Por Carlos Santos
Gente, vamos trabalhar, produzir. Ano Novo, vida nova. Finalmente começou 2014.
Aquilo ontem, foi como se um caminhão VW tivesse trombado com um utilitário brasileiro da extinta montadora automotiva Gurgel. Vitória da Alemanha foi justa, mas o placar de 7 x 1, não. A gente percebe que poderia ser mais.
Claro que é o tipo de escore improvável. Porém um resultado normal por tudo o que não somos ou deixamos de ser.
Nem o alemão mais otimista ou vidente poderia imaginar tanto. “O imponderável de almeida”, como diria o cronista Nelson Rodrigues, entrou em campo e deu uma forcinha ao melhor.
O blindado frio, disciplinado, técnico e vigoroso como um “punzer” germânico abalroou o mirrado futebol brasileiro, a arrogância de Felipão e a miopia própria de nossa paixão.
Como na música célebre da banda The Doors, “The end” (O fim), “esse é o fim”. Espero que seja o fim da era dos técnicos fanfarrões, estrelas, autossuficientes e que vendem gato por lebre.
Ao mesmo tempo, que seja a oportunidade para se recomeçar o futebol nativo de onde paramos, quando ele dava certo porque éramos vibrantes, alegres, voltados para o ataque e a cópia de nós mesmos, Brasil multifacetado, miscigenado, “Brasileirinho”.
(THE END, O FIM) …Este é o fim
Meu único amigo. O fim
De nossos planos elaborados, o fim
De tudo que está de pé…
Saibamos reconhecer que não somos os melhores, que futebol é esporte coletivo e não “Samba de uma nota só”.
A tragédia é ponto de partida para fazermos diferente e melhor ou repetirmos pecados. Façamos a escolha coerente.
O futebol “é a metáfora da vida”. Mas no fundo é só um esporte.
Aplaudamos os vencedores. Eles merecem. E como nação, possuem 102 prêmios Nobel, enquanto nós não temos um sequer. Temos muito a aprender com eles.
Claro que o ex-jogador de futebol e dublê de comentarista, Ronaldo Fenômeno, poderia sacar uma de suas célebres frases e justificar: “Não se faz copa com hospitais (ou cultura, acrescento) e sim com estádios”.
E não se faz um campeão sem futebol, Fenômeno. “Entende?” – me auxiliaria o Rei Pelé, com um de seus cacoetes verbais.
“We are the champinos” (Nós somos os campeões), hino dos vitoriosos, dos ingleses da banda “Queen”, não será nosso segundo hino. Fiquemos com o “Pátria amada, Brasil” de corpo, alma, todos os dias, não apenas a cada quatro anos.
Nos sites, portais, jornais impressos, rádios e noticiosos televisivos caberia esta manchete: “Caminhão Volkswagen tromba com Gurgel e acorda uma nação inteira.”
Assim espero.
Vamos ao trabalho.
Era bom que fosse o fim, mestre Carlos. Mas infelizmente num é não. Desde 74 que esse mesmo grupo manda e desmanda na Seleção. De lá pra cá ganharam pouco e perderam muito. Várias Copas e Olimpíadas com medalhas de cuia. É a mesma Tchurma, como dizia o doutor Sócrates, o craque lúcido. Vai mudar nada. Saiu o corrupto Teixeira e entrou o financiador de torturas, na Ditadura, J. Maria Marin.
NOTA DO BLOG – Desanime não, meu querido capiau serrano. Bote uma Serra Limpa no pé do pote. A qualquer momento esbarro por aí, perto do teto do céu, para botarmos a prosa em dia e promovermos uma manguaça. Levo o coronel Honório, se ficar bom da espinhela caída e for liberado por sua rezadeira e também geriatra. Eu, como seu irmão bem mais novo, serei ombros à sua vida outonal. Inté.
ótimo comentário, destaco esta frase Fiquemos com o “Pátria amada, Brasil” de corpo, alma, todos os dias, não apenas a cada quatro anos. e com certeza seremos sempre todos e todas vencedores.
