Depois de aparente tolerância e aceno democrático, ou mesmo camaradagem com o movimento “Fora, Micarla”, que literalmente acampou na sede da Câmara de Natal, esse poder reage de outra forma. Pega outra via.
Em nova publicada na imprensa da capital no dia de hoje, a mesa diretora da Câmara de Natal classifica os manifestantes de “intransigentes.”
Cita que “a Mesa Diretora da Câmara Municipal abriu as portas para o entendimento e tentou uma solução democrática e pacífica para o caso, mas tem esbarrado na intransigência da maioria dos manifestantes, que não aceita uma saída que não seja considerada por eles a mais adequada”.
Ao fim da nota, a Casa reitera expectativa de que tudo seja superado sem maiores traumas: (…) “Espera que os manifestantes não se considerem acima das instituições e desocupem o prédio da Câmara Municipal, para que os trabalhos da Casa possam ser retomados em sua plenitude”.
A sublevação, nesse momento, deve ser analisada de forma pollyannística. Num regime político democrático, os desmandos cometidos por aqueles responsáveis pela distribuição equitativa do patrimônio público ocasionam dois tipos de problemas sociais antipodais, portanto, sérios: o despotismo e a oclocracia.
Sendo assim, a crise política que vivemos hoje é um efeito e exemplo clássico das ações geradas pela corrução administrativa. Por isso que ela é tão “combatida” (mencionada, apenas).
Hoje, essa sublevação é o ponto crítico das ações corrosivas e deste tem que haver uma mudança de atitudes. O novo se impõe. O velho já não funciona mais. Insistir no antiquado levará a perda da turgescência do controle autoritário dos poderes administrativos.
Esse momento é importante para o nosso quadro-político e um pouco tarde a exemplo do que já aconteceu em outras sociedades. Mesmo assim, é um grande alerta para quem pretende continuar administrando, administrar e representar uma sociedade hoje em dia.
Diga-se de passagem que, por aqui, há muito tempo, nossos “representantes” eleitos têm se tornado imunes aas críticas e aos lamentos do povo. Agora, o povo começa mostrar quem é, realmente, titular de soberania num regime político-democrático e se mobiliza para a ação coletiva. FICA O ALERTA!!