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segunda-feira - 19/11/2012 - 09:14h
Opinião

Caridade e solidariedade como atos de fé

Amigos Carlos e Honório,

É sempre um prazer ler o Blog aos domingos. Primeiro, pelos escritos geniais (mas preguiçosos, nesse dia) de Carlos. Depois, porque sempre tem o mestre Honório de Medeiros com sua “pena de ouro”.

Ninguém tem mais sensibilidade e conhecimento de causa do que Honório para escrever sobre o egoísmo social, principalmente por ter sabido servir à sociedade no desempenho de elevados cargos públicos, sem servir-se do posto.

Exerceu com sabedoria e dedicação funções em prol do interesse coletivo, sem encantar-se com a finitude e a transitoriedade do poder. Isso merece uma observação à parte!

Mas, o comentário, além do elogio aos dois, era para registrar um fato: Albert Schweitzer (veja AQUI) era alemão, de família rica, que ao tornar-se pastor evangélico, fez uma opção para servir à pobreza.

Em Mossoró, duas religiosas alemãs (as freiras Liselotte Elfriede Scherzinger, a “Irmã Ellen”, e a irmã “Cristina” Scherzinger), também de rica família de Augsburg, vivem desde 1971, cuidando, medicando, educando e alimentando nossas crianças, em um ambiente não muito diferente de Lambaréné, no Gabão, onde morreu Schweitzer.

Outro exemplo que me vem à mente é o da rica Agnes Gonxha, a “Madre Teresa de Calcutá”, que deixou todo o conforto para dividir a miséria com enfermos de Calcutá.

Resumindo: a caridade e a solidariedade são atos de fé. O egoismo social é a demonstração da descrença no homem e em Deus.

Pena que as nossas igrejas (católicas, evangélicas, pentecostais…) esqueceram as ações sociais e estão cada dia mais voltadas para a teologia do infinito, buscando por meio da oração um Deus vertical, que está no céu, enquanto a teomorfia ensina que Deus está presente no rosto do próximo, do carente que anseia a comida, a bebida e o vestir.

Sem contar a prática da simonia (a venda do sagrado).

Abraços de bem-querer e admiração.

Marcos Araújo – Professor, advogado e webleitor

Nota do Blog – Professor, obrigado pelas palavras. Ao mesmo tempo, admito, meu jeito preguiçoso de encarar o domingo nesta página.

Mas o espaço é sempre aproveitado com textos diferenciados de autores consagrados, pensadores contemporâneos como Honório, poesia, folclore político, música e aforismos que possam contribuir à nossa vida.

Mas falta alguém. Cobro com ardor inquisitorial a sua presença regular entre nós, como bom escultor do verbo que és.

Então, recorro a Michelangelo em nova pressão para que sejas um de nossos colaboradores:

Parla! Parla!

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Categoria(s): Artigo / E-mail do Webleitor

Comentários

  1. hermiro vieira gurgel filho diz:

    Grande homem esse Marcos Araújo…

  2. Nilson Gurgel Fernandes diz:

    Caro Carlos;
    Pegando carona no escrito do velho amigo Marcos Araújo eu que tinha tudo para ser um grande católico, pois fui aluno do padre Sátiro e estudei interno por anos no Marista de Natal, faço o seguinte comentário: Não conheço pessoalmente as freiras Liselotte Elfriede Scherzinger e “Cristina” Scherzinger, mas sobre o trabalho delas sempre escuto e, consequentemente, ganharam minha admiração e respeito me levando a crer que, até na minha cômoda religião, teriam garantidos seus lugares na eternidade, pois nela, na minha religião, denominada ATEU GRAÇAS À DEUS (nome copiado de uma frase de Roman Polanski, o cineasta), MÃOS QUE AJUDAM SÃO MAIS SANTAS DO QUE OS LÁBIOS QUE REZAM (dogma de fé copiado de Sathya Sai Baba, líder espiritual indiano).
    Nilson

  3. Honório de Medeiros diz:

    Meu querido Marcos Araújo,

    Fosse vivo meu pai, certamente estaria muito satisfeito com o elogio que vc me fez, e do qual tanto me orgulho.

    Pois seu Chico Honório, Marcos, dava valor ao reconhecimento à integridade moral das pessoas. E como dava. Quando falávamos de alguém íntegro, ele dizia, sereno, “é um homem de moral”!

    Confesso que não por outra razão seu reconhecimento mexe com meu coração duplamente: me encaminha ao exemplo para mim, que foi meu pai, e assevera, em mim, uma conduta que eu busco manter desde o mais remoto dos cargos públicos que eu exerci.

    Quanto a me atribuir uma “pena de ouro”, sei que vc agiu com o coração, e não sei como lhe agradecer esse elogio a não ser lhe dando o que já é seu, minha amizade desinteressada e sincera.

    Um grande abraço, meu querido amigo,
    Honório de Medeiros

  4. Renato diz:

    O mais importante é ser honesto e coerente com os proprios principios, as falsidades tem pernas curtas

  5. NILDO SILVA diz:

    Parabéns, Dr. Marcos,pela observação aos dois(Carlos e Honório), mas principalmente pelo que relatou. Eu viví um tempo, de criança à adolescência, participando da igreja(católica), faziamos muitas benefices dentro do nosso MAC-Movimento de Adolescentes e Ciranças, e jamais pedimos algo em troca, era tudo baseado na palavra de Deus. Hoje é muito diferente. Pessoas estão dentro das igrejas pela emoção e não pela razão de sermos cristãos e fazermos o bem sem olhar a quem.

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