A decisão do deputado federal Betinho Rosado (DEM) em apoiar projeto que propõe o terceiro mandato presidencial não me surpreende. Há tempos que ele é Lula "desde criancinha".

O parlamentar não tem alinhamento com o DEM na maioria das matérias em votação no Congresso Nacional. É um dissidente que até tentou sair da legenda, mas sem sucesso. Alegou "justa causa".

Betinho arguiu em processo para desfiliação, que seria vítima de perseguição no DEM. O que não é verdade. Só manha do "Beto".

Ele está deslocado por outros motivos. Não chega a ser um mártir.

Um deles, é que Betinho claramente não se sente deputado. Não está confortável em ter retornado à Câmara Federal por via indireta, com a morte de Nélio Dias (PP) em 2007. Parece sem apetite.

Neste quarto mandato é nítida sua simpatia, à esquerda, com o desempenho de Lula. Porém me entenda: esquerda aqui não tem muito a ver com sentido ideológico. Lula há muito abandonou essa posição.

Agora é lógico que a defesa de um terceiro mandato depõe contra a expectativa de muitos dos eleitores de Betinho. Incluo-me no rol.

Votei no Beto, com aquela cara do bandeirante Borba Gato, sempre cofiando a barba, em quatro oportunidades.

Vamos aguardar os acontecimentos, pois.

A transposição das águas do rio São Francisco pode até não sair em favor do RN, como pleiteia o suplente de deputado federal Betinho Rosado (DEM), mas a sua está a caminho.

A mudança de cenário político, a partir da morte do deputado federal Nélio Dias (PP), dia 20 passado, levará o suplente Betinho a ser titular do mandato. Ele está transpondo a faixa que o separa do conservador DEM, para o flexível PP. E sem sobressaltos. Quer uma prova?

O discurso de 48 minutos do presidente Lula (PT), nessa sexta, 27, em Natal, foi transmitido na íntegra pelas quatro rádios (Rede Potiguar de Comunicação-RPC) do grupo de Betinho, da senadora "adversária" Rosalba Ciarlini (DEM) e do ex-deputado estadual Carlos Augusto (DEM).

Até bem pouco tempo, o barbudo era a quintessência da incapacidade, aos olhos da mídia do DEM (Carlos-Rosalba-Betinho). Mas o quadro de avaliação está mudando diametralmente.

Betinho é Lula desde criancinha.