A Câmara Municipal de Mossoró realizou nesta sexta-feira, 26, audiência pública que debateu a situação da Oncologia da cidade. As discussões iniciadas às 15h avançaram pela noite, em face da importância da temática.
Proposta pelos vereadores Izabel Montenegro (PMDB) e Tomaz Neto (PDT), a audiência teve o intuito de institucionalizar a criação da Frente Parlamentar de Estudos e Combate ao Câncer no Município de Mossoró.
A vereadora Izabel Montenegro ressaltou a dificuldade dos pacientes em conseguir uma cirurgia ou um tratamento custeado pelo SUS.
“É necessário destacar a situação periclitante que vivem as pessoas acometidas com essa doença em nossa cidade. Conseguir uma cirurgia ou um tratamento custeado pelo SUS transformou-se em uma verdadeira via crúcis, o que coloca os doentes em situação de risco de morte”, disse Izabel.
Já o vereador Tomaz Neto questionou a aplicação dos recursos públicos do Governo Federal, Estadual e Municipal.
“Hoje não sabemos a realidade da aplicação dos recursos públicos do Governo Federal, Estadual e Municipal, as parcerias, convênios e outros instrumentos de cooperação na área”, falou Tomaz.
Crise sem precedentes
Quanto à Frente Parlamentar, para os edis ela deverá lutar pelo acesso digno aos serviços de saúde por parte da população acometida com a doença.
“Precisamos empreender formas de combater o descaso das autoridades no trato com esse problema que já beira uma crise sem precedentes”, afirmaram.
Em outro momento da audiência, os convidados se pronunciaram. Hematologista Cure Medeiros detalhou o trabalho do Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM), que ele dirige.
“Já passaram-se 20 anos de serviços prestados a população de Mossoró e Região. Desde 1995 quando o serviço era isolado em Quimioterapia, o objetivo sempre foi o de prover à população carente de um serviço de qualidade, mais próximo de sua casa e de sua família”, disse Cure.
Em seguida, o médico Bernardo Rosado apresentou números do Hospital Wilson Rosado (HWR), e explicou que em nenhum momento o Hospital tentou monopolizar os serviços de saúde em Mossoró.
“Nunca pensamos em monopolizar os serviços de saúde da cidade. Nosso objetivo é somar, disponibilizando o serviço à população”, ressaltou Bernardo.
George Antunes, do Instituto do Coração, defendeu a união de todos em favor de um serviço de suma importância para a população. Em sua ótica, uma competição no setor é prejudicial a quem mais precisa: o paciente. Também assinalou que os serviços cobrados por UTI´s em Mossoró estão defasados, num comparativo com a capital, onde se cobra em média “R$ 1,5” por diária.
Ronaldo Fixina, representante dos anestesiologistas, elogiou estrutura do HWR e do COHM, assegurando que têm ótimas condições para que os profissionais trabalhem. Cobrou priorização da Saúde e criticou incapacidade dos gestores públicos em todas as esferas, de investirem na Saúde.
Participaram da audiência presidida pela vereadora Izabel Montenegro: Dr. Cure Medeiros, Diretor Técnico do Centro de Oncologia de Mossoró; Dr. Bernardo Rosado, Diretor do Hospital Wilson Rosado; Leodise Cruz, Secretária de Saúde de Mossoró; Aécio Mares Tarouco, representante do Ministério Público Federal (MPF); Sávio Bastos, Promotor de Justiça; Fábio Bezerra, Prefeito de Serra do Mel; Diego Tobias, representante da OAB; Gilberto Pedro, Presidente do Conselho Municipal de Saúde; Ronaldo Fixina, Anestesiologista; Paulo Mendes, Coordenador da Auditoria do Sistema Municipal de Saúde de Mossoró; Thiago Demetrio, representante da UERN; e Andrea Taborda, representante da UFERSA.
Além dos propositores da audiência, Izabel Montenegro e Tomaz Neto, estiveram presentes os vereadores: Jório Nogueira (PSD), Alex Moacir (PMDB), Francisco Carlos (PV), Vingt-un Neto (PSB), Genilson Alves (PTN), Nacízio Silva (PTN), Flávio Tácito (DEM), Genivan Vale (PROS) e Alex do Frango (PV).
É o caminho certo. Todos com a palavra para o bem comum. Dr. Cure e Dr. Bernardo são dois grandes homens.
A união de todos pela saúde de todos é assim que deve prevalecer.
Tem certeza que toda essa gente participou da audiencia. Eu estava lá.