Amigos Carlos e Honório,
É sempre um prazer ler o Blog aos domingos. Primeiro, pelos escritos geniais (mas preguiçosos, nesse dia) de Carlos. Depois, porque sempre tem o mestre Honório de Medeiros com sua “pena de ouro”.
Ninguém tem mais sensibilidade e conhecimento de causa do que Honório para escrever sobre o egoísmo social, principalmente por ter sabido servir à sociedade no desempenho de elevados cargos públicos, sem servir-se do posto.
Exerceu com sabedoria e dedicação funções em prol do interesse coletivo, sem encantar-se com a finitude e a transitoriedade do poder. Isso merece uma observação à parte!
Mas, o comentário, além do elogio aos dois, era para registrar um fato: Albert Schweitzer (veja AQUI) era alemão, de família rica, que ao tornar-se pastor evangélico, fez uma opção para servir à pobreza.
Em Mossoró, duas religiosas alemãs (as freiras Liselotte Elfriede Scherzinger, a “Irmã Ellen”, e a irmã “Cristina” Scherzinger), também de rica família de Augsburg, vivem desde 1971, cuidando, medicando, educando e alimentando nossas crianças, em um ambiente não muito diferente de Lambaréné, no Gabão, onde morreu Schweitzer.
Outro exemplo que me vem à mente é o da rica Agnes Gonxha, a “Madre Teresa de Calcutá”, que deixou todo o conforto para dividir a miséria com enfermos de Calcutá.
Resumindo: a caridade e a solidariedade são atos de fé. O egoismo social é a demonstração da descrença no homem e em Deus.
Pena que as nossas igrejas (católicas, evangélicas, pentecostais…) esqueceram as ações sociais e estão cada dia mais voltadas para a teologia do infinito, buscando por meio da oração um Deus vertical, que está no céu, enquanto a teomorfia ensina que Deus está presente no rosto do próximo, do carente que anseia a comida, a bebida e o vestir.
Sem contar a prática da simonia (a venda do sagrado).
Abraços de bem-querer e admiração.
Marcos Araújo – Professor, advogado e webleitor
Nota do Blog – Professor, obrigado pelas palavras. Ao mesmo tempo, admito, meu jeito preguiçoso de encarar o domingo nesta página.
Mas o espaço é sempre aproveitado com textos diferenciados de autores consagrados, pensadores contemporâneos como Honório, poesia, folclore político, música e aforismos que possam contribuir à nossa vida.
Mas falta alguém. Cobro com ardor inquisitorial a sua presença regular entre nós, como bom escultor do verbo que és.
Então, recorro a Michelangelo em nova pressão para que sejas um de nossos colaboradores:
– Parla! Parla!
Grande homem esse Marcos Araújo…
Caro Carlos;
Pegando carona no escrito do velho amigo Marcos Araújo eu que tinha tudo para ser um grande católico, pois fui aluno do padre Sátiro e estudei interno por anos no Marista de Natal, faço o seguinte comentário: Não conheço pessoalmente as freiras Liselotte Elfriede Scherzinger e “Cristina” Scherzinger, mas sobre o trabalho delas sempre escuto e, consequentemente, ganharam minha admiração e respeito me levando a crer que, até na minha cômoda religião, teriam garantidos seus lugares na eternidade, pois nela, na minha religião, denominada ATEU GRAÇAS À DEUS (nome copiado de uma frase de Roman Polanski, o cineasta), MÃOS QUE AJUDAM SÃO MAIS SANTAS DO QUE OS LÁBIOS QUE REZAM (dogma de fé copiado de Sathya Sai Baba, líder espiritual indiano).
Nilson
Meu querido Marcos Araújo,
Fosse vivo meu pai, certamente estaria muito satisfeito com o elogio que vc me fez, e do qual tanto me orgulho.
Pois seu Chico Honório, Marcos, dava valor ao reconhecimento à integridade moral das pessoas. E como dava. Quando falávamos de alguém íntegro, ele dizia, sereno, “é um homem de moral”!
Confesso que não por outra razão seu reconhecimento mexe com meu coração duplamente: me encaminha ao exemplo para mim, que foi meu pai, e assevera, em mim, uma conduta que eu busco manter desde o mais remoto dos cargos públicos que eu exerci.
Quanto a me atribuir uma “pena de ouro”, sei que vc agiu com o coração, e não sei como lhe agradecer esse elogio a não ser lhe dando o que já é seu, minha amizade desinteressada e sincera.
Um grande abraço, meu querido amigo,
Honório de Medeiros
O mais importante é ser honesto e coerente com os proprios principios, as falsidades tem pernas curtas
Parabéns, Dr. Marcos,pela observação aos dois(Carlos e Honório), mas principalmente pelo que relatou. Eu viví um tempo, de criança à adolescência, participando da igreja(católica), faziamos muitas benefices dentro do nosso MAC-Movimento de Adolescentes e Ciranças, e jamais pedimos algo em troca, era tudo baseado na palavra de Deus. Hoje é muito diferente. Pessoas estão dentro das igrejas pela emoção e não pela razão de sermos cristãos e fazermos o bem sem olhar a quem.