Após um mês de campanha a prefeito de Mossoró e duas pesquisas Blog do Carlos Santos/Instituto Consult, divulgadas nos dias 9 de julho e 7 de agosto, que retrato pode ser feito da sucessão da prefeita de direito de Mossoró, Fátima Rosado (DEM), a “Fafá”?
Secamente, os números revelam uma boa vantagem da candidata oposicionista Larissa Rosado (PSB), em relação à governista Cláudia Regina (DEM). Os outros três candidatos não demonstram maior fôlego até aqui para produzirem alguma surpresa.
A deputada estadual Larissa Rosado tem 15,84% de maioria na modalidade de pergunta Estimulada e 11,66% na Espontânea. No ítem Rejeição, ela também leva vantagem, com 13,83% contra 18,50% da contendora.
Quando falamos de fidelização de voto, o que é identificado aponta para 74,30 pontos percentuais de cristalização das intenções de voto para Larissa e 71,30 pontos percentuais em relação à Cláudia Regina: um empate técnico nesse ítem.
A campanha a prefeito de Mossoró está definida? Não.
A favorita Larissa Rosado mantém esse status e Cláudia Regina a esperança de ser alavancada sobretudo pela força das máquinas do Estado e da Prefeitura, além da presença física da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que continua sendo a maior liderança individual da política mossoroense, mesmo em continuado desgaste do seu governo.
Larissa leva vantagem em quase todos os ítens pesquisados que formam um retrato atual da disputa. Revela maior consistência do que Cláudia Regina. Manteve estável sua candidatura desde a última pesquisa no início do mês passado, quando sua maioria era de 18%.
Para Cláudia Regina, há o ânimo de ter ultrapassado esse primeiro mês em crescimento em relação à sondagem anterior, somando nutrientes para pensar numa arrancada. Não pode errar muito. Tem meios e tempo para inflar.
Quanto à Larissa, sua campanha não exige elevação súbita. É uma “campanha de manutenção”. Não pode empinar o nariz nem desdenhar adversários. Precisa crescer o mínimo possível ou perder pouco. A fábula da lebre e da tartaruga (atribuída a Esopo e recontada por Jean de La Fontaine) deve ser leitura obrigatória à candidata e seu séquito.
Temos adiante, um período que pode consolidar o favoritismo de Larissa ou estabelecer um ritmo de marcha à vitória de Cláudia Regina. Os programas em rádio e TV serão um novo ambiente para testar as duas concorrentes, a partir do próximo dia 21.
E, quando setembro chegar, será um deus-nos-acuda.
Campanha do Conhecimento
Esse primeiro mês, de corrida atrás do voto, pode ser denominado de “campanha do conhecimento”. Cada candidata cientificou o eleitor de sua postulação, seus aliados, chapas e ideias elementares. Ambas cumpriram muito bem essa tarefa.
Contudo, é a linguagem subliminar e indireta, além das ações ardilosas de bastidores que o marketing produz, o grande diferencial de uma para outra.
Larissa apostou numa imagem repaginada, a começar pelo padrão visual. Nesse “kit”, evitou polêmicas, esquivou-se de provocações, procurou passar imagem de crescimento com um cabedal de adesões (mesmo sendo de pouca visibilidade) e abusou do tom emocional nos discursos.
Cláudia imprimiu identidade professoral, procurou ao máximo se vincular à Fafá, além de se empenhar para puxar a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) para perto de si. Conseguiu resultados razoáveis.
A candidata governista pode subir mais, se a própria Rosalba conseguir o feito-milagre de reconstruir imagem pessoal e do seu governo em poucas semanas, até as eleições. Se Rosalba voltar a subir, Cláudia vai com ela. É seu principal combustível.
Talvez o maior pecado da disputante governista seja sua retaguarda: as companhias ou algumas companhias de baixa extração moral e hábitos.
Fomenta-se um marketing de guerrilha nas redes sociais e setores da imprensa, que valoriza o insulto e a leviandade para desestabilizar a adversária, alvejando sua família. Outras pessoas alheias diretamente à disputa, também são vítimas.
Enfim, quem não está com a candidata, é do “mal”. Maniqueísmo laboratorial.
