Há alguns anos, o bordão da moda para se definir a excelência numa iniciativa, sem remendo ou meio-termo, era algo até jocoso: "Calça de veludo ou bunda de fora".
Tradução: tinha-se o melhor ou nada feito.
Na moda, o pódio à época – que originou a frase – era circular com uma calça em "veludo cotelê". Tive a minha. Marrom ou verde? Não lembro. Hoje seria um horror. A menos que os estilistas resolvam "provar" o contrário.
Uso essa figura de linguagem para saudar o "Carnabuco", Carnaval promovido pela iniciativa privada em Mossoró nesta quarta-feira de cinzas. Salva a festa popular que inexiste na cidade.
A prefeitura no governo Fafá Rosado (DEM) teima em ludibriar o povão, usado tristemente no "tríduo de um dia", realizado na sexta carnavalesca. Fazem um arremedo de Carnaval, à base do improviso e do artificialismo com a grana pública. Quase ninguém o leva a sério. Nem os próprios governantes.
O Carnabuco acontece na Rua Joaquim Nabuco, Alto da Conceição, um dos bairros mais antigos da cidade. Junta um sem-número de pessoas, exaltando ritmos como frevo e marchinhas, numa grande confraria para todas as idades e estamentos sociais.
Como não poderia deixar de ser, o espaço termina pulverizado por políticos. A maioria querendo tirar proveito daquilo que não lhe pertence. Por isso funciona a contento o Carnabuco. Sem eles. Uma praga nociva à sociedade, com raríssimas exceções.
Graças à prefeitura, o Carnaval em Mossoró deixa em evidência, até agora, só a bunda de fora. Para quem gosta…
Enquanto isso Carlos, na segunda-feira de carnaval em Areia Branca, saiu o bloco Soma + de 300, também sem a participação do poder público. Uma beleza! Carnaval sadio, sem brigas, (eu pelo memos não ví nenhuma), somente tocando frevo e marchinhas dos anos 60 e 70 por um trio elétrico que, em momento algum, fez alusão a qualquer político ou governo estadual e/ou municipal. Ah! com a participação de muitos mossoroenses. Um exemplo a ser seguido por aqui. Por que não?