O futebol brasileiro acabou a anos. Há 20 anos quando fui assistir um jogo no México fiquei e deslumbrado com o estádio, a organização etc., era o méxico, não vou comentar estádios e jogos de países do primeiro mundo.
Ano 2013, cidade Mossoró, local Nogueirão. Fui levado para assistir uma pelada naquele estádio. Vergonha, metade do estádio não tinha ninguém, perguntei o porque daquilo, disseram que estava interditado há anos. piso de chão batido em alguns lugares, meia duzia de gatos pingados assistindo, cadeiras para sentar, nem pensar.
Nosso futebol acabou há muito.
Acordo gurgelzinho. temos de estudar para chegar lá.
Carlos Santos.
Bom dia.
Precisa mudar muita coisa no futebol brasileiro, primeiro a começar pelos dirigentes/cartolas. Nesse torneio a seleção brasileira nunca passou confiança, pelo menos em min, foi só pegar uma seleção mais qualificada e deu no que deu. Alemanha 7 X 1 Brasil, nesse caso a seleção brasileira aplicou 171 no torcedor brasileiro.
Prezado Venâncio “o blindado frio, disciplinado, técnico e vigoroso como um “punzer” germânico” (dito por Carlos Santos) foi muito educado e principalmente respeitoso em esbarrar nos 7 de bom tamanho… Poderia ser mais!!! Rezemos pois, pra coisa não ficar mais decadente do que já está, para que a seleção laranja holandesa tenha piedade e pelo menos metade dessa educação e respeito, esbarrando no máxima em 5 nos nossos milionários jogadores sem rumo!!!
ainda aguardando o matador tricoflor.
NOTA DO BLOG – Esperamos uma seleção quase completa. Sobraram David Luiz e Thiago Silva, um pouco de Marcelo e alguma coisa de Neymar. Só. Os jogadores de maior expressão do Brasil, no exterior, são os zagueiros – unanimidade mundial. Fora eles dois, só Neymar encanta pelo o que era o Brasil de outrora. É juntar os cacos e tentar formar de novo um país do futebol. Abração
será que foi o manto rubro-negro?
Deve-se deixar de levar tão a sério esse negócio de futebol.
De se ficar horas e horas vendo Galvão Bueno mastigar papelão,
precisamos dar valor ao estudo, a educação, e não ficar nesse bate boca
sem fim. Todos esses jogadores da seleção, estão financeiramente bem,
mas muito bem mesmo, além de jogadores, muitos são astros de TV.
O Brasil precisa deixar de querer participar de todas as copas do
mundo…já imaginaram que felicidade seria o Brasil fora da próxima copa?
futebol é um passatempo de uma parcela da população , bem menor do que se imagina. copa do mundo é um evento passageiro que chama a atenção de quase toda a população, assim como carnaval, rock in rio e tantos outros. Não tem o poder de manipulação e resolução de tudo como os teóricos da conspiração acham. MAS O MELHOR DA DERROTA DO BRASIL É QUE A PARTIR DE AMANHÃ VAMOS DEIXAR DE OUVIR OS “ESPECIALISTAS” POSER E JUSTICEIROS SOCIAIS COM SUAS LAMÚRIAS PSEUDO IGUALITÁRIAS. E TEREMOS NOSSO FUTEBOL DEVOLVIDO SOMENTE PARA NÓS . VAI COM DEUS COPA E LEVA ESSAS MALAS JUNTO….
Carlos Alberto tem razão. Há um hábito bocó de chamar jogadores de gênios. É a vulgarização da genialidade. Pra mim, concordando com o comentário referido, gênio é coisa de ciência ou arte. O resto é habilidade ou esperteza.
futebol é um passatempo de uma parcela da população , bem menor do que se imagina. copa do mundo é um evento passageiro que chama a atenção de quase toda a população, assim como carnaval, rock in rio e tantos outros. Não tem o poder de manipulação e resolução de tudo como os teóricos da conspiração acham. MAS O MELHOR DA DERROTA DO BRASIL É QUE A PARTIR DE AMANHÃ VAMOS DEIXAR DE OUVIR OS “ESPECIALISTAS” POSER E JUSTICEIROS SOCIAIS COM SUAS LAMÚRIAS PSEUDO IGUALITÁRIAS. E TEREMOS NOSSO FUTEBOL DEVOLVIDO SOMENTE PARA NÓS . VAI COM DEUS COPA E LEVA ESSAS MALAS JUNTO….
