Acompanho de longe a celeuma entre Governo do Estado e Prefeitura de Mossoró, quanto ao investimento de R$ 230 milhões no sistema de abastecimento de água.
Mas confesso que as informações são desencontradas, passionais e raramente se localiza uma abordagem técnica sobre o caso.
O vice-governador e secretário da pasta de Recursos HÃdricos do RN, Iberê Ferreira (PSB), esteve ontem em Mossoró. Deu entrevista coletiva sobre o assunto. Pareceu-me muito equilibrado.
Contudo, o que parte da imprensa faz, termina distorcendo o real debate. Ele não pode ser politiqueiro-partidário.
Voltarei ao tema após coletar dados mais seguros.
A princÃpio, pelo o que li e conversei nos bastidores, quem melhor abordou o assunto foi o jornal "O Mossoroense". o De Fato deu tonalidade polÃtica.
Estou longe. Em Natal. Não vi TV ou rádio focalizando o tema.
Porém é bom desmanchar a tese levantada por setores da mÃdia, de que a prefeitura poderia privatizar a Caern. Não creio. É perto de impossÃvel. Falta-se sobretudo competência e dinheiro vultosÃssimo.
A grande solução que tem sido dada no tratamento dos recursos hÃdricos ao abastecimento urbano, é a formação de agência de gestão e controle do serviço. Agência Reguladora.
Vale lembrar, que o debate pode ser puxado para o campo politiqueiro, como querem algumas figuras, e isso só trará prejuÃzos à sociedade.
Em 1998, a então prefeita Rosalba Ciarlini (DEM) e o seu cunhado, deputado federal Betinho Rosado (DEM), puxaram movimento contra a Adutora Jerônimo Rosado. Um crime. A cidade dividiu-se emocionalmente entre a banda que queria a adutora e outra que não a desejava, temendo perdas eleitorais.
De um lado, o então governador Garibaldi Alves (PMDB) e no contra o grupo da prefeita Rosalba. No dia da inauguração da obra, a prefeitura espalhou campanha de propaganda assinalando apoio à iniciativa, ao identificar em pesquisa o desgaste de ser contrária ao empreendimento.
Graças a Deus prevaleceu a lógica e o bom senso. Temos a adutora e sem ela Mossoró tinha parado.
O que é primordial, não tenho dúvidas, é a serenidade como ponto de partida às discussões. Estado e municÃpio precisam se afinar, numa polÃtica comum que possa aproveitar o incomensurável manancial hÃdrico que Mossoró tem na superfÃcie e subsolo.
Quem puxar a discussão (incluindo a mÃdia aparelhada) para o campo da canalhice politiqueira, estará promovendo crime de lesa-Mossoró.
Chega de tanta iniquidade.
Respeitem Mossoró!
A Caern deve continuar sob a gestão do Estado, mas o municÃpio pode criar agência gestora, além de afinar entendimento com a empresa, de modo a sincronizar suas ações.
A sociedade, principal interessada, não pode se deixar levar pela desinformação, a má-fé e o desconhecimento tomando lado da prefeitura ou do Estado. Só existe um lado: o de Mossoró.























Valeu Carlos! Mais uma vez vc nos mostra como é simples fazer acontecer. Não cabe o discurso fácil que Mossoró cresceu em grandes proporções e rapidez. Que governantes são esses que tivemos, temos? Não fizeram a mÃnima previsão disso? Se não fizeram, não cabe vir agora com hipócrita sinceridade. Eles precisam entender que em nenhum lugar do mundo a palavra bonita vale mediante a angústia de não ter água sequer para o básico. Pode-se suportar alguma falta de comida, de telefone, até de eletricidade, mas de água é impossÃvel. Acho que a CAERN é patrimônio do povo do RN e devemos defendê-la. Que a concessão não deve sair das mãos do poder público, para que o fornecimento do lÃquido precioso alcance os menos favorecidos, mas é preciso investir na sua estruturação e dotá-la de uma gestão eficiente, não transfomá-la em moeda de briga politiqueira, como estamos assistindo. Não sei o que esse pessoal pensa, até onde eles contam com a ingenuidade dos eleitores. Deveriam ficar mais atentos, o povo por diversas vezes se manifestou muito sabiamente e conseguiu dar o troco.