários que, a seu bel-prazer, alegam que não tem dinheiro para um espetáculo que já faz parte da cultura e, terceiriza, contratando artistas de outras localidades para gastar o já surrupiado recurso Municipal e, como se Mossoró não tivesse excelentes artistas, os antigos companheiros são escanteiados, são desprezados e, sobretudo, desvalorizados.
    Não se preocupe Senhora Lenilda, ” há um tempo prá tudo “, a Senhora nunca deixará de ser artista, mas ele deixará de mandar perdulariamente no erário Mossoroense, e aí, lamentavelmente, chegará o ostracismo para ele e outros.
    Saúde e paz,

  4. lenilda diz:

    Gostaria de agradecer pelo oportunidade de externar minhas magoas neste bloog. Dizer que tenho recebido ligações e recados no orkut dos meus colegas em segredo. Porém lamento que eles não tenham coragem de assumir nhenhuma postura. Ficam esperando ver para onde o vento vai soprar e a depender das correntes ou calmaria, armar o bote e tomar de assalto o que for pensado coletivamente.
    A gerente de Cultura comunicou que vai convidar os teatreiros para uma reunião, só nos pediu um tempo para construir uma proposta relevante. Estamos no aguardo inclusive disposta a trabalhar porque meu papel não é fazer oposição é construção.

  5. Lenilda diz:

    Oi Lenilda ,

    ai vai o texto que escrevi. peço que vc jogue ai no grupo do FAM e outros que ache interessante, antes de uma olha veja se tá legal.

    bj.

    Noticias a cerca da cultura local – “Auto da Liberdade edição 2009 não se realizará”.

    Viviana Mesquita[1]

    Talvez a mais nefasta notícia a cerca da cultura local, após a grande evidência nacional que foi dada a cidade de Mossoró (pânico na TV) na realização do recente evento da cidade intitulado; Mossoró Cidade Junina.
    Não toquemos mais nesse assunto, alias assunto polêmico que deveríamos ter tratado com mais ênfase, refletindo o tipo e o nível de cultura que desejamos ter, o tipo de humor-artistico, e principalmente que tipo de arte o dinheiro público deve financiar. Mais como no Brasil são tantas as questões polêmicas envolvendo recursos públicos sem resolução concreta e retorno ético para a sociedade, que por força das circunstancias acabam evidenciando-se outras tantas questões polêmicas que não cessam e não se resolvem em curto prazo e em alguns casos nem em longo prazo.
    Dessa forma passemos então a próxima questão polêmica. Inicio dizendo que penso os recursos públicos voltados à arte na cidade de Mossoró tem sido gerenciados de maneira pouco esclarecida. A arte nessa cidade parece justificar muitas coisas e muitos recursos.
    A notícia da não realização da edição 2009 do Auto da Liberdade em primeira hora nos remete a pensar de como o evento, o maior evento cênico a ser realizado a céu aberto em todo nordeste, simplesmente não tem mais recurso. E pra onde foi o dinheiro? Onde foi parar os recursos orçados? Perguntas que nos remete no mínimo a uma prestação de contas, que certamente iniciará com a palavra Crise Mundial, crise financeira, crise, crise, crise…
    Como afirmei anteriormente e como bem disse uma amiga, a arte historicamente tem justificado muitos erros e/ou muitos acertos mais no final acaba sendo sacrificada. A fomentação da arte e dos eventos culturais que ilustram a terra da liberdade, na capital da cultura do estado do Rio Grande do Norte, tem movimentado uns bons bocados de recursos financeiros nos últimos anos, mais, no entanto não foi suficiente para poupá-la do sacrifício do corte, afinal de contas alguma coisa tinha que cair.
    No fundo toda essa questão só vem confirmar de como a arte para este município, não é prioridade, nem muito menos levada a sério. A arte aqui parece mais um jeito bom e confortável de resolver situações pendentes e/ou distorcidas e pouco claras a cerca do orçamento geral do município.
    No campo da política cultural, da gestão democrática e cidadã dos recursos públicos, existe um Conselho municipal de cultura, com formação do poder público e sociedade civil. Conselho esse pouco informado sobre os recursos destinados a arte e cultura local, conselho esse que tem discutido o funcionamento da Lei Municipal de Cultura e tentado com bastante veemência implemanta-la, mais que também tem ficado fora das discussões e definições que se refere aos recursos destinados à fomentação da arte e da cultua no município. Talvez esteja faltando um entendimento que deve ser uníssono a cerca do papel do conselho de cultura dentro da gestão publica municipal. Como conselheira sei que esse não tem sido um debate feito internamente, mais necessita urgentemente ser pauta do próprio conselho de cultura, bem como das articulações e mobilizações artísticas da cidade para citar o FAM – Fórum dos Artistas
    Mossoroenses.
    Por fim, penso que o não acontecimento do evento cultural Auto da Liberdade, deva servir para pensarmos não somente como anda e para onde anda o orçamento público da arte e da cultura do município, mais fundamentalmente sirva para podermos refletir a cerca da qualidade da arte e principalmente a cerca da política cultual que queremos desenvolver e consumir, que mudanças a arte e a cultura são capazes de provocar numa sociedade capitalista e violenta. Para não terminarmos essa leitura de maneira triste, até porque logo, logo surgirá outra questão polêmica e talvez nem precisemos nos deter tanto a essa cito um trecho de uma música conhecida por alguns “Então é festa….brindamos, bebamos, cantamos… é festa…ninguém vai poder nossa voz calar”.