O REI ESTÁ NU…
Gritou a criancinha e todos constataram que o Rei estava nu. Foi o que aconteceu conosco ontem. Vimos que o Brasil não está jogando. Está nu. Vai precisar nascer de novo. Vai precisar de roupa nova e roupa envolve tudo o que nosso futebol já teve e não tem mais. Sim, poderíamos ter perdido por muito mais. Houve complacência alemã.
Da tarde que me deixou apática, perplexa, só algo engraçado escapou. Uma das pessoas que assistiam conosco, disse em tom jocoso: “A culpa é da Dilma.” Imediatamente, meu neto perguntou: ” A Dilma está jogando? ” Isso é a segunda vez que acontece.
Eis o que temos de bom. A capacidade do recomeço, do bom humor. De pé, estaremos novamente.
Um viaduto cai na cabeça de uma mãe dentro de um ônibus escolar, nenhuma nota nos jornais internacionais.
Um jogador “lasca” uma vértebra numa partida de futebol, o mundo se comove.
Um jogo ocorre nesse mesmo local e foi preciso o MP intervir pois a FIFA disse que a pista precisava ser liberada para dar acesso ao estádio.
O BRASIL TODO SE REVOLTA OU SE ARRASA PORQUE PERDEU UM JOGO E ENCONTRARAM OS CULPADOS NA HORA. SE PUDESSEM, SACRIFICARIAM OS RÉUS ALI MESMO NO ESTÁDIO.
Manchete no mesmo dia: “humilhação, vergonha, trucidamento, arrasou, pânico, durante 3 geraçoes isso será lembrado, em um século nunca aconteceu…”
Durante um século, as pessoas se lembrarão dessa derrota…Hoje ngm mais se lembra da mãe q o viaduto caiu em cima.
Deixo uma pergunta: estamos vendo, sofrendo, nos revoltando com as coisas certas???
Quem tiver moral de cobrar algo desses meninos, levante o dedo… A reação que fizeram com a derrota desses garotos (que só queriam ser e nos trazer alegria) e tiveram um colapso emocional, coisa passível de acontecer nas atuais circunstâncias, é normal, mas torna-se exagerada em detrimento do que vivemos na mesma semana… Eu, particularmente esperava esse resultado… Era óbvio. Perder de goleada é natural, Agora um VIADUTO CAIR…NÃÃÃÃÃÃOOOO
Qto a seleção: meu muito obrigada, durante um mês, toda semana abracava meus amigos a cada gol, beijava com afeto minha família. Vcs não me envergonham, a injustiça e impunidade sim!!!!
NOTA DO BLOG – Perfeito, Ana. Abração em toda a família.
Corretíssima as observações esposadas pela nossa Web-leitora Ana Katarina.
Realmente precisamos,isso sim, nos darmos conta de que efetivamente existe algo além do entretenimento, da ludicidade e da cultura que o futebol representa, este claro, possui sua importância em nossas vidas de brasileiros e latinos, mas, não na dimensão, exagerada dimensão, no exagero, no uso e abuso com que esse contexto são utilizados pelos meios de comunicação de massa em nosso país.
Os viadutos, as pontes e as estradas que comportam a nossa vida diária tanto em seu componente político, econômico quanto social, precisam ter sua devida importância resgatada, para que, de fato, possamos caminhar e trilhar caminhos do conhecimento, do equilíbrio e da civilidade, e, quem sabe, num futuro não tão distante, tornemo-nos uma nação e não agregados de pessoas que de quatro em quatro anos se diz ilusoriamente uma nação.
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.
Ana katarina.
Profundo e verdadeiro o seu comentário. Estou até acanhada com o meu. De todo modo, suas palavras ecoam em mim e saberei passá-las a outras pessoas. Na verdade, todos esses episódios tristes doeram em mim. Mas a hora de gritar, de lembrá-los era essa!