O vereador Chico da Prefeitura (DEM), por exemplo, passou a ser tachado de venal por setores financiados pelo governismo, quando se tinha como certo seu êxodo para a oposição. Precisou a governadora e seu marido, o líder Carlos Augusto Rosado (DEM), entrarem em cena. Sanearam a crise e “devolveram” Chico à campanha. Mas ficaram sequelas por mais essa vilania.
O silêncio de Cláudia endossa a baixeza, lamentavelmente.
Tudo é elaborado no próprio Palácio da Resistência, pelo coordenador de sua campanha, prefeito de fato Gustavo Rosado (PV).
O “Caso do Capitão 40” (farsa armada na campanha municipal de 2008) e o episódio abjeto da página apócrifa do “Paulo Doido, na Internet, que agredia desafetos do poder, dizem bem como age o “líder” Gustavo. O pior vem adiante. É só esperar.
Bom Dia!
Parabens pela analise. com esse texto, mesmo o cidadão do outro lado do planeta entenderia perfeitamente o que esta se passando na Politica de Mossoró.
Participo muito das redes Sociais e sinto o certo ataque da militancia de Claudia em cima de Larissa, mas isso seria para desestabilizar sua candidatura. Tudo Morno, sem novidades, se nao tem novidades, nao muda nada nas pesquisas.
Por essa foto e o que vemos na Rua, Claudia mostra total fraqueza quando utiliza FAFA, Rosalba como bengala para seu proprio sustento, como se ela nao tivesse luz propria e precisasse dizer que tem fafa e Rosalba para ver se a população dar um pouco de atenção e credibilidade a ela.
Ja larissa é ela por ela mesmo.
Seria fraquesa mostrar as bengalas? e Escondê-la seria o quê? A candidata LArissa me parece esconder as suas bengalas (Pai e mãe) é o que penso. Posso estar enganado me corrijam.
SE AS BENGALAS DELA APARECER AÍ É QUE QUEDA É GRANDE.
POR ISSO FORAM OBRIGADOS A ESCONDE-LAS.
O POVO CONHECE EMUITO BEM. AGUARDEM.
Quando o programa de radio e tv começar a xiante do estado do ceara talvez possa melhorar seu desempenho na campanha, pois a realidade das ruas não estar favorável a mesma.
Você tá falando de quem?
Texto muito racional. Parabéns.
E passional ou seria tendencional? (Não seu se existe essa palavra no Aurélio, kk)
Carlos Santos, parabens pelo trabalho…
Mossoró já sabe mesmo o que quer. pela foto já da pra ver…
Muito bom o têxto, a articulação das idéias. Só falta a imparcialidade.
Jean, bom dia. Acho que você está equivocado. Eu não sou imparcial. Da mesma forma que você não o é. Mas certamente eu e você, também, não somos levianos. Saúde e paz e um ótimo final de semana.
SEM EMPREGO E SEM COMPROMISSO
Compromisso. A palavra pode soar gasta, sem sentido, mas traz a essência do que se exige de uma autêntica política cultural. Após a tarefa de construí-la democraticamente, deve-se buscar a concretização dos objetivos almejados. A descontinuidade das políticas públicas produz um eterno recomeçar. Quando interesses imediatos ofuscam o planejamento coletivo, a sociedade desencanta-se, assistindo, frustrada, à violação de mais um pacto.
O improviso, virtuoso para os jazzistas, torna-se perigoso dentro das políticas culturais. Se crônico nas esferas governamentais, vira mais um fosso por onde desaparecem os escassos recursos públicos. É inadmissível que se destine apenas 1% ou 2% dos orçamentos à cultura. Contudo, além de se reivindicar mais investimentos, é fundamental se estabelecer um programa de longo prazo para alocá-los, de acordo com a determinação popular. Sem apoio, as múltiplas expressões artísticas sucumbem ao desânimo. Verbas bem aplicadas podem romper o círculo vicioso de teatros fechados, cinemas exibindo pastores e artistas abandonando a profissão.
Há um conjunto de questões que uma política cultural precisa atender. Portanto, é preciso eleger prioridades, assim como avaliar a eficiência destas medidas ao longo do tempo. Entretanto, sem nunca ignorar o resultado do diálogo entre plateia, artista, produtores, gestores e outros atores. Tamanho descompasso, mais do que desarmonia, gera a desconfiança de toda uma orquestra.