    ________________________________

    [1]Atriz, Especialista em Ensino de Teatro e Conselheira Municipal de Cultura.

  6. chico sales diz:

    LENILDA, quando vejo a trama moribunda dos podres poderes em cortar gastos na cultura e você levantar a voz no país de Mossoró, suspiro aliviado. Você não se cala e ousa. Isso mostra que a provincia tem gente que pensa e se manifesta. Evoé. Força sempre para você lutadora. A perfeita artista da terra de Luzia. Continue assim…

  7. tino chapero diz:

    Lenilda, parabens pela capacidade de ir a frente e manifestar sua indignação contra os cortes financeiros da preifeitura para a cultura da cidade. Talvez eles não voltem atrás, talvez eles nem estejam ai para o que nós dissemos, mas com certeza continuaremos a pensar, a criticar e questionar atitudes insanas em diferença a cultura. E monotona e provinciam a cidade que quando uma pessoa do seu porte consegue ser critica e audaciosa que eu me orgulho de ser conterranea sua.

  8. denilson diz:

    a classe politica cultural de mossoro nau se pronuncia sobre cultura!?quem diria qu uma cidade teatral ficasse calada a tudo que acontece.parece que nau podem pois estão com os rabinhos preso na teia da aranha.que tal ir as ruas, se organizem pintem as caras,façam algo,!mais como muitos estão come3ndo na mesa do grande farao nos grandes recitais do cafezal enquanto a escravidão e o chicote bate sem pena nau podem reclamar muito do inabalavel,todo poderoso,gugu.aplaudam .ja que nau podem vaiar e proteestar.

  9. denilson diz:

    vamos lutar por a ESCOLA DE ARTES que prometeram e ate já compraram o terreno.talvez daqui a 10 anos tenhamos uma classe cultural mais forte com alicerce para reenvindicar algo.continuo falando que uma cultura sem base sem algo d concreto tal como um alicerce envolvendo a comunidade como pilares deste projetos jamais seremos ouvidos.a força estar no povo.napolião bonaparte ja dizia”de-me um bando de musicos(artistas) e conduzirei o povo ao circo ou a guerra”. convido aos atores e atrizes e artistas em geral para criamos um grupo onde pudessemos discutir e tentar encontrar uma saida antees que eles fechem todas as portas.convoco aqui neste espaço tão respeitado.que tal caro amigo carlos .convocar em praça publica uma reunião com todos os artistas.para eles falarem o que acharam da dcisão do gabinete sobre o auto e descutir planos e projetos futuros e meios para podermos preservar nossa cultura nossa historia.proposta feita!agora esperar quem se abilita a encarar essa luta.que tal na feira do livro dia 04. nos organizarmos em frente d estação das artes.proposta colocada agora saber quem é artista e quem nau tem rabo preso pra falar o que pensa.abraço carlos.

  10. Paulo Silva diz:

    Primeiramente gostaria de parabenizar, ao Sr. Carlos Santos, não o conheço pessoalmente a ponto de tratá-lo como vc, saí de Mossoró a alguns meses, porém acompanho os acontecimentos da cidade pela mídia, e a imagem mais próxima da realidade quando visito a cidade tenho; encontrado em seu blog; é com grande preocupação que leio o texto da sra. Lenilda, bem obeservado e nunca tão claro o quadro pintado da cidade em um comentário, mais o ponto não se resume somente a cultura, na cultura ele se mostrou mais evidente devido a proximidade do espetáculo em questão; porém todas as áreas estão sofrendo o abalo, mas da mesma forma, o comercio, a industria, a educação, a publicidade, esporte e todas as outras áreas estão na situação citada de forma muito feliz pela sra. lenilda, “não acontece comigo então eu me calo e fasso de conta que nada está acontecendo”; mas da mesma forma profissionais competentes estão sendo forçados a sair da cidade, ou da própria prefeitura para dar lugar a apadrinhados e uma massa pobre politicamente, que somente balança a cabeça e sacode os pompons comemorando algo passageiro os que leva a lugar nenhum, contemplando a penúria, a degradação.

  11. denilson diz:

    por onde esse tal de FAM.?se fala!nau tem opinião a dar sobre as questões cultural d mossoro.homi vão cagar tudo farsa politicagem nojenta deste picadadeiro chamado cultura mossoroensse.alô senhor presidente eleito democraticamente.os gatos comeram!?ou o gato comeu!

  12. Neto Medeiros diz:

    Lenilda, as suas palavras caem como uma luva! Mais nao desista lute!!! Brava Guerreira das Artes Mossoroenses!
    Neto Medeiros – São Luis – MA

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