Vários internautas perguntam-me quais as etapas seguintes, a partir da decisão da juíza Taciana Maria Delgado (3ª Vara Criminal de Mossoró) em acatar denúncia contra 12 vereadores e ex-vereadores mossoroenses.

Não sou especialista no assunto (webleitores do ramo podem ajudar), mas o conhecimento elementar aponta para um ritual comum, com obediência à legislação vigente.

Como legisladores, processualistas e doutrinadores tratam, os princípos do "amplo direito à defesa" e do "devido processo legal" serão levados a termo.

Até um desfecho, naquilo que é definido como "transitado em julgado" (quando não cabe mais qualquer recurso), podem passar vários anos. A perder de vista. Ou seja, até chegar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Brasília.

Até prova em contrário, definitiva, os réus (agora eles são tratados dessa forma)ainda são inocentes. Suspeitíssimos, lógico. Porém inocentes.

Mas cá para nós: o grande poder, maior do que o posto às mãos da Justiça, está mesmo com o povo. Votando.

A cada quatro anos ele, o povo, tem como avaliar quem deve ou não representá-lo. Quem vota em branco ajuda a manter o que está ruim, além de se anular na defesa dos seus próprios interesses.

A "Operação Sal Grosso!" desencadeada em 2007 pelo Ministério Público é um marco em termos de cidadania. Querer que ela tenha o poder de purificar a política e os costumes administrativos de Mossoró, é estupidez.

A sociedade, letrada ou inculta de Mossoró, continua de braços cruzados e mantendo vivo o "complexo de transferência de culpa". É sempre mais fácil cobrar do MP, da Justiça e da imprensa do que ela própria agir.

Estamos muito distante da cidadania e do que possa ser avaliado como civilização. Entretanto alguns pequenos passos estão sendo dados. Ainda bem!