O capitalismo brasileiro é pré-feudal, o socialismo brasileiro é pré-burguês e a política do Brasil ainda cisca no terreiro da caverna.
Tudo no contorno infindável da promiscuidade público-privada, estuário institucionalizado da trampolinagem e demagogia. Horta fértil de cujo estrume brotam “salvadores da pátria”.
A dialética, no Brasil, não tem tese. Só antítese, sem síntese.
Desordem institucional, desonestidade administrativa e farsa de controle.
O único governo que tentou reformas de base, inclusive agrária, foi João Goulart, um latifundiário. E caiu por isso. Imprensado no meio da guerra fria, travada pelo império capitalista americano contra o império militarista da burocracia soviética.
A pátria dos quartéis vendeu-se.
A pátria dos políticos prostituiu-se.
O povo recebeu a sucata da pátria, cujo conserto, hoje, atropela-se na dialética da mediocridade.
Só a vontade coletiva poderá romper o fracasso.
Uma seita não faz oposição, propõe canonização.
Um conluio fascista não faz reformas, arruma rifa entre amigos.
Só a consciência coletiva, se ainda tivermos, apontará um Norte. Seja da estrela Polar ou do Cruzeiro do Sul.
François Silvestre é escritor
Acho que o texto do Mestre, fundamenta meu comentário, acerca da P.I, prepotência minha? Sim, ” mas quem não